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Analise de Custos-cap2grifado

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2
20
Unidade 2
Princípios e nomenclaturas 
de custo
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, apresentamos os conceitos básicos necessários para o 
desenvolvimento de nosso estudo, bem como uma visão geral sobre a 
gestão de custos e sua relevância.
Objetivos de Aprendizagem
Estudando esta unidade, o aluno poderá 
• reconhecer os principais conceitos atrelados aos custos; e
• compreender os princípios básicos de custos.
Tópicos de estudo
Esta unidade está composta dos seguintes tópicos:
• Histórico da contabilidade de custos;
• Objetivos da contabilidade de custos;
• Principais usuários da contabilidade gerencial e de custos;
• Sistemas de custo em uma visão geral;
• Princípios contábeis aplicados à contabilidade de custos;
• Algumas�nomenclaturas�para�a�classi�cação�de�custos;
• Fases do custeio industrial; e 
• Alguns�exemplos�da�apuração�de�custos.�
21
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
2.1 Histórico da contabilidade de custos
Figura�2.1:�Revolução�Industrial.
Legenda: Fábricas em atividade.
Fonte: <http://tinyurl.com/jm5phm9>.
A�contabilidade�de�custos�é�um�ramo�da�Contabilidade�que�visa�levantar,�analisar�e�produzir�informações�geren-
ciais�precisas�para�a�tomada�de�decisões�nos�diversos�níveis�de�uma�organização.�Essa�vertente�contábil�surgiu�
a�partir�da�Revolução�Industrial,�em�meados�do�século�XVIII,�antes�da�qual�os�registros�contábeis�enfatizavam�
somente�a�contabilidade��nanceira.�Com�efeito,�os�levantamentos�e�o�controle�de�estoques�eram�realizados�de�
uma forma bastante simples em que os registros de estoque eram feitos a partir apenas do valor da compra. 
Com�o�início�da�Era�Industrial,�os�processos�de�produção�foram�se�tornando�cada�vez�mais�rápidos�e�complexos,�
demandando�novas�ferramentas�de�controle�e�gestão.�Assim�surgiu�a�contabilidade�de�custos,�com�a��nalidade�
de�melhorar�as� formas�de�mensuração�dos�estoques�e�a�apuração�dos� resultados�das�empresas.�Nesse�sentido,�
Martins�(2010)�enfatiza�que�a�contabilidade�de�custos�possui,�por�sua�vez,�duas�funções�básicas:�auxiliar�o�controle�
e�também�a�tomada�de�decisão.�No�que�diz�respeito�ao�controle,�sua�função�visa�fornecer�dados�para�o�estabeleci-
mento�de�padrões,�orçamentos�e�outras�formas�de�previsão.�Já�no�que�se�refere�à�tomada�de�decisões,�sua�missão�
é�gerar�informações�relevantes�para�medidas�como�descontinuidade�de�produtos�e�formação�de�preços�de�venda.�
Atualmente, com a crescente competitividade do mercado, seja nas áreas da indústria, do comércio ou de 
serviços,�a�gestão�dos�custos�torna-se�imensamente�relevante,�uma�vez�que,�para�se�manter�no�mercado,�uma�
empresa�precisa�conservar�seus�preços�compatíveis�com�os�de�seus�concorrentes�sem�perder�sua�rentabilidade.�
Com�a�evolução�da�contabilidade�de�custos,�essa�passou�a�ser�aplicada�em�outros�ramos�de�atividade,�e�não�somente�
nas�indústrias.�Até�mesmo�prestadoras�de�serviços�passaram�a�adotar�práticas�relativas�à�contabilidade�de�custos�
para�a�avaliação�de�estoques�de�materiais�e�insumos�consumidos�na�prestação�de�serviços.�Desse�modo,�podemos�
deduzir�que�a�Contabilidade�precisa�ser�constantemente�aperfeiçoada�em�seus�procedimentos�e�métodos�a��m�de�
acompanhar�a�dinâmica�das�empresas,�em�um�contexto�de�globalização�e�crescimento�da�competitividade.
22
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
2.2 Objetivos da contabilidade de custos 
Como�vimos,�a�contabilidade�de�custos�surgiu�inicialmente�com�a��nalidade�de�resolver�problemas�com�a�mensu-
ração�de�estoques�das�indústrias;�porém,�no�decorrer�do�tempo,�foi�evoluindo�e�tomando�espaço�no�dia�a�dia�
empresarial,�rompendo�os�muros�da�indústria�e�se�lançando�em�direção�a�outros�ramos�de�atividade.�De�maneira�
geral,�os�objetivos�da�Contabilidade�podem�ser�traçados�em�abordagens�distintas,�conforme�pressupõe�Iudícibus�
(2000, p. 19): 
[...] o estabelecimento dos objetivos da contabilidade pode ser feito na base de duas abordagens 
distintas: ou consideramos que o objetivo da contabilidade é fornecer aos usuários, independen-
temente� de�sua� natureza,�um�conjunto� básico�de� informações�que,�presumivelmente,� deveria�
atender igualmente bem a todos os tipos de usuários, ou a contabilidade deveria ser capaz e 
responsável�pela�apresentação�de�cadastros�de�informações�totalmente�diferenciados,�para�cada�
tipo de usuário.
Em�termos�especí�cos,�podemos�dizer�que�essa�vertente�contábil�possui�os�seguintes�objetivos:�
• mensuração�e�avaliação�de�estoques;�
• cumprimento�de�exigências�legais�e��scais;
• apuração�do�resultado;�
• planejamento estratégico e controle; 
• subsídios para a tomada de decisão; 
• formação�de�preços�de�venda;�e
• dados�para�o�orçamento.
2.3 Principais usuários da contabilidade gerencial e de custos 
Podemos�dizer�que�a�contabilidade�gerencial�e��nanceira,�assim�como�seus�desdobramentos�como�a�contabili-
dade de custos possuem vários usuários, que podem ser internos ou externos à empresa. Os usuários externos 
são�todos�os�fornecedores�de�insumos,�serviços�ou�capital�que�precisam�mensurar�a�capacidade��nanceira�da�
empresa�para��ns�de�concessão�de�crédito.�Temos,�por�exemplo,�o�governo�como�um�usuário�externo�das�infor-
mações�contábeis,�pois�através�dessas�é�que�se�estabelecem�estatísticas�e�políticas��scais.�
Já�os�usuários�internos�são�os�gestores,�os�proprietários�e�os�empregados�das�empresas�que�buscam�informações�
sobre�rentabilidade,�capacidade�de�pagamento,�crescimento,�redução�de�custos�e�consequente�maximização�de�
lucros.�Vale�ressaltar�que�as�informações�geradas�pela�Contabilidade�devem�fornecer�informações�seguras�para�
os�seus�usuários,�conforme�determina�a�legislação:�
As� informações�geradas�pela�Contabilidade�devem�propiciar�aos� seus�usuários� base�segura�às�
suas�decisões�pela�compreensão�do�estado�em�que�se�encontra�a�entidade�ou�a�empresa,�seu�
desempenho,�sua�evolução,�riscos�e�oportunidades�que�oferecem.�(CFC,�2008).
Desse�modo,� temos�que�a�Contabilidade�pode�ser�considerada�um�sistema�de� informação�que�visa� suprir�
seus�usuários�com� informações�precisas�e� fidedignas.�Esse�sistema�deve�ser�capaz�de�produzir�periodica-
mente�informações�padronizadas�e,�acima�de�tudo,�úteis�para�aqueles�que�irão�utilizá-las,�conforme�argu-
menta Oliveira (2007): 
23
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
A�informação�contábil�deve�ser,�em�geral�e�antes�de�tudo,�veraz�e�eqüitativa�de�forma�a�satisfazer�
às necessidades comuns a um grande número de diferentes usuários, não podendo privilegiar 
deliberadamente nenhum deles, pelo fato desses interesses não serem sempre coincidentes.
Figura�2.2:�Alguns�usuários�das�informações�contábeis.
FO���C��O��S
��S�O��S ������A �O����O
����S���O��S
Legenda:�Usuários�das�informações�contáveis.
Fonte: Elaborada pela autora.
2.4 Sistemas de custo em uma visão geral
Como�vimos,�com�a�necessidade�de�informações�para�controle�e�tomada�de�decisão,�algumas�empresas�adotam�
o�sistema�de�custos,�mas�não�se�atentam�a�algumas�questões�que�são�imprescindíveis.�Para�Martins�(2010),�o�
sucesso� de� um� sistema�de� informações� depende� integralmente� das� pessoas� que� estão� responsáveis� por� sua�
alimentação.�Nesse�contexto,�o�sistema�é�um�mero�acumulador�de�dados,�encontrando-se�o�maior�desa�o�na�
quali�cação�das�pessoas�que�irão�alimentar�e�conduzir�o�processamento.�Outro�problema�que�podemos�encon-
trar,�de�acordo�com�o�mesmo�autor,�refere-se�à�burocratização�e�à�padronização�dos�processos,�uma�vez�que�as�
informações�deverão�seguir�um�ciclo�padronizado�e�claro�para�a�geração�dos�resultados�esperados.�
Figura 2.3: Processamento de dados.
Legenda:�Sistema�de�informação.�
Fonte:�<https://pixabay.com/en/computer-computer-keyboard-gaming-1844996/>.
24
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
2.5 Princípios contábeis aplicados à contabilidade de custos 
2.5.1 Princípio da realização das receitas 
Este princípio determina que o reconhecimentocontábil dos lucros ou dos prejuízos deve ser realizado somente 
quando�a�receita�for�efetivamente�realizada,�ou�seja,�quando�há�efetiva�transferência�do�bem�ou�do�serviço�para�
terceiros.� Isso�faz�com�que�os�gastos� relativos�ao�processo�de� fabricação� se�acumulem�na� forma�de�estoque,�
sendo esses somente efetivados enquanto despesas ou custos futuramente. 
No� entanto,� existem� algumas� exceções,� como�no� caso� da� industrialização� por� encomenda,� que� geralmente�
ocorre em longo prazo e, sendo assim, registra-se a receita antes da entrega para terceiros. Nesse caso, os custos 
também serão reconhecidos antecipadamente. 
2.5.2 Princípio da competência ou confrontação entre receitas e despesas
Determina�a�forma�com�a�qual�deverão�ser�reconhecidas�as�despesas.�Em�conformidade�com�o�princípio�anterior,�
�ca�estipulado�que�ocorrerá�no�momento�da�realização�da�receita.�Nesse�sentido,�são�classi�cados�dois�grupos�
de despesas: 
1. despesas atreladas às receitas que estão sendo reconhecidas; e
2. despesas atreladas a outras receitas diversas daquelas que estão sendo reconhecidas. 
Tomemos�um�exemplo:�
Despesas�Primeiro�Grupo Comissões�sobre�vendas
Despesas�Segundo�Grupo Propaganda e publicidade
Seguindo�o�previsto,�devemos,�então,�reconhecer�primeiramente�as�receitas�em�função�de�sua�realização�e�fazer�
na�sequência�a�dedução�de�todos�os�gastos�diretamente�relacionados�a�essa�receita.�Posteriormente,�deverão�ser�
deduzidas�as�despesas�que�não�possuem�relação�direta�com�a�receita�realizada.�
2.5.3 Princípio do custo histórico com base no valor 
Caracteriza-se�por�determinar�o�registro�contábil�dos�ativos�pelo�valor�original�de�aquisição,�ou�seja,�o�valor�histó-
rico.�No�entanto,�este�princípio�pode�trazer�algumas�alterações�signi�cantes�no�momento�da�venda�devido�à�
in�ação,�conforme�observa�Martins�(2010,�p.�32):
Quando�há�problemas�de�in�ação,�o�uso�de�valores�históricos�deixa�muito�a�desejar.�Ao�somarmos�
todos� os� custos� de� produção� de� determinado� item,� estocá-lo� e� levá-lo� a� balanço� pelo� valor�
original, acabamos por ter um ativo que diz quanto custou produzi-lo na época em que foi elabo-
rado;�pode�nada�ter�a�ver�com�o�valor�histórico�in�acionado�(de�acionado)�e�muito�menos�ainda�
com seu valor de venda.
25
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
2.5.4 Princípio da consistência e uniformidade 
Figura�2.4:�Escolhas�e�consistência.
Legenda: Escolhas e consistência.
Fonte:�<https://pixabay.com/en/doors-choices-choose-open-decision-1767563/>.
De�acordo�com�este� princípio,�no�caso�de�haver�duas�ou�mais�alternativas�válidas�para�o� registro�contábil�de�
determinado evento, deve-se optar por uma das alternativas, a qual, uma vez escolhida, será utilizada sempre 
para o reconhecimento do evento. 
2.5.5 Conservadorismo e prudência
Figura 2.5: Prudência.
Legenda: Bandeira amarela.
Fonte:�<https://pixabay.com/en/�ag-beach-coast-shore-waves-846086/>.
26
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
No�caso�de�dúvidas�em�relação�a�algum�gasto�ou�evento�que�impacte�no�resultado�ou�no�patrimônio�líquido,�o�
Princípio�da�precaução�deve�ser�adotado�quando,�por�exemplo,�houver�dúvida�quanto�a�um�recebimento�ativado.�
Nesse caso, esse deve ser baixado para o resultado por meio de provisão. 
Provisão:�estimativas�de�obrigações�ou�perda�de�ativos.�Ativo:�grupo�contábil�formado�por�
bens� e� direitos� (aplicação� de� recursos).� Passivo:� grupo� contábil� formado� por� obrigações�
(origens de recursos). 
�lossário
Este�princípio�in�uencia�diretamente�a�avaliação�dos�estoques�e�o�tratamento�de�alguns�custos�de�fabricação�
(MARTINS,� 2010).�Por�exemplo,�na�dúvida� em� classi�car�alguns� gastos�como� custo�de�produção�ou�despesa,�
utiliza-se�o�conservadorismo,�lançando�o�valor�como�despesa�e�não�ativando�na�forma�de�estoque.
2.5.6 Materialidade e relevância 
Trata-se�de�uma�regra�contábil�relevante�para�a�composição�dos�custos,�pois�desobriga�a�rigorosidade�no�trata-
mento�de�gastos�pequenos�em�relação�aos�gastos� totais.�No�entanto,�é�preciso� ter�cuidado�de�não�ocorrer�o�
acúmulo de vários desses gastos. A princípio irrisórios, quando somados podem apresentar um valor material 
signi�cativo�e,�por�conseguinte,�um�tratamento�mais�rigoroso�precisará�ser�aplicado�para�o�registro.�
2.6�Algumas�nomenclaturas�para�a�classi�cação�dos�custos
Um�processo�importante�para�a� implantação�de�um�bom�sistema�de�custos�é�a�classi�cação�correta�dos�itens,�
identi�cando�aquilo�que�integra�ou�não�o�produto,�a�mercadoria�ou�o�serviço.�Sendo�assim,�retomaremos�alguns�
conceitos básicos que nos acompanharão no decorrer do curso. 
CUSTO E CUSTEIO
Custo:�é�o�valor�do�gasto�incorrido,�indispensável�à�obtenção�do�bem�ou�serviço�gerador�de�renda,�
enquanto�o�custeio�é�o�método�utilizado�para�a�apuração�dos�custos.�
DIFERENÇA ENTRE CUSTO E DESPESA 
Despesas:�são�bens�ou�serviços�consumidos�para�a�geração�de�receita.�
Custo:�gasto�relativo�a�bem�ou�serviço�utilizado�na�produção�de�outros�bens�e�serviços.�
27
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
Os�custos�ainda�podem�ser�classi�cados�de�acordo�com�o
• processo�de�produção;
• volume; e
• objeto.
Vejamos�a�seguir�a�classi�cação�dos�custos�conforme�o�processo�de�produção.�
a. Custos primários
Estão diretamente relacionados aos produtos, como exemplo podemos citar a mão de obra direta e a 
matéria-prima. 
b. Custos secundários 
São os custos recebidos de outros departamentos através de rateio. 
c. Custos de transformação
São�obtidos�através�da�soma�de�todos�os�custos�de�produção,�mão�de�obra�direta�e�demais�custos�indi-
retos�de�fabricação.�
Além�disso,�os�custos�podem�ser�classi�cados�de�acordo�com�o�volume�de�produção.
a. �Custos��xos�
São�os�custos�que�não�variam�conforme�o�nível�de�produção�ou�prestação�de�serviços.�Veja�no�grá�co:���
Grá�co�2.1:�Comportamento�dos�custos��xos.
C
u
st
o
 �
�
�
�olu�e de ��odu��o
Legenda:�Comportamento�dos�custos��xos.
Fonte:�Veiga�e�Santos�(2012).
28
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
b. Custos variáveis 
São�aqueles�custos�que�variam�de�acordo�com�o�nível�de�produção�ou�serviço.�É�o�exemplo�da�matéria-prima:�
quanto�mais�se�produz,�mais�matéria-prima�é�consumida.�Veja�no�grá�co:�
Grá�co�2.2:�Comportamento�dos�custos�variáveis.
C
u
st
o
 �
�
�
�olu�e de ��odu��o
Legenda: Comportamento dos custos variáveis.
Fonte:�Veiga�e�Santos�(2012).
Os�custos��xos�unitários�(CFU)�são�inversamente�proporcionais�à�quantidade�produzida,�ou�
seja,�quanto�mais�se�produz,�menor�será�o�custo��xo�unitário.�Adotemos�o�seguinte�exemplo:�
A�empresa�Camisas�Brasil�possui�um�custo��xo�(CF)�relativo�ao�aluguel�da�unidade�produ-
tiva� de� R�� 20.000,00�mês:�mensalmente,� sua� produção�é� de� 25.000� camisas,� sendo� seu�
custo��xo�unitário�apropriado�referente�ao�aluguel�de�0,80.�Em�determinado�mês,�teve�um�
aumento�na�demanda�e�produziu�40.000�camisas,�nesse�caso�seu�custo��xo�unitário�foi�de�
0,50�centavos.�No�exemplo�apresentado,�o�custo��xo�unitário�foi�obtido�através�do�rateio�do�
custo��xo�total�(CFT)�pela�quantidade�de�unidades�produzidas.�Em�gestão�de�custos,�além�
de�a�otimização�da�capacidade�produtiva�ser�importante,�deve-se�considerar�a�demanda�do�
mercado,�a�capacidade�de�estocagem�e�os�desembolsos��nanceiros.
29
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
2.7 Fases do custeio industrial
Os�materiais� diretamente�consumidos� adicionados� à�mão�de�obra�direta� e� os� custos� indiretos� de� fabricação�
formam�os�custos�de�produção�do�período.�
CPP = MAT + MOD + CIF
Onde: 
CPP�=�Custos�de�produção�no�período
MAT�=�Materiais�diretos�utilizados�na�produção
MOD�=�Mão�de�obra�direta
CIF�=�Custos�indiretos�de�fabricação/produção
Para�apurar�os�custos�da�produção�acabada,�é�preciso�identi�car�qual�foi�o�custo�de�produção�no�período.�
O�custo�de�produção� acabada� refere-se�ao�estoque� inicial�de�produtos� em�produção,� adicionado�o� custo� da�
produção�no�período�e�subtraídos�os�estoques��nais�de�produtos�em�elaboração.�
CPA = EIPE + CPP - EFPE
Onde: 
CPV�=�Custo�dos�produtos�vendidos�
EIPAC�=�Estoques�iniciais�de�produtos�acabados�
CPA = Custo dos produtos acabados 
EFPAC�=�Estoque��nal�de�produtos�acabados�
A próxima etapa consiste em vender o que foi produzido; portanto, deve que ser calculado o custo do produto 
vendido.�Para�isso,�é�necessário�apurar�os�estoques,�uma�vez�que,�para�levantar�o�CPV,�precisamos�do�estoque�
inicial�de�produtos� acabados�para�adicionar�ao�custo�dos�produtos�acabados�e� subtrair�os�estoques��nais�de�
produtos acabados. 
CPV = EIPAC + CPA - EFPAC
Onde: 
CPV�=�Custo�dos�produtos�vendidos�
EIPAC�=�Estoque�inicial�de�produtos�acabados�
CPA = Custo dos produtos acabados 
EFPAC�=�Estoque��nal�dos�produtos�acabados�
30
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
2.8 Alguns exemplos de apuração de custos
Quando�ocorre�a�realização�das�receitas,�os�custos�atrelados�a�ela�devem�ser�baixados�dos�estoques�e�apro-
priados como 
• custo�das�mercadorias�vendidas�(CMV);�
• custo�dos�produtos�vendidos�(CPV);�ou�
• custos�dos�serviços�prestados�(CSP).�
Para�a�apuração�do�custo�das�mercadorias�vendidas,�pode� ser�utilizada�a�seguinte�equação,� segundo�Veiga�e�
Santos (2012):
CMV = EI + C + II + FC + S – DC - EF
Onde: 
CMV = Custo da mercadoria vendida
C = Compras
FC = Frete sobre compras 
EF = Estoque��nal
EI = Estoque�inicial�
II = Imposto de importação
S = Seguro sobre compra 
DC = Devolução�de�compras�
Vejamos�um�exemplo�prático:�
A�apuração�do�CMV�da�Cia�Alfa�Comercial�possuía�em�31/12/x0�R��1,00�de�estoque�(estoque��nal)�e�em�31/12/
x1�R��124,00�de�estoque.�O�total�das�compras�em�x1�foi�de�R��6.000,00,�as�devoluções�no�período�foram�de�R��
294,00�e�o�valor�do�frete�sobre�compras�foi�de�R��391,00,�ainda�em�x1�o�frete�sobre�venda�foi�de�R��501,00�e�o�
total�das�vendas�foi�de�R��9.000,00,�tendo�havido�devolução�de�vendas�no�valor�de�R��500,00.�
Então: 
CMV:�?
C�=�6.000,00
FC = 391,00
EI�=�1,00
EF�=�124,00
FV�=�501,00
31
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
Cálculo:
CMV = EI + C + II + FC + S (-) DC (-) EF
CMV=�1,00�+�6.000,00�+�0�+�391,00�+�0�-�294,00�-�124,00
CMV = 5.974,00
Segue�o�Demonstrativo�de�Resultado�–�DR�(relatório�contábil��nanceiro�que�demonstra�a�receita�menos�a�dedução�
de�todos�os�gastos,�provisões�e�impostos).
DR EM X1
Receitas 9.000,00 
(-)�Devolução�de�vendas� -500,00 
(=)�Vendas�líquidas� 8.500,00�
(-)�CMV -5.974,00�
(=) Lucro Bruto 2.525,00 
(-)�Despesa�comercial -501,00 
(=) Lucro operacional 2.024,00�
Vejamos�mais�um�exemplo�prático:�
Figura�2.6:�Produção�de�calças.
Legenda:�Calças�jeans.
Fonte:�<https://pixabay.com/en/jeans-pants-blue-shop-shopping-428614/>.
32
Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
Apuração�do�CPV�da�Cia�Alfa�Industrial,�sendo�as�operações�ocorridas�em�x1�e�produzidas�1.000�calças.�
• Matéria-prima consumida: R$ 10.000,00.
• Embalagens consumidas: R$ 3.000,00.
• Mão�de�obra:�R��8.000,00.
• Depreciação�de�equipamentos�industriais:�R��5.000,00.
• Aluguel de barracão industrial: R$ 3.000,00.
• Despesas�administrativas:�R��1.000,00�(não�compõe�o�custo�dos�produtos).�
• Vendas�em�x1,�700�calças�a�R��45,00.
Total�de�custos:�R��29.000,00
Total�das�despesas:�R��1.000,00
Custo�unitário�=�29.000/1.000�(calças)
Custo�unitário�por�calça�=�R��29,00
Total�das�receitas:�700�(unidades)�x�45,00�(valor�unitário)
Receita = R$ 31.500,00
CPV�total�=�custo�unitário�x�unidades�vendidas�
CPV�=�29,00�x�700
CPV�=�R��20.300,00
Segue�o�Demonstrativo�de�Resultado.�
DR EM X1
Receitas 31.500,00 
(-)�Devolução�de�vendas� 0,00 
(=)�Vendas�líquidas� 31.500,00 
(-)�CPV 20.300,00 
(=) Lucro bruto 11.200,00 
(-)�Despesa�adm. 1.000,00 
(=) Lucro operacional 2.024,00�
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Análise de Custos | Unidade de Estudo 2 – Princípios e nomenclaturas de custo
O�valor�da�diferença�entre�o�CPV�e�o�custo�total�da�produção�já�se�encontra�registrado�no�
estoque�de�produtos�acabados.�A�apuração�do�resultado�do�período�independe�se�a�receita�
foi efetivamente recebida ou se as despesas foram realmente pagas, pois trata-se de uma 
apuração�econômica�contábil�pelo�regime�de�competência.
Figura 2.7: Livro de Contabilidade.
Legenda: Registro e contabilidade.
Fonte:�<https://pixabay.com/en/ledger-accounting-business-money-1428230/>.
A� apuração� correta� de� custos� é� essencial� para� a� formação� dos� preços� e� a� apuração�
do� lucro� real� obtido� com� as� vendas.� Veja� outros� exemplos� de� como� fazer� a�
apuração� do� custo� de� produtos� e� serviços� em:� <http://blog.mahagestao.com.br/
apuracao-do-custo-de-produtos-e-servicos/>.
Encerramos�esta�unidade�reforçando�que�a�contabilidade�de�custos,�com�os�seus�princípios�e�métodos,�vem�
contribuindo�de�forma�signi�cativa�para�a�melhoria�das�empresas�em�termos�de�gestão�e�processo�decisório.�
Em�tempos�de�globalização�e�concorrência�acirrada,�sobressaem-se�aqueles�pro�ssionais�que�dominam�ferra-
mentas�como�a�contabilidade�de�custos,�que,�quando�bem�aplicada,�amplia�a�e�ciência,�a�e�cácia�e�a�efetivi-
dade�das�organizações.�
34
Considerações��nais
A contabilidade de custos é um ramo da Contabilidade que visa levantar, 
analisar�e� produzir� informações�gerenciais�precisas�para� a� tomada� de�
decisões�nos�diversos�níveis�de�uma�organização.�Nesta�unidade,�vimos�
um breve histórico da contabilidade de custos e quais os seus obje-
tivos. Analisando os principais objetivos da contabilidade gerencial e 
de�custos,�você�pôde�aprender�sobre�o�sistema�de�custo�em�uma�visão�
geral, os princípios contábeis aplicados à contabilidade de custos, além 
de�algumas�nomenclaturas�para�a�classi�cação�de�custos�e�exemplos�da�
apuração�de�custos.
Referências�bibliográ�cas
35
CFC.�Conselho�Federal�de�Contabilidade.�Resolução�CFC�n.�1.121,�de�28�
de� março� de� 2008.� Disponível� em:� <http://www.normaslegais.com.br/
legislacao/resolucaocfc1121_2008.htm>.�Acesso�em:�10�fev.�2017.
IUDÍCIBUS,�S.�de.�Teoria da Contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARION,�J.�C.�Contabilidade empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARTINS,�E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
OLIVEIRA,�A.�A.�de,�SANTOS,�C.�A.�dos,�ALVES,�E.�L.,�MOREIRA,�S.�Sistemas 
de informações no processo de gestão das operadoras.� �Disponível�
em:� http://www.classecontabil.com.br/artigos/sistemas-de-informa-
coes-no-processo-de-gestao-das-operadoras Acesso em 01.mar.2017
VEIGA,� W.� E.;� SANTOS,� F.� de� A.� Contabilidade de custos: gestão em 
serviços,�comércio�e�indústria.�São�Paulo:�Atlas,�2012.

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