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Via� d� sinalizaçã� d� insulin� Pâncreas - tem uma atividade exócrina e uma porção endócrina que é organizada em ilhotas, tem 4 tipos de células que vão variar de acordo com a atividade, o produto das células e ao número das células: Células alfa - são as células que vão ter como produto o glucagon; Células beta - são as células que estão em maior número e também mais centralizadas em cada uma das ilhotas. São as células que vão produzir insulina; Células gama - tem um número bastante reduzido e serão importantes para produzir a somatostatina (hormônio inibitório, tem ação inibitória também no sistema gástrico). Células F - tem uma célula F por ilhota, que vai produzir o polipeptídeo pancreático. Ilhotas de Langerhans - são pequenos grupos de células endócrinas disseminadas pelo pâncreas e que segregam a insulina. As ilhotas são bastante vascularizadas, são inervadas pelo sistema nervoso autônomo (recebe inervação tanto simpática quanto parassimpática) Secreção da insulina - vai ser dada por estímulos simpáticos e parassimpáticos, bem como a concentração de glicose plasmática (principal estímulo), concentração de aminoácidos e ácidos graxos. Tanto a concentração de elementos no plasma, bem como estímulos simpáticos e parassimpáticos, vão ser fundamentais para a estimular a síntese e a secreção da insulina. Glicose - é o principal estímulo. Nas ilhotas, especialmente nas células beta, são captadas as moléculas de glicose independente da atividade de insulina pelo GLUT 2. A glicose é utilizada como principal fonte de ATP por produzir de maneira mais rápida, mas não é a única, também tem os aminoácidos e ácidos graxos. O aumento do ATP dentro das células beta vai modular a atividade de um canal de potássio sensível à concentração de ATP. Quando isso acontece, a concentração de potássio dentro da célula faz com que haja a despolarização da membrana, que ativa um canal de cálcio voltage-dependent e com isso tem o influxo de cálcio para as células beta, que faz a exocitose dos grânulos de insulina. Os ácidos graxos e os aminoácidos também produzem ATP nas células Beta, modulando da mesma forma o canal SUR de potássio. Esse canal SUR promove a despolarização da célula, abrindo os canais de cálcio dependente. A concentração de cálcio também aumenta pela produção de hormônios dos enterócitos (GLP-1 ou Incretina), que agem via proteína Gs, aumentam o AMPc, por sua vez, aumenta a proteína quinase A e, assim, aumenta a concentração de cálcio Mecanismo do cálcio: Maneiras de aumentar o cálcio plasmático: Acetilcolina (ACh) - através da sua atividade no receptor muscarínicos, podem agir via receptores Gq, que ativa fosfolipase C e que pode aumentar a concentração de cálcio e realizar a mesma atividade de secreção da insulina. GLP-1 (incretina) - hormônio produzido no intestino, também podem agir via proteína GF nas células beta, e estimula através de proteína Cinase-A o aumento do cálcio intracelular. Adrenalina e noradrenalina - agem em receptores adrenérgicos ligados à proteína G inibitória e bloqueiam o mecanismo via AMPc. obs: O GLP-1 é utilizado em várias drogas para que haja a secreção de insulina. Outras drogas, como as sulfonilureias, agem no canal SUR. O problema é que essa última droga impede a saída do potássio, aumenta e muito a sua concentração dentro da célula. Assim, a forte despolarização faz com que haja uma secreção exagerada da insulina. Por isso, hoje só é utilizada se os níveis glicêmicos forem muito altos. Estrutura da insulina: a insulina é um hormônio polipeptídico que tem duas cadeias, alfa(A) e beta (B) que são estabilizadas por pontes de sulfeto. É totalmente expressa na transcrição como uma sequência gênica de pré-pró-insulina. Na tradução, as cadeias são ligadas e estabilizadas. A sequência sinal é perdida no RE formando a pró-insulina, isso demora em volta de 5-10 min. No golgi, formam vesículas com enzimas que fazem a separação da cadeia A, B e do peptídeo C, e essa separação ocorre em volta de 1h. Atividade da insulina: Ao longo do dia, a insulina sempre é estimulada pela dieta, variando O ideal é que essa variação ocorra sem que haja picos muito fortes. Quando o alimento é ingerido, há duas fases de liberação de insulina. Ao sentir o cheiro e o gosto do alimento, na primeira fase, por causa da inervação simpática e parassimpática, já tem liberação da insulina esperando a glicose que ainda vai chegar. Assim, quando a glicose chega de fato, já tem liberação dos grânulos maduros de insulina. No entanto, é preciso que haja a reposição desses grânulos, e nesse momento ficará caracterizada a segunda fase. Essa segunda fase demora em torno de 90-120 min, o tempo que demora o período pós-prandial ou anabólico. Ou seja, a primeira fase é pela atividade cefálica, a inervação simpática ou parassimpática. Além disso, aminoácidos, drogas, diminuição do glucagon e os hormônios gastrointestinais, também estimulam a fase 1, ou seja, o estímulo imediato para a secreção de hormônios já produzidos. Já na segunda fase é prioritariamente pelo aumento do ATP via glicose, para que haja a reposição desses grânulos. Clivagem da insulina - a insulina como todo hormônio peptídico, é expressa como uma sequência gênica pré e pró-hormônio (pré, pró insulina). A sequência de sinal é perdida no retículo endoplasmático, formando a pró insulina, que no golgi vai ser formada a vesícula junto com enzimas que vão fazer a separação do peptídeo C da cadeia alfa e beta da insulina. Quando acontece a exocitose das vesículas (grânulos de insulina), vai ser liberado tanto a insulina, quanto o peptídeo C Receptor da insulina: É enzimático, de membrana. Mediam a atividade de moléculas proteicas. O receptor de insulina tem a sua atividade ligada a tirosina quinase, da subunidade intracelular. Então, tem um domínio tirosina quinase citoplasmático que possui atividade enzimática e promove a transdução do sinal. Essa resposta depende dos subtipos do receptor e das moléculas que vão ser ativadas por essa atividade enzimática, ou seja, que vão ser fosforilado pela proteína quinase. O gene do receptor de insulina é expresso somente nas células beta do pâncreas. E alguns dos seus domínios podem sofrer splicing alternativo, mudando a combinação da sequência. Isso pode modificar a atividade desses receptores. A insulina se liga ao receptor, permitindo a dimerização dele. Pode ativar vias mitogênicas ou vias metabólicas. Via mitogênica - Via de sinalização da MAP quinase. Leva ao crescimento, proliferação celular e a expressão de genes. Via metabólica - via de sinalização da Pl-3K. Leva a síntese de lipídios, proteínas e glicogênio; a sobrevivência e a proliferação celular. Além da fusão da vesícula do GLUT4 na membrana, o único receptor que não está desde sempre na membrana. O domínio citosólico da subunidade Beta do receptor é uma tirosina cinase, que é ativada pela ligação da insulina a porção alfa do receptor. Isso resulta tanto na autofosforilação do receptor, quanto na fosforilação sequencial dos elementos responsáveis pela transdução do sinal. A tirosina fosforilada age em proteínas alvo específicas, e a ação dessas proteínas ativa a resposta intracelular. O splicing alternativo é uma combinação diferenciada dos genes na sequência. Assim, se dá uma atividade semelhante mas diferenciada para receptores do mesmo gene. Podem ter uma atividade mitogênica prioritária (Insulina Tipo A), metabólica prioritária (Insulina Tipo B). Assim, a insulina garante um misto de atividades mitogênicas (RAS e Raf - ativa MAPK, que são fatores de transcrição gênica) e metabólicas (PI3K modula fosfolipídios de membrana, PIP, e ativa a PKB) nas células. O receptor da insulina pode ter uma subunidade de uma isoforma e outra subunidade de outra isoforma. O requisito para que haja a atividade do receptor, é ter a ligação da insulina para dimerizar as duas unidades. A fosforilação de um resíduo de tirosina atrai os IRSs (Substrato do Receptor de Insulina), proteínas amplificadoras do sinal que ao serem fosforilados passam a reconheceroutras quinases. Os IRS são diferentes (4 tipos) a depender da isoforma, o que atrai diferentes proteínas. Transportadores de glicose: se diferencia quanto à concentração de glicose. GLUT 1 - Absorção basal de glicose. Em qualquer concentração, transporta para dentro da célula. Localizado em todos os tecidos e mamíferos. GLUT 2 - KM mais elevado. É o sensor de glicose presente no pâncreas e no fígado. Induz a glicogênese hepática, quanto a síntese e secreção de insulina. Tem no intestino também, onde age transportando glicose do lúmen para dentro da célula. GLUT 3 - Presente em todos os tecidos, faz absorção basal conforme a necessidade das células. GLUT 4 - Único que a atividade de captação de glicose depende da insulina, porque ele está dentro da vesícula. GLUT 5 - Também transporta frutose. No intestino delgado. Lá também tem na membrana apical outro transportador, que é o SGLT1, transportador de glicose acoplado ao sódio (ativo secundário). No lúmen intestinal, vem para dentro da célula através desse transportador. E da célula para o sangue é via GLUT 5. GLUT 6 - Sem função. GLUT 7 - Transportador microssômico de glicose, transportando-a dentro da célula. GLUT 8 - Não sabe. Vias de sinalização: A ligação de insulina ao seu receptor inicia uma cascata complexa de sinalização de fosforilação e desfosforilação protéica, culminando nos efeitos metabólicos e mitogênicos já conhecidos. Uma molécula de insulina se liga permitindo a dimerização. Isso permite a fosforilação das proteínas tirosina quinases na subunidade intracelular. A fosforilação de tirosina permite a atração de domínios homólogos com substratos de receptores de insulina. Ou seja, ativa os IRSs que promovem o acoplamento do GLUT4 na membrana, a síntese de proteínas, lipídios, glicose, e o crescimento e expressão gênica. Além da metabolização da glicose e até apoptose. O IRS também atrai proteínas que podem se acoplar à fosforilação, através de domínios homólogos. Ampliando a resposta. IRS 1 - Desencadeia tanto uma resposta metabólica quanto uma resposta mitogênica. IRS 3 - Só resposta mitogênica. Diante de uma única resposta, há comprometimento da sensibilização da insulina com o seu receptor. Mecanismo de ação da insulina: No fígado, pela via PI3K, ativa-se a AKT e promove a ativação da glicogênio sintase. Assim, há síntese de glicogênio a partir da glicose. Ao mesmo tempo, no fígado, a ativação de quinases que executam a via glicolítica. Usando a glicose como fonte de energia para a glicólise. 1. A IRS-1, fosforilada pelo receptor de insulina, ativa a PI-3K ligando-se ao domínio SH2. A PI-3K converte PIP2 em PIP3. 2. A PKB ligada ao PIP3 é fosforilada pela PDK1. Uma vez ativada, a PKB fosforila a GSK3 em um resíduo de Ser, inativando-a. 3. A GSK3, inativada por fosforilação, não consegue converter a glicogênio sintase à sua forma inativa por fosforilação, de maneira que a GS permanece ativa. 4. A síntese de glicogênio a partir de glicose é acelerada. 5. A PKB estimula o movimento do transportador GLUT4 de vesículas membranosas internas para a membrana plasmática, aumentando a captação de glicose. Ou seja, no fígado e em outras células, mesmo que não dependa de insulina para captar glicose, depende da insulina para que as enzimas da via glicolítica, que degradam a glicose, sejam ativadas. Sem insulina, a glicose entra, não é utilizada, e acaba escapando da célula. A insulina é importante para a captação e a utilização da glicose! obs: No tecido muscular, o AKT também faz a fusão do GLUT4 na membrana. No fígado, a insulina também induz a expressão de um gene, um elemento regulatório da transcrição de esteróides (SREBP). Esse elemento, por sua vez, estimula a expressão de muitos genes ligados a colesterol, glicose e hormônios esteroidais. Inclusive a síntese de enzimas que promovem a formação de ácidos graxos. A insulina, assim, se faz importante a partir de atividades mitogênicas e metabólicas. Só a atividade mitogênica, como acontece na resistência insulínica, a cada vez mais a síntese de ácidos graxos sem que haja o estímulo metabólico para isso. Como consequência, pode levar à obesidade Resistência à insulina: O diabetes tipo 2 tem diminuição da atividade metabólica e aumento da atividade mitogênica. Não significa que a insulina não está funcionando, significa que não está contemplando os dois tipos de atividade. É uma resposta metabólica atenuada a uma alta concentração desse hormônio. Há insulina, há receptor, mas não é possível exercer atividades. A modulação dos sinais intracelulares pode ocorrer de forma negativa e a IRS ao invés de ser atraída por uma tirosina fosforilada, é atraída por uma serina fosforilada. Então, o aminoácido que é fosforilado tanto pelo receptor quando do IRS é a serina. Essa fosforilação não promove efeitos metabólicos, permitindo só alguns efeitos mitogênicos. Inibe a IRS1 mas estimula a expressão de genes pró-inflamatórios. A única forma de bloquear isso é através de exercícios e medicamentos, como a metformina, que induz a redução da produção hepática de glicose, e aumenta a captação da glicose pelos músculos esqueléticos. Efeito semelhante à atividade física. Aumenta a eletronegativa, e faz uma alteração conformacional radical. O que não permite a ligação com outras proteínas com domínios homólogos e, assim, a falta de respostas. No tecido muscular, ao fosforilar serina ao invés de tirosina, não tem a resposta esperada. Ou seja, não tem a transformação de glicose em glicogênio e nem a fusão da GLUT4 na membrana. Ativa-se outra quinase, a serina treonina, o que induz a síntese de ácidos graxos e a diminuição da utilização de ácidos graxos como fonte de energia. Assim, há enfraquecimento do tecido muscular, e acumulamento de gordura entre as células. O exercício físico reduz a expressão de efeitos negativos, aumentando a sensibilidade à insulina, e aumentando a translocação do GLUT4 que está prejudicada. Coordena a coordenação errada, inibindo-a e estimulando a correta, via AKT. No fígado, a resistência insulínica prejudica a atividade da glicogênio sintase, diminuindo-a. Diminui a utilização da glicose e a sua reserva. O fígado entende assim que precisa realizar gliconeogênese, liberando mais glicose para fora da célula, aumentando a sua concentração no plasma. Além de aumentar a síntese de ácidos graxos e diminuir a sua utilização, podendo ocorrer esteatose hepática.
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