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LEI 11.340/06 Art. 5º - Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual. Situações Legais – (A Lei Maria da Penha só será aplicada quando a mulher estiver em uma dessas situações de vulnerabilidade ou hipossuficiência): a) ambiente doméstico; b) ambiente familiar; c) relação íntima de afeto. PREVALECE QUE OS CRIMES DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO SÃO CRIMES DOLOSOS Deve ficar evidenciada a consciência e a vontade do agente de atingir uma mulher em situação de vulnerabilidade, A incidência da lei está condicionada à presença de 3 PRESSUPOSTOS CUMULATIVOS: 1º) Sujeito passivo MULHER; 2º) Prática de violência física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral (incisos I a V do art. 7°); 3º) Violência dolosa praticada no âmbito da unidade doméstica, no âmbito da familia, ou em qualquer relação íntima de afeto. OBS: os Tribunais Superiores não têm admitido a aplicação do princípio da insignificância aos delitos praticados no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher. SÚMULA n. 589 do STJ: "É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas". Sujeito Ativo – O agressor tanto pode ser um homem (numa relação heteroafetiva) como pode ser outra mulher (numa relação homoafetiva). OBS: "delito contra honra, envolvendo irmãs, não configura hipótese de incidência da Lei nº 11.340/06, que tem como objeto a mulher numa perspectiva de gênero e em condições de hipossuficiência ou inferioridade física e econômica. (...). No caso, havendo apenas desavenças e ofensas entre irmãs, não há qualquer motivação de gênero ou situação de vulnerabilidade que caracterize situação de relação íntima que possa causar violência doméstica ou familiar contra a mulher" (STJ, 3ª Seção, CC 96.S33/MG, Rei. Min. Og Fernandes, j. 05/ 12/2008, DJe 05/02/ 2009). Sujeito Passivo – MULHER OBS: ADI 4.275/DF e RE 670.422: questão dos transgêneros e transexuais. OBS: não se admite a aplicação da Lei nº 9.099/95 (ex: transação penal, suspensão condicional do processo) aos crimes e contravenções praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei nº 11.340/06, art. 41). SITUAÇÕES ESPECÍFICAS EM QUE SE PRESUME UMA MAIOR VULNERABILIDADE OU HIPOSSUFICIÊNCIA DA MULHER: a) ÂMBITO DA UNIDADE DOMÉSTICA Precisa que o agressor e a vítima façam parte da mesma unidade doméstica. Não é necessário, neste inciso, que exista uma relação íntima de afeto. b) ÂMBITO DA FAMÍLIA É necessária a existência de vínculo familiar, pouco importando o local do cometimento da violência. Ex: STJ,REsp.1.239.850/DF,HC 172.634/DF CASO DA SOGRA: STJ, HC 175.816/R5 c) QUALQUER RELAÇÃO ÍNTIMA DE AFETO é necessário um nexo entre a agressão e a situação que a gerou, ou seja, a relação íntima de afeto deve ser a causa da violência, independentemente de coabitação. SÚMULA n.600 do STJ: "Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no art. 5° da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), não se exige a coabitação entre autor e vítima" STJ, 3• Seção, CC 100.654/MG DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: OBS: A caracterização da violência doméstica e familiar contra a mulher não exige a presença simultânea e cumulativa de todos os requisitos do art. 7°. OBS: Para o reconhecimento dessa violência doméstica ou familiar contra a mulher, não há necessidade de habitualidade. I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; Ex: diversas espécies de lesão corporal (CP, art. 129), o homicídio (CP, art. 121) e até mesmo a contravenção penal de vias de fato (Dec.-Lei nº 3.688/41, art. 21). II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
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