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Embriologia Sistema Circulatório

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INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
- As quatro adaptações são para desvios do fluxo 
sanguíneo. Se essas adaptações não ocorressem, o 
desenvolvimento da vida intrauterina não seria 
possível. 
- “Looping”: o tubo cardíaco torce e gira para o lado 
esquerdo. 
- Inicialmente há uma comunicação única entre 
átrios e ventrículos (não há septos). 
- Coxins endocárdicos: derivados dos 
cardiomiócitos da parede; fusionam para separar o 
átrio do ventrículo. 
- Sinalizações provenientes dos coxins 
endocárdicos e de estruturas musculares 
adjacentes fazem com que se forme o septo que 
separa o tronco pulmonar da aorta, e que ao ser 
formado, o tronco pulmonar seja destinado ao VD, 
e a aorta, ao VE. 
- Células mesenquimais (que formam uma crista) 
possibilitam a divisão do tronco arterioso em 
artéria pulmonar e aorta. 
- O retorno venoso chega no AD, passa para o VD, 
depois para o tronco pulmonar, que desemboca na 
aorta (através do ducto arterioso) e em pequena 
parte nas artérias pulmonares; o pouco de sangue 
que é levado até os pulmões retorna para o AE, pois 
a estrutura do pulmão está fechada. 
- O sangue oxigenado (da placenta) chega no AD e 
se mistura com sangue não oxigenado, e por isso o 
sangue tem mais aspecto venoso; na aorta observa-
se sangue “misturado”. 
 
 
 
- Após o nascimento, se o ducto arterioso não se 
fecha, ou o forame oval, haverá complicações 
decorrentes. 
DESENVOLVIMENTO INICIAL 
- Há a formação de um par de cordões endoteliais, 
que se juntam e formam em um tubo único, o tubo 
cardíaco, a partir do qual o coração será formado. 
- Os batimentos cardíacos iniciam-se entre os dias 
22 e 23; o fluxo sanguíneo se inicia durante a 
quarta semana e pode ser identificado com USG 
Doppler. 
- Mais de 500 genes estão envolvidos no 
desenvolimento embriológico do coração e dos 
vasos; o gene T-Box, por exemplo, está envolvido 
na formação das câmaras, válvulas, septos e 
sistema de conducão. 
- Na 3ª semana de desenvolvimento, as células 
mesenquimais (principalmente angioblastos) se 
agregam na região do saco vitelínico e da porção 
ventral do embrião. 
- Os angioblastos vão se empilhando, formando 
ilhotas sanguíneas sobre a parede do saco 
vitelínico. 
- À medida que as ilhotas vão se desenvolvendo, as 
células vão se modificando, até formar células 
endoteliais. 
- Essas células ainda têm a capacidade de se 
desenvolver, originando os hemocitoblastos, 
células jovens que darão origem às células 
sanguíneas. 
- Entre o 18º e o 21º dia, ocorre a formação dos 
cordões angioblásticos, os quais irão se fusionar, 
formando o tubo cardíaco. 
 
 
 
 
- O coração precisa girar para que o átrio se 
posicione em cima, e o ventrículo embaixo, pois, 
originalmente, o tubo cardíaco tem essas 
estruturas com posições invertidas. 
- O crescimento rápido do tubo não é acompanhado 
pelo crescimento do pericárdio o qual o contém; 
por isso, o tubo começa a dobrar e a girar para a 
esquerda, permitindo que o átrio se posicione em 
cima, e o ventrículo embaixo. 
- Caso o coração não faça o giro para o lado 
esquerdo, e sim para o lado direito, ocorre o 
fenômeno de dextrocardia (não apenas o coração 
fica do lado errado, fígado e outros também 
podem estar). 
- Na ectopia cordis, o coração se projeta para fora 
do tórax. 
- Ao mesmo tempo em que o tubo está girando, os 
cardiomiócitos estão sendo formados e 
proliferados, formando a geleia cardíaca, a qual dá 
origem a várias estruturas do coração, como o 
tecido de condução elétrica, os coxins 
endocárdicos (fundamentais para a septação entre 
o átrio e o ventrículo). 
- Os coxins endocárdicos correspondem ao local de 
implantação das valvas. 
SEPTAÇÃO ATRIAL E VENTRICULAR 
-Do teto do átrio direito em direção ao coxim, 
forma-se o septum primum, que é uma membrana 
fina com o formato de uma lua crescente, que 
desce. 
- Forame primum: abertura total entre os dois 
átrios. 
- Quando o septum primum se forma, furos são 
formados nele, por onde o sangue passa do AD para 
o AE, até que se forme o septo secundum. 
- O septo secundum surge, e nele permanece um 
forame menor que o do primum, o forame oval, pelo 
qual o sangue passa. 
- Os forames nos dois septos localizam-se em 
níveis diferentes, para que no momento em que os 
septos se fusionem (ao nascimento), não haja 
nenhum orifício aberto. 
 
 
 
 
 
 
- Na hora do nascimento, conforme aumenta a 
pressão no AE, o septo primum se fusiona com o 
septum secundum, dando origem à fossa oval. 
- Quando o septum primum chega no coxim, o septo 
se rompe (porque é formado por tecido conjuntivo 
frouxo), formando o forame secundum (pois o 
forame primum foi formado antes do septum 
primum se formar). 
- Septum secundum: mais espesso, mais forte, 
consiste em uma membrana muscular que surge a 
direita do septo primum, em forma de meia lua, 
cobrindo-o gradualmente, mas incompletamente, 
deixando uma comunicação entre os átrios (forame 
oval). 
- No ventrículo, ao mesmo tempo em que está 
ocorrendo a septação atrial, está sendo formada a 
crista muscular mediana a qual dará origem ao 
septo interventricular, que possui um forame 
interventricular. 
- O septo possui uma porção muscular e uma porção 
membranosa. 
- Se o forame oval permanece aberto, ocorre 
comunicação interatrial. 
SEPTAÇÃO DO BULBO 
- Quando ocorre a septação do bulbo cardíaco 
(contém células mesenquimais), forma-se a aorta e 
o tronco pulmonar. 
- As cristas, formadas pelas células mesenquimais, 
vão surgindo e separando a aorta do tronco 
pulmonar. 
- A formação do septo aórtico pulmonar se dá pela 
junção das cristas. 
 
 
 
- Ocorre uma dobradura espiralada 180º, para que 
a aorta e a artéria do tronco pulmonar se 
posicionem corretamente. 
- Dependendo do grau de dobradura a aorta pode 
ficar anterior a tronco pulmonar, lateral ou, 
posterior. 
ARCOS FARÍNGEOS 
- A formação dos arcos aórticos se dá a partir do 
tronco arterioso até a aorta dorsal, junto à 
formação dos arcos faríngeos, que recebem as 
artérias do coração. 
-Na medida que vão se desenvolvendo, os arcos 
faríngeos vão se fusionando e originando as 
artérias. 
- A formação dos arcos é simultânea à formação 
do coração, à septação atrioventricular, à 
septação do bulbo. 
- O 1º arco forma as artérias maxilares, as quais 
suprem ouvidos, dentes, músculos dos olhos e da 
face. 
- O 2 º arco aórtico forma a artéria hioidea e a 
artéria do músculo estribo. 
- O 3º arco se hipertrofia, originando a carótida 
comum primitiva. Juntamente com a aorta dorsal 
forma a carótida interna, e com o saco aórtico 
forma a carótida externa. 
- O 4º arco aórtico forma o cajado aórtico, o 
tronco braquiocefálico, a carótida comum 
esquerda e a subclávia esquerda. 
- O 5º arco aórtico não aparece porque se 
degenera. 
- O 6º arco aórtico forma a artéria pulmonar 
esquerda e direita, e o ducto arterioso, que 
comunica a artéria pulmonar com a aorta. 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
- Prostaglandina: pode ser administrada na veia; 
permite que o ducto arterial se mantenha aberto. 
- Cirurgia de Jatene: feita em crianças com 
cardiopatia congênita. 
 - Existem cardiopatias congênitas que são críticas 
e outras que não são. 
- Comunicação interatrial, interventricular, doença 
do ducto arterial, coarctação de aorta e tetralogia 
de Fallot, são algumas das cardiopatias congênitas. 
- A fisiologia normal é que o fluxo sanguíneo na 
pequena circulação (Qp) seja um fluxo sanguíneo 
igual à da grande circulação (Qs). Ou seja, a 
quantidade de sangue que passa pelo lado direito 
tem que ser semelhante ao do lado esquerdo (Qp = 
Qs = 3L/min/M²) 
- Exemplo: homem com 1,60m e 97kg => superfície 
corporal = 2,25m² => 2,25x3 = 6,75 L/min. 
- Na vida extrauterina, quando ocorre comunicação 
interatrial, o sangue vai do AE para o AD, porque a 
pressão no AE é maior; o AD acaba acumulando 
sangue,e a proporção Qp/Qs não é mais 1:1. 
- Qp > Qs = hiperfluxo pulmonar; Qp < Qs = 
hipofluxo pulmonar. 
- Shunt significa comunicação, desvio. 
- Uma obstrução/estenose na valva tricúspide faz 
com que a pressão no AD aumente; o shunt, 
portanto, vai acabar sendo da direita para a 
esquerda (o sangue no lado direito é 
desoxigenado). 
- Uma criança com baixa oxigenação apresenta 
cianose, e é chamada de “bebê azul”. 
- As crianças que não desenvolvem cianose são 
acianogênicas. 
- Baqueteamento digital também consiste em uma 
manifestação das doenças cardiogênitas. 
 
c 
 
 
- A criança com cardiopatia congênita também 
podem ter alterações no desenvolvimento 
ponderoestatural (peso e altura) 
- Infecção respiratória de repetição também 
consiste em um sinal de cardiopatia congênita. 
- Na comunicação interatrial, o sangue vai do AE 
para o AD, ocorrendo aumento da pré-carga; tal 
evento consiste em uma sobrecarga volumétrica. 
- Na coarctação da aorta, ocorre estreitamento da 
aorta e consequente aumento da pós carga; tal 
evento consiste em uma sobrecarga pressórica 
COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR 
- Na comunicação interventricular (CIV), a região 
membranácea do septo interventricular não se 
encontra com a região muscular do septo, 
resultando em uma comunicação entre os 
ventrículos. 
- Em cerca de 30 a 50% dos casos, a comunicação 
se fecha espontaneamente. 
- Se a comunicação interventricular persistir, uma 
intervenção cirúrgica é necessária. 
- Síndrome alcoólica fetal, síndrome de Down, e 
outras etiologias estão associadas à formação da 
comunicação interventricular. 
- Na CIV, quando a criança nasce, o sangue 
oxigenado vai do VE para o VD (não tem problema); 
porém, a sobrecarga volumétrica no VD, por conta 
de um shunt da esquerda para direita (pois a 
pressão é maior no VE) ocasiona o aumento do 
fluxo pulmonar. 
- Qp > Qs = hiperfluxo pulmonar. 
- O hiperfluxo pulmonar faz com que o pulmão faça 
vasoconstricção em resposta ao aumento da 
pressão. Com essa vasoconstrição, a pressão do VD 
aumenta, como um reflexo retrogrado. O shunt, 
nessa circunstância, será do lado direito para o 
lado esquerdo, pois a pressão no VD torna-se maior 
que a pressão no VE. 
- O sangue desoxigenado, portanto, vai para o VE, 
e a saturação de oxigênio para o sistema diminui 
(bebê azul: cianose). 
- O quadro em que a hipertensão pulmonar 
secundária ao hiperfluxo pulmonar provocando 
inversão do shunt, recebe o nome de Síndrome de 
Eisenmenger 
- Um murmúrio sistólico é audível; se o orifício for 
menor, a doença é menos grave, mas o sopro é mais 
audível. 
- Baixo DC sistêmico pode ser decorrente do 
sangue “roubado” do VE para o VD. 
- Prece maometana: atitude fisiológica para que 
haja aumento da pressão no lado esquerdo, uma vez 
que ao dobrar o joelho e o quadril, aumenta-se a 
pós carga por conta do aumento da pressão 
periférica (dobramento das artérias poplítea e 
ilíaca); assim, a pressão no VE se torna maior que 
no VD, invertendo o shunt (que era da direta para 
esquerda). 
COMUNICAÇÃO INTERATRIAL (CIA) 
- Na vida intrauterina, a pressão no VD é maior do 
que no VE, o que faz com que o sangue atravesse 
do VD para o VE por meio dos forames (oval e 
secundum). 
- Depois do nascimento, o septo interatrial deve 
fechar. Na CIA, essa comunicação persiste (de 
várias maneiras, seja pelo óstio secundum, óstio 
primium, outros). 
- Após o nascimento, a pressão do VD é menor que 
a pressão do VE. 
- Na comunicação interatrial, o shunt incialmente 
é da esquerda para direita. 
- O som da valva pulmonar se afasta do da aorta, 
promovendo, na ausculta, um desdobramento amplo 
e fixo da 2ª bulha (tum trá). 
- A sobrecarga volumétrica leva à hipertensão 
pulmonar, invertendo o shunt e culminando na 
Síndrome de Eisenmenger. 
PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL 
- O canal/ducto arterial é uma estrutura de 
comunicação entre a aorta e o tronco pulmonar; 
localizada depois dos vasos do cajado (oxigenação 
dos membros superiores). 
 
 
- O ducto arterial se fecha horas (até 3 semanas, 
em alguns casos) após o nascimento, tornando-se 
ligamento arterial. 
- Na vida intrauterina, o sangue sai do tronco 
pulmonar para a aorta por meio do ducto arterial. 
- O ducto arterial fica aberto por conta da 
prostaglandina produzida na placenta, e também 
por outras razões. 
- Diminuição da prostaglandina e aumento de 
oxigênio promovem o fechamento do ducto 
arterioso; anti-inflamatórios inibem a 
prostaglandina. 
- Quando o canal persiste, ele é patente. 
- Como após o nascimento a pressão no lado 
esquerdo é maior do que no lado direito, o sangue 
sai da aorta para o pulmão através do ducto 
arterioso. 
- O sangue vai ser “roubado” da aorta, havendo um 
shunt da esquerda para direita; portanto, Qp > Qs, 
o que implica em hiperfluxo pulmonar e 
consequente hipertensão pulmonar, a qual culmina 
em Síndrome de Eisenmenger 
- Há presença de sopro por conta do fluxo 
turbulento 
- Ao longo da vida, a hipertensão pulmonar faz com 
que o shunt inverta; ocorre, então, ums mistura de 
sangue oxigenado com sangue desoxigenado. 
- A criança tem desoxigenação nos membros 
inferiores, mas coloração normal nos membros 
superiores, devido ao fato de o ducto se localizar 
após os vasos que irrigam os membros superiores; 
tal quadro é chamado de cianose diferencial. 
- Tratamento = anti-inflamatório não esteroide ou 
cirurgia. 
 TETRALOGIA DE FALLOT 
- Quatro defeitos; doença complexa, crítica. 
- A artéria aorta se desloca para a direção da 
artéria pulmonar; essa alteração provoca as 
anormalidades: 
1) Estenose da artéria pulmonar: VD tem sua pós 
carga aumentada. 
2) Hipertrofia do VD: coração com formato de 
bota. 
3) CIV: a criança já nasce com o shunt da direita 
para a esquerda e, consequentemente, hipertensão 
pulmonar. 
4) Mudança da artéria da aorta (ela se aproxima 
da pulmonar, empurrando-a). 
- Presença de cianose central: baixa saturação de 
oxigênio. 
- A Tetralogia de Fallot é a cardiopatia cianótica 
mais comum, enquanto a cardiopatia acianótica 
mais comum é a comunicação interventricular. 
- Na tetralogia de Fallot há também 
baqueteamento digital, dificuldade em ganho de 
peso, insuficiência cardíaca. 
- O grau de obstrução da artéria pulmonar define 
o grau da Tetralogia de Fallot 
- A posição squarts down (cócoras ou prece 
maometana) possibilita a reversão do shunt, para 
que deixe de ser da direita para esquerda. 
COARCTAÇÃO DE AORTA 
 -A coarctação da aorta aumenta a pós carga do 
VE. 
- Se o estreitamento for intenso, o VE entra em 
falência; o ducto arterial fica aberto para tentar 
manter o fluxo. 
- Quando a criança nasce, o que permite que ela 
continue vivendo é a persistência do ducto arterial. 
- A criança fica com os membros inferiores 
cianóticos e os membros superiores coloridos, 
devido à localização da coarctação. 
- Na aorta, há a redução da pressão após a região 
do estreitamento.

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