Buscar

Alegações finais (memoriais)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE AMAPÁ-AP
 
Processo nº: XXXXXXXXXX.XX-XX
Paulo Las Vegas, brasileiro, casado, inscrito no RG n° XX. XXX.XXX.-X SSP/ AM, e CPF n° XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua XXXXXXX, casa XXX, Bairro XXXXXXXX na cidade de Amapá, Estado do Amapá, CEP XXXXXX-XX, vem, por meio de seu advogado (procuração anexa), com endereço profissional localizado à Av: XXXXXXX, n° XXXX, Bairro XXXXX, na cidade de Amapá, Estado do Amapá, CEP: XXXXX-XX, onde recebe as intimações e as notificações de estilo, vem perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 403, §3º do Código de Processo Penal, apresentar:
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
DOS FATOS
Em ação penal que tramita perante a 2ª Vara Criminal da Comarca de Amapá/AP, o Ministério Público ofertou denúncia contra o requerente no dia 5 de agosto de 2011 pela suposta prática do crime de homicídio qualificado, previsto no artigo 121, do CP, e falsificação de documento público, art. 297 do CP §2º, II e IV, deixando, na peça acusatória, o Ministério Público de apresentar as circunstâncias atinentes ao crime e suas qualificadoras, motivo pelo qual, foi não foi recebida a denúncia, ensejando a interposição de Recurso em Sentido Estrito pelo Parquet, que foi provido, porém, sem qualquer intimação ao patrono do réu.
Comunicada a decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (já transitada em julgado) ao magistrado da 2ª Vara Criminal da Comarca de Amapá, o réu foi citado em 2 de setembro de 2011 para apresentação da medida cabível, sendo que o mandado cumprido foi devidamente juntado aos autos no dia 8 de setembro, e a publicação acerca do recebimento da denúncia somente em 9 de setembro, sendo que no mandado de citação constava informação acerca do recebimento da denúncia. Assim, o requerente foi intimado para apresentar a Resposta à Acusação, que foi realizada dentro dos padrões legais, na qual, foi arguida a nulidade de todos os atos processuais realizados após a apresentação do Recurso em Sentido Estrito por parte do Parquet, julgada procedente, abrindo-se assim, o prazo para a apresentação das contrarrazões ao Recurso em Sentido Estrito, desta vez, acolhido pelo juízo. Após a nova citação ocorrida, a patrona desta causa reiterou os argumentos anteriormente apresentados, suprimindo, somente a preliminar anteriormente arguida.
DO DIREITO
DA NULIDADE DO INTERROGATÓRIO
A Magna Carta de 1988, em seu art. 5º, inciso LV, prevê: “ aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”, assim como desdobramento do princípio apresentado, o acusado tem direito não somente à defesa técnica, mas também à autodefesa, quando necessário.
Ainda sobre o exercício da ampla defesa, no art, 400 do CP temos:
 Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. 
Dispositivo que claramente não foi respeitado no caso em tela, haja vista, a inversão na ordem dos interrogatórios verificada ao compulsar os autos. 
 DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
	 LEGÍTIMA DEFESA
“Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.” Este é o conceito do instituto da legítima defesa contido no art. 25 do Código Penal.
E segundo o melhor entendimento doutrinário: “A legítima defesa é causa de exclusão de ilicitude que consiste em repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou alheio, usando moderadamente dos meios necessários. Não há, aqui, uma situação de perigo pondo em conflito dois ou mais bens, na qual um deles deverá ser sacrificado. Ao contrário, ocorre um efetivo ataque ilícito contra o agente ou terceiro, legitimando a repulsa.” A descrição abstrata se sobrepõe com perfeição no caso em análise, pois, com a mais breve análise dos cadernos processuais, verifica-se que a violência utilizada pelo ora acusado foi gerada de violenta emoção, ao presenciar sua filha de 04 (quatro) anos de idade sofrer abuso sexual, mediante ameaça com um estilete, da parte do de cujus como comprovam os laudos médicos anexados às fls. XX, portanto, a força empregada foi, como prevê o texto legal, utilizada para proteção dos bens jurídicos (vida, dignidade, honra) de outrem, o que faz com que sejam preenchidos os requisitos constantes dos incisos do supramencionado artigo.
Desta forma, com base no art. 415 do Código de Processo Penal, IV, imperiosa se faz a absolvição sumária, dado o caráter lícito dos fatos aqui examinados.
DO DECOTE DAS QUALIFICADORAS
Se mesmo diante de todo o exposto, diverso for o entendimento do juízo, ainda há de se considerar o decote das qualificadoras previstas no §2º do art. 121 do CP, alegadas pelo ministério público, como será exposto a seguir.
Motivo fútil
Segundo o entendimento firmado entre as doutrinas, considera-se motivo fútil: “É aquele no qual há um abismo entre a motivação e o comportamento extremo levado a efeito pelo agente” (...) ausência de motivação para matar deve ser considerado um motivo fútil. No caso em tela, deparar-se com sua filha, com quatro anos de idade, sofrer abuso sexual, mediante ameaça com um estilete, como resta comprovado por todos os laudos médico anexados, não pode ser considerado motivo fútil em um estado democrático de direito.
 Traição ou emboscada
 Esta qualificadora não pode ser aplicada, pois, não se encontra quaisquer indícios de premeditação, ou de desenvolvimento de mecanismos, ou de ação com fator surpresa do ocorrido nos autos, na verdade, a dinâmica dos fatos demonstra qual não foi a perversa surpresa experimentada pelo réu, ao encontrar sua filha sendo vitimada de maneira tão cruel.
DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) o reconhecimento da nulidade causada pela inversão do interrogatório;
b) No mérito, o reconhecimento da legítima defesa, e consequentemente a aplicação da absolvição sumária;
c) No caso de entendimento diverso, o decote das qualificadoras, pelas razões de fato e de direito apresentadas.
Nestes termos, requer deferimento.
São Paulo, 28 de abril de 2020.
ADVOGADO
OAB

Outros materiais