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ABORDAGEM DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EPIDEMIOLOGIA No Brasil, a mortalidade pelas principais doenças crônicas (DC) diminuiu um pouco, principalmente por doenças cardiovasculares. Houve queda na mortalidade dor DT, mortalidade infantil e tabagismo. VIGILÂNCIA EM SAÚDE Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle de agravos. Vigilância DCNT: informação baseada em tendências temporais; relação multicausal; ênfase central – estabelecer os níveis de exposição aos fatores de risco, associados também a diversas doenças; maior intervalo de tempo entre exposição e desfecho. Vigilância DT: informação baseada na notificação e investigação de casos individuais; relação unicausal presente; ênfase central – interrupção rápida da cadeia de transmissão. COMPONENTES Vigilância em saúde = v. ambiental + v. doenças transmissíveis + v. doenças e agravos não transmissíveis (DANT) + v. saúde do trabalhador + v. sanitária → Deve-se ter informação para ação: conhecimento para o planejamento de ações. OBJETIVOS Reduzir a incidência e prevalência das DCNT. Retardar ou prevenir o aparecimento de complicações e incapacidades decorrentes das DCNT. Avaliar a gravidade e prolongar a vida com qualidade de saúde. ESTRUTURAÇÃO DA VIGILÂNCIA DE DCNT 1. Análise das tendências temporais de morbidade e mortalidade. 2. Monitoramento dos fatores de risco e inquérito de saúde regulares e especiais. 3. Análise e crítica dos resultados e fontes de dados e validação e melhoria dos instrumentos e indicadores. 4. Indução e apoio de ações de promoção e saúde, prevenção e controle. 5. Monitoramento e avaliação das intervenções realizadas. Necessário: subsídio para políticas sociais, econômicas e ambientais; disseminação, discussão, capacitação e advocacia. ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE (ASIS) Processo analítico-sintético que permite caracterizar, medir e explicar o perfil de saúde-doença de uma população, assim como seus determinantes, que facilitam a identificação de necessidades e prioridades em saúde, a identificação de intervenções e de programas apropriados e a avaliação de seu impacto. COMPONENTES ESSENCIAIS PARA A VIGILÂNCIA DAS DCNT Causas mal definidas: certidão de óbito mal preenchida. A queda da mortalidade por DCNT no período teve maior contribuição da redução das DCV. Observa-se, por outro lado, pequeno aumento da mortalidade por diabetes e outras doenças crônicas. RAZÕES Expansão da atenção básica e melhoria do acesso aos serviços de saúde. Redução da prevalência de tabagismo no Brasil (de 34.8% para 14,8%). A diminuição do ritmo de declínio pode, em parte, ser resultado do aumento expressivo na prevalência de obesidade e diabetes. TRANSIÇÃO Mudanças no perfil epidemiológico foi resultado de: mudanças sociais nos últimos 30 anos; transição demográfica (diminuiu TN e TM e aumentou a expectativa de vida, mas com incapacidades); mudança nutricional (aumento na taxa de sobrepeso e obesidade - produtos industrializados). Tripla carga de doenças = DT + DCNT + causas externas. Quatro principais DCNT: DCV; câncer; diabetes e doenças respiratórias crônicas. Quatro fatores de risco: tabagismo; alimentação não saudável; uso nocivo de álcool; atividade física insuficiente e obesidade. Buscam-se estratégias para diminuir os fatores de risco. METAS Para realizá-las, deve-se considerar as macro e micro dimensões: Macro dimensões: gestão, financiamento, regionalização, articulação intersetorial. Micro dimensões: qualificação do cuidado/boa prática clínica, adensamento tecnológico da APS, legitimação/responsabilização da APS (coordenação do cuidado, ordenação da rede), processo de trabalho da equipe (integração com a rede, tecnologias leves). → Para enfrentar os desafios, foram criadas: rede de atenção à saúde (RAS) e melhoria da qualidade do cuidado. PLANO DE ENFRENTAMENTO DCNT 2012-22 Envolve vigilância, monitoramento, avaliação e informação; prevenção e promoção da saúde; cuidado integral. IMPORTÂNCIA DCNT → Levam décadas para serem instaladas na vida de uma pessoa. → Tem origem em idades jovens. → Influenciada pelas condições de vida, não somente de escolhas individuais. → Muitas oportunidades de prevenção – longa duração. → Abordagem sistemática e longo tempo para tratamento. → Serviços de saúde integrados para abordagens adequadas. → Prevenção com baixo custo. Deve-se ter uma abordagem integral, na micropolítica (linhas de cuidado, acesso à medicação, apoio diagnóstico, vinculação e responsabilização, produção da autonomia do usuário) e macropolítica (ações regulatórias, articulações intersetoriais e promotoras de saúde, organização da rede de serviços). Atenção à pessoa tabagista (portaria GM/MS n 571, 05/04/2013): atualiza as diretrizes de cuidado à pessoa tabagista no âmbito da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas do SUS e dá outras providências; possibilita a universalização da oferta do tratamento e sugere nova forma de programação da compra de medicamentos para os serviços da AB. NECESSIDADES DIFERENTES NO CUIDADO Adesão; mudança de hábitos; trabalho em equipe; coordenação do cuidado. → O caminho necessário, para grande parte das pessoas com DC, por outros serviços, amplia a possiblidade de re-socilitação de exames, o risco de interação medicamentosa, a falta de comunicação entre os profissionais, a não corresponsabilização sobre o cuidado pelos diversos serviços, o que aumenta a chance de erros e complicações e também eleva muito o custo deste paciente para o sistema de saúde e para o próprio paciente e sua família. PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL Início em 2004: compra de medicamentos a preço de custo em Farmácias Populares credenciadas. Ampliação do acesso a medicamentos essenciais: analgésicos, contraceptivos, anti-hipertensivos, DM, dislipidemia, asma, entre outros. Em 2006, o programa foi estendido para a rede privada de farmácias, com a criação de uma nova modalidade, o Aqui Tem Farmácia Popular. AÇÕES PROPOSTAS EDUCAÇÃO PERMANENTE Cursos gratuitos, como o curso EAD sobre doenças crônicas. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES As DCNT estão rapidamente se tornando prioridade em saúde pública no Brasil e políticas para sua prevenção e controle têm sido implementadas. Embora nem sempre haja uma avaliação formal, o SUS tem feito grandes avanços, entre eles a implementação de intervenções altamente custo-efetivas, como o controle do tabaco e a ampla distribuição de medicamentos àqueles que têm alto risco de desenvolver DCV. RECOMENDAÇÕES 1. A prioridade e o apoio político para prevenir as DCNT precisam ser reforçados: enfatizando o controle das DCNT por medidas populacionais, ao invés de individuais; ressaltando o papel das DCNT no retardo do crescimento econômico e perpetuação da pobreza; focando em intervenções custo-efetivas. 2. Metas nacionais precisam ser desenvolvidas para reduzir as DC e seus fatores de risco. 3. Ênfase especial na obesidade e par ao incremento de políticas e ações para atingi-las. 4. Garantir apoio orçamentário para as ações de promoção de saúde e prevenção de doenças. 5. Intensificar estratégias intersetoriais que possam ajudar a criar um ambiente propício às escolhas saudáveis de estilo de vida. 6. Enfatizar estratégias upstream, como aquelas para restringir a propaganda de alimentos não saudáveis para crianças. 7. Atenção especial deve ser dada aos períodos críticos da vida (gravidez, primeira infância e adolescência). 8. Fortalecer o SUS para: oferecerassistência aos portadores de DCNT mediante modelos de atenção a condições crônicas com base em experiências locais, expandir e qualificar a ESF, ampliar acesso a medicamentos custo-efetivos, viabilizar maior comunicação entre a AB e outros níveis, aperfeiçoar a detecção imediata e tratamento de indivíduos com cânceres potencialmente curáveis. 9. Programar estratégias que melhorem as desigualdades em saúde. 10. Expandir vínculos com instituições acadêmicas. 11. Expandir a avaliação de tecnologias em saúde.
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