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O LUTO E SUAS DIMENSÕES Cristina Venson Cuidados Paliativos LUTO Luto pode ser definido como um conjunto de reações diante de uma perda, portanto algo a não ser desprezado, e sim, devidamente valorizado e acompanhado, como parte da saúde emocional. O luto é " afinal o acontecimento vital mais grave que a maior parte de nós pode experienciar“. Considera-se que o luto " não é um conjunto de sintomas que tem início após uma perda e, depois gradualmente se desvanece. Envolve uma sucessão de quadros clínicos que se mesclam e se substituem“. Podemos tomar como conceito bem adequado o de que " o luto é um processo de aperceber-se, de tornar real o fato da perda“ (Parkes, 1998, adaptado por OLIVEIRA, 2008). LUTO O luto é a fase da expressão dos sentimentos decorrentes da perda, a qual se demonstra por choque, desejo, desorganização e organização; é a fase de aprender que a morte deve ser tornada real, a partir do que se torna possível estabelecer novas concepções sobre o mundo, favorecendo investimentos pessoais (OLIVEIRA, 2008). ESTÁGIOS DO LUTO SEGUNDO “MÉTODO KÜBLER-ROSS” 1. Negação 2. Raiva 3. Barganha 4. Depressão 5. Aceitação De acordo com Kübler-Ross (2008) e Kübler-Ross e Kesller (2005) nem todas as pessoas irão vivenciar seu luto de maneira semelhante, na ordem que é apresentada. “Nosso luto é tão individual como nossas vidas” (KÜBLER- ROSS; KESSLER, 2005, p.07). Assim, uma mesma pessoa pode ir da fase da negação para a barganha, como da barganha para a raiva e voltar para a anterior. Cada luto é singular na medida em que os seres humanos o são, com suas particularidades e diferenças. No presente trabalho iremos focar no luto pela morte, quando uma pessoa perde alguém de seu círculo familiar/amigos, apresentando as fases do luto nessa circunstância (NETO, 2015). BARGANHA Segundo o dicionário: [Popular] Permuta recíproca de coisas entre os seus respectivos proprietários; troca. [Pejorativo] Troca de influência ou de benefícios que, geralmente feita de maneira desonesta, ocorre em segmentos políticos. Negócio obtido ou realizado através do uso de subterfúgios; trapaça. [Por Extensão] Tudo aquilo que se consegue comprar por um preço muito baixo; pechincha. (DICIO, 2021). No 3º estágio, a barganha, há uma tentativa de adiar a morte como um prêmio por bom comportamento (AFONSO, 2013). O sujeito começa a suplicar a Deus, a fazer promessas e juramentos de que não fará mais as coisas como antes, de que tudo será diferente. Frases como “Por favor, Deus. Se eu tiver apenas mais uma chance...”. A culpa geralmente vem acompanhada da barganha, em que o sujeito acredita que poderia ter feito algo diferente para a situação não ter chego onde está (NETO, 2015). Há promessas de novas atitudes e de mudanças de estilo de vida, na esperança de prolongar um pouco mais a sobrevivência. Arrependimentos por situações concretas ou fantasiosas vividas como pecados fazem que o adoecimento seja sentido como castigo pelo doente (AFONSO, 2013). BARGANHA SEGUNDO “MÉTODO KÜBLER-ROSS” BARGANHA A barganha é um sentimento que muda de maneira frequente e constante. Em um instante, o sujeito enlutado pode barganhar com Deus no sentido de pedir que seu ente querido não morra, e no outro, algum tempo depois, quando o processo de aceitação se aproxima, ele pode barganhar com Deus pedindo que, já que seu ente querido irá morrer, que seja de maneira indolor, sem causar sofrimento (NETO, 2015). ENFRENTAMENTO A intenção da pessoa é voltar no tempo, na tentativa de encontrar uma forma de impedir que o pior aconteça ou de reverter o que já, de fato, aconteceu. O processo é o de se conscientizar que, na verdade, o que está por trás da barganha é a culpa por acreditar que se poderia ter feito algo de diferente, tanto ao longo da vida, quanto para evitar o pior. Entender que agir assim é permanecer preso ao passado, pode ser uma maneira de ajudar a passar pela fase da barganha, efetivamente e na prática (MARQUES, 2018). REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS OLIVEIRA, J. B, A. LOPES, R. G, C. O processo de luto no idoso pela morte de cônjuge e filho. Psicol. estud. vol.13 n.2 Maringá Apr./June 2008. NETO, J. V, G. As fases do luto de acordo com Elisabeth Kübler-Ross. IX EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica UniCesumar Nov. 2015, n. 9, p. 4-8. DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/barganhar/> Acesso em: 25 maio 2021. AFONSO, S. B, C. LOPES, R. G, C. Kubler-Ross E. Sobre a morte e o morrer. Rio de Janeiro: Editora Martins Fontes; 1985. Ciênc. saúde coletiva vol.18 no.9 Rio de Janeiro Sept. 2013. OBRIGADO!
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