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ANÁLISE DE MERCADO Unidade II Prof. Me. Victor Olszenski SUMÁRIO 1. CICLO DE VIDA DO PRODUTO .......................................................................... 3 2. A ANÁLISE SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) ................. 6 3. MATRIZ DE PORTER ......................................................................................... 11 4. A MATRIZ BCG .................................................................................................. 16 5. VANTAGEM COMPETITIVA .............................................................................. 19 6. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 23 3 1. CICLO DE VIDA DO PRODUTO Proposto originalmente por Jerome McCarthy, o ciclo de vida do produto retrata o comportamento de qualquer produto ou linha de produtos ao longo do tempo e considerando as interações convencionais de mercados competitivos. O modelo tradicional prevê quatro etapas com uma variação. Introdução: fase em que o produto é lançado no mercado e começa a adoção por parte de uma pequena parcela do mercado. Normalmente early adopters1. Crescimento: período em que mais pessoas descobrem o novo produto e passam a utilizá-lo porque compreenderam sua proposta de valor e porque já viram esse produto em uso. A propaganda se intensifica para atingir o maior número possível de consumidores potenciais. Bem como o uso das demais variáveis do marketing mix. Maturidade: período em que se atinge o maior patamar de vendas e que, ainda que se mantenha esforço de propaganda, não se registram novas adoções do produto. Nesse caso, diminui-se o investimento em propaganda. Atinge-se o pico de sua rentabilidade e ocupação de sua participação possível de mercado. Ainda dentro do período de maturidade, percebe-se uma etapa anterior ao declínio em que as vendas começam a ter queda relativa e existe alguma rejeição dos canais de vendas e de consumidores. É a fase de saturação. Declínio: fase em que se percebe lenta, mas constante queda nos volumes de vendas, indicando que parte de seus consumidores já está comprando produtos que atendem a necessidades mais sofisticadas, são mais modernos ou mais 1 Uma parcela do público-alvo, normalmente ávida por novidades e lançamentos, para a qual, além do produto ou serviço em si, obtê-lo antecipadamente oferece uma recompensa psicológica adicional. 4 baratos. Nesse caso há duas alternativas para a gestão adequada do portfólio de produtos: relançamento do produto ou sua retirada de linha. Relançamento: etapa em que se analisa o produto segundo a matriz SWOT ou PFOA e se obtêm suas potencialidades e, por outro lado, suas fraquezas. Trabalha-se na remodelação do produto com vistas a sanar suas fraquezas e ao mesmo tempo adicionar valor ainda desejado pelo consumidor, mas não entregue pelo produto. Esse investimento normalmente surte bons resultados em produtos com bons históricos de vendas no período de maturidade. Um exemplo bem-sucedido dessa técnica é o automóvel Corolla da Toyota, lançado em 1966 e já em sua 12ª geração. Retirada de linha e obsolescência programada: há casos, no entanto, em que a retirada de linha dá lugar a novos e mais modernos produtos com mais e atualizados benefícios. Nesse caso, ao analisar o Ciclo de Vida, é possível determinar um ponto final para sua produção, desenvolvendo, em paralelo, alternativas e evoluções de produtos que mantêm ou ampliam a participação de mercado. A indústria de hardware mantém a prática de substituir gerações de computadores, mesmo sabendo que haveria a possibilidade de preservá-la por mais tempo. Nesse caso, a cada nova geração de processadores a seguinte começa a ser desenvolvida e a retirada do mercado daquela que foi lançada já tem data determinada. Esse processo se chama obsolescência programada. Especificamente sobre o lançamento de produtos, para cada tipo de produto existe um tipo de lançamento, que leva em consideração o tipo de público, promoção e características que recomendam um ou outro caso. Para facilitar o estudo, resumimos essas técnicas nos quadros a seguir: Skimming2 de mercado: Skimming rápido Lançamento a preço alto e com muita promoção Grande parte do mercado potencial não conhece o produto ou está disposta a pagar. Funciona quando a concorrência é potencial e a marca ou o produto têm distinção. Skimming lento Preço alto e pouca promoção Mercado é pequeno, grande parte conhece o produto, os compradores estão dispostos a pagar um preço alto e a concorrência não é significativa. A técnica de Skimming é indicada sempre que o mercado demonstrar mais interesse no produto ao na marca, do que a empresa está preparada para entregar. 2 Do inglês, “desnatando”. O ato de desnatar o mercado aproveitando a avidez com que consumidores querem o produto. Por exemplo, novos lançamentos da Apple que levam filas de horas às portas dos pontos de venda. 5 Penetração de mercado Já na penetração de mercado, a demanda pode ser atendida plenamente pela empresa e a demanda depende de estímulos como promoções, publicidade ou ainda setores cujo ciclo de vida é mais rápido, como o setor de moda, por exemplo. Penetração rápida Preço baixo e altíssima promoção Mercado é grande e não conhece o produto. A maioria dos compradores é muito sensível a preço. A concorrência é acirrada. Os custos de produção caem substancialmente com o aumento da quantidade. Penetração lenta Preço baixo Pouca promoção Mercado é grande, conhece muito bem o produto, é sensível a preço e há alguma concorrência potencial. 6 2. A ANÁLISE SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) Também chamada em português, de FOFA (Forças, Fraquezas, Oportunidades, Ameaças), é a base para o planejamento estratégico de uma empresa e também é utilizada para direcionar a área de marketing em suas atuações em relação ao composto de marketing (produto, preço, praça e promoção) ou mesmo para algum contexto em especial. As ameaças e oportunidades são relativas ao macroambiente (aspectos que irão impactar todo o mercado – tanto a empresa como seus concorrentes também) e as potencialidades e fraquezas têm o enfoque no microambiente (análise de todos os setores da empresa em comparação com os seus concorrentes como marketing, finanças e produção em relação ao seu desempenho e importância para o mercado). Oportunidades são fatores externos que se transformam alavancas quando a empresa pode lucrar ao atender as necessidades dos consumidores de um determinado segmento, a partir de um movimento externo ou tendência recente. Elas são analisadas de acordo com sua atratividade e probabilidade de sucesso. Ameaças são um desafio imposto por uma tendência ou movimento desfavorável que levaria, na ausência de uma ação de marketing defensiva, à deterioração das vendas ou dos lucros. Elas devem ser medidas de acordo com sua gravidade e probabilidade de ocorrência. Forças (ou pontos fortes): são atributos internos da empresa que podem levá- la ao sucesso dentro de uma determinada condição de mercado. Normalmente estão vinculados a recursos disponíveis ou know-how detido pela empresa que podem ser convertidos em vantagem competitiva relevante. Fraquezas (ou pontos fracos): deficiências internas ou do entorno que podem impedir a materialização do planejamento da empresa e que podem ser gerenciados ou contingenciados para impedir perdas de mercado. Fonte: https://www.treasy.com.br/blog/matriz-swot-analise-swot-matriz-fofa/. 7 Este processo analítico se desdobra em avaliar as forças e fraquezas, verificar como podem ser equiparadas as forças e oportunidades e transformaras fraquezas em forças. As empresas podem (e devem) converter fraquezas em forças e mesmo em capacidades, ao investir estrategicamente em áreas-chave como o desenvolvimento de novos produtos/mercados, fornecedores de matéria-prima, análise de localização etc. Da mesma forma, ameaças podem, frequentemente, ser transformadas em oportunidades, se os recursos corretos estiverem disponíveis. Essa ferramenta esclarece os pontos mais importantes da vida da empresa em seu mercado e colabora para uma melhor base para as decisões de alocação de recursos. Aquelas fraquezas e ameaças que não podem ser transformadas serão desqualificadas, pois podem tornar-se limitações. Essas limitações se tornarão óbvias e significativas para os consumidores e outros grupos que interagem com a empresa. Como forma de não se tornarem tão visíveis perante o cliente, as limitações devem ser minimizadas ou evitadas. Esse processo é chamado contingenciamento de fraquezas e sempre deve fazer parte da análise. Em outras palavras, não se pode “varrer a sujeira para debaixo do tapete”, mas, em vez disso, tornar toda a empresa ciente desses pontos fracos. A partir do momento em que a análise SWOT está clara para a empresa, pode- se traçar os objetivos para o período de planejamento. Eles devem atender a quatro critérios efetivos que fiquem claros a todos os que tiverem acesso ou dependerem deste planejamento: Hierarquia – Do mais para o menos importante; dos amplos para os específicos; da empresa para departamentos, para áreas e para pessoas Quantificação – Quanto preciso, em quanto tempo? Ex.: aumentar a participação de mercado para 32% em um ano. Realidade – Deve surgir de análise criteriosa e não de anseios e desejos de quem está realizado o planejamento. Consistência – Não é possível maximizar as vendas e os lucros simultaneamente, por exemplo (KOTLER, 2000). A análise SWOT pode ser desenvolvida para uma empresa inteira, um departamento, uma determinada linha de produtos, ou algum ponto específico que mereça ser analisado. No entanto, é importante realizar a análise com fontes primárias e secundárias de informação e utilizando critérios absolutamente realistas e não tendenciosos. A não observância desses critérios, pode levar a conclusões equivocadas e que podem, no médio prazo, ser destrutivas para aqueles que as levarem em consideração. Outro ponto relevante de análise é que devem ser considerados, em todos os quadrantes, fatores relevantes que, se não existentes, tenham uma razoável chance de ocorrência. Um dos erros mais comuns no uso dessa ferramenta é a atribuição de possibilidades irreais que só atrapalham a efetivação da análise. Por exemplo, considerar como ameaça, questões climáticas severas em áreas que nunca foram vítimas de intempéries, ou uma mudança drástica na ordem econômica mundial, sem que haja indícios dessa tendência. 8 Análise SWOT – Exemplo de uma empresa do setor de calçados Oportunidades Ameaças Consumidores estão procurando por bons produtos. Consumidores com pouco tempo. Maior número de mulheres. maduras no Brasil Consumidores sensíveis a preço. Economia em crise. Grupos ativistas atuando contrariamente ao couro e produtos animais. Forças Fraquezas Reputação por qualidade. Produtos excelentes. Alto investimento em produto. Bom nível de repetição de compra. Catálogo excelente. Baixo investimento em marketing. A promoção destaca as características e não os benefícios do produto. Concorrência mais agressiva em preços. Quando estamos analisando o papel de marketing em uma empresa, temos como enfoque dois olhares: o que é controlável pela empresa (microambiente) e o que é incontrolável (macroambiente). O macroambiente analisa as variáveis externas à empresa que influenciam o mercado como um todo – tanto na empresa como em seus concorrentes. Para a análise do macroambiente, tomamos como base as seguintes variáveis: – Demográfica; – Sociocultural; – Econômica; – Tecnológica; – Político-legal; – Natural. 9 No microambiente, analisamos os diversos aspectos da empresa em relação à sua concorrência, ou seja, é o ambiente competitivo em que temos algumas variáveis a ser analisadas: - Concorrência; - Diferenciais competitivos dos produtos; - Distribuição / vendas; - Preços / remuneração; - Comunicação; - Recursos financeiros, humanos e de materiais; - Processos internos. Definimos o ambiente de marketing como “conjunto de forças circunstanciais à empresa que podem influir em suas decisões mercadológicas. Essas forças, muitas vezes imprevisíveis, podem representar ameaças e oportunidades à organização” (YANAZE, 2006, p. 189). Os fatores do macro ou microambiente podem causar impactos tanto positivos como negativos em sua trajetória para a obtenção de suas metas e objetivos. Compete ao marketing monitorá-los de forma a corrigir possíveis rotas para que a empresa tenha uma melhor atuação no mercado em relação aos seus competidores. Ao analisar os fatores, faz-se necessário ter como foco o quanto um fator poderá influenciar ou não a rota de sua empresa. Veja a descrição de cada variável: Demográfico: dados referentes à população. Podem ser consideradas, por exemplo, o tamanho e a taxa de crescimento da população em diferentes cidades, regiões e nações, distribuição e concentração etária e composto étnico, níveis educacionais, variações no número de casamentos e de filhos de uma determinada população etc. Sociocultural: envolvem aspectos relativos ao comportamento das pessoas, tendências e mudanças de hábitos, valores e crenças nos segmentos de interesse, valores culturais, influência das religiões, estilo de vida etc. Econômico: medidas econômicas que interferem no setor em análise, taxas de crescimento do país e do setor, poder aquisitivo do público de interesse e de que forma tais medidas econômicas poderão interferir nesse público, variáveis econômicas internacionais, se interferirem no negócio e nas metas a ser propostas. Tecnológico: quais são as tecnologias disponíveis para a produção e/ou prestação de serviços, quais as tendências em relação às novas tecnologias e como estão se desenvolvendo, tecnologias de produção para produtos concorrentes ou substitutos, quais equipamentos ou tecnologias em desenvolvimento para o serviço de compra e venda (via mobile, vending machines, realidade virtual etc.) Político-legal: políticas estabelecidas nos níveis internacional, federal, estadual e municipal que afetam o segmento de atuação da empresa e suas atividades, relações estabelecidas com os órgãos de governo, leis de proteção ao consumidor, leis que regem o setor nos diversos níveis de atuação (financeira, liberação de atuação, concorrência desleal, confiabilidade do produto, proteção ambiental, uso de embalagens e/ou rótulos etc.), questões governamentais em relação ao meio ambiente. 10 Natural: aspectos ambientais que interferem na obtenção de matéria-prima, custos elevados de energia e o desenvolvimento de fontes alternativas para obtenção de energia, aspectos relativos aos riscos de poluição ambiental para descarte de produtos e embalagens. Em relação aos aspectos microambientais, precisamos avaliar e entender como as entidades que interagem com a empresa afetam positiva ou negativamente sua atuação e, também, analisar suas variáveis operacionais e competitivas (YANAZE, 2006). Em relação aos aspectos operacionais e competitivos, a análise é feita comparativamente aos principais concorrentes da empresa, em relação à capacidade produtiva, os diferenciais competitivos dos produtos, capacidade de distribuição / vendas, preços praticados / remuneração em relação à expectativa do cliente, esforços e investimento de comunicação, recursos financeiros, humanos (capacidade técnica dos colaboradores) e de materiais, os processos internos de forma a criaruma fácil comunicação entre os colaboradores para resolução de problemas, desenvolvimento de serviços e produtos e atendimento ao cliente. 11 3. MATRIZ DE PORTER Os fatores determinantes para a competitividade de uma organização estão baseados no processo e busca constante de inovação estratégica e na criação de vantagem competitiva entre as empresas do setor. Consequentemente, a empresa obterá lucros acima de seus concorrentes e na medida em que estes lucros são obtidos, ela poderá ter maior capacidade de investimentos em inovação e estratégias para competir neste ambiente. Michael Porter defende que “o estado da competição num setor depende de cinco forças básicas” (PORTER, 1999) que o mercado convencionou chamar de “As cinco forças de Porter”: Fonte: PORTER, Michael E. Estratégia competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1986. p. 23. As cinco forças citadas são: Ameaça de entrantes potenciais: com novas empresas entrando no setor para competir, os preços são puxados para baixo como estratégia das empresas atuantes manterem sua participação de mercado, os custos são inflacionados, em virtude de aumento de compra de matéria-prima, possibilidade de negociação especial junto aos canais de distribuição e a capacidade de absorção dos novos concorrentes. Rivalidade entre empresas: a competição entre as empresas será maior se houver muitos concorrentes e sua atuação for equilibrada, se houver um crescimento lento da indústria e custos fixos ou de armazenamento forem altos, se o crescimento da capacidade só ocorrer em grandes incrementos ou se os concorrentes tiverem objetivos e grandes interesses no segmento. Neste caso, o mercado não se torna atraente, principalmente se as barreiras de saída forem altas. Ameaça de produtos substitutos: quando houver produtos de outras indústrias que satisfaçam a mesma necessidade ou desempenham a mesma função que os produtos da indústria em questão. A existência de produtos substitutos faz 12 reduzir a rentabilidade como um todo, limitando os preços e lucros do segmento. Poderá tornar-se mais perigoso se tiverem melhor competitividade quanto a preços, se trouxerem inovações tecnológicas e apresentarem vantagens quanto a custos e qualidade. Poder de barganha dos fornecedores: são mais poderosos quando concentrados e vendem para compradores pulverizados; quando são exclusivos ou diferenciados, não concorrem contra produtos substitutos e conseguem criar custos de mudança (custos fixos ao trocar de fornecedor); quando a indústria não é um cliente importante para os fornecedores e o produto destes é um insumo importante para negócio dos compradores; ou quando os fornecedores são uma ameaça concreta de integração para frente na cadeia produtiva (ao realizar grande parte do processo produtivo). As ações estratégicas para diminuir o poder de barganha dos fornecedores são: Dispersar compras; evitar custos fixos de mudança de fornecimento; identificar e desenvolver fontes alternativas de suprimento; promover padronização do que está sendo fornecido ou então, criar ameaça de integração para trás ou realizá-la parcialmente, assumindo parte do processo deste fornecimento. Poder de barganha dos compradores: o nível de poder dos compradores aumenta quando eles são concentrados e compram grandes volumes em relação às vendas do vendedor; quando os produtos são componentes que representam parcela significativa dos seus custos ou compras; quando os produtos ofertados são padronizados ou sem diferenciação ou não são importantes para a qualidade dos produtos/serviços dos compradores; quando os compradores possuem argumentação e bom nível de informações técnicas; quando seus lucros são baixos e, consequentemente, necessitam otimizar suas compras; quando enfrentam custos baixos de mudança ou são uma ameaça concreta de integração para trás. As ações estratégicas para diminuir o poder de barganha dos compradores são: dispersar as vendas sem concentrar em poucos compradores, criar diferenciação no produto ou serviço, criar custos de mudança (via diferenciação) ou então criar ameaça de integração para frente ou realizá-la parcialmente, assumindo o papel deste comprador. Para definir concorrência, pode-se utilizar de duas estratégias – do ponto de vista do cliente ou de grupos estratégicos. Do ponto de vista do cliente, levamos em consideração também os produtos substitutos, ou seja, o que o cliente compraria no lugar do seu produto? Ou que produtos ele utilizaria para cumprir os mesmos fins específicos? Em relação aos grupos estratégicos, verificamos a similaridade entre empresas como tamanho, participações de mercado próximas, grau de diversificação de produto, canais de distribuição utilizados e estratégias de preço similares. Segundo Mitsuru (YANAZE, 2006), existem quatro tipos de reações às estratégias dos concorrentes: 1) Concorrentes cautelosos ou omissos: quando a empresa não costuma reagir aos ataques por acreditar no grau de lealdade de seus clientes ou por não ter capacidade de investimento para combater seus concorrentes. 2) Concorrente seletivo: este tipo de empresa escolhe com quem vai brigar – normalmente escolhe aqueles que estão tomando o espaço das vantagens competitivas que já obteve ou quando seus concorrentes estão se posicionando acima de seus pontos fortes. 13 3) Concorrente arrojado: reage com firmeza e rapidez a qualquer ataque feito. 4) Concorrente imprevisível: não tem padrão de atuação e pode agir conforme um dos 3 apontados anteriormente. O segmento terá maior ameaça dependendo principalmente das suas barreiras de entrada e, em um segundo momento, das barreiras de saída. Barreiras de entrada são definidas de acordo com economias de escala possíveis na produção, marketing e serviços; diferenciação do produto e lealdade à marca por parte dos clientes, necessidades de capital para investimentos em marketing, produção, geração de crédito, instalações; custos de aprendizagem – as empresas do setor, ao longo do tempo de sua atuação, vão conquistando maturidade em relação às escolhas de melhor matéria-prima, investimentos, obtenção de subsídios governamentais, patentes adquiridas; acesso aos canais de distribuição – os mais antigos já possuem um nível de relacionamento e credibilidade adquirida; política governamental – o governo, por meio das exigências de licença prévia e regulamentação de alguns setores, poderá limitar o acesso ao segmento. Barreiras de saída são definidas a partir da quantidade de ativos especializados que a empresa dispõe e dos custos fixos para a saída do mercado, das inter-relações estratégicas que a empresa tiver que impedem sua saída imediata, das restrições governamentais e sociais impostas, além das barreiras emocionais e da ligação que o negócio tem com seu gestor. Barreiras de entrada alta significam que o setor tem pouca entrada de novos competidores, o que não acontece quando as barreiras são baixas. Já quando as barreiras de saída são altas, o segmento torna-se mais competitivo, pois mesmo em fracos desempenhos, as empresas continuam atuando no setor, em razão das dificuldades para saírem do mercado. Então: - Altas barreiras de entrada e pequenas barreiras de saída – atraente – poucas empresas entram e as que não conseguiram resultado, saem. - Altas barreiras de entrada e altas barreiras de saída – o mercado é protegido em relação à entrada de novas empresas, consequentemente o lucro é alto, porém é um mercado de alto risco, pois mesmo as empresas que não conseguem obter lucro continuam no setor. - Baixas barreiras de entrada e baixas barreiras de saída – significa que as empresas entram e saem facilmente, fazendo com que os retornos permaneçam estáveis e baixos. - Baixas barreiras de entrada e altas barreiras de saída – nesse caso as empresas entram em períodos de grande atratividade para o setor, porém não conseguem sair facilmente – o que resulta em retornosbaixos e arriscados. 14 Veja um exemplo de análise sobre a GOL e o setor de aviação comercial brasileiro, utilizando a matriz de Porter. Case Matriz de Porter - O case da GOL Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/plano-estrategico-de-marketing-o-case- de-sucesso-da-gol/57751/ As cinco forças de Porter para o setor de aviação comercial brasileiro. As cinco forças de Porter são: 1. Ameaça de Novos Entrantes: Uma Indústria é afetada pela entrada de novos entrantes uma vez que pode causar a queda dos preços, aumento nos custos e consequente diminuição da rentabilidade. No caso da indústria aérea, existem inúmeras barreiras para esta entrada, pois, há a necessidade de um grande investimento de capital para aquisição dos equipamentos básicos para o início de qualquer operação aérea. Esta seria uma das principais barreiras. Existe também a dificuldade de concorrer com marcas já consolidadas como a TAM, o ramo aéreo já possui grandes e boas empresas para atender seus consumidores. Ao ingressar nesta indústria, a nova empresa teria dificuldades em acessar os canais de distribuição. Além disso, o segmento aéreo apresenta uma série de normas governamentais às quais as empresas precisam se adequar. 2. Poder de Barganha dos fornecedores: Um fornecedor de combustível de aéreo pode limitar a oferta com base na pouca demanda e na dificuldade em obter outros fornecedores desta matéria-prima, com isso, o mercado de aviação sofre com a valorização do petróleo, ou com dificuldades na refinação deste insumo essencial para a operação das aeronaves. 15 3. Poder de Barganha dos compradores: Há um desafio constate das atuais companhias aéreas de se diferenciar das demais oferecendo o melhor serviço, com maior agilidade e menor burocracia. Isso permite uma redução do poder de barganha dos compradores, uma vez que não encontrarão uma oferta personalizada no mercado. Devido ao baixo número de concorrentes os compradores não possuem poder de negociação. 4. Ameaça de Produtos Substitutos: Esta é uma grande ameaça ao ramo aéreo justamente por não ser a opção mais barata. Dependendo da urgência, distância, dentre outros, pode-se optar outro meio de transporte como o navio, o trem, o carro e até o ônibus. Outro fator é que o custo de todas estas outras opções é menor. 5. Intensidade de Rivalidade: Em suma, o setor brasileiro de aviação, por ser concentrado em poucas empresas como Latam, Gol, Azul, Avianca, é um setor onde a rivalidade ocorre de maneira branda. Há diferenciação nos serviços oferecidos, nos horários disponíveis de voos e nas rotas, o que justifica as diferenças nos preços das passagens aéreas cobradas por essas empresas. 16 4. A MATRIZ BCG Após uma boa análise feita a partir das “cinco forças de Porter”, será preciso complementá-la entendendo como está a empresa, a linha de produtos ou produto e o serviço específico, a partir da análise em relação ao mercado atual. Uma das mais conhecidas e mais empregadas metodologias para isso é a do Boston Consulting Group (BCG) que classifica cada negócio em função da taxa de crescimento do mercado desse negócio e de sua posição no mercado em relação aos seus concorrentes. Dependendo do quadrante em que o negócio esteja situado, ele receberá uma denominação: 1. Pontos de Interrogação (ou dúvida): são negócios que operam em mercados de alto crescimento, mas têm baixas participações relativas. Típico de negócios novos em que já há líderes estabelecidos. Exigem investimentos altos para alcançar a liderança (tornar-se uma “Estrela”). Se a participação de mercado não conseguir ser ampliada e o mercado passar a crescer pouco, o negócio vira um “Animal de Estimação”. 2. Estrelas: quando o produto “Ponto de Interrogação” é bem-sucedido, se torna Estrela. Nessa situação, o mercado cresce muito e o negócio tem de acompanhar essa evolução (por meio de investimentos) para não perder a liderança. 3. Vacas Leiteiras: estes negócios geram muito caixa e sustentam a empresa e outros negócios nascentes ou com problemas. Não há muitos investimentos a fazer porque a taxa de crescimento do mercado é baixa e a empresa já é líder. 4. Animal de Estimação (também chamado Abacaxi): são negócios com pequena participação, em mercados que não crescem muito. Muitas vezes são mantidos por razões “sentimentais”. Devem ser avaliados se serão mantidos ou encerrados. 17 Estratégias principais decorrentes da matriz BCG: A matriz BCG permite a formulação de estratégias para investimento em produtos. As seguintes estratégias principais são decorrentes da análise da matriz BCG: a) Construir ou criar participação de mercado: Uma das estratégias é a construção ou criação de participação de mercado. Essa estratégia é aplicada aos produtos ou negócios classificados como Pontos de Interrogação, os quais idealmente irão crescer para futuramente se transformarem em Estrelas e mais tarde em geradores de caixa. A estratégia de construção também é aplicada aos produtos Estrela. Tanto no caso dos Pontos de Interrogação quanto dos Estrela, os investimentos são orientados para marketing, desenvolvimento de novos produtos e fábricas. b) Manter a participação de mercado: Essa estratégia é aplicada aos produtos Vacas Leiteiras, os quais são administrados com vistas na manutenção de sua participação de mercado. Manter uma alta participação de mercado gera mais dinheiro do que criar a participação. Dessa forma, os recursos oferecidos pelos produtos Vacas Leiteiras podem ser utilizados para investir nos Pontos de Interrogação e nos produtos Estrela que sejam promissores, isto é, que apresentam potencial de crescimento. c) Colher os lucros: Ou seja, extrair dinheiro do produto, o máximo possível, o que implica, normalmente, permitir-se a redução da participação de mercado. O dinheiro obtido através dessa estratégia é utilizado para investimento em Pontos de Interrogação e Estrelas promissores. Geralmente essa estratégia é aplicada aos Animais de Estimação, aos Pontos de Interrogação e até mesmo aos Vacas Leiteiras que não são promissores, ou seja, que não apresentam potencial de estabilidade ou de crescimento. d) Desinvestir: O desinvestimento de um produto ou de uma unidade de negócio significa a venda, a interrupção de produção ou mesmo o fechamento do negócio. Quando ocorre através de venda, normalmente gera dinheiro para a empresa. Esse processo também detém o escoamento de dinheiro causado por prejuízo ou investimento. Essa estratégia é aplicada a Animais de Estimação ou Pontos de Interrogação que não são minimamente promissores. O dinheiro conseguido é redistribuído para Estrelas e Pontos de Interrogação que podem vir a se tornar Estrelas. Dentro da Matriz BCG, há ainda um circuito de mudanças possíveis de quadrante, à medida em que as estratégias para cada um dos produtos de cada quadrante sejam aplicadas e surtam os efeitos adequados. A posição natural de lançamento de um produto é no quadrante Ponto de Interrogação, que alguns autores também chamam de quadrante de apostas. Ao ser lançado nesse quadrante, um produto tem apenas dois caminhos a seguir. Ou ele se transforma em Estrela ou em Animal de Estimação, caso os planos não sejam alcançados. Por outro lado, apenas um produto Estrela se tornará eventualmente em uma Vaca Leiteira, no momento em que ele atingir seu nível de estabilização na exploração 18 do mercado. Entretanto, se esse produto atingir seu nível de estabilização, ou de regime normal de vendas, antes dos volumes planejados que remunerariam os investimentos feitos para seu lançamento, ele pode migrar direto de Estrela para Animal de Estimação. No primeiro caso, em que um produto recém-lançado passa direto para o quadrante de Animal de Estimação, isto é, não atingiu seu nível de crescimento, apesar dos investimentos em comunicação e esforços de vendas, recomenda-sefazer modificações que reduzam seus custos de produção e facilitem sua distribuição, minimizando assim as perdas em função dos custos de lançamento. Por outro lado, se esse produto chegou a ser um Estrela, é de se supor que haja ainda mercado para ele em grandes volumes desde que ajustes possam ser feitos em sua estrutura ou modelo de comunicação. Nesse caso, recomenda-se o emprego de pesquisas de mercado e testes de produto para verificar todas as possibilidades de modificação e ajustes que ele possa receber para fazê-lo voltar a ser rentável. De um modo geral, no entanto, se os custos de desenvolvimento e produção não foram tão elevados ou se o ciclo de vida de produto é intencionalmente curto, vale a pena reduzir ao máximo os investimentos, já que a chance de perder recursos é grande e esse tipo de mercado, como o de moda por exemplo, tem como característica os testes com vários tipos e modelos de produtos até que um produto de sucesso possa compensar os investimentos realizados nele e nos produtos fracassados. 19 5. VANTAGEM COMPETITIVA O conceito de vantagem competitiva foi concebido por Michael Porter. As empresas podem conseguir desenvolver uma vantagem competitiva perante seus concorrentes com base na combinação de vários fatores, como qualidade, velocidade de produção, segurança, projetos inovadores e confiabilidade, além de baixo custo e baixo preço. A chave para o sucesso no cumprimento das metas e objetivos da empresa depende de sua habilidade em transformar suas principais forças em capacidades, equiparadas às oportunidades do ambiente de marketing. As capacidades podem tornar-se vantagens competitivas, se proporcionarem maior valor para os consumidores do que as ofertas dos concorrentes. O desafio do gestor é administrar as capacidades reais da empresa em relação ao que seus clientes percebem. A partir da análise das cinco forças genéricas de Michael Porter, já vistas no item 9, podemos desenvolver estratégias para que a empresa tenha vantagens perante seus concorrentes. Abaixo, as estratégias propostas por Porter: Vamos analisar cada quadrante: Estratégia de diferenciação consiste em estabelecer um conjunto de diferenças significativas, percebidas pelo consumidor, em relação a todos os concorrentes. A diferenciação pode ser em: a) Produto: forma, desempenho, características, padrão, design, facilidade de manutenção, durabilidade, confiabilidade; b) Serviços – facilidade de pedido, rapidez de atendimento e entrega, instalações, treinamento, orientação ao cliente, serviços diversos oferecidos; 20 c) Pessoas: competência, cortesia, credibilidade, prontidão, confiabilidade, comunicação; d) Canal: cobertura, experiência, desempenho, especialidade; e) Imagem: símbolos, personalidade, mídia. Normalmente relacionadas à causas que a marca abraça para se alinhar com seus próprios valores e um grupo ou grupos específicos de públicos-alvo. Liderança em custo: os custos são decorrentes dos processos internos para produção, venda, comunicação e entrega dos produtos e serviços e as vantagens de custo resultam do desenvolvimento encadeado destes processos de maneira mais eficiente do que a concorrência (PORTER, 1999). Compete à empresa adquirir uma eficiência operacional pela escolha adequada da matéria-prima, da redução de erros e descarte de produtos, melhoria na comunicação e motivação da equipe, gerando um processo de gestão em qualidade total. Tanto a estratégia de liderança em custo total como a de diferenciação dependem da cadeia de valores estabelecida pela empresa, em que as atividades de apoio dão suporte às atividades principais para o desenvolvimento de suas melhorias internas. Por exemplo, para desenvolver um serviço, a empresa necessita de treinamento de pessoal, tecnologia adequada e produtos que agreguem valor ao que está sendo desenvolvido. A ideia é entender quais são os fatores-chave críticos de sucesso que interferem no processo de entrega do produto ou serviço ao cliente de forma a gerar diferenciação e/ou liderança em custo. Estratégia de foco: nessa estratégia, a empresa escolhe um segmento específico para atuar e atender as necessidades de um determinado grupo de consumidores. A escolha de uma estratégia deve ser feita com critério para evitar possíveis riscos – a escolha da liderança em custos não exclui o fato de poder se diferenciar, gerando um maior valor agregado e percebido. Em contrapartida, quando se escolhe a diferenciação, é necessário ficar atento aos custos que essa estratégia pode requerer. Isso não quer dizer que se deva ficar no meio-termo, o que só irá gerar uma percepção errônea por parte do cliente. No caso da estratégia de foco, é preciso levantar o potencial de mercado e demanda que esse segmento propiciará, para que a escolha seja vantajosa economicamente. Em muitos casos, não basta escolher um determinado modelo de obtenção de vantagem competitiva. Com o acirramento da competição e o nível de exigência dos mercados cada vez maior, a obtenção da vantagem competitiva pode se dar na soma de uma série elementos que sozinhos não são fortes o suficiente, mas que em conjunto podem efetivamente fazer toda a diferença. Um dos quesitos mais falados e ao mesmo tempo menos contemplados pelas análises estratégicas, por exemplo, é o atendimento. Em todos os ramos de atividade econômica, do mercado corporativo de bens de capital à venda porta a porta, ele é fundamental para o sucesso no mercado. No entanto, ele acaba por ser negligenciado em função de padrões muito baixos de exigência ou pouco ou nenhum cuidado no treinamento das equipes que devem se relacionar com o público ou com os fornecedores. 21 Todas as ações planejadas precisam superar as barreiras do papel, das telas de computador e das apresentações em PowerPoint e baixar ao terreno onde a batalha pela preferência do consumidor toma lugar. Dentro da cadeia de valor proposta por Porter (1996), alguns elementos se destacam como potenciais geradores da vantagem competitiva buscada pelas empresas: Cada uma das cinco atividades principais ou dos quatro grandes eixos de apoio na atividade de uma empresa podem se constituir num pilar de vantagem competitiva. Atuando sozinhas ou preferencialmente em conjunto, essas atividades contribuem para alimentar o sucesso ou em muitas vezes o fracasso de uma operação ou de uma empresa. Considerando que já definimos o produto ou serviço a ser entregue ao cliente, como cada uma dessas atividades pode influenciar no resultado final que a empresa pode obter: Logística interna: a partir do momento em que a empresa inicia a produção, há um conjunto de atividades que tem de ser orquestradas para garantir que todos os itens necessários estejam disponíveis para a produção. Técnicas como o kanban e o just-in-time auxiliam na organização e controle dos vários itens que precisam ser administrados durante a produção. Uma falha ou a falta de controles específicos nessa área pode trazer perdas importantes para a empresa, tanto do ponto de vista financeiro como do ponto de vista mercadológico. Operações produtivas: aqui são analisadas todas as operações internas para redução de custos e otimização da produção. Cada vez que podemos manter as características do produto e fabricá-lo mais rápido, mais barato ou com novos atributos para o cliente, damos um passo em direção à vantagem competitiva. Logística externa: se na logística interna o desafio era manter a produção sem atrasos e sem estoques parados ou em processos, o que aumenta o custo da produção, agora na logística externa trata-se de aplicar o mesmo conceito a distribuidores, atacadistas, varejistas e consumidores finais. Não encontrar o produto 22 que se procura, em muitos casos, enseja a compra com um concorrente similar e, consequentemente, a comparação da experiência do cliente em relação ao produto não encontrado. Além disso,os canais intermediários não costumam compreender as falhas e atrasos de entrega, resultando em ruídos na relação comercial e até na perda definitiva do canal. Marketing e vendas: todo o esforço em se planejar um produto que atenda às expectativas do cliente, no momento adequado, com o preço que o cliente está disposto a pagar, deve orientar toda a empresa para um foco único na solução dessa equação. Não é fácil juntar esses elementos e gerar à satisfação do cliente e quando isso é obtido, tem-se uma vantagem competitiva que dificilmente pode ser suplantada. Por outro lado, ter tudo isso sem que o produto esteja disponível para o cliente também vai gerar frustração e perdas de receita. Nesse ponto, o papel de vendas é fundamental para que o produto seja comprado pelo preço correto, chegue no tempo adequado e receba o tratamento de exposição e merchandising3 necessários à maximização de seu giro no estoque do varejo. Serviços: modernamente, a prestação de serviços associada à comercialização dos produtos tem se tornado cada vez mais preponderante na decisão de compra do consumidor. As redes sociais e o mundo digital abriram um canal de comunicação a consumidores que cada vez mais podem se manifestar e ser ouvidos mais rapidamente. Hoje é cada vez mais natural que, antes de uma compra, um consumidor vá a internet e pesquise tudo sobre o produto que quer, seu fabricante, as reclamações e opiniões de outros consumidores sobre os produtos desejados. A velocidade da empresa em atender a essas demandas é decisiva no momento da recompra. Desse modo, a prestação de serviços por si só assume também papel importante na formulação da vantagem competitiva da empresa. Essas cinco atividades são apoiadas totalmente em capacidades que a empresa tem de apoiar as necessidades de produção, logística e comercialização para que elas possam ser entregues dentro do nível de serviço esperado. Essas capacidades, que atendem transversalmente as atividades-chave, descritas por Porter, também se constituem em si mesmas fatores-chave de sucesso para cada uma dessas outras capacidades: infraestrutura, tecnologia, recursos humanos e suprimentos. A empresa tem de redobrar seus esforços e propor os melhores meios para que as atividades-fim sejam realizadas com o máximo de eficácia. Entretanto, todos esses esforços serão inúteis se não estiverem reunidos em torno dos mesmos objetivos e cientes da importância de cada um para o sucesso da empresa. Nesse aspecto, não há área mais importante do que outra, já que o sucesso só acontecerá se todas essas áreas e as demais da empresa trabalharem harmonicamente, conhecendo sua missão, alinhada com seus valores e compartilhando da mesma visão de futuro. 3 Neste sentido, Merchandising se refere aos conceitos de exibitécnica que orientam a correta apresentação do produto para torná-lo atraente aos olhos de seu consumidor. 23 6. REFERÊNCIAS BHAT, Suboth; REDDY, Srinivas K. Symbolic and functional positioning of brands. Journal of Consumer Marketing. MCB University Press, v. 15, n. 1, p. 32-43, 1998. BLANKSON, Charles.; KALAFATIS, Stavros. Toward a composite strategic positioning model. In: Academy of Marketing Science Tenth Biennial World Marketing Congress Conference, 2001, Cardiff. CLANCY, Kevin J. Whatever happened to positioning? 14 Aug. 2001, Newton. ETZEL, M. J.; WALKER, B. J.; STANTON, W. J. MARKETING. 11ª. ed. São Paulo: Makron Books, 2001. FURRIER, M. T.; SERRALVO F. A. 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