Grátis
9 pág.

Distrofia Muscular de Duchenne e de Becker
Centro Universitário Atenas
Denunciar
5 de 5 estrelas









10 avaliações
Enviado por
Elany Portela 
5 de 5 estrelas









10 avaliações
Enviado por
Elany Portela 
Pré-visualização | Página 1 de 3
282 Elany Portela Distrofias Musculares de Duchenne e de Becker Distrofina É uma das maiores proteínas existente nos seres humanos, expressada predominantemente em músculos lisos, esqueléticos e cardíacos, assim como em alguns neurônios. No músculo esquelético a distrofina faz parte do complexo distrofina-glicoproteína (DGC). Esse complexo exerce importantes funções: 1. Manutenção da integridade da membrana muscular, por meio da ligação do citoesqueleto de actina à matriz extracelular. 2. É necessário no posicionamento das proteínas do complexo no sarcolema. A função de muitas proteínas do complexo é desconhecida, mas sua associação com diversas distrofias musculares indica que elas são essenciais ao complexo. Causas DMD e DMB são doenças genéticas do tipo monogênica recessiva ligada ao X, causada por uma mutação no gene DMD localizado no braço curto do cromossomo X, em uma região denominada Xp21. O gene DMD é responsável pela expressão da distrofina.. As mutações que causam a DMD podem ser grandes deleções (60-65%), grandes duplicações (5-10%) e pequenas deleções, inserções ou mudanças de nucleotídeos (25-30%). Um terço das causas de DMD são mutações novas e não de pacientes com mães portadoras As mutações de novo aparecem com frequência parecida durante a ovocitogênese e a espermatogênese, as grandes deleções, em sua maioria, ocorrem durante a ovocitogênese e a maioria das mudanças de nucleotídeos aparecem na espermatogênese A DMD possui um fenótipo mais agressivo que a DMB devido a mutação ser do tipo frameshift. Esse tipo de mutação provoca mudanças no códon e na matriz de leitura, logo a distrofina vai ser completamente alterada, podendo gerar um códon de 283 Elany Portela parada prematuro, resultando em um encurtamento da proteína. A DMB também ocorre por grandes deleções (60%), mutações pontuais (34%) ou duplicações parciais dos genes (6%). No entanto, a DMB se diferencia da DMD por ser mais branda, isso ocorre devido a sua mutação ser do tipo in frame, na qual apenas ocorrem mudanças nos aminoácidos da cadeia, ao contrário do que ocorre em DMD, onde a ordem da matriz é modificada inteiramente. Herança A herança é do tipo monogênica recessiva ligada ao x. Esse tipo de herança afeta mais homem, porque no homem ele apenas possui um X, sendo, por isso, necessário apenas 1 alelo mutante. Já a mulher possui 2 X, necessitando ter homozigose recessiva para manifestar a doença. Não há transmissão do gene de pai doente para filho do sexo masculino, porque o pai passa para o filho o cromossomo Y. Tem a presença de gerações nas quais a doença se omite quando os genes são passados por mulheres portadoras. Uma mulher que teve filho do sexo masculino com Duchenne, pode não ser portadora, por que um terço de Duchenne a causa é mutação na gametogênese, tanto na gametogênese feminina como na masculina. A mulher pode apresentar sintomas graves da doença caso: 1. O cromossomo X que carrega o alelo DMD normal for inativado acima do limiar das células em algumas mulheres heterozigóticas. 2. Se ela tiver só um cromossomo X(síndrome de Turner) e ele tiver a mutação para a DMD. 3. Se os seus dois cromossomos X estiverem afetados Para mulheres também é importante lembrar que o mosaicismo da linhagem germinativa dificulta a ocorrência da doença. No mosaicismo germinativo, alguns oócitos e células espermáticas são mutadas, enquanto outras estão normais. Geralmente, uma pessoa que só tem este tipo de mosaicismo, não vai apresentar sintomas, visto que a mutação não está presente nas células somáticas. Se a mutação for transmitida a descendência o filho não vai ser mosaico como o pai, pois todas as suas células vão estar mutadas. 284 Elany Portela DMD: 1 a cada 3500 homens possuem 1/3 dos afetados é dado por mutações e 2/3 é passado por mães portadoras A maioria das mulheres portadoras não possuem manifestações clínicas, apesar de cerca de 70% possuem níveis um pouco altos de creatina quinase sérica DMB Afeta 1 a cada 18000 homens. Mutação Na DMD, o quadro de leitura do RNAm não é mantido, levando à produção de uma proteína altamente truncada, que é rapidamente destruída pela célula (mutação em frameshift). Os diferentes tipos de deleção afetam de forma diferente a evolução do quadro clínico da doença. Deleções na região de ligação da distrofina a outras proteínas implicam em um caso grave de DMD. A Distrofia Muscular de Becker se diferencia por sua evolução mais lenta e início tardio quando comparada à DMD. Além disso, uma diferença estrutural entre as distrofias consiste na diferença entre as consequências da proteína distrofina. . Na distrofia de Duchenne, a leitura do gene é inteiramente alterada (frameshift) e ela gera códon de parada prematuro, por isso que geralmente a proteína é encurtada ou ela pode não gerar esse códon, fazendo com que a proteína não seja formada. Na DMB não ocorre mudança de matriz de leitura, e esta afeta apenas aminoácido, retirando ou adicionando um códon à distrofina (in-frame) Sinais e Sintomas DMD No sexo masculino Normalmente começam na infância. Período neonatal: hipotonia prolongada. Nos estágios pré-clínicos e iniciais da doença, o nível sérico de creatina quinase é muito elevado. Fraqueza no período de 3 a 5 anos de idade. Há dificuldade para aprender a andar. Anomalias na marcha entre os 3 a 5 anos de idade. Marcha anserina., podendo gerar escoliose. 285 Elany Portela Aos cinco anos, a maioria utiliza a manobra de Gowers. Entre os 5 a 10 anos há pseudohipertrofia na panturrilha. A marcha equina inicia-se normalmente aos 7 ou 8 anos de idade É necessário o uso órteses para a marcha. Aos 12 anos de idade o paciente irá para a cadeira de rodas., desenvolvendo contraturas e escoliose. Normalmente, não são capazes de andar após os dezesseis anos de idade. A degeneração e fraqueza muscular começa com os músculos da cintura dos quadris e os flexores do pescoço. A fraqueza muscular envolve progressivamente a cintura dos ombros e os músculos dos membros distais e tronco. Cérebro é afetado, ocorrendo diminuição moderada do QI. Maioria morre por insuficiência pulmonar e pneumonia. Idade média de morte é de 18 anos. Os afetados raramente sobrevivem até a terceira década. Quase 95% dos pacientes com DMD têm algum comprometimento cardíaco. Insuficiência cardíaca se desenvolve em quase 50% dos pacientes. Complicações na musculatura lisa são raras, estas incluem dilatação gástrica e paralisia do íleo e da bexiga. No sexo feminino A idade de início e a gravidade da DMD depende do grau de desvio da inativação do cromossomo X. Se o cromossomo X, o qual carrega o alelo mutante de DMD estiver ativo na maior parte das células, as mulheres vão desenvolver sinais de DMD. Se o cromossomo X que carrega o alelo normal de DMD estiver em sua maior parte ativo, as mulheres terão pouco ou nenhum sintoma da DMD. Independentemente dos sintomas clínicos de fraqueza no músculo esquelético, a maior parte das mulheres portadoras tem anomalias cardíacas. Os sinais e sintomas são leves e não progressivos, se comparadas com os indivíduos do sexo masculino. Ocorre fraqueza muscular. Há aumento da creatina quinase sérica. É muito comum em uma mulher portadora de 50 anos, começar a desenvolver doenças cardiovasculares, 286 Elany Portela justamente por ela ser portadora de mutação na distrofina. DMB Tem a progressão mais lenta e. o início dos sinais e sintomas é mais tardio. Os sintomas começam em torno dos 10 anos de idade. Não tem hipotonia prolongada e, sim, fraqueza muscular. Quando o paciente com DMD já está na cadeira de rodas, o paciente com DMB vai demorar a ter que usá-las, cerca dos 17 anos de idade. Alguns pacientes não precisarão de