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3 INTRODUÇÃO O enovelamento de proteínas é um processo químico onde a estrutura de uma proteína assume a sua configuração funcional. Ao dobrar e enrolar-se para tomar uma forma tridimensional específica, as proteínas são capazes de realizar a sua função biológica. O processo de biossíntese das proteínas é o mais complexo que envolve ao todo quase 300 macromoléculas diferentes, quase todas dentro do ribossomo. Já a modificação pós-traducional de proteínas é a modificação química de uma cadeia proteica depois de sua tradução. Essas alterações químicas podem alterar a hidrofobicidade de uma proteína e assim determinar a localização celular da mesma. https://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADna https://pt.wikipedia.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o_(gen%C3%A9tica) 4 1 MODIFICAÇÕES PÓS-TRADUCIONAIS As modificações pós-traducionais conhecidas incluem fosforilação, acetilação, alquilação, metilação, sulfatação, isoprenilação, glicilação, ubiquitinação e formação de pontes dissulfeto. 1.1 Enovelamento de proteínas Após a tradução, a proteína é apenas uma longa cadeia de aminoácidos, incapaz de exercer sua função biológica. Ela precisa assumir uma conformação para poder se tornar ativa e esse processo é chamado de enovelamento (passagem de uma estrutura inativa para uma ativa). O processo contrário é chamado de desnaturação. A forma mais estável varia de acordo com o meio. O enovelamento é guiado pelas forças de Van der Waals, contribuições da energia livre de Gibbs, formação de ligações de hidrogênio e pontes dissulfeto. Mas mesmo que as proteínas assumem espontaneamente sua forma nativa, esse processo pode ser muito demorado. 1.2 Fosforilação É a adição de um grupo fosfato (PO4) a uma aminoácido de uma cadeia proteica. As enzimas quinases são responsáveis pela fosforilação e as fosfatases pela desfosforilação. De um modo geral, a fosforilação é a mais importante e bem estudada modificação pós-traducional. Possui um papel crucial em inúmeros processos celulares. Muitos receptores e enzimas são “ligados” ou “desligados” pela fosforilação e desfosforilação. O controle da atividade enzimática pela fosforilação é responsável por diversas vias de transdução de sinal, pelo controle do ciclo celular e muitos outros eventos celulares cruciais. O grupo fosfato adicionado é fortemente negativo, então sua adição induz forças na cadeia proteica que podem levar a uma radical alteração em sua conformação. Desse modo, https://pt.wikipedia.org/wiki/Fosforila%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Acetila%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Alquila%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Metila%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sulfata%C3%A7%C3%A3o&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Glicila%C3%A7%C3%A3o&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ubiquitina%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pontes_dissulfeto&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7as_de_Van_der_Waals https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_livre_de_Gibbs https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%B5es_de_hidrog%C3%AAnio https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%B5es_de_hidrog%C3%AAnio https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pontes_dissulfeto&action=edit&redlink=1 5 uma proteína pode expor os aminoácidos antes escondidos em seu centro e mudar muito suas características. 1.3 Formação de pontes dissulfeto Modificações pós-traducionais podem levar à formação de pontes dissulfeto, o que altera drasticamente a estrutura tridimensional da proteína em questão. Elas são ligações fortes covalentes entre dois grupos sulfidril, quase sempre da cadeia lateral de cisteína. Essa ligação é muito importante para a formação da estrutura terciária de proteínas e, consequentemente, formando a função destas. 1.4 Glicosilação Glicosilação é a reação química na qual um carboidrato é adicionado a outra molécula, chamada de receptora. Na biologia, glicosilação se refere ao processo enzimático que une glicanos a lípidios, proteínas ou outras moléculas orgânicas Nela, carboidratos são adicionados a sítios específicos na superfície de proteínas e lipídios, que, conforme a especificidade da molécula orgânica, pode ocorrer tanto no retículo endoplasmático quanto no aparato de Golgi. Assim, a glicosilação leva à formação de glicoproteínas, constituindo um processo co e pós-traducional, ou seja, que pode ocorrer durante e após a tradução, momento em que as proteínas são alvo de diversas modificações estruturais. Essa reação confere estabilidade, heterogeneidade e maior solubilidade às moléculas glicosiladas, sendo essencial para a adesão e sinalização celular e para o enovelamento protéico. A glicosilação é um processo enzimático bastante diversificado e plural e, portanto, pode ser subdividida em diversos tipos: ● N-glicosilação: adição de carboidratos ao nitrogênio das cadeias laterais de asparagina ou arginina https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_dissulfeto https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_covalente https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_covalente 6 ● O-glicosilação: adição de carboidratos ao radical hidroxila das cadeias laterais de serina, treonina, tirosina, hidroxilisina ou hidroxiprolina ● P-glicosilação: ligação de carboidratos ao fosfato de uma fosfoserina ● C-glicosilação: processo enzimático em que ocorre adição de carboidratos a um carbono da cadeia lateral do triptofano ● Glipiação: adição de uma ancoragem de glicosilfosfatidilinositol (GPI), em que ocorre a ligação de um carboidrato à fosfoetanolamina, o que permite que seja ancorada ao grupo carboxil terminal de uma proteína. As cadeias de polissacarídicas adicionadas as proteínas têm diversas funções: experimentos mostraram que sem elas, algumas proteínas não se enovelam corretamente e outras tem sua vida média muito diminuída. A glicosilação também desempenha uma papel central na adesão célula-célula. 1.5 Sulfatação Ocorre em resíduos de tirosina de proteínas como o fibrinogênio e proteínas que serão secretadas (por exemplo, a gastrina). Uma vez adicionado, o grupo sulfato não será mais removido, sendo assim, ele é não usado para a regulação proteica como a fosforilação, só é adicionado quando necessário para a função biológica daquela proteína. 1.6 Metilação É a substituição de um hidrogênio (H) por um grupo metil (CH3). Em sistemas biológicos, essa reação é catalisada por enzimas e está envolvida na modificação de metais pesados, na regulação da expressão gênica e no metabolismo de RNA. Em proteínas, a metilação ocorre em resíduos de arginina ou lisina. A metilação proteica é hoje mais bem conhecida em histonas, as proteínas responsáveis pelo enovelamento das fitas de DNA. A transferência de grupos metil de S-adenosil metionina (SAM, um cofator enzimático presente em todas as células eucarióticas) para histonas é catalisada por enzimas 7 conhecidas como histona metil transferases. A metilação das histonas pode influenciar na expressão gênica, sendo portanto um fator epigenético. 1.6 Zimogênios Zimogênios ou pró-enzimas são precursores inativos de proteínas que precisam ser clivados em um ponto específico para dar origem a proteínas funcionais. A síntese de proteínas em forma de zimogênios é uma estratégia utilizada pela célula para evitar que uma proteína exerça uma atividade perigosa em hora e local errado. Por exemplo, as proteínas com função digestiva não podem se tornar ativas no citosol porque começariam a degradar deliberadamente outras proteínas, então a célula sintetiza essas proteínas numa forma inativa (os zimogênios). Exemplos conhecidos são a tripsina e a quimiotripsina. As caspases, responsáveis pelo disparo do processo de apoptose, também só podem se tornar ativas em situações específicas, por isso são também sintetizadas na forma de pró-enzima. A modificação pós-traducional em questão é a clivagem de zimogênios. 8 CONCLUSÃO Conclui-se que apósa tradução das proteínas elas passam por certos processos, cujos determinarão suas funções no sistema em que estão inseridas. Um exemplo desses processos é o dos zimogênios, que inativam uma proteína que esteja exercendo a função errada no local errado, de modo que serão clivados no futuro e darão origem a proteínas funcionais. O enovelamento dessas proteínas ocorre para deixá-las em sua forma funcional. As modificações e procedimentos que sucedem a tradução são de suma importância para determinar suas funções. 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS OLIVEIRA, Marcos Túlio de. Síntese proteica e modificações pós-traducionais. Disponível em: https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/tecnologia/marcostuliooliveira/aula_sintese-e -modif_mpap2017.pdf. Acesso em 23 out, 2019. Modificações pós-traducionais de proteínas. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Modifica%C3%A7%C3%A3o_p%C3%B3s-traducional_de_prot e%C3%ADnas. Acesso em 23 out, 2019.
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