Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DOENÇAS PARASITÁRIAS **Gênero Cnemidocoptes É o único gênero escavador de aves domésticas, sendo semelhante ao sarcoptes em muitos aspectos. Hospedeiros: aves domésticas e ornamentais Espécies e hospedeiros Cnemidocoptes mutans: galináceos C. gallinae: galináceos C. jamaicensis: canários C. pilae: periquitos. Epidemiologia e patogenia Nas aves domésticas K. mutans acomete a pele sob as escamas da pata, fazendo com que se soltem e se elevem, resultando num aspecto áspero dos membros e em dedos usualmente lisos. Podem ser evidentes claudicações e deformidade das patas e garras. K galinae, responsável pela “sarna deplumante” faz escavações nas hastes das penas, e a dor e a irritação intensas obrigam a ave a arrancar as penas do corpo. K. pilae é observado mais frequentemente em periquitos australianos por causa de sua popularidade Ciclo biológico *As fêmeas, que são ovovivíparas, não produzem galerias, como fazem as do gênero Sarcoptes; permanecem sedentárias e sua presença determina uma proliferação epidérmica acompanhada de aumento da substância córnea. Essa proliferação é bem marcada nas patas, resultado de um tecido alveolar tomado por numerosas pequenas câmaras, repletas de ácaros em todos os estágios de desenvolvimento. O ácaro invade ativamente a epiderme, danificando-a em direção à derme. Ao mesmo tempo, os bordos da depressão por onde penetrou reagem produzindo uma substância córnea que recobre totalmente a depressão, transformando-a em uma pequena bolsa fechada. No estágio seguinte, as células epidérmicas entram em proliferação, englobando o ácaro. No interior da câmara, o ácaro permanece separado do estrato germinativo da pele por uma fina camada de queratina. Pouco a pouco, a câmara se aprofunda na derme. Todo o desenvolvimento do ácaro se verifica no interior dessas bolsas. A bolsa primitiva dá origem, por meio de um mecanismo semelhante ao brotamento, a uma bolsa secundária, que acaba por se separar da bolsa-mãe *Apenas na fase inicial da invasão das camadas superficiais da epiderme pelo ácaro estabelece-se uma reação inflamatória. Logo que o ácaro se instala mais profundamente na epiderme, a inflamação desaparece e se desenvolve um tecido esponjoso. Importância em Medicina Veterinária e Saúde Pública As aves andam com dificuldade, têm prurido moderado, patas com aspecto engrossado e descamação da pele. Em animais jovens, há deformação das patas. Não tem importância em Saúde Pública. Tratamento Para o tratamento de infestação de aves por ácaros em aves domésticas, os acaricidas mais amplamente utilizados são carbaril ou piretroides sob a forma de pó ou spray, com particular atenção às faces inferiores das asas. Para perna escamosa, as pernas devem ser mergulhadas numa solução acaricida. O tratamento deve ser repetido várias em intervalos de 10 dias. O aviário deve ser totalmente limpo e os poleiros e as caixas de ninho pulverizados com acaricida. **DEMODICIOSE Demodex canis é ácaro comensal da pele de cães que disseca facilmente fora da pele. Sua transmissão ocorre somente durante a fase de aleitamento, nos três primeiros dias de vida, em que os filhotes mantém contato estreito com a mãe. Embora o ácaro esteja presente na pele, em pequeno número, e menos ainda nas glândulas sudoríparas, a interrelação entre a prediposição genética do animal e a ocorrência de imunossupressão, pode favorecer o surgimento de uma dermatose de curso maligno. A proliferação exacerbada de D. canis resulta na demodicidose (demodicose, sarna demodécica, e sarna vermelha), inflamação que pode ser classificada como LOCALIZADA (DL) ou GENERALIZADA (DG), de acordo com a extensão das lesões, curso (benigno ou maligno) e prognóstico. E mais na dependência das manifestações clínicas, pode ainda ser classificada como juvenil ou adulta. Em geral a DL ocorre em animais com menos de um ano, é de curso benigno e pode ter resolução espontânea, sem mesmo tratar. Por outro lado a DG, via de regra, é de curso maligno e nos casos graves ocorre foliculite severa com infecções secundárias e recidivas que dificultam a terapia. Os ácaros deste gênero pertencem a uma família separada, a Demodicidae, e, embora ácaros escavadores, diferem bastante em forma e comportamento dos sarcoptideos. Hospedeiros: todos os mamíferos domésticos e o homem Localização: folículos pilosos e glândulas sebáceas. OBS: há 60% de chance de encontrar esses ácaros quando se faz um procedimento diagnóstico de raspado de pele. → Todos os mamíferos tem (Apresentam diferentes sensibilidades) → Causada pelo Demodex canis à localizado nos folículos pilosos e glândulas sebáceas → Comensais: ciclo 18-24 dias (desenvolvimento na pele → Comensura labial, áreas interdigitais, ocular, em todo o corpo → Quando o sistema imune é competente o ácaro não aparece (LTh1) → Raças predispostas: Pug, dalmata, pinscher, yorkshire, collie, pastor alemão Ciclo evolutivo As espécies de Demodex vivem como comensais na pele da maioria dos mamíferos, sendo excepcionais por sua seletividade em relação a determinadas áreas cutâneas, a saber os folículos pilosos e as glandulas sebáceas. As espécies, em sua maioria, passam todo o ciclo evolutivo nos folículos ou nas glândulas, nos quais ocorrem em grandes quantidades numa característica postura de cabeça para baixo. No animal recém nascido e muito jovem, estes locais tem estrutura simples, porém mais tarde se tornam complexos por protuberâncias. Os ácaros movem-se então nos habitats aumentados, penetrando muito mais profundamente na derme que os sarcoptideos e sendo, portanto, menos acessíveis aos acaricidas de ação superficial. Essa forma de sarna é bem mais documentada no cão, mas a patogenia e a epidemiologia em outros animais sugerem que suas infestações podem ter muito em comum com a demodiciose canina. Sarna demodécica em cães Epidemiologia Provavelmente pela sua localização profunda na derme, é quase impossível a transmissão de Demodex entre animais, a menos que haja o contato prolongado. Na natureza tal contato ocorre apenas durante o aleitamento, e se supõe que a maioria das infecções seja adquirida nas primeiras semanas de vida, sendo a população comensal da pele da cadela transferida para as áreas em contato com o cãozinho. Certamente, é nessas áreas, focinho, face, região periorbital e membros anteriores, que primeiramente aparecem as lesões Patogenia No início da infecção há discreta queda de pêlos da face e dos membros anteriores, seguida por espessamento da pele, e a sarna pode não avançar além das áreas em contato; muitas dessas discretas lesões localizadas desaparecem espontaneamente sem tratamento. Por outro lado, as lesões podem disseminar-se por todo o corpo, e esta demodiciose generalizada pode assumir uma de duas formas: 1. A demodiciose escamosa é a menos grave. É uma reação seca, com pouco eritema mas alopécia difusa, descamação e espessamento da pele. Em alguns casos deste tipo, apenas a face e as patas estão comprometidas. 2. A demodiciose pustular ou folicular constitui a forma grave e se segue à invasão bacteriana das lesões, frequentemente por estafilococos. A pele torna-se enrugada e espessada com muitas pequenas pústulas, das quais fluem soro, pus e sangue, dando a esta forma o nome comum de “sarna vermelha”; os cães acometidos tem odor desagradavel. É necessário tratamento prolongado, e os sobreviventes podem ficar gravemente deformados, de tal modo que os proprietários, especialmente os criadores de raças com pedigree, as vezes solicitam o sacrifício. Uma característica notável de todos os tipos de sarna demodécica é a ausencia de prurido. A patogenia de Demodex é mais complexa que a de outros ácaros de sarnas, porque os fatores imunológicos parecem desempenhar grande papel em sua ocorrencia e gravidade. Supõe-se que certas cadelas transportem um fatos geneticamente transmitido que resulta em imunodeficiência em seus filhotes, tornando-os mais suscetíveis à invasão por ácaros, e observa-se que os filhotes de uma cadela deste tipo com frequência desenvolvem a forma generalizada de sarna demodécicasimultaneamente, mesmo apesar de terem sido criados separadamente. Além disso, supõe-se que o próprio Demodex cause uma imunodeficiencia mediada por células que suprime a resposta normal dos linfócitos T; este defeito desaparece quando os ácaros são erradicados do animal. A sarna demodécica pode irromper quando os cães recebem imunossupressores por outras condições. Diagnóstico Para confirmar o diagnóstico, são necessários raspados profundos para atingir os ácaros no fundo dos folículos e glândulas, e a melhor maneira para se conseguir isto é pegar uma prega cutânea, aplicar uma gota de parafina líquida e raspar até aparecer sangue capilar. Mesmo em cães normais, podem ser encontrados alguns ácaros comensais no material, mas a presença de uma alta proporção de larvas e ninfas indicará uma população rapidamente crescente e, portanto, infecção ativa. A biopsia de pele, para detectar ácaros nos folículos, é usada nos cães gravemente afetados, mas raramente é necessária. No controle da endemicidade da demodiciose, deve-se observar que, como certas cadelas são mais propensas que outras a ter filhotes suscetíveis, pode ser aconselhável descartá-las como reprodutoras. Tratamento Com sua localização profunda na derme, os ácaros não são facilmente acessíveis a acaricidas de uso tópico, sendo, portanto, necessário tratamento repetido, e não devem ser esperados resultados rápidos. Na sarna escamosa localizada, pode-se prever a recuperação em um a dois meses, mas, na forma pustular generalizada, o prognóstico é que a recuperação leve no mínimo tres meses, devendo, portanto, ser reservado. Antes de iniciar o tratamento específico, o cão deve ser submetído a tricotomia, lavado com um xampu anti-seborreico e totalmente enxugado. Dos acaricidas viáveis, os mais amplamente utilizados são o amitraz e o organofosforado citioato. Quando a lesão é discreta e localizada, pode ser tratada com a aplicação local de acaricida e quando a piodermite é grave pode ser necessário antibioticoterapia. Predisposição: → Alterações hormonais → Comprometimento nutricional (fome) → Uso de imunossupressores → Estresse (doenças) → Idade → Demodeciose localizada: 90% ‘’ generalizada: 10% → Abandono Predisposição felina: Siamesa/Birmanesa Hiperadrenocorticismo Diabetes/ felv e fiv Estresse Evidência do controle do ácaro pelo S.I. Indução da doença em animais imunossuprimidos Doença clínica em humanos e animais imunossuprimidos Doença em cepas em animais de laboratório imunossuprimidos Mecanismos patogênicos 1. Ruptura da barreira → Pela superpopulação – destrói o epitélio → Efeitos das proteases presentes na saliva do ácaro → Destruição dos queratinócitos por LT 2. Inflamação → Foliculite mural → Dermatite granulomatosa (ácaros/pelos) Clínica: Eritema, pápulas, pústulas, alopecia, comedões, granulomas Padrão histopatológico: → Ácaros na base folicular – presença de foliculite mural à os ácaros liberam antígenos murais → Prurido: A demodiciose sozinha não causa prurido 3. Hipersensibilidade IV: Linfócitos citotóxicos na parede do folículo CD3+ e CD8+ Clínica: Eritema, pápulas, pústulas, alopecia, prurido 4. Infecções secundárias Foliculite supurativa/furunculose: pseudômonas spp., E. coli, proteus
Compartilhar