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Leite Materno x Fórmula Infantil

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Leite Materno x Fórmula 
Infantil 
 
DEFINIÇÕES 
Aleitamento materno (AM) 
Quando a criança recebe leite materno, 
diretamente do seio ou dele extraído, 
independentemente de estar recebendo qualquer 
alimento, incluindo leite não-humano. 
 
Aleitamento materno exclusivo (AME) 
Quando a criança recebe somente leite materno, 
com exceção de gotas de xarope de vitaminas, 
minerais ou medicamentos. 
 
Aleitamento materno predominante (AMP) 
Quando o lactente recebe, além do leite materno, 
água ou bebidas à base de água, tais como sucos, 
chás e soro de reidratação oral. 
 
Aleitamento materno complementado (AMC) 
Quando o lactente recebe leite materno mais 
alimentos semi-sólidos, inclusive leite não-humano. 
 
Aleitamento materno misto (AMM) 
Quando a criança recebe leite materno e outros 
tipos de leite. 
 
Fórmula Infantil 
Criadas com o intuito de se assemelhar ao leite 
materno, no entanto sua composição não se iguala 
as propriedades fisiológicas do leite humano, que 
são específicas da mãe para o próprio filho. 
 
 
LEITE HUMANO 
Apresenta composição específica que se ajusta às 
necessidades nutricionais do lactente e é 
compatível com suas limitações metabólicas e 
fisiológicas. 
 
Colostro 
Fluido secretado pela glândula mamária 
imediatamente após o parto, que possui dez vezes 
mais caroteno do que o leite maduro, o que lhe 
confere cor amarela intensa. Menos rico em 
lipídeos e lactose, mais rico em proteínas. 
 Dura de 3 a 7 dias 
 atua no estabelecimento de flora intestinal 
predominantemente bífida (protege o 
lactente contra infecções) 
 apresenta efeito laxativo (auxilia na 
eliminação do mecônio) 
 rico em proteínas, minerais e fatores 
imunológicos 
 fornece grande quantidade de anticorpos 
matemos 
 
Leite de transição 
Vai sofrendo modificações de volume e composição. 
Vai do 5º ao 15º dia. 
 
Leite maduro 
Após 15º dia do parto. Tem volume e composição 
estáveis, com volume médio de 700-900ml/dia nos 
primeiros 6 meses, cerca de 600ml/dia no 2º 
semestre e 550ml no segundo ano. Fornece em 
média 67-70 Kcal/ml. 
 
Aspectos do leite materno 
Leite anterior 
Leite do início da mamada. Alto teor de água 
(aspecto semelhante ao da água de coco), porém 
muito rico em anticorpos. 
 
Leite do meio 
Coloração branca opaca devido ao aumento da 
concentração de caseína. 
 
Leite posterior 
Leite do final da mamada, mais amarelado devido à 
presença de betacaroteno e AG. 
 
Aspectos imunológicos 
Todas as classes de Ig estão presentes no leite 
humano (IgA, IgG, IgM, IgD, IgE), porém a principal 
é a IgA (90%). 
 É termoestável e resistente a ação ácida e 
enzimática e por isso consegue atravessar 
o TGI na forma intacta, mantendo sua 
capacidade funcional 
 Protege a mucosa intestinal pois 
proporciona resistência do hospedeiro 
contra organismos que invadem o TGI, mas 
é necessário que o AM seja mantido até os 
3 meses para que esse efeito protetor seja 
obtido 
 Forma uma barreira protetora diminuindo 
a permeabilidade a alérgenos. 
 
Além das imunoglobulinas, o leite materno contém 
lactoferrina, que se liga ao ferro disponível e inibe a 
multiplicação bacteriana (ação bacteriostática). No 
entanto, sua concentração é mais elevada no 
colostro. 
 
 
OUTROS FATORES PRESENTES NO LEITE 
HUMANO 
Fator bifidus Estimula o crescimento de 
Lactobacillus bifidus que 
antagonizam as 
enterobactérias 
Lactoperoxidase Mata os estreptococos e 
bactérias entéricas 
Complemento 
C3 e C4 
Estimula a opsonização, 
tornando a parede celular 
bacteriana susceptível a 
fagocitose (destruição 
bacteriana) 
Interferon Inibe a duplicação viral 
intracelular 
Fator 
antiestafilocócico 
Inibe a infecção 
estafilocócica sistêmica 
Lisozima Lisa bactérias pela 
destruição da parede 
celular; ação sinérgica a 
lactoferrina e IgA 
Nucleotídeos Fatores de crescimento c/ 
efeito imunomodulador 
Somatostatina Anti-inflamatória 
Fator de 
crescimento 
epidérmico e 
IGF-1 
Estimulam a proliferação do 
epitélio da mucosa intestinal 
 
Não estão presentes em leite de vaca/fórmulas = 
IgA secretória, lactoferrina, lisozimas e Lactobacillus 
bifidus. 
 
 
ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL 
Quando a amamentação for contraindicada ou não 
obter sucesso nos estímulos, são utilizadas fórmulas 
lácteas. As fórmulas geralmente são elaboradas 
com leite de vaca ou leite a base de soja. 
 
Antes do sexto mês, deverá ser utilizada uma 
fórmula infantil para lactentes (primeiro semestre); 
a partir do sexto mês, recomenda-se uma fórmula 
infantil de seguimento para lactentes (segundo 
semestre). 
 
Para as crianças que utilizam fórmulas infantis, a 
introdução de alimentos não- -lácteos deverá seguir 
o mesmo preconizado para aquelas em aleitamento 
materno exclusivo (a partir dos 6 meses). 
 
Composição 
CHO: 100% lactose ou lactose + maltodextrina 
PTN: polimérica (soro do leite + caseína) ou 
parcialmente hidrolisada (100% soro do leite) 
LIP: mistura de óleos que fornecem ácidos graxos 
essenciais (ômega 6 e ômega 3) 
Minerais: aproximado aos teores do leite materno. 
Alguns nutrientes opcionais 
Nucleotídeos: fundamental na estrutura do DNA e 
RNA 
Oligossacarídeos do leite humano: CHOs presentes 
naturalmente no LH, modulam de forma benéfica a 
microbiota do lactente, assim como o 
desenvolvimento intestinal, do sistema imunológico 
e potencialmente do sistema neurológico. 
Prebióticos: CHOs não digeríveis que estimulam o 
crescimento e/ou atividade de um grupo de 
bactérias no colon que traz benefícios à saúde do 
indivíduo. 
Probióticos: microorganismos vivos capazes de 
alcançar o TGI e alterar a composição da microbiota, 
produzindo efeitos benéficos a saúde. 
LC-PUFAS: AG poli-insaturados de cadeia longa 
que participam na estrutura da membrana celular 
da retina e do sistema nervoso central (DHA E ARA). 
 
As principais modificações do leite de vaca para a 
fórmula são a redução do teor de proteínas e 
eletrólitos, substituição de parte de lipídeos por 
óleo vegetal, adição de outros carboidratos (malto, 
sacarose) e adição de vitaminas, minerais e 
aminoácidos. 
 
A densidade calórica é a mesma do LM (0,67 
Kcal/kg) e o teor proteico costuma ser 1,5x maior 
que do LM. A osmolaridade das formas infantis deve 
ser inferior a 460 mOsm/kg (AAP). 
 
Classificação 
Fórmula de partida 
Alimentação no 1º semestre de vida. 
 
Fórmula de seguimento 
Alimentação no 2º semestre de vida. 
 
 
Fórmulas para situações especiais 
Prematuros 
Alta densidade energética, níveis aumentados de 
PTN e minerais, menores teores de lactose e 
lipídeos com 50% TCM (os mecanismos fisiológicos 
estão imaturos para digestão e absorção de 
gordura). 
 Ex: Pré-Nan e Aptamil Pré 
 
Anti-regurgitação 
Substituição de 25% da lactose por amido de milho 
ou de arroz pré-gelatinizados, ou goma gataí. Esses 
açúcares sofrem gelatinização ao entrarem em 
contato com o pH gástrico, conferindo maior 
resistência ao conteúdo e dificultando o refluxo. 
Indicados para DRGE, podem ser usadas até 1 ano 
de idade. 
 Ex: Nan AR e Aptamil AR. 
 
 
Fórmulas isentas de lactose 
Utiliza-se a maltodextrina como fonte de CHOs. 
Tem a vantagem de fornecer energia com pouco 
efeito na osmolaridade, evitando diarreia e má 
absorção. Também é menos susceptível a 
fermentação da microbiota e auxiliam na absorção 
de minerais como Ca, Mg e Zn. 
 Ex: Nan sem lactose, Enfamil sem lactose 
Premium 
 
Fórmulas de proteína isolada da soja 
Fórmulas produzidas após refinado processo de 
extração da proteína isolada da soja. 
Completamente isentas de PLV e lactose. Não são 
hipoalergênicas pois pode haver reação cruzada. 
 Ex: Nan Soy, Aptamil de Soja, Enfamil 
Prosobee Premium, Isomil e Nursoy 
 
Fórmula hipoalergênicas parcialmente hidrolisadas 
Fórmulas de partida compostas por proteínas do 
soro do leite parcialmente hidrolisadas por tripsina, 
com posterior tratamento térmico que reduz sua 
alergenicidade. 
 Ex: Nan HÁ 
 
Fórmulas extensamente hidrolisadas 
Semi-elementares e hipoalergênicas com proteínas 
extensamentehidrolisadas em peptídeos e 
aminoácidos livres. Indicadas para alergia 
simultânea à PLV e da soja, condições disabsortivas 
graves, hipoalbuminemia, transição de NPT para NE 
e realimentação de pacientes críticos por processo 
digestivo-absortivo. 
 Ex: Alfaré, Pregomin, Pregestimil, 
Peptamen Júnior e Vivonex 
 
Suspensão de aminoácidos 
Fórmulas elementares hipoalergênicas onde as 
proteínas estão sob forma de 100% aminoácidos. 
Indicadas para alergias graves refratária ao uso de 
fórmulas altamente hidrolisadas e na realimentação 
de pacientes críticos. 
 Ex: Neocate e AminoMed 
 
Fórmulas caseiras 
Alternativa de fácil acesso e baixo custo, produzidas 
a partir do leite de vaca. Pode ser feita apenas com 
leite e água, ou adicionando carboidratos 
simples/complexos para que se torne mais 
adequado às necessidades do lactente. 
 
Não usar apenas amido pois os níveis de amilase 
pancreática nos lactentes são baixos, podendo 
causar intolerância à fórmula. Também não se usa 
apenas açúcar simples, porque elevaria a 
osmolaridade da fórmula e por ser potencialmente 
cariogênico. O ideal é que seja usada uma proporção 
de 3% de açúcar simples e 5% como fonte de amido. 
 
 Na impossibilidade de impedir o uso de 
leite de vaca na alimentação do lactente, 
realizar a diluição adequada (2/3 ou 10% se 
usar leite em pó) e corrigir a deficiência de 
ômega 6 com acréscimo de óleo nos 
primeiros 4 meses e suplementação de 
vitamina C e ferro. 
 Não acrescentar CHOs em < 4 meses, a 
densidade energética deve ser 
complementada com adição de óleo 
vegetal (1 colhér de chá para cada 100ml). 
 
Recomendações para o uso de fórmulas 
✓ Preparar antes de servir 
✓ Se armazenadas, no máximo por 24h em 
geladeira 
✓ Utensílios devem ser esterilizados (ferver 
mamadeiras por 10min e bicos por 3min) 
✓ Desprezar restos de fórmulas da 
mamadeira 
✓ Lavar bicos e mamadeiras com água quente 
e detergente, com auxílio de escovas 
✓ Escorrer utensílios e guardar em recipiente 
com tampa 
✓ Panelas e recipientes devem ser de uso 
exclusivo 
✓ OMS recomenda fervura do leite de vaca 
pasteurizado e aquecimento do leite 
esterilizado 
✓ Não é recomendado alterar o tamanho 
original do orifício do bico da mamadeira 
✓ Não se recomenda que a criança ingira a 
fórmula sozinha pois há risco de engasgo. 
 
Outros produtos 
Composto lácteo – produto resultante da mistura 
de leite (no mínimo 51%) e outros ingredientes 
lácteos ou não lácteos. Não pode ser chamado de 
leite pelo fato de ter outros ingredientes em sua 
composição. É feito a partir do leite e leite 
reconstituído (dissolução em água do leite em pó, 
adicionado ou não, de gordura láctea, até atingir o 
teor gorduroso fixado para o respectivo tipo). 
 
 
 Colostro Leite maduro Leite de vaca 
Kcal 58 67-70 69 
Ph 7,45 7,1 - 
Água 87% 87% - 
Ptn 2,1g 1,4g 3,3g 
Caseína: 
Albumina 
-- 40:60 82:18 
Lip 3g 4,1g 3,7g 
Lactose 5g 6g 4,8g 
 
Minerais 0,3g 0,2g - 
 
 LH LV LA 
Propriedades 
anti-
infecciosas 
+ - + 
Fatores de 
crescimento 
+ - - 
Ptn 
Quantidade 
adequada, fácil de 
digerir 
Excesso e 
difícil de 
digerir 
Parcialmente 
modificado 
Lip Suficiente em AGEs 
Deficiente 
em AGEs 
Deficiente 
em AGEs 
Minerais Qtd, adequada Excesso 
Parcialmente 
equilibrado 
Ferro 
↓ qtd. e bem 
absorvido 
↓ qtd. e 
mal 
absorvido 
Adicionado e 
mal 
absorvido 
Vitaminas Qtd, adequada 
Deficiente 
em A e C 
Vitaminas 
adicionadas 
Água Suficiente Excesso Excesso 
 
 
Cálculo de fórmula 
 Calcular necessidades energéticas da criança 
 Escolher a fórmula que se adequa a sua 
condição clínica 
 Determinar a capacidade gástrica da criança 
(escolher um múltiplo da colher de medida: 
30ml) 
 Calcular o valor energético da mamadeira 
 Dividir o VET pelo valor energético da 
mamadeira para obter o número de 
mamadeiras/dia 
 Avaliar aceitação da criança ao volume 
ofertado 
 
Presença de constipação, diarreia, flatulência, 
agitação, regurgitação e vômitos podem indicar 
intolerância à fórmula, sendo necessária sua troca. 
 
Também é frequente o erro de diluição das 
fórmulas, que pode ocasionar desnutrição, e 
acréscimo de açúcar ou cereais (mucilagens) 
aumentando a osmolaridade da fórmula, além de 
risco de infecção digestiva pelo uso de água 
contaminada para reconstituição.

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