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Patologias Gastrointestinais Gastrite Processo inflamatório transitório da mucosa, que pode ser assintomático ou causador de graus variáveis de dor epigástrica, náusea e vômito. É um desbalanço de fatores protetores e forças lesivas, tendo inflamação da lâmina própria. Gastrite aguda: Em muitos casos graves pode haver erosão da mucosa, ulceração, hemorragia, hematêmese e melena. Utiliza-se o termo “em atividade já que coexiste com a gastrite crônica. Gastrite aguda hemorrágica: é o sangramento decorrente de lesão aguda, de causas diversas, da mucosa gástrica. Ulcerações gástricas Defeitos mucosos focais e agudos, geralmente como uma complicação do uso de AINEs ou estresse fisiologico grave. As ulceras por estresse ocorrem após chpque, sepse ou trauma grave. As ulceras de curling ocorrem no duodeno proximal e estão associadas a queimaduras grvaes ou trauma. As ulceras de cushing são gastricas, duodenais e esofágicas que surgerm em pacientes com doença intracraniana, tendo um alto risco de perfuração. Patogênese: hipotensão, hipóxia ou vasoconstrição esplancnica induzida por estresse → isquemia local → lesão da mucosa gástrica. As lesões associadas a lesao cerebral são atribuidas a estimulação vagal direta, causando hipersecreção de acido gastrico. A acidose sistemica pode diminuir o ph intracelular das celulas mucosas. Morfologica: ulceras geralmente tem 1 cm de diametro, são multiplas e rasas, podendo ser encontradas emq uaqluer parte do estomago. A base da ulcera é marrom (sangue), enquanto a mucosa adjacente é normal. Caracteristicas clínicas: a maioria dos pacientes gravemente doentes tem alguma evidencia de lesão da mucosa gastrica. 1-4% terao perda de sangue suficiente para justificar transfusão. Após a remoção dos fatores lesivos, a cura acontece com reepitelização completa. O determinante mais importante do resultado é a capacidade de corrigir as condições subjacentes. Sangramento gástrico Lesões de Dieulafoy: mais comum napequena curvatura perto da JEG. São causadas por raificações vasculares anormais que levam a uma grande artéria subepitelial que pode sangrar com menor erosão da mucosa. Ectasia vascular do antro gástrico (GAVE): é uma lesão predominantemente idiopática vista endoscopicamente como faixas longitudinais de mucosa edematosa e eritematosa atribuida a vasos da mucosa ectasiados. Histologicamente, a mucosa do antro mostra gastropatia reativa com capilares dilatados contendo trombos de fibrina. Gastrite crônica H. pylori Amplamente prevalente com pouco desenvolvimento de gastrites. A causa mais comum de gastrite cronica é infecçã pelo bacilo heliobacter pylori. A disseminação ocorre ppor via fecal-oral, oral-oral, ou ambiental. O h. pylori induz predominantemente uma gastrite antral, com aumento da preodução de ácido e interrupção dos mecanismos normais de proteção da mucosa. Com o tempo, a gastitel antral inicial progride para gastrite atrofica multifocal, tendo uma atrofia da mucosa com produção de acido reduzida e metaplasia intestinal. Fatores de virulencia da H. pylori: motilidade dos flagelos, produção de urease gerando amonia que eleva o ph local, aumenta a sobrevivencia bacteriana e inibe transporte de bicarbonato gastrico; adesinas bacterianas para lgaras células epiteliais da superficie; toxinas (citotoxinas cagA e vacA). Macroscopia: a mucosa infectadas é eritematosa e/ou nodular. Microscopia: H. pilory encontrado no antro. A biopsia gastrica geralmente demonstra organismos concentrados na suerficie do muco e no epitélio. Há um numero variavel de neutrofilos intraepiteliais e luminai (microabcessos) e a lamina propria contem abundantes plasmocitos, macrofagos e linfocitos. A gastrite de longa data está associada a atrofia difusa da mucosa, com metaplasia intestinal e agregados linfoides proeminentes, ocasionalmente com centros germinativos. Diagnostico: teste sorologico de anticorpos, teste da urease, cultura bacteriana, visualização bacteriana direta em biopsia gastrica, teste rapido da urease, testes baseados em detecção de DNA. A infecção por H pylori pe um fator de risco para doença ulcerosa peptica, adenocarcinoma gastrico e linfoma gastrico (MALT). Autoimune Responsavel por menos de 10% dos casos de gastrite cronica. Poupa o antro e está associada a hipergastrinemia. É caracterizada por anticorpos para celulas parietaise fator intrinseco que podem ser detectados no soro e nas secreções gastricas; concentração serica de pepsinogenio I reduzida; hiperplasia de celulas endocrinas antrias; deficiencia de vitamina B12, secreção defeituosa de acido gastrico (acloridria) Patogênese: destruição autoimune mediada por celulas T CD4 das celulas perietais é o principal mecanismo patogênico. A citotoxicidade das celulas parietais leva a secreção defeituosa de acido gastrico que desencadeia hipergastrinemia e hiperplasia de células G (produtoras de gastrina). A produção reduzida de fator intrinseco impede a absorção da vitamina B12 e causa anemia perniciosa. Os estragos ecundários causados as celulas principais reduzem a produção de pepsinogênio I. Morfologia: perda das pregas rugosas da mucosa gastrica, dano difuso da mucosa produtora de acido, prinicplamente no corpo e no fundo. O antro fica relativamente preservado. O infiltrado inflamatorio é predominantemente por linfocitos, macrofagos e plasmocitos e agregados linfoides podem estar presentes. Caracteristicas clinicas: autoanticorpos são detectados no inicio da doença. A progressao para atrofia gastrica ocorrre ao longo de 20-30 anos. Os pacientes apresentam sintoamas relacionados a anemia (deficiencia de b12 – glossite atrofica, ma absorção, neuropatia periferica e isfunção cebreal). Há forte associação genética ao parentesco a outras doenças auto imunes. H. pylori Autoimune Localização Antro Corpo Infiltrado inflamatório Neutrofilos, plasmocitos subepiteliais Linfócitos, macrófagos Produção de ácido Aumentada a levemente diminuida Diminuída Gastrina Normal a diminuida Aumentada Outras lesões P[olipos hiperplásicos/inflamatórios Hiperplasia neuroendócrina Sorologia Anticorpos para H. pylori Anticorpos ara células parietais Sequelas Ulcera pepica, adenocarcinoma Atrofia, anemia perniciosa, adenocarcinoma, tumor carcinoide Associações Estado socioeconômico baixo, pobreza, residencia em áreas rurais Doença autoimune, tireoidite, diabetes melito, doença de graves. Doença ulcerosa péptica É uma ulceração crônica da mucosa que afeta o duodeno ou o estômago. A forma mais comum ocorre no antro ou duodeno (associado a infecção por H pylori). No funco ou corpo é geralmente acompanhado por atrofia da mucosa. Quase todas as ulceras pepticas estão associadas a infecção por H pylori, AINEs e tabagismo. Outros fatores de risco incluem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), drogas ilícitas (que reduzem o fluxo sanguíneo nas mucosas), cirrose alcoólica, estresse psicológico, síndrome de Zollinger- Ellison e certas infecções virais (CMV, herpes simplex). Patogênese: resulta do desequilíbrio nos mecanismos de agressão e defesa da mucosa. A hiperacidez pode ser causada por infecção, hiperplasia de células parietais, resposta secretora excessiva ou aumento da produção de gastrina. Os AINEs e os esteroides bloqueiam os efeitos citoprotetores normais das protaglandinas e o tabagismo e as doenças cardiovasculares prejudicam o fluxo sanguíneo e a cicatrização da mucosa. Morfologia: a maioria das ulceras são solitárias. Lesão ulcerada com bordas elevadas e base lisa e limpa. Microscopicamente, existem finas camadas de detritos fibrinoides com a inflamação subjacente fundindo-se em tecido de granulação e cicatrizes profundas. A mucosa circundante geralmente exibe gastrite crônica e alterações reativas.Clínica: sintomas clássicos incluem dor epigástrica, queimação, piora a noite e 3 horas após refeições. náuseas, vômitos, inchaço e perda de peso também podem ocorrer. As complicações incluem anemia, hemorragia, perfuração e obstrução. A transformação maligna é rara e está relacionada a gastrite subjacente, O tratamento é focado na erradicação. Metaplasia intestinal e atrofia Gastrite crônica prolongada pode levar a perda de células parietais, associada a metaplasia intestinal e aumento de risco de adenocarcinoma gástrico. O rico de malignidade é maior na gastrite autoimune. A Acloridria pode predispor ao câncer ao permitir o crescimento bacteriano com produção de nitrosaminas carcinogênicas. Displasia Gastrite crônica de longa data expõe o epitélio a danos causados por radicais livres e estímulos proliferativos relacionados a inflamação. Com o tempo, a combinação pode levar ao acumulo de alterações genéticas, resultando em carcinoma. Gastropatias hipertróficas São condições incomuns caracterizadas pelo aumento exacerbado das pregas gástricas devido a hiperplasia epitelial. Estão ligados a produção excessiva de fatores de crescimento. Doença de menetrier: há hiperplasia de células foveolares, com uma enteropatia perdedora de proteínas eu causa hipoproteinemia sistêmica. É causada pela superexpressão do fator de crescimento transformador alfa. O risco de adenocarcinoma gástrico é aumentado. O tratamento da doença de menetrier é de suporte, com albumina intravenosa e suplementação nutricional parenteral e agentes que bloqueiam a ativação mediada por TNF alfa do receptor do fator de crescimento epidermal. Síndrome de Zollinger – Ellison; é causada por tumores secretores de gastrina tipicamente no intestino delgado ou no pâncreas. Os pacientes classicamente apresentam múltiplas ulceras duodenais e/ou diarreia crônica. Níveis elevados de gastrina induzem aumento acentuado das células parietais gástricas. Gastrinomas são esporádicos na maior parte dos pacientes, no restante estão associados a neoplasia endócrina múltipla tipo I. aproximadamente 60-90% dos gastrinomas são malignos. Pólipos São nódulos ou massas que se projetam acima do nível da mucosa circundante. Podem resultar de hiperplasia epitelial ou estromal, inflamação, ectopia ou neoplasia. Pólipos inflamatórios e hiperplásicos: constituem 75% dos pólipos gástricos. Soa mais comuns entre as idades de 50-60 anos e tipicamente surgem em associação com a gastrite crônica, o risco de displasia aumenta com o tamanho (>1,5 cm devem ser ressecados). Pólipos de glândulas fúndicas: ocorrem esporadicamente ( M>50 a) ou no contexto de polipose adenomatosa familiar. Incidência também é aumentada pelos inibidores da bomba de prótons e o consequente aumento da secreção de gastrina. São lesões únicas ou múltiplas, lisas, bem circunscritas, compostas de glândulas oxinticas irregulares, cisticamente dilatadas com inflamação mínima. Adenomas gástricos: compreendem 10% dos pólipos gástricos. Quase sempre ocorrem em um fundo de PAF ou gastrite crônica com atrofia e metaplasia intestinal. A proporção entre homens e mulheres é de 3:1 e a incidência aumenta com a idade, geralmente solitários e <2cm, todos os adenomas gástricos exibem algum grau de displasia. 30% podem abrigar carcinoma e lesões maiores que 2 cm são particularmente preocupantes. Adenocarcinoma gástrico Mais de 90% das neoplasia são adenocarcinomas. São dividias em formas intestinal e difusa (lauren) com diferentes fatores de risco, perturbações genéticas e apresentações clínicas e patológicas. A gastrectomia parcial (Doença Ulcerosa Péptica) aumenta o risco ao permitir o refluxo biliar e o desenvolvimento de gastrite crônica. Patogênese: a perda da adesão intercelular é um passo fundamental na oncogênese, particularmente no câncer gástrico difuso. Canceres gástricos do tipo intestinal estão associados com PAF, mutações em proteínas que se associam com E-caderina, instabilidade microssatélite e hipermetilação de TGF, BAX, IGFRII, e p16/INK4a.mutações no p53 também estão presentes na maiores dos canceres esporádicos de ambos os tipos. Morfologia: os canceres gástricos envolvem o antro, pequena curvatura e grande curvatura. Podem ser tumores com morfologia intestinal → tendem a formar tumores exofiticos volumosos compostos por estruturas glandulares e se desenvolvem a partir de lesões precursoras, incluindo displasia e adenomas. Tumores com morfologia difusa → tendem a ser comsotos por células de anel de sinete 9vacuolos de mucina intracelular que empurram o nucleo para a periferia) estes também tender a induzir uma resposta desmoplástica fibrosa. Não há lesões precursoras identificadas. O correlato grosseiro com esses tumores é uma parede gástrica espessada e rígida denominada linite plástica. Clinica: primeiros sintomas se assemelham aos da gastrite crônica (disfagia, dispepsia e náusea). Estgios avançados anunciam-se com perda de peso, anorexia, hábitos intestinais alterados, anemia e hemorragia. O prognostico depende criticamente da profundidade da invasão e da extendão nodal ou metástases. Após ressecação cirúrgica, a sobrevida de 5 anos do câncer gástrico precoce é >90%, mesmo com disseminação nodal. Avaliação do adenocarcinoma: tumor (T), linfonodos (N) e metastese (M) Linfomas Os linfomas extranodais podem surgir em qualquer tecido (mais comum no estomago. Clínica: dispepsia e dor epigástrica, hematêmese, melena ou perda de peso. Linfomas MALT constituem 5% de malignidades gástricas. A maioria são linfomas de células B da zona marginal. Uma fração menor de linfomas gastrintestinais primários são linfomas de células B. Patogênese: os linfomas marginais extranoidais de células B surgem em locais de inflamação crônica, no estomago, isso é tipicamente associado a infecção por H pylori. O tratamento com antibióticos e a erradicação do H pylori podem induzir uma regressão duradoura do tumor, os tumores resistentes a antibióticos geralmente abrigam a translocação 11;18. Com o tempo, podem se transformar em linfoma difuso de grandes células B, mais agressivos. Tumor carcinoide Tumores carcinoides surgem de células neuroendócrinas responsáveis pela secreção de hormônios que coordenam a função gastroinstetinal. São referidos como tumores neuroendócrinos bem diferenciados. A maioria surge no intestino e 40% ocorrem no instetino delgado. Podem estar associados a hiperplasia de células endócrinas, gastrite atrófica crônica autoimune, NEM0I e síndrome de zollinger ellison. A hiperplasia das células endócrinas tem sido associada a terapia com inibidores de bomba de prótons. A maioria dos tumores carcinoides segue um curso mais indolente do que os carcinomas. Morfologia: massas intramurais ou submucosas, amarelas formando pequenas lesões polipoides. Uma resposta desmoplástica intensa os torna firmes e podem causar obstrução intestinal. Microscopia: tumores compostos de aglomerados de células (ilhotas) uniformes coesivos com citoplasma granular escasso (sal e pimenta) e núcleos ovalados pontilhados. As células são tipicamente positivas para marcadores neuroendócrinos (cromogranina A e sinaptofisina). Clínica: o pico de incidência está na sexta década. São de crescimento lento e indolente. Os sintomas são, em grande parte, uma função dos hormônios produzidos. Os tumores ileais secretam sistematicamente produtos vasoativos que se manifestam com rubor cutâneo, broncoespasmo, aumento da motilidade intestinal e fibrose valvar cardíaca direita (síndrome carcinoide). O fator prognostico mais importante para o carcinoide é o local do tumor: • Tumores de esôfago, estomago e duodeno raramente metastizam e são curados pela ressecção. • Os carcinoides do intestino médio (jejuno e íleo) são geralmente múltiplos e agressivos) • Os tumores do intestino grosso (apêndice e colon) são encontrados apenas por acaso.Carcinoides apendiciais soa geralmente encontrados na ponta, são<2cm e geralmente são benignos. Os carcinoides colonicos podem ser grandes e podem metastatizar. Os carcinoides retais podem secretar hormônios polipeptídicos e/ou causar dor, mas geralmente não metastizam. Tumor estromal gastrointestinal (GIST) É o tumor mesenquimal mais comum do TGI. Mais da metade está no estomago. Idade de pico na sexta década. Incidência é maior em pacientes com neurofibromatose tipo I e em crianças com tríade de carney (síndrome não hereditária com GIST + paranglangliomas + condromas pulmonares) Patogênese: parecem surgir das células intersticiais de cajal na muscular própria. Aproximadamente 75-80% de todos os GISTs contem mutações de ganho de função oncogênicas no gene que codifica a tirosina quinase c-KIT. Morfologia: são geralmente massas solitários, bem circunscritas. Podem crescer ate 30 cm. Microscopicamente são classificadas como epitelioides ou fusiformes. A expressão do c-kit (CD117) é o marcados diagnostico mais útil. Clínica: sintomas relacionados a efeitos de massa ou perda de sangue. A ressecção cirúrgica é o tratamento primário para o GIST gástrico localizado. As metástases são raras. Disseminação fora do abdômen é incomum. Os tumores não passiveis de ressecção podem ser tratados com imatinib (inibidor da tirosinaquinase que inibe o c-KIT).
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