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Atendimento Pré-Hospitalar e o Novo Corona Vírus

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Universidade Brasil
Disciplina: APH
Aluno: THIAGO MOTA CRUZ
RA-19119075-0
 “O Atendimento Pré-Hospitalar e o Novo Corona Vírus”
 
 Introdução
O atendimento será feito pelo os profissionais de saúde (Médico, Enfermeiro, Técnico de Enfermagem e Auxiliar) devem usar, em todas as ocasiões: Luva descartável, Máscara, Óculos, Aventais e Protetor Facial.
 O manejo das vias aéreas em pacientes que não conseguem respirar, sendo a maioria com as vias aéreas obstruídas é utilizado pelos profissionais algumas manobras especiais de desobstrução( Manobras de Chin Lift e Jaw Thrust). 
As manobras de desobstrução das vias aéreas consistem em hiperextensão da cabeça, com elevação do mento e tração da mandíbula. Quando os músculos do assoalho da boca e a língua relaxam, esta repousa na parede posterior da orofaringe, causando obstrução.
A manobra de hiperextensão da cabeça com a boca fechada. Com o paciente em decúbito dorsal, o operador se posiciona a seu lado, coloca uma das mãos sobre o pescoço e a outra sobre a fronte. A extensão é obtida com o deslocamento da fronte, posteriormente, e a elevação do pescoço. Como alternativa, há a elevação do mento.
A manobra de tração da mandíbula, obtida com o avanço da mandíbula por meio de uma projeção anteriormente, deslocando também a língua, de tal forma que os incisivos inferiores se posicionem anteriores aos incisivos superiores, produzindo elevação da língua, do palato e da glote. Essa manobra é realizada com o posicionamento do profissional na cabeceira do paciente. Ele coloca os polegares na maxila e os dedos atrás do ângulo da mandíbula, bilateralmente.
Equipamentos utilizados para a liberação das vias e sua manutenção:
Cânula de Guedel ou orofaríngea: A instalação desse dispositivo está contraindicada nas vítimas conscientes. A canulação orofaríngea (COF) deve ser instalada para manter a base da língua em posição que não comprometa a passagem de ar em vítima com nível de consciência rebaixado. A seleção do tamanho adequado para a vítima deve ser estimada pela distância entre a rima labial e o lobo da orelha ou o ângulo da mandíbula. Para inserir a concavidade deve estar voltada para o socorrista (ou seja, voltada para a parte cranial do paciente), ao inserir, quando chegar em um nível de rigidez, deve-se girar a cânula em 180 graus e terminar de coloca-la até que só fique de fora a parte superior da cânula. 
 Aspirador de ponta rígida: destinado para as aspirações de secreções na cavidade oral que obstruem a passagem do oxigênio. 
 Oxigênio portátil: faz parte dos equipamentos ambulatoriais, contendo um fixo e um móvel.
 Colar cervical: usado para imobilização da coluna cervical para o paciente não a obstruir novamente.
 Máscara de Bolso (Pocket Mask): As Máscaras de Bolso possuem válvulas unidirecionais e um filtro acoplável e descartável. O objetivo é proteger o socorrista de substâncias potencialmente infecciosas do paciente.
 Bolsa-Válvula-Máscara – Ambú: Consiste em uma bolsa auto inflável que, quando comprimida, propulsiona seu conteúdo para o paciente através de uma válvula unidirecional e uma máscara facial. A adaptação da máscara facial deve permitir uma ventilação com pressão positiva de 20 cmH2O sem vazamentos significativos. É importante não exceder a pressão de 25 cmH2O para evitar a distensão gástrica, o que aumenta a chance de regurgitação. 
O socorrista tem duas maneiras de segurar a máscara para que não haja o vazamento do ar: Técnica CE - o C com o indicador e o polegar e o com o restante dos dedos fazendo a manobra de abertura das vias aéreas.
Técnica com dois socorristas – realizada a técnica CE com as duas mãos.
Existe equipamentos exclusivos dos médicos que são o Laringoscópio: destinado para a visualização da laringe a fim de realizar o procedimento de colocação de cânulas de intubação endotraqueal. É o instrumento utilizado para se examinar a laringe e permitir a intubação da traqueia. O cabo do laringoscópio contém baterias que alimentam o bulbo situado na ponta da lâmina. As lâminas dos tipos Macintosh e Miller.
 A lâmina de Miller é a mais indicada para intubação dos lactentes, pois estes possuem epiglote mais longa e estreita e com este tipo de lâmina é feita elevação da epiglote por tração direta sob a mesma.
 A lâmina de Macintosh é mais indicada para adultos cuja extremidade distal deve ser posicionada na valécula. 
O laringoscópio deve ser sempre manejado pela mão não dominante (usualmente à esquerda). Com o paciente em posição e a boca aberta, a lâmina do laringoscópio deve ser introduzida pelo lado direito da orofaringe, a língua é então deslocada para esquerda. A ponta da lâmina curva é inserida na valécula, enquanto a ponta da lâmina reta sobre a epiglote. 
A Cânulas de intubação endotraqueal: equipamento que garante a intubação para a ventilação manual ou mecânica garantindo a permeabilidade das vias aéreas devido ao um balonete que sela a traqueia. 
Manejo das vias aéreas em pacientes suspeitos ou diagnosticados com Covid-19.
 Recomendações de prevenção à COVID-19:
· Lave com frequência as mãos até a altura dos punhos, com água e sabão, ou então higienize com álcool em gel 70%.
· Ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com lenço ou com o braço, e não com as mãos.
· Evite tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
· Ao tocar, lave sempre as mãos como já indicado.
· Mantenha uma distância mínima de cerca de 2 metros de qualquer pessoa tossindo ou espirrando.
· Evite abraços, beijos e apertos de mãos. Adote um comportamento amigável sem contato físico, mas sempre com um sorriso no rosto.
· Higienize com frequência o celular e os brinquedos das crianças.
· Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, toalhas, pratos e copos.
· Mantenha os ambientes limpos e bem ventilados.
· Evite circulação desnecessária nas ruas, estádios, teatros, shoppings, shows, cinemas e igrejas. Se puder, fique em casa.
· Se estiver doente, evite contato físico com outras pessoas, principalmente idosos e doentes crônicos, e fique em casa até melhorar.
· Durma bem e tenha uma alimentação saudável.
· Utilize máscaras caseiras ou artesanais feitas de tecido em situações de saída de sua residência.
Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
:
· Gorro
· Óculos de proteção
· Protetor facial
· Máscara (cirúrgica ou máscara de proteção respiratória, conforme o procedimento)
· Avental impermeável de mangas longas
· Luvas de procedimento
Recomendações específicas
1- Avalie se o caso em atendimento é suspeito:
· Paciente com febre e problemas respiratório que teve contato com suspeito de covid; trate-o como suspeito;
· Em caso de paciente positivo para a Covid-19, deve-se informar ao local de destino para ser colocado em isolamento (sala com pressão negativa ou sala fechada), e o pessoal de saúde deve utilizar os equipamentos de proteção individual adequados.
· Durante o transporte, todo paciente suspeito deverá utilizar máscara cirúrgica, desde a identificação até chegada ao local de isolamento
2- Melhorar a ventilação do veículo para aumentar a troca de ar durante o transporte. Não ligar o ar-condicionado, manter janelas abertas, manter exaustor ligado.
Cuidados especiais com a manipulação das vias aéreas e terapia ventilatória em pacientes suspeitos ou diagnosticados com a COVID-19.
Objetivo: proteção do profissional de APH envolvido em procedimentos geradores de aerossóis.
Na indicação de suporte ventilatório: o planejamento deve ser para as intervenções sejam realizadas dentro do hospital evitando emergências pois tem maior risco de transmissão da infecção.
Manter a saturação: usando um cateter nasal, caso não funcione colocar em máscara com reservatório de oxigênio. E manter o paciente com a cabeça elevada os 45 graus e com máscara cirúrgica em cima desses equipamentos. 
Materiais que não devem ser usados:
1. Nebulização. 
Atenção: não realizar nebulização ou uso de macronebulização, pois tem alto risco de aerossolização de secreções respiratórias. 
2. Macronebulização3. Ventilação não invasiva. 
Materiais que podem usar:
1. Cateter de oxigênio
2. Mascara não reinalante com reservatório. 
Caso o paciente evolua com sinais de insuficiência respiratória: deve-se proceder intubação orotraqueal. A intubação traqueal deve ser feita com preparo adequado, e ser feito pelo profissional mais experiente para evitar perda de tempo e dispersão de fluidos. É recomendado a intubação rápida após pré-oxigenação adequada para evitar a ventilação do paciente. 
Não é recomendado ventilação manual com bolsa válvula mascara durante a manipulação das vias aéreas. 
Recomendação: evitar intubação com paciente acordado e com fibroscopia. Se for necessário uso de suporte respiratório, recomenda-se intubação traqueal, pois o uso de terapia ventilatória não invasiva aumenta o risco de contaminação e disseminação da infecção.
Procedimentos em pacientes contaminados: devem ser realizados em áreas especiais, em salas de pressão negativas ou fechadas com acesso de pessoal e materiais limitados. Circuitos de aspiração fechados devem ser utilizados. 
Em casos de suspeita e de confirmadas contaminação recomenda-se uso de aparelho de ventilação mecânica específico para o paciente, nas salas. Todo o material reutilizável usado no paciente deve ser processado de acordo com as normas da CCIH de sua instituição após cada utilização.Recomendações: colocação de um filtro de barreira no ramo expiratório do circuito da ventilação mecânica quando utilizado no paciente contaminado ou suspeito. Pacientes com intubação orotraqueal e ventilação mecânica deverão estar sedados durante todo o transporte. É proibido transportar os familiares dentro das ambulâncias com pacientes contaminados ou suspeitos. Utilizar todos os equipamentos de proteção individual no maior grau de proteção quando realizar procedimentos com risco de produzir aerossóis (aspiração de vias aéreas, intubação, banho do paciente, etc). 
Limpeza e Desinfecção
A equipe faz a desparamentação e vai realizar a limpeza terminal na ambulância. Para isso devem se paramentar novamente com EPIs limpos, composto por: avental impermeável, luvas de procedimento, máscara cirúrgica, gorro e avental.
É feita uma desinfecção com álcool 70%, ou hipoclorito de sódio ou outro desinfetante. Deve-se reforçar todos os insumos do veículo de transporte (máscaras cirúrgicas, mascaras N95, sabonete líquido ou preparação alcoólica, lenços de papel, avental impermeável, óculos de proteção e luvas de procedimento). Item que é retirado deverá ser reposto para o próximo uso. 
Não é recomendado varrer a seco as superfícies, pois favorece a dispersão de microrganismos. Utilizar varredura úmida, ensaboar, enxaguar e secar. Para melhores resultados usar desinfetantes a base de cloro, álcool, alguns fenóis e lodóforos e quaternário de amônio. É recomendado o uso de kits de limpeza e desinfecção de superfícies específicos para pacientes em isolamento de contato. 
Todos os equipamentos devem ser limpos a cada termino da limpeza diária de trabalho. Mas não deve circular pelos serviços de saúde utilizando os EPIs, pois estes devem ser removidos imediatamente após a saída do quarto, enfermaria ou área de isolamento. 
Tratamento de resíduos 
O COVID-19 pode ser enquadrado como a gente biológico classe de risco 3, seguindo a classificação de risco dos agentes biológicos publicada em 2017 pelo ministério da saúde, sendo sua transmissão de auto risco para a população. Logo, todos os resíduos provenientes do tratamento desse vírus devem ser enquadrados na categoria A1. Os resíduos devem ser acondicionados, em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 48 horas e identificados pelo símbolo de substancia infectante, os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistentes a punctura, ruptura, vazamento e tombamento, com tampa com sistema de abertura sem contato manual e com cantos arredondados. 
Referências bibliográficas:
www.crmpr.org.br
www.saude.gov.br
www.apsf.org 
Apostila_CURS_MAVA_CTEMMED_2019.pdf

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