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Patologia das lesões encefálicas Fraturas cranianas 1. Fratura craniana com deslocamento: o osso é deslocado para dentro da cavidade craniana por uma distancia maior do que a sua espessura. 2. Fratura diastática: é uma lesão indireta. Atravessam suturas já fundidas pela dissipação da energia cinética do impacto. 3. Fratura de base de crânio: provoca sintomas referentes aos nervos cranianos inferiores ou a região cervicomedular. Há presença de hematomas orbitais (esclera continua branca) ou mastoides distantes do ponto de impacto. Há saída de líquor pelo nariz ou pela orelha externa e infecções (meningite). Lesões parenquimatosas (parênquima cerebral) 1. Concussão (leve pancada): síndrome transitórias relacionada ao trauma. Associada a perda de consciência, parada respiratória temporária e perda de reflexos. Ocorrência de amnesia para o evento desencadeante. Síndromes neuropsiquiátricas pósconcussivas (comumente associadas a lesões repetitivas) 2. Lesão parenquimatosa direta: existem duas, as lacerações (lesões penetrantes que provocam ruptura do tecido) e contusões (transmigração de energia direta). Nas contusões, as cristas dos giros são mais suscetíveis, além de haver lesão por golpe no ponto de contato e lesão por contragolpe, no ponto oposto ao de contato. Na microscopia pode se observar hemorragia e edema, neurônios isquêmicos em cerca de 24 horas, além de uma cicatriz glial marrom-amarelada deprimida que se estende sob a dura-máter. 3. Lesão axonal difusa: ocorre quando forças mecânicas interrompem a integridade e o fluxo axonal. Presente em até metade dos pacientes que ficam em coma após o trauma (mesmo na ausência de contusões cerebrais). Na microscopia é comum encontrar edema axonal generalizado e hemorragia focal, além de achado tardios como fibras degeneradas e gliose. Lesões vasculares 1. Hematoma subgaleal: hematoma entre a pele e a calota craniana. 2. Hematoma epidural (acima da dura mater): se desenvolvem mais comumente com fratura dos ossos temporais e da região parietal que lesam os vasos meníngeos médios. Sintomas de aumento da pressão intracraniana em hematomas epidurais com ruptura arterial geralmente se desenvolvem poucas horas após a lesão. A pessoa pode estar bem e falando, até ficar inconsciente subitamente. A aparência desse hematoma no CT é uma lente biconvexa. 3. Hematoma subdural: geralmente causados pela ruptura de veias de ponte, que ocorrem entre a superfície do cérebro e do crânio e são especialmente numerosos ao longo do seio sagital superior. Costumam ser hematomas mais graves por estarem mais próximos ao cérebro. O hematoma subdural se inicia como um coagulo entre a dura e membrana aracnoide (inicialmente não está ligado a dura-máter). Os fibroblastos crescendo da dura-máter para o coagulo começam a organização do coagulo. Em 5 a 6 dias ocorre lise do coagulo e o crescimento de fibroblastos faz com que fique fracamente ligado a dura. Em 10 a 20 dias, uma membrana fibrosa é formada entre a dura e o coágulo (membrana externa). O tecido fibroso então cresce ao redor das bordas do hematoma e ao longo de sua superfície interna (membrana interna), encapsulando-o completamente. Após varias semanas ou meses, há a formação de um saco com uma parede fibrosa (hematoma subdural crônico). A aparência desse hematoma no CT é de uma “lua crescente” 4. Hemorragia subaracnóidea: é lesão cerebral traumática mais frequente. Resulta da ruptura dos vasos coritcomeningeos e das contusões hemorrágicas do cérebro. Gerlamente é difusa e não exerce pressão localizaa. O sangue diluído pelo líquor e não coagula, a menos que seja maciço. Uma grande hemorragia subaracnoide aumenta a pressão intracraniana e prejudica a perfusão cerebral. A hemoglobina liberada de hemácias no espaço subaracnóideo desencadeia espasmos vasculares, causando hipóxia. A fibrose do espaço subaracnóideo prejudica a circulação do LCR, causando hidrocefalia.
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