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Animais peçonhos: cobras

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ANIMAIS PEÇONHENTOS: Serpentes
As serpentes são animais vertebrados que pertencem ao grupo dos répteis. Seu corpo é
coberto de escamas. Assim como outros répteis, elas não conseguem controlar a temperatura
de seu corpo, por isso são chamados de animais ectotérmicos ou animais de sangue frio.
As serpentes podem ser classificadas em: peçonhentas, isto é, aquelas que conseguem
inocular seu veneno no corpo de uma presa ou vítima, ou não peçonhentas, ambos os tipos
podem ser encontrados nos mais diferentes habitats, inclusive em ambientes urbanos. No
Brasil, existem aproximadamente 250 espécies de serpentes, sendo que destas, 70 são
peçonhentas.
Acidente ofídico ou ofidismo é o quadro de envenenamento decorrente de serpentes.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, ocorrem entre 19 mil a 22 mil acidentes
ofídicos por ano. A ocorrência desses acidentes, está relacionada a fatores climáticos e ao
aumento do trabalho no campo. A faixa etária das vítimas varia de 15 a 49 anos, sendo
predominante no sexo masculino. Quanto ao local da picada, o pé e a perna são os mais
atingidos.
Os acidentes estão divididos em quatro grupos: acidentes botrópicos (causados por
serpentes dos gêneros Bothrops e Bothrocophias - jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca,
comboia); acidentes crotálicos (serpentes do gênero Crotalus - cascavel); acidentes laquéticos
(serpentes do gênero Lachesis - surucucu-pico-de-jaca); e acidente elapídico (serpentes dos
gêneros Micrurus e Leptomicrurus - coral-verdadeira).
 1.1 Forma de intoxicação (exposição)
O maior número de pessoas que estão sujeitas a acidentes com serpentes no país estão
localizados na zona rural já que os mesmos possuem um contato direto. Mas o número de
vítimas na área urbana não deixa de ser significativo, pois os animais se deslocam da mata em
busca de alimento, o que ocorre em grande escala nas regiões litorâneas.
No Brasil a cobra que mais ataca é a Jararaca pois existe maior número. Em
Pernambuco a Cascavel é a principal causadora desses acidentes. Estudos comprovam que a
Mata Atlântica tem se tornado cada vez mais árida e aquecida possibilitando assim a oferta de
roedores, de alimentação para a Cascavel. No ano de 2014 pesquisa realizada pelo ministério
da saúde apontou que por ano no Brasil são registrados 30 mil casos de acidentes por
serpentes e que destes 129 pessoas vão a óbito.
1.2 Quadro Clínico
Quando falamos em acidentes, as cobras mais comuns são jararacas, cascavéis e
corais. O ataque de jararacas (bothrops) tem uma ação proteolítica, acarretando lesões locais
como edema, bolhas e necrose. Sua ação também produz distúrbios na coagulação e alteração
da função plaquetária. Há a presença de hemorragias, que provocam lesões na membrana
basal dos capilares. Após o ataque há manifestações como dor e edema endurado no local da
picada, variando a intensidade, equimoses e sangramentos na picada são frequentes, em
gestantes há risco de hemorragia uterina. Podem ocorrer náuseas, vômitos, sudorese,
hipotensão arterial, hipotermia e raramente, choque. Em casos de complicações pode ocorrer a
síndrome compartimental e necrose nas extremidades dos dedos.
O veneno de cascavel (crotalus) pode causar uma ação neurotóxica, na qual uma
neurotoxina de ação pré-sináptica atua nas terminações nervosas, inibindo a liberação de
acetilcolina, causando bloqueios neuromusculares e paralisias motoras. Além disso há uma
ação miotóxica que produz lesões de fibras musculares esqueléticas, com liberação de
enzimas e mioglobina para o sangue. Após o ataque podem ser encontradas discretas marcas
de presas, edema e eritema, não há dor, mas há parestesia local ou regional. No geral a vítima
apresenta mal-estar, sudorese, náuseas, vômitos, cefaléia e xerostomia. Apresentam-se nas
primeiras horas flacidez da musculatura da face, visão turva ou diplopia, midríase e dores
musculares generalizadas, a urina pode ficar clara nas primeiras horas e assim permanecer, ou
tornar-se avermelhada e marrom nas horas seguintes. Pode haver aumento do Tempo de
Coagulação (TC) ou incoagulabilidade sanguínea. Insuficiência respiratória aguda,
fasciculações e paralisia de grupos musculares são sintomas pouco frequentes.
Já a neurotoxina da cobra coral verdadeira compete com a acetilcolina pelos
receptores colinérgicos da junção neuromuscular, atuando de modo parecido com o curare. Os
sintomas podem se manifestar de forma precoce, em menos de 1 hora após o acidente, porém
recomenda-se observação por 24 horas. Há aparecimento de dor local e discreta,
acompanhada de parestesia, inicialmente ocorrem vômitos e posteriormente fraqueza
muscular, sonolência, perda de equilíbrio, sialorréia e presença de fáscies miastênica. O
quadro de paralisia flácida pode comprometer a musculatura respiratória, evoluindo para
apnéia e insuficiência respiratória aguda.
 
 1.3 Tratamento
No tratamento específico por envenenamento de cobras como jararacas e cascavéis
geralmente é recomendado o mais rápido possível a inclusão do Soro Antibotrópico (SAB)
ou, em sua ausência, temos como alternativa a associação do antibotrópico-crotálico (SABC).
Se o TC (tempo de coagulação) permanecer alterado 24 horas após soroterapia, está indicado
dose adicional de antiveneno. O pH urinário deve ser mantido acima de 6,5 com bicarbonato
de sódio, pois urina ácida potencia a precipitação intraglobular de mioglobina, monitorar por
controle gasométrico. No tratamento específico de cobras corais ensaios clínicos bem
sucedidos mostram o êxito do uso de anticolinesterásicos (neostigmina) em acidentes
elapídicos com manifestações paralíticas graves. A vantagem desse procedimento é a de
promover uma rápida melhora do quadro paralítico quando comparado à soroterapia, que
também pode ser utilizada como tratamento específico. Todos os casos de acidentes por coral
com manifestações clínicas devem ser considerados como potencialmente graves.
 1.4 Prevenção
A melhor forma de prevenir um acidente com serpentes, é evitar os locais onde essas
possam ser encontradas, é preciso procurar saber se o local onde você pretende explorar tem
algum registro de aparecimentos das mesmas. A maioria dos ataques acontecem quando a
vítima sem ter percebido, pisa em uma serpente.
A seguir está listado algumas maneiras de prevenção:
● O uso de botas de cano alto ou perneira de couro, botinas e sapatos pode evitar cerca
de 80% dos acidentes;
● Usar luvas de aparas de couro para manipular folhas secas, montes de lixo, lenha,
palhas, etc.
● Não colocar as mãos em buracos. Cerca de 15% das picadas atingem mãos ou
antebraços;
● Cobras se abrigam em locais quentes, escuros e úmidos. Cuidado ao mexer em pilhas
de lenha, palhadas de feijão, milho ou cana. Cuidado ao revirar cupinzeiros;
● Onde há rato, há cobra. Limpar paióis e terreiros, não deixar lixo acumulado;
● Evitar acúmulo de lixo ou entulho, de pedras, tijolos, telhas e madeiras, bem como não
deixar mato alto ao redor das casas. Isso atrai e serve de abrigo para pequenos animais,
que servem de alimentos às serpentes;
● Examinar os calçados, pois serpentes podem refugiar-se dentro deles;
● Vedar frestas e buracos em paredes e assoalhos;
● Avaliar bem o local onde montar acampamentos e fazer piqueniques;
● Preservar inimigos naturais (raposa, gambá, gaviões e corujas) e criar aves domésticas,
que se alimentam de serpentes.
 1.5 Considerações finais
No Brasil ocorrem entre 19 mil a 22 mil acidentes por envenenamento de serpentes ao
ano, sendo que o maior número de pessoas sujeitas a a eles estão localizadas na zona rural,
por causa do contato direto com a mata. Entretanto, os ataques também ocorrem na área
urbana, pois as serpentes saem da mata em busca de alimento. No Brasil, a cobra que mais
ataca é a Jararaca.
Os sintomas após o acidente são vários, entre os quais é possível destacar mal-estar,
sudorese, náuseas, vômitos, cefaléia e xerostomia. Para o tratamento, deve ser aplicado Soro
Antibotrópico (SAB) ou, em sua ausência,o antibotrópico-crotálico (SABC). Se o TC (tempo
de coagulação) permanecer alterado 24 horas após soroterapia, indica-se uma dose adicional
do Soro ou antibotrópico. O tratamento pode variar de acordo com a espécie da serpente.
Para a prevenção, deve-se, primeiramente, evitar os locais onde podem ser
encontradas. Sempre que for preciso, deve-se usar botas de borracha e luvas de couro, para
evitar a mordida. Para residências, é recomendado não manter acúmulo de lixo ou entulho,
onde as serpentes poderiam estar presentes, e, se houver, vedar os buracos na parede ou no
piso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Acidentes por animais peçonhentos: Serpentes. 2017. Disponível
em: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/acidentes-por-animais-peconhentos-serpentes/.
Acesso em: 21 jun. 2019.
PINHO, F.M.O.; PEREIRA, I.D.. Ofidismo. 2001. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000100026. Acesso
em: 21 jun. 2019.
Casos de acidentes com serpentes no Brasil. São Paulo: Jornal Hoje, 2017. Disponível em:
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/07/em-um-ano-30-mil-acidentes-com-cobras-sao-regi
strados-no-pais.html. Acesso em: 23 jun. 2019.

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