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Economia Política Internacional

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1 
 
Economia Politica Internacional 
Sumário 
AULA 1 – ECONOMIA POLÍTICA INTERNACIONAL 1 
AULA 2 – CONTAS NACIONAIS 5 
AULA 3 – BALANÇO DE PAGAMENTOS 8 
AULA 4 – A CONTA CAPITAL E A CONTA FINANCEIRA 12 
AULA 5 – TEORIA DAS VANTAGENS ABSOLUTAS E RELATIVAS 15 
AULA 6 – A TEORIA DA ECONOMIA DUAL 18 
 
 
Aula 1 – Economia Política Internacional 
Ela é a junção de três disciplinas: economia, ciência política e relações 
internacionais. 
É a existência paralela e a interação recíproca do Estado e do mercado que 
cria, no mundo, a “economia política”. 
O grande objetivo da economia política de um país consiste em aumentar sua 
riqueza e seu poder. 
Separação 
A separação ocorreu na década de 1970, sendo elas: 
2 
 
Economia Internacional: é o estudo do comércio internacional. São modelos 
econométricos de comércio internacional. Não considera o comportamento do Estado. 
Política Internacional: se preocupa com a relações entre Estados como política 
externa. Não é necessariamente vinculada a economia. 
Escolas 
Existem duas escolas distintas na teoria da EPI, são elas: 
Escola Americana: tem como base o realismo, não estando preocupada com 
grandes mudanças e sim em saber o que de fato ocorre. É a ausência de 
questionamento sobre a ordem. 
Escola Britânica: é tida como a teoria crítica, querendo saber o potencial de 
mudança da estrutura existente. Logo, ela não somente quer ver o que está 
acontecendo, mas tentar pensar mudanças a cerca disso. 
Fatos que Mostram Limitações Teóricas das RI 
As consequências da decisão unilateral dos Estados Unidos em encerrar a 
paridade cambial ente ouro-dolar, em 1971, pelo presidente Nixon; 
As oscilações nos preços do petróleo na década de 1970; 
As demandas por industrialização e desenvolvimento por parte dos países 
periféricos. 
Principal Objeto 
É o impacto da economia mundial de mercado sobre as relações dos Estados e 
as formas pelas quais estes procuram influenciar as forcas de mercado para a sua 
própria vantagem. 
Atores na Arena Internacional 
Estado, Organizações Internacionais, Organizações Não Governamentais, 
Empresas Transnacionais, outros etc. 
 
Quando se fala de ordem econômica interacional, tem-se em mente que as 
transações econômicas levadas a efeito entre agentes situados em diferentes países 
obedecem alguma forma de ordenamento social, isto é, essas transações não são 
3 
 
neutras e aleatórias, mas atendem a interesses e visões de ganhos que vão além de 
resultados imediatos e meramente econômicos. 
Componentes Tangíveis da OEI 
São os regimes monetários, comerciais e financeiros internacionais. 
Componentes Intangíveis da OEI 
Seriam materializados na distribuição de riqueza e poder na esfera internacional. 
Regime Comercial (componente tangível) 
O que é: compreende o conjunto de normas, práticas e instituições que 
orientam as transações comerciais internacionais. 
Instituição: OMC, ela serve como juiz nas relações comerciais. 
Tratados comerciais: Mercosul, União Europeia etc. 
Regime Monetário (componente tangível) 
O que é: ele rege como as moedas devem se comportar internacionalmente. 
No padrão-ouro, a libra era a moeda central, depois, em Bretton Woods, passando para 
o dólar. Hoje, apesar de o dólar ser central, também há algumas outras moedas (como 
o euro0 que compõem esse regime. 
Instituição: FMI 
Regime Financeiro Internacional (componente tangível) 
O que é: é a forma como circulam os fluxos financeiros (empréstimos, 
investimentos etc.) internacionais. 
Instituições: bancos centrais, bancos privados e públicos, bolsas de valores e 
investidores institucionais. 
Ela é uma junção de regimes tangíveis e intangíveis que regem a economia 
internacional. 
Entre a predominância de uma ordem e outra, existem os períodos de transição. 
São mudanças nos elementos intangíveis que geram transformações em uma OEI, 
havendo uma reconfiguração da economia política internacional.
4 
 
A literatura da EPI diz que existiram três ordens econômicas internacionais: o 
padrão libra-ouro, Bretton Woods e a Globalização Financeira (atual). 
Bretton Woods – 1944 
O que foi: em 1944, uma série de países se reuniram em Bretton Woods, New 
Hampshire, EUA, para estabelecer a primeira ordem econômica negociada. 
Diferencial: ela foi totalmente negociada. Foi uma reunião chamada pelos EUA 
para discutir como os países deveriam se comportar nas relações econômicas 
internacionais. 
Instituições: BIRD, que hoje é o Banco Mundial e FMI, que é o Fundo Monetário 
Internacional. 
Fim de Bretton Woods 
Em 1971, Richard Nixon, então presidente dos Estados Unidos, quebrou, 
unilateralmente, o padrão-ouro (todo dólar que os Estados Unidos produzissem, eles 
teriam o equivalente em ouro), dando abertura a um processo de transição para uma 
nova Ordem Econômica Internacional, a Globalização Financeira. 
Houve um período de transição entre 1971 até a década de 1990, onde se 
começa de fato a Globalização Financeira. 
A nova ordem, que emergiu e se consolidou nos anos de 1990, tinha o 
Neoliberalismo (diferente do liberalismo clássico, ele prevê que o Estado tem que intervir 
o mínimo possível na economia mas garantindo o direito de propriedade e que os 
contratos funcionem) por base política, ideológica e econômica. Nela houve a 
diminuição do Estado e o desmantelamento do Welfare State. 
Características 
Forte reestruturação produtiva com o surgimento de novas tecnologias e formas 
de gestão; 
Ampla liberação dos fluxos de capital internacional; 
5 
 
Predominância do dólar como moeda central, mas ela é relativa já que outras 
moedas também passaram a fazer parte; 
Surgimento de novas alternativas de comércio entre os países. 
 
Aula 2 – Contas Nacionais 
Constituem a base de mensuração dos resultados econômicos de um país, de 
forma agregada. 
O Sistema de Contas Nacionais dos países é estabelecido pela ONU, o System of 
National Accounts (SNA). No Brasil, ele é feito pelo IBGE. 
Os conceitos são: produto, renda, consumo, poupança, investimento, absorção 
e despesa. 
Eles são em valores monetários (real) e preços correntes e constantes. 
Conceitos de Constas Nacionais 
Produto: é a soma da produção de bens e serviços de um determinado espaço 
de tempo. É toda a produção que se tem em um determinado país. O produto principal 
é o PIB; 
Renda: é a somatória dos fatores de produção (terra, trabalho e capital); 
Consumo: é a somatória de bens e serviços consumidos pelos indivíduos, famílias 
e governo; 
Poupança: é a somatória da renda que não foi consumida, ou seja, que os 
indivíduos, famílias e governo pouparam; 
Investimento: corresponde à aquisição de reposição de máquinas, 
equipamentos e insumos destinados à ampliação da capacidade produtiva para 
períodos seguintes; 
6 
 
Absorção: é a somatória do consumo e do investimento, correspondendo aos 
bens e serviços que uma economia absorve em um dado período de referência de 
tempo; 
Despesa: corresponde à soma de consumo mais investimentos mais exportações 
menos importações (saldo em transações correntes).
A metodologia consiste em definir as identidades fundamentais e as definições 
precisas dos agregados, primeiro em uma economia fechada (hipótese abstrata) e 
depois em uma economia aberta. 
Economia Fechada 
I – Produto = despesa = renda 
II – Despesa = consumo + investimento 
III – Renda = salários + lucros + juros + aluguéis 
IV – Investimento = poupança 
V – Poupança = renda – consumo 
Economia Aberta 
II.a – Despesa = consumo + investimento + exportações – importações 
V.a – Poupança interna = renda – consumo 
V.b – Poupança externa = importação – exportação 
Pela identidade I, renda = despesa, então, usando II.a, renda = consumo + 
investimento + exportações – importações 
* Se houver muitas exportações a renda irá crescer. Se houver mais importações 
a renda irá decrescer. 
Aplicando esse resultado em V.a, temos poupança interna = consumo +investimento + exportações – importações – consumo 
Temos investimento = importações – exportações + poupança interna, logo, 
investimento = poupança externa + poupança interna 
Como é determinado o PIB de um país 
7 
 
Despesa = consumo + investimento + gastos do governo + exportação – 
exportação, temos que produto (Y) = consumo (C) + investimento (I) + gastos do 
governo (G) + exportação (X) – importação (M). 
Valor Bruto da Produção (CPB) = preço (p) x quantidade (q) 
Valor Adicionado (VA) = valor bruto da produção (CPB) – consumo intermediário 
(CI) 
O produto 
A definição de produto está ligada aos bens finais: estes possuem o valor 
adicionado no último estágio da cadeia produtiva, incluindo todo o consumo 
intermediário de insumos/ serviços necessários até sua obtenção. 
 
Setor Valor Bruto da 
Produção 
Consumo 
Intermediário 
Valor Adicionado 
(VA = VBP = CI) 
Mineração 1.000 0 1.000 
Siderurgia 2.500 1.000 1.500 
Automóveis 4.000 2.500 1.500 
TOTAL 7.500 3.500 4.000 
Produto Interno Bruto (PIB) 
O PIB é a medida do total dos bens e serviços produzidos dentro dos limites do 
território do país. 
PIB = VBP – CI 
Produto Nacional Bruto (PNB) 
É o produto gerado por maio de nacionais, dentre e, também, fora das fronteiras 
do país, por meio de filiais de multinacionais domésticas atuando no exterior. 
PNB = PIB + RLE (liquidez externa).
 
Produto Real e Produto Nominal 
8 
 
 O produto pode variar tanto em quantidade (real) quanto em apenas por 
preço (nominal). 
Produto Real: é o valor do produto medido a preços constantes. É descontada 
a inflação. 
Produto Nominal: é o valor do produto medido a preços correntes. Não é 
descontada a inflação. 
Deflator do PIB 
A inflação é um fenômeno natural nas economias, por isso é de suma 
importância um deflator para o PIB. 
Um deflator é uma medida da variação média dos preços de um período em 
relação à de outro período. 
Deflator Implícito 
É uma medida indireta da inflação do período de referência em relação ao 
período anterior. 
Deflator Implícito do produto (DI) = Produto Nominal (ano t) / Produto Real (ano 
base) 
Taxas de Crescimento 
Taxa de crescimento do PIBt = [(PIBt / PIBt-1) – 1] x 100% 
Para o cálculo da taxa de crescimento, é importante levar em conta a variação 
real do produto. 
 
Aula 3 – Balanço de Pagamentos 
É o registro contábil de todas as transações econômicas entre um país e o resto 
do mundo durante um determinado intervalo de tempo. O balanço de pagamentos é 
normalmente utilizado para analisar o estado das finanças internacionais de um país. 
Ele serve para que possamos saber como é a relação comercial e financeira de 
um país com outro. 
Os países divulgam seu balanço de pagamentos em dólar.
9 
 
A estrutura do balanço de pagamentos é dividida em quatro grandes pontos: 
transações correntes, conta capital e financeira, erros e omissões, variação de reservas. 
No Brasil é de responsabilidade do Banco Central do Brasil fazer o balanço de 
pagamento e ele segue uma metodologia internacional. 
Estrutura 
A – Balança comercial (bens) e Serviços 
B – Balanço de rendas e transferências 
C – Saldo em transações correntes = A + B 
D – Conta capital 
E – Conta financeira 
F – Saldo do balanço de capitais e conta financeira = D + E 
G – Erros e omissões 
H – Saldo do balanço de pagamentos = C + F + G 
Conceito de transações correntes 
As transações correntes registram o comércio de bens e serviços, os pagamentos 
e os recebimentos de rendas de capital e trabalho e as transferências unilaterais de 
renda entre o país e o resto do mundo. 
As Contas Capital e Financeira registram “as transferências unilaterais de ativos 
reais, ativos financeiros ou ativos intangíveis entre residentes e não residentes” e “todos 
os tipos de fluxos de capitais entre os países e o resto do mundo”. 
Identidade contábil – produto = renda = demanda (gastos). 
Lembrando que PIB – YLE (renda líquida enviada ao exterior) = PNB. Quando o 
PNB é igual aos gatos internos há equilíbrio na conta corrente do balanço de 
pagamentos. Porém, isso nunca ocorre. 
10 
 
PNB > Gastos Internos – ocorre superávit na conta corrente do balanço de 
pagamento. 
PNB < Gastos Internos – ocorre déficit na conta corrente do balanço de 
pagamentos. 
Quando há déficit, o resto do munda está financiando, com moeda 
internacional, o excesso de gastos dos residentes em relação a sua renda. O que é 
considerado como uma contribuição da poupança externa. 
Possibilidades de explicação do financiamento externo 
Contribuição da economia internacional para o desenvolvimento da economia 
brasileira, que é o caso da entrada de recursos externos para investimento. 
Empréstimos para financiar os gastos externos, no caso de financiamento de 
curto ou longo prazo por bancos internacionais. 
Aposta internacional no crescimento, valorização e lucratividade das empresas, 
que é o caso de entrada de capitais para especulação em títulos e ações de empresas 
brasileiras. 
Utilização da riqueza líquida da economia brasileira para pagar suas despesas 
externas imediatas, que é o caso da utilização das reservas internacionais. 
Em geral, os países se baseiam do “Manual de Balanço de Pagamentos e 
Posição do Investimento Internacional” (Manual do FMI) para fazer o seu balanço de 
pagamentos. 
Adoção do sistema de partidas dobradas, que faz de casa transação um 
lançamento em crédito em uma conta e débito em outra ou vice-versa. 
Um lançamento como crédito em item da conta corrente, terá um lançamento 
como débito na conta financeira. Agora o balanço de pagamentos tem que estar em 
equilíbrio.
Débito Crédito 
Conta Corrente 
Conta Financeira 
11 
 
Empréstimos 
Aumento de passivo Externo 
 US$ 600 mil 
Ativo de Reserva 
Aumento de Ativo: US$ 600 mil 
Para cada débito nesse balanço, deverá haver um crédito. Se entrar dinheiro 
em uma coluna, também deverá constar na outra. 
Conta posição do investimento internacional 
O Manual do FMI recomenda que as economias nacionais apresentem a conta 
Posição do Investimento Internacional, utilizando-se dos conceitos contábeis de Ativo e 
Passivo em um balanço patrimonial. 
Ativo Externo Passivo Externo 
Investimento de empresas brasileiras no 
exterior 
Investimento direito de empresas 
estrangeiras no Brasil 
Investimento de brasileiros em carteira de 
ativos financeiros no exterior: 
• Ações 
• Títulos 
Investimento de estrangeiros em carteira 
de ativos financeiros no Brasil: 
• Ações 
• Títulos 
Empréstimos para empresas estrangeiras Empréstimos de bancos estrangeiros para 
brasileiros 
Crédito comercial para empresas 
estrangeiras 
Crédito comercial de bancos 
estrangeiros para empresas brasileiras 
Ativos de reserva internacional 
É pouco provável que essas contas se encontrem equilibradas no curto prazo. 
Com isso, déficits temporários na conta corrente podem ser financiados por superávits 
na conta financeira. 
Exemplo 1 
Caso haja um déficit na conta corrente por um excesso de importações, mas 
que seja de novas máquinas, tecnologicamente mais avançadas, um investimento 
tecnológico, mas feito fora do país, pode vir com retornos, a médio prazo, aumento da 
12 
 
exportação, o que possibilitaria pagar por um financiamento externo para esse 
investimento. 
Exemplo 2 
Se uma economia nacional financia seus déficits em conta corrente, fruto de 
gastos excessivos em consumo de importados, com superávit na conta financeira com 
empréstimos de curto prazo, poderá ter problemas em breve. 
 
Aula 4 – A Conta Capital e a Conta 
Financeira 
Conta capital 
Agrega movimentações que não tem fins de valorização. 
Relativamente às outras, tem um peso pequeno. Essa conta tem transações 
relacionadas principalmente com doações, entre governos nacionais, como ajuda 
humanitária. 
Conta financeira 
Registra os movimentos capitais em busca de rentabilidade e valorização, seja 
em ativosprodutivos, seja em ativos financeiros. 
Consiste em entradas e saídas de capital relacionadas à obtenção de um 
interesse “duradouro” por parte de um residente, em um negócio ou atividade residente 
em outra economia. 
As empresas são dinâmicas na sua procura por rentabilidade e valorização. Elas 
podem colocar seu capital em economias nacionais, assim como também retirar parte 
ou a totalidade de seu capital para investi em outra economia, ou mesmo retornar à 
matriz. 
13 
 
Para serem hospedeiras desse investimento direto estrangeiro, tem que ter 
condições de atração desse capital. Estas devem ser relacionadas tanto à estrutura de 
oferta como por exemplo ter infraestrutura para a instalação de novas fábricas e 
rodovias e novos portos, quanto de demanda como um bom mercado interno. 
Essa subconta registra a entrada e saída de capital externo aplicado em 
produtos financeiros, isto é, em ações, títulos e cotas de fundos de investimentos. 
É uma conta fundamental em uma economia financeirizada e globalizada. A 
financeirização de uma economia faz com que essa subconta cresça. 
Com o fenômeno da financeirização da riqueza, uma parcela crescente da 
riqueza dos indivíduos é alocada em produtos financeiros com expectativas de 
rentabilidade e valorização futuras. 
O desenvolvimento dessas instituições financeiras promoveu um duplo 
fenômeno: de um lado a financeirização da riqueza, isto é, incentivo para alocar boa 
parte da riqueza individual em produtos financeiros; do outro lado, houve a 
globalização financeira. 
Nesse contexto, emerge uma importante instituição da globalização financeira, 
as agências de ratings, ou de classificação de risco, como a Standard & Poor’s e a Fitch. 
Itens do investimento em carteira 
I – As ações, representadas no item “Investimento em Ações” 
II – As aplicações feitas em fundos de Previdência e Investimentos, subconta 
“Investimentos em Fundos de Investimento” 
III – Os títulos com juros fixados, subconta “Títulos de Renda Fixa” 
O principal item dessa subconta são os empréstimos internacionais, de curto ou 
longo prazo. 
Como há o processo de financeirização mundial, os bancos não deixam seu 
dinheiro parado, emprestado para Estados. 
14 
 
Exemplo – A movimentação de dinheiro no mundo impacta em cheio as 
economias. O título público dos EUA, por exemplo, é tido como um dos ativos mais 
seguros para investir. Logo, quando o FED (banco central dos EUA) aumenta sua taxa 
de juros, outras economias sofrem com a perda de capital, que saem de economias 
mais rentáveis para os EUA. 
Os ativos de reserva são geralmente moeda 
estrangeira ou depósitos e títulos de alta liquidez em 
moeda estrangeira. 
Funções 
I – Ser um rápido meio de financiamento de despesas da conta corrente, caso 
não haja entrada de recursos suficientes nas subcontas da conta financeira; 
II – Fazer ajustes estabilizadores na taxa de câmbio; 
III – Servir de garantia implícita para empréstimos realizados por empresas 
nacionais em bancos internacionais. 
Conta posição do investimento internacional 
Controle: Banco Central 
Ativos importantes que servem de reserva internacional: I – Direitos Especiais de 
Saque junto ao FMI e II – os títulos de dívida pública garantido pelos Bancos Centrais dos 
demais países. 
Erros e omissões 
Servem para adicionar todas as incongruências do balanço de pagamentos, 
afinal de contas, são muitos dados de origens diversas, inclusive estrangeiras, o que faz 
com que nem sempre a conta feche. 
 
Liquidez é quando temos um 
objeto que queremos 
transformar o mais rápido 
possível em transacionável. 
15 
 
Aula 5 – Teoria das Vantagens Absolutas e 
Relativas 
Contraponto: Mercantilismo. 
Smith: o valor vem do trabalho e a riqueza de uma nação cresce com a divisão 
de trabalho (produtividade). 
A lógica do clássico exemplo de Smith, que mostra o crescimento da produção 
de alfinetes com a divisão do trabalho, é aplicada também em âmbito nacional. 
Vantagens absolutas 
Temos uma vantagem absoluta quando um país consegue produzir uma 
determinada mercadoria com o emprego de menor quantidade de trabalho do que o 
necessário para produzir esse mesmo bem em outro país. 
Exemplo 
Economia A: tem vantagem absoluta em produzir mercadorias industrializadas. 
Economia B: tem vantagem absoluta em produzir mercadorias agrícolas. 
Troca entre eles: todos ganham. 
Vantagens relativas 
É um modelo teórico de comércio internacional do inglês David Ricardo. 
Ricardo propôs uma releitura do modelo de Smith, considerando mais 
especificamente não o volume total produzido, mas a questão das produtividades 
relativas entre os dois países na produção de cada tipo de bem. 
Como disse Krugman “um país tem uma vantagem comparativa na produção 
de um bem se o custo de oportunidade de produzir esse bem, em termos de outros 
bens, for menos nesse país do que em outros países.” 
16 
 
Heckscher e Ohlin, tomando como ponto de partida o modelo de Ricardo, 
desenvolveram um modelo matemático do equilíbrio geral de comércio internacional 
ampliado para dois países, dois bens e dois fatores de produção. 
Os países desenvolveram padrões de comércio e produção com base nas 
dotações de fatores de produção que tem maior abundância, além de importarem 
aqueles bens que demandam para a sua produção o fator no qual apresentam maior 
escassez. 
Teoria de Rybczynski 
Qual seria o efeito de mudanças nas dotações dos fatores de cada uma das 
economias sobre o comércio? 
Sobre preços relativos constantes e supondo pleno emprego de fatores, um 
aumento na dotação de um fator leva a uma expansão mais que proporcional da 
produção no setor que utiliza mais intensamente aquele, e consequentemente um 
declínio absoluto da produção do outro bem.
Paul Krugman produziu um “modelo-padrão” de comércio internacional. 
A fronteira de possibilidades de produção e curvas de indiferença são 
combinações de dois ou vários fatores de produção que levam a um nível determinado 
de produção de bens. 
Exemplo 
Como o país produz mais bens agrícolas do que consome, ele poderá exportar 
seu excedente produtivo. Já as necessidades de industrializados superiores à produção 
interna significam que os bens serão obtidos via importação. 
Fatores que alteram as condições do equilíbrio 
Quando ela cresce, significa que sua FPP se desloca mais para fora, permitindo-
a alcançar níveis mais elevados de produção (ou ao contrário). 
Quando não é simultâneo: mudanças dos preços relativos.
17 
 
Modelos supõe concorrência perfeita 
e retornos de escala decrescentes. No 
entanto, o comércio internacional não se 
baseia em concorrência perfeita, tendendo 
à concorrência monopolista em escala 
global. 
Outra prática é o dumping, quando uma grande empresa cobre a diferença 
dos preços de seus produtos entre exportações e oferta para vendas domésticas. Essa 
prática é crime em diversos países, inclusive no Brasil. 
Característica do mercado global: formação de aglomerações de indústrias. 
O comércio internacional pode ser benéfico para os países, em termos teóricos, 
mas a aceitação de seus benefícios não é consensual ou pacificada entre os teóricos. 
Políticas comerciais 
Os principais instrumentos de política internacional são: 
I – aplicação de tarifas, 
II – subsídios à exportação, 
III – cotas de importação, 
IV – restrições voluntárias às exportações (VER)/acordos de restrições voluntárias 
(ARV), 
V – necessidades de conteúdo local, 
VI – barreias comerciais não tarifárias. 
Argumentos a favor do comércio 
I – eficácia econômica 
II – argumentos políticos, com favorecimento de determinados grupos em 
detrimento de toda a sociedade 
Argumentos contra o comércio 
I – proteção à indústria nascente 
Concorrência perfeita é quando 
existem diversos produtores de um 
bem relativamente homogêneo e 
caso alguém queira aumentar o 
preço, irá o fazer sozinho. 
18 
 
II – falhas de mercado 
 
Aula6 – A Teoria da Economia Dual 
É uma teoria mais identificada como a teoria clássica-liberal. 
Análise feita a partir de dois setores relativamente independentes: um setor 
moderno progressista, caracterizado por um nível elevado de eficiência produtiva e 
integração econômica, e um setor tradicional, atrasado. Essa análise da economia dual 
pode ser feita tanto para uma economia interna quanto para uma internacional. 
O processo de desenvolvimento econômico implica a incorporação e a 
transformação do setor tradicional em um setor moderno por meio do avanço das 
estruturas econômicas, sociais e políticas. 
Para essa teoria, o processo de evolução econômica se dá pela competição no 
mercado e pelos mecanismos de preços, os quais forçam uma maior eficiência 
produtiva e maximização da riqueza em uma dada economia. 
Resumindo: ao pensar em uma economia dual lembre-se de que se trata de um 
setor atrasado e de um setor progressista, sendo que este irá impactar o setor atrasado. 
Argumento: o funcionamento tanto da história quanto da economia política 
internacional só pode ser entendido nos termos do Sistema Mundial Moderno (SMM). 
Immanuel Wallerstein define esse sistema como “uma unidade com uma única 
divisão do trabalho e muitos sistemas culturais”. 
Os proponentes do SMM afirmam que a única tarefa primordial dos economistas 
políticos é a análise das origens, da estrutura e do funcionamento desse sistema. 
Próximos ao marxismo, no entanto, divergem com o marxismo clássico (que se 
dá a partir do imperialismo, que é uma função do Estados com as grandes empresas 
que atuam em outras economias para garantir os interesses da classe dominante). 
Autores importantes: Paul Baran, Immanuel Wallerstein e André Gunder Frank. 
19 
 
Tese central: a economia mundial contém um núcleo dominante e uma periferia 
dependente que interagem e funcionam como um todo integrado. Os mesmos 
mecanismos, que no núcleo produzem desenvolvimento e acumulação de capital, na 
periferia provocam subdesenvolvimento. 
Diferente da teoria dual, que diz que o desenvolvimento em algum momento 
chega para todos, nesse caso no núcleo da economia mundial os países desenvolvidos 
dependem dos países subdesenvolvidos para serem ricos. Então, essa periferia 
subdesenvolvida é necessária para o desenvolvimento econômico dos países ricos. 
Em contrate à teoria Dual, que enxerga o núcleo e a periferia como uma 
tendência favorável, os teóricos do SMM argumentam que centro e periferia são 
funcionais um para o outro.
Ela é identificada com o realismo pois o que interessa para as teorias realistas é 
o que de fato ocorre.
Formulada inicialmente por Charles Kindleberger, afirma que uma economia 
mundial liberal exige a presença de uma potência dominante, ou mesmo hegemônica. 
Ele está preocupado com a estabilidade de uma economia liberal, essa teoria vale 
para momentos e hegemonia de uma economia liberal, onde não existe a presença 
de uma potência dominante ou mesmo hegemônica. 
Um tipo partícula de ordem econômica internacional, a ordem liberal, não 
poderia florescer e alcançar seu pleno desenvolvimento sem a presença de um poder 
hegemônico. 
Não basta que haja apenas um poder hegemônico. Outros Estados poderosos 
também devem ter interesse na manutenção desse sistema. 
Pré-requisitos: hegemonia, ideologia liberal e interesses em comum. 
Momentos históricos em que houve a conjuntura favorável à hegemonia liberal: 
I – a Era de Pax Britannica e II – a liderança dos EUA na pós-Segunda Guerra. 
Para que a economia mundial tenha estabilidade, precisa de um estabilizador, 
um país que se disponha a fornecer um mercado para bens de socorro, um fluxo 
constante de capital – quando não contracíclico - e um mecanismo de um redesconto 
que ofereça liquidez quando o sistema monetário for congelado pelo pânico. 
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Governança global 
É mais ampla do que governo, abrangendo instituições governamentais, mas 
também implicando em mecanismos informais e formais, de caráter não 
governamental, que façam com que as pessoas e as organizações dentro da sua área 
de atuação tenham uma conduta determinada, satisfaçam necessidades e 
respondam a demandas. Ela é como uma forma de que exista algum controle, alguma 
gestão internacional, ela serve para diminuir o nível de anarquia global. 
Regimes internacionais 
Um conjunto de princípios, normas, regras e procedimentos de tomada de 
decisão ou implícitos, nos quais convergem as expectativas dos atores numa dada área 
dos regimes internacionais. 
Independentemente das suas diferenças, tanto a Governança Global quanto os 
Regimes Internacionais, ao buscarem coordenar a anarquia intrínseca do sistema 
internacional, necessitam de instituições para isso 
Organizações internacionais 
Buscam aumentar a cooperação entre diversos atores econômicos, políticos e 
sociais, tornando as tomadas de decisões mais previsíveis. Elas são componentes dos 
Regimes Internacionais. 
As organizações internacionais foram criadas a partir de acordos ou regimes que 
são estabelecidos em diferentes áreas (segurança, economia, meio ambiente, 
questões sociais etc.). 
Ela é um meio que se utiliza para garantir um ambiente minimamente favorável 
às relações internacionais, as trocas comerciais e a cooperação internacional.
 
Fundo Monetário Internacional 
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Foi criado em 1944, na Conferência de Bretton Woods, no entanto, passou a 
funcionar apenas dois anos depois. 
É preocupado com a estabilidade monetária. 
Ortodoxo. 
Quando um país que não tem poupança interna tem um excesso de demanda, 
ele tanto gera problemas com a inflação quando ao fato dele importar mais do que 
consegue, então o FMI atua para garantir que esse tipo de país não tenha esses 
problemas. 
Organização Mundial do Comércio 
Surgiu oficialmente em 1995, com o Acordo de Marraquexe, em substituição ao 
Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), estabelecido em 1947, com o objetivo 
de garantir o livre mercado, sugerindo políticas que diminuam o protecionismo 
comercial de determinados países.

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