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ANÁLISE DO PROCESSO DE OCUPAÇÃO TERRITORIAL DA ARGENTINA COMO JUSTIFICATIVA DA VANTAGEM ECONÔMICA NA EXPORTAÇÃO DE SOJA EM COMPARAÇÃO COM O BRASIL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI 
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
 
 
 
 
 
Gabriel Oliveira Medeiros 160700002 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DO PROCESSO DE OCUPAÇÃO TERRITORIAL DA 
ARGENTINA COMO JUSTIFICATIVA DA VANTAGEM 
ECONÔMICA NA EXPORTAÇÃO DE SOJA EM COMPARAÇÃO 
COM O BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São João Del-Rei 
2017 
GABRIEL OLIVEIRA MEDEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DO PROCESSO DE OCUPAÇÃO TERRITORIAL DA 
ARGENTINA COMO JUSTIFICATIVA DA VANTAGEM 
ECONÔMICA NA EXPORTAÇÃO DE SOJA EM COMPARAÇÃO 
COM O BRASIL 
 
 
 
 
 
Projeto de pesquisa apresentado como avaliação 
da disciplina de Técnicas de Pesquisa em 
Economia do curso de Ciências Econômicas da 
Universidade Federal de São João Del-Rei. 
Orientador: Prof. Dr. Renilson Rodrigues da 
Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São João Del-Rei 
2017 
RESUMO 
 
 
A exportação de subprodutos da soja Argentina vem sendo pioneira no mercado 
internacional. Sobretudo pela facilidade de produção, baixo custo e bom portfólio de 
clientes como a China. Com uma produção marcada pela terceirização das terras por meio 
do arrendamento, a Argentina emprega tecnologia em colheita e processamento da soja. 
Estas características aliadas a boa localização geográfica permitem que as indústrias 
argentinas sejam líderes no mercado mundial, conseguindo o mesmo nível de produção que 
seu maior concorrente, o Brasil, a um custo de produção menor. O presente trabalho analisa 
a hipótese da contribuição das ocupações territoriais do período da colonização para a 
formação de grandes latifúndios especulativos que hoje se tornaram propriedades 
arrendatárias. 
 
 
Palavras-chave: Argentina, Soja, Brasil, Exportação de soja. 
4 
 
 
1 . Introdução 
 
 
A Argentina atualmente é referência mundial na produção e processamento de soja. 
Possuindo um vasto número de empresas responsáveis pelo cultivo, colheita e 
processamento dos grãos para exportação, o país apresenta forte presença de produtores 
arrendatários que se caracterizam pela terceirização da produção. Diferentemente do caso 
brasileiro, os produtores argentinos muitas vezes não residem na propriedade ou próximo 
dela. Seu pioneirismo surgiu de uma série de fatores históricos e econômicos que 
contribuíram para a elevação de sua produção ao patamar atual. 
Possuindo sua produção voltada para o processamento, ou seja, para a produção de 
farelo e óleo, a Argentina conseguiu se sobressair no comércio internacional por possuir 
condições de produção no mesmo nível do concorrente brasileiro com um custo menor. A 
posição geográfica mais próxima aos portos e o investimento em tecnologia e agricultura de 
precisão permitiram seu destaque. 
O presente trabalho busca compreender as formas de ocupação territorial da 
Argentina a fim de estudar possíveis acontecimentos que contribuíram positivamente para 
instalar os meios de produção e processamento existentes atualmente. 
 
2 . Fundamentação Teórica 
 
 
Segundo Silva (1999), a Argentina foi um dos países que viveu seu período de 
desenvolvimento de maneira privilegiada, pois, não enfrentou crises de população 
superabundante e escassez de recursos. Assim como no caso brasileiro, seu considerável 
território dispunha de vastas terras sem uso e baixa população para efetuar a ocupação. No 
período de colonização, o povoamento das terras pela coroa espanhola era feito em três 
modos: merced, venda direta e venda com leilão. Sendo que o primeiro tratava-se de uma 
concessão de terras com a obrigação de torná-las produtivas. No entanto, a doação não 
impedia a formação de grandes latifúndios improdutivos. 
A província de Buenos Aires passou então a adotar leis com objetivo de modificar o 
modo de distribuição das terras com a criação do regime de enfiteuse de Rivadávia, que 
tinha por objetivo fins econômicos e liberação do solo para o agricultor e o controle das 
concessões de terras. Contudo, a Argentina não conseguia retomar seu domínio sobre as 
5 
 
terras devolutas conforme menciona (SILVA, 1999, p. 121): 
 
Entretanto se sairmos do campo da intenção para o campo da prática da 
aplicação da lei verificaremos que não foi através da aplicação do artigo 1o 
da Lei de Terras que o acesso à terra foi impedido aos imigrantes, pois a 
posse não foi estancada depois da promulgação da lei e, muito pelo 
contrário, a lei serviu para legalizar as posses que continuaram ocorrendo, 
efetuadas principalmente pelos grandes fazendeiros. 
 
Silva (1999) fala sobre o auge econômico entre 1882 e 1889 onde vários grupos comerciais e 
investidores passaram a adquirir terras argentinas com fins especulativos. É possível 
observar que a argentina após esse período começa a dar os primeiros passos rumo ao modo 
de produção da soja atual. Diferente de outras economias, na Argentina as vastas extensões 
de terras pertenciam a homens com interesse em capital especulativo sobre estas 
propriedades, com isso, eles buscariam produtores para o arrendamento das terras no intuito 
de iniciar a produção. 
 Conde (1973) afirma que a crise de 1890 levou uma parte da população das cidades 
para o campo, no entanto, estes pequenos produtores não se espalharam ao longo do 
território, pois, as terras já eram ocupadas desde 1880. Com isso, ocorre uma valorização das 
terras por conta da escassez. 
 Conforme sugere (SILVA, 1999, p. 135): 
A legislação sobre terras foi um instrumento utilizado pelo Estado, no 
século XIX, para dirigir o avanço da fronteira, de modo que viabilizasse: 1) 
a incorporação das terras indígenas, movimento que mobilizou vastos 
recursos humanos e materiais no caso da Argentina; 2) que o processo de 
apropriação das terras novas não fugisse do controle das classes dominantes 
tradicionais. 
 
As classes dominantes permaneceriam como proprietárias dos grandes latifúndios 
permitindo a aplicação de fins especulativos a terra. 
 Com a característica histórica da ocupação das terras por elites especulativas bem 
como a soberania da soja nos dias atuais que é fruto de produção com emprego de alta 
tecnologia em terras arrendatárias, é possível sugerir que as ocupações territoriais foram 
responsáveis pela obtenção do patamar de produção argentino. 
 
 
6 
 
3. Revisão de Literatura 
 
 
Conforme afirma (JUNIOR, 2014, p. 148) 
No caso argentino, o Censo Agropecuário não permite um detalhamento 
dos dados, mas vários estudos apontam que grande parte da soja é cultivada 
em áreas arrendadas (estima-se que dois terços da superfície agrícola do 
país se encontrem em regime de arrendamento) e que as formas de 
organização do processo produtivo estão baseadas na terceirização das 
tarefas (em algumas regiões, 90% da colheita é realizada por prestadores de 
serviços). Portanto, é baixa a existência de capital fixo, pois os produtores 
geralmente não são proprietários das terras e das máquinas. Em relação aos 
recursos investidos para o plantio da soja, é predominante o uso do capital 
financeiro, principalmente pelos grandes produtores. Além disso, 
geralmente os sojicultores não vivem na propriedade ou na área que 
arrendam. 
 
A produção argentina é baseada no regime de arrendamento, Junior (2014) afirma que em 
algumas regiões da Argentina 90% da colheita é realizada por terceirizados enquanto que no 
Brasil este tipo de produção ocupa apenas 16% da área. Isto se deve ao fato de o processo de 
colonização brasileiro vivenciou uma ocupação dos próprios produtores de grãos. 
A Argentina também foi beneficiada no comércio internacional através de seu 
próprio concorrente, o Brasil. Os argentinos já pioneiros do processamento da soja se viram 
beneficiados com a Lei Kandir aprovada em 1996 pelo governo brasileiro. Esta que 
incentivava a exportação de grãos brasileiros em detrimento de seus subprodutos. O Brasil já 
deficitário por contada distância superior a 400 km da produção dos grãos até os portos 
conforme menciona Pianegonda (2016), vive até hoje com dificuldades para exportação de 
subprodutos da soja, abrindo caminho para uma livre exportação argentina. 
 
4 . Metodologia 
 
 
A metodologia do presente trabalho consiste em efetuar revisão bibliográfica de 
obras referentes ao período colonial argentino, bem como comparar séries de resultados 
anuais da produção de soja no país, entre 1960 e 2010, bem como analisar as características 
das propriedades produtoras de soja e dos proprietários destas. 
Ademais, comparar os resultados com as séries referentes ao Brasil bem como 
7 
 
confrontar as características das ocupações de terra dos dois países. 
 
 
5. Referências 
 
JUNIOR, V. J. W. O mercado da soja no Brasil e na Argentina: semelhanças, diferenças 
e interconexões. Século XXI, Revista de Ciências Sociais, v. 4, n. 1, p. 114–161, 2014. 
 
PIANEGONDA, N. Cresce custo logístico no Brasil. Disponível em: 
<http://www.cnt.org.br/Imprensa/noticia/cresce-custo-logistico-no-brasil-cnt>. Acesso em: 27 
jun. 2017. 
 
SILVA, L. M. O. Terras públicas , ocupação privada : elementos para a história 
comparada da apropriação territorial na Argentina e no Brasil. Campinas. 
 
BRASIL, LEI COMPLEMENTAR Nº 87, DE 13 DE SETEMBRO DE 1996. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp87.htm 
8

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