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Aula 01
Legislação Penal Especial p/ TJ-AC (Juiz Substituto) - Pós-Edital
Professor: Vitor De Luca
00000000000 - DEMO
LEGISLAÇÃO PENAL E PROCESSUAL PENAL PARA 
CONCURSOS Ȃ PROF. VITOR DE LUCA 
Curso regular em teoria e exercícios 
Aula 
01 
 
 
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AULA 01 
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
 
Sumário 
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 3 
2 – Princípios processuais e finalidades do Juizado Especial Criminal ...................................... 7 
3 - Critérios para a fixação do Juizado Especial Criminal e conceito de infração penal de menor 
potencial ofensivo.........................................................................................................10 
4 - Conexão e continência entre crime comum e infração penal de menor potencial ofensivo......24 
5- Competência do Juizado Especial Criminal e atos processuais............................................27 
6 - Fase preliminar........................................................................................................34 
7 - Procedimento comum sumaríssimo..............................................................................50 
8 - Sistema recursal nos Juizados Especias........................................................................56 
9 - Da execução nos Juizados Especiais.............................................................................68 
10 - Das despesas processuais........................................................................................70 
11- Suspensão condicional do processo.............................................................................71 
12 - Caráter retroativo da Lei nº 9099/95..........................................................................86 
13 - Aplicação subsidiária do CP e do CPP na esfera dos Juizados Especiais Criminais................88 
14 - Disposições Finais...................................................................................................89 
15 - Lista de Questões sem comentários............................................................................90 
16 - Lista de Questões com comentários..........................................................................103 
17 - Resumo...............................................................................................................128 
18 - Gabarito..............................................................................................................131 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vitor De Luca
Aula 01
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 3 
 
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
1 - Considerações Iniciais 
 
 Com o objetivo de conferir maior celeridade e informalidade à prestação 
jurisdicional aos delitos de menor potencial ofensivo, revigorar a figura da 
vítima no processo penal (inúmeras vezes deixadas em segundo plano na esfera 
criminal), a Constituição Federal de 1988 determinou em seu art. 98, inciso I: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 De plano, podemos destacar que o legislador constituinte traçou algumas 
diretrizes acerca dos Juizados Especiais Criminais: 
 
• Os Juizados Especiais, providos por juízes togados e leigos, serão competentes 
para a conciliação, o julgamento e a execução de infrações penais de menor 
potencial ofensivo, ou seja, ficará a cargo desses Juizados crimes catalogados 
como de menor gravidade conceituado no art. 61 da Lei 9099/95; 
 
• O procedimento nos Juizados Especiais é oral e sumaríssimo. Com isso, a 
Constituição Federal aponta que os primados da celeridade, informalidade, 
oralidade, economia processual ganham extrema relevância nesse rito; 
 
• Autorizou nos casos previstos em lei a realização da transação penal, isto é, 
acordo entabulado entre o titular da ação penal e o autor do crime de menor 
potencial ofensivo, com o escopo de evitar a deflagração de um processo criminal, 
tendo como contrapartida a aplicação imediata de uma pena restritiva de direitos 
ou multa (penas não privativas de liberdade), sendo todo esse negócio jurídico 
acompanhado por um advogado ou um defensor público; 
• Com a finalidade de desafogar o trabalho dos Tribunais de Justiça/Tribunais 
Regionais Federais, a Constituição Federal preconiza que os meios recursais em 
Art. 98 da CF: A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados 
criação: 
I - Juizados especiais, providos por juízes togados e leigos, competentes para 
a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor 
complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os 
procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, 
a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau. 
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sede de Juizados Especiais criminais serão apreciados por turmas formadas de 
juízes de primeiro grau de jurisdição; 
 
 Para dar concretude às linhas gerais traçadas na Constituição Federal, em 
26 de novembro de 1995, a Lei 9099 entra em vigor para inaugurar a denominada 
jurisdição consensual no âmbito criminal. Reparem que antes do advento 
dessa Lei existia no Brasil tão somente a jurisdição contenciosa no aspecto penal, 
ou seja, o litígio criminal era solucionado necessariamente por meio de uma 
sentença após o devido processo legal e o contraditório entre as partes em 
regular processo-crime. 
 
 A lei 9099/95 então muda esse paradigma da necessidade de uma 
jurisdição de conflito para dar luz à uma jurisdição baseada no consenso, visando 
evitar a deflagração de um processo criminal, prestigiando a solução amigável 
entre os litigantes e a reparação amigável do dano por seu causador. 
 
 Essa jurisdição consensual traz consigo também a alteração de algumas 
premissas tradicionais da jurisdição conflitiva. O grande exemplo pode ser 
observado em relação ao princípio da obrigatoriedade da ação penal (O Ministério 
Público devia sempre ajuizar ação penal pública diante de indícios suficientes de 
autoria e prova da materialidade delitiva) que cede lugar para o princípio da 
discricionariedade regrada, ou seja, presentes os requisitos da transação 
penal delineados no art. 76 da Lei 9099/95, o Ministério Público pode ofertar uma 
proposta de transação penal ao invés de oferecer uma denúncia. 
 
 A Lei nº 9099/95 também inaugura no ordenamento jurídico uma série de 
medidas despenalizadoras que inibem a deflagração do processo criminal ou 
suspendem o prosseguimento da ação penal. Vale dizer, o Estado cria medidas 
legais que visam evitar o cumprimento da pena privativa de liberdade, 
permanecendo intacta a figura criminosa. Daí a denominação de medidas 
despenalizadoras1. Foram 4 medidas despenalizadoras estabelecidas por essa lei: 
 
 
1 Não confunda despenalização com descriminalização. Na despenalização o Estado visa 
evitar a imposição e a execução de uma pena de prisão (pena privativa de liberdade), 
permanecendo intacta a figura criminosa. Já na descriminalização o Estado deixa de estabelecer 
como crime determinado comportamento. A descriminalização pode se dar por via legislativa 
(abolitio criminis. Exemplo de descriminalização: O antigo delito de adultério, que deixou de ser 
crime com o advento da Lei 11106/2005.) ou por via judicial ou interpretativa (quando se 
restringe o âmbito do proibido com fundamento nos princípios limitadores do jus puniendi. 
Exemplo: adoção do princípio da insignificância).Vitor De Luca
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1) Composição civil dos danos – gera a renúncia ao direito de queixa na 
ação penal privada ou a renúncia à representação na ação penal pública 
condicionada, com a consequente extinção da punibilidade (art. 74, parágrafo 
único, da Lei 9099/952). Essa medida inibe a instauração do processo criminal. 
2) Transação penal – autoriza o cumprimento imediato de uma pena 
restritiva de direitos ou multa, em contrapartida evita a instauração do 
processo criminal (art. 76 da Lei nº 9099/953). 
3) Representação nos delitos de lesões corporais leves e lesões 
culposas - A lei nº 9099/95 cria essa condicionante para esses crimes de forma 
que a não apresentação da representação no prazo de 6 (seis) meses a contar 
da ciência do autor dos fatos gera a decadência, que é uma causa extintiva da 
punibilidade (art. 88 da Lei nº 9099/95). Antes da Lei 9099/95, os crimes de 
lesão corporal leve e lesão culposa eram de ação penal pública incondicionada. 
4) Suspensão condicional do processo – Se houver acordo com o acusado, 
depois de recebida a denúncia, o magistrado suspende o andamento da ação 
penal e da prescrição. Em contrapartida, durante determinado lapso temporal 
(período de prova), o acusado é submetido a certas condições. Encerrado o 
período de prova sem a ocorrência de qualquer alteração, o magistrado declara 
extinta a punibilidade (art. 89 da Lei 9099/95). Vale ainda destacar que o 
instituto da suspensão condicional do processo não se limita aos delitos de 
menor potencial ofensivo da Lei 9099/95, ou melhor, vale para todo e qualquer 
delito que preencha os requisitos do art. 89 da Lei 9099/95. 
 Além das medidas despenalizadoras, a Lei nº 9099/95 também cria uma 
medida descarcerizadora, ou seja, medida que evita o encarceramento, que é 
justamente o termo circunstanciado de ocorrência (TCO), instrumento 
investigatório mais simplificado quando comparado com o Inquérito Policial e que 
versa sobre delitos de menor potencial ofensivo. Esse termo circunstanciado de 
ocorrência está previsto no art. 69, parágrafo único do citado diploma legal4, nos 
seguintes termos: “O autor do fato que, após a lavratura do termo, for 
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele 
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.” 
 
2 Art. 74, parágrafo único, da Lei 9099/95: Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de 
ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo 
homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. 
3 Art. 76, caput, da Lei 9099/95: Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal 
pública de incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor 
a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 
4 Art. 69, parágrafo único, da Lei 9099/95: Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for 
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se 
imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá 
determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência 
com a vítima. 
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 Questão: A Lei 9099/95 é constitucional? 
 Com o advento da Lei dos Juizados Especiais Criminais (JECRIM) alguns 
doutrinadores defendiam a sua inconstitucionalidade por não concordar com a 
possibilidade de existir acordos no processo penal. Esses juristas sustentavam 
ser totalmente incompatível a aplicação de pena sem a existência de um processo 
e sem prévio reconhecimento de culpabilidade, com flagrante violação ao 
princípio constitucional do devido processo legal (art. 5º, LIV, da CF5). Todavia, 
a posição prevalente na doutrina e na jurisprudência6 foi no sentido de 
reconhecer a constitucionalidade da Lei 9099/95. Afinal de contas, a criação 
de um Juizado Especial Criminal para processar e julgar os delitos de menor 
potencial ofensivo, com a possibilidade de realizar transação penal, foi autorizada 
pela própria Constituição Federal (art. 98, I). 
 
 Outra questão: Existe Juizado Especial Criminal apenas no âmbito 
estadual? 
 
 Não. A própria Constituição Federal em seu art. 98, §1º7 ressaltou a criação 
do juizado especial no âmbito da Justiça Federal, tema tratado pela lei 
10259/2001. No âmbito criminal, a Lei 10259/01 faz expressa remissão a todos 
os institutos da Lei 9099/95. 
 
 Por fim, é interessante ainda falar sobre a composição dos Juizados 
Especiais. De acordo com o art. 60, caput, da Lei 9099/95, o Juizado Especial é 
provido por juízes togados ou togado e leigos. Cabe ainda destacar que os juízes 
leigos são auxiliares da Justiça, recrutados dentre advogados com mais de 5 anos 
de experiência. Esses juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia 
perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções8. 
 
 
5 Art. 5º, LIV, da CF: ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo 
legal. 
6 Em Questão de Ordem enfrentada no Inquérito 1055/AM, o STF declarou a constitucionalidade 
da Lei nº 9099/95. 
7 Art. 98, §1º, da CF: Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da 
Justiça Federal. 
8 Art. 7º da Lei 9099/95: Os conciliadores e juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os 
primeiros, preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com 
mais de 5 (cinco) anos de experiência. 
Parágrafo único. Os juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados 
Especiais, enquanto no desempenho de suas funções. 
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2 – Princípios Processuais e finalidades do Juizado 
Especial Criminal 
 
 Dispõe os artigos 2º e 62, ambos da Lei 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Como se vê do art. 62 da Lei 9099/95, Os Juizados Especiais Criminais têm 
o condão de atingir a reparação dos danos causados à vítima, a conciliação 
(penal e civil) dos conflitos e a não aplicação da pena de prisão (pena 
privativa de liberdade). Além disso, o referido dispositivo legal trouxe os 
princípios (critérios) norteadores dos Juizados Especiais Criminais, a saber: 
 
 
 
• Oralidade: os atos processuais serão, de preferência, orais, sendo os 
essenciais reduzidos a termo ou transcritos por quaisquer meios. Os atos 
realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita 
magnética ou equivalente. Exemplos de atos processuais que podem ser 
Art. 62 da Lei 9099/95. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á 
pelos critérios da oralidade, simpliciadade, informalidade, economia 
processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação 
dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de 
liberdade (redação dada pela Lei 13603/18). 
Art. 2º da Lei 9099/95: O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, 
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, 
buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação. 
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praticados oralmente: Peça Acusatória (art. 77, caput, e §3, da Lei 9099/959), 
Defesa Preliminar (art. 81, caput, da Lei 9099/9510), etc. 
 
 
• Simplicidade: em virtude desse princípio, o legislador teve grande finalidade 
simplificar ao máximo os atos processuais. Exemplos: O termo circunstanciado 
substitui o demorado inquérito policial (art. 69, caput, da Lei 9099/9511); para o 
oferecimento da denúncia não se exige exame de corpo de delito, podendo a 
prova da materialidade delitiva ser substituída por boletim médico ou prova 
equivalente (art. 77, §1º, da Lei 9099/9512); se o acusado não for encontrado 
para ser citado pessoalmente, os autos serão endereçados ao Juízo Comum (art. 
66, parágrafo único13). Esse critério norteador foi incluído pela Lei 13603/18. 
 
 
• Informalidade: não se exigirá dos atos processuais a observância do rigor 
formal do processo, sob pena de nulidade, se a sua finalidade tiver sido 
alcançada. Exemplos: As sentenças em sede de Juizado Especial dispensam o 
relatório (art. 81, §3º, da Lei 9099/9514); se a sentença for confirmada pelos 
próprios fundamentos, a súmula de julgamento servirá de acórdão (art. 82, §5º, 
da Lei 9099/9515). 
 
 
 
9 Art. 77, caput, da Lei 9099/95: Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação 
de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 
desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver 
necessidade de diligências imprescindíveis. 
§3º. Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao juiz 
verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências 
previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei. 
10 Art. 81, caput, da Lei 9099/95: Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para 
responder à acusação, após o que o juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo 
recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a 
seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à produção da 
sentença. 
11 Art. 69, caput, da Lei 9099/95: A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência 
lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e 
a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. 
12 Art. 77, §1º, da Lei 9099/95: Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base 
no termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-
se-á do exame de corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim 
médico ou prova equivalente. 
13 Art. 66, parágrafo único, da Lei 9099/95: Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz 
encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. 
14 Art. 81, §3º, da Lei 9099/95: A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de 
convicção do juiz. 
15 Art. 82, §5º, da Lei 9099/95: Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a 
súmula do julgamento servirá de acórdão. 
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• Economia processual: Decorrência do princípio da informalidade, de acordo 
com esse primado os atos processuais devem ser praticados no maior número 
possível, no menor espaço de tempo e do modo menos oneroso possível. Exemplo 
desse princípio: Em audiência de instrução e julgamento, o juiz pode limitar ou 
excluir as provas que consideram excessivas, protelatórias ou impertinentes (art. 
81, §1º, da Lei 9099/9516). 
 
 
• Celeridade: esse primado visa uma prestação jurisdicional no menor prazo 
possível, sem, por óbvio, atropelar os princípios do devido processo legal, do 
contraditório e da ampla defesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 Art. 81, §1º, da Lei 9099/95: Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e 
julgamento, podendo o juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou 
protelatórias. 
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3 – Critérios para a fixação do Juizado Especial 
Criminal e Conceito de Infração Penal de Menor 
Potencial Ofensivo 
 A competência criminal do Juizado Especial é fixada com base em dois 
critérios: a) infração penal de menor potencial ofensivo; b) inexistência 
de circunstância que desloque a competência para o juízo comum; 
 
 Lembre-se que a competência do Juizado Especial se dá com a observância 
desses dois critérios concomitantes. Vamos exemplificar para uma melhor 
compreensão: O delito de desacato (art. 331 do CP) é um crime de menor 
potencial ofensivo (pena máxima não é superior a dois anos). Esse delito será 
processado no âmbito do Juizado Especial Criminal? Sim, salvo se existir uma 
causa que desloque a competência para o juízo comum. Exemplos: 1) Conexão 
e continência (art. 60, parágrafo único, da Lei 9099/9517); 2) Complexidade da 
causa (art.77, §2º, da Lei 9099/9518); 3) Se o autor estiver em lugar incerto e 
não sabido, sendo impossível a sua citação pessoal. Lembre-se que não há 
citação por edital no JECRIM (art.66, parágrafo único, da Lei 9099/9519). Nesses 
três casos, mesmo o delito sendo de menor potencial ofensivo, os autos serão 
endereçados ao Juízo Comum. 
 
CAUSAS MODIFICADORAS DA COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL 
 
 O que é infração de menor potencial ofensivo? 
 
 Para responder essa pergunta é necessário fazer uma evolução histórica do 
conceito de menor potencial ofensivo. 
 
 Em 1995, em sua redação original, o artigo 61 da Lei 9099/95 determinava 
que as infrações de menor potencial ofensivo eram as contravenções penais e os 
crimes em que a lei cominava pena máxima não superior a 1 ano, excetuados os 
casos em que a lei previa procedimento especial. 
 
 
17 Art. 60, parágrafo único: Na reunião de processos, perante o Juízo comum ou tribunal do Júri, 
decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da 
transação penal e da composição dos danos civis. 
18 Art. 77, §2º, da Lei 9099/95: Se a complexidade ou circunstância do caso não permitirem a 
formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao juiz o encaminhamento das 
peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei. 
19 Art. 66, parágrafo único, da Lei 9099/95: Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz 
encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. 
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 Ocorre que em 2001, com a edição da lei 10259/0120 (lei federal que cria 
os Juizados Especiais Criminais Federais), o conceito de infração penal de menor 
potencial ofensivo sofreu substancial alteração. De acordo com essa lei, crime de 
menor potencial ofensivo é aquele em que a lei comine pena máxima não superiora dois anos, ou multa (art. 2º, parágrafo único, da Lei 10259/0121). 
 
 Notem que, ao contrário da Lei 9099/95, a Lei 10259/01 passou a 
considerar como infração de menor potencial ofensivo crime cuja pena máxima 
não fosse superior a 2 anos, ou seja, a lei dos juizados especiais criminais 
federais elevou esse patamar para 2 anos. Daí surgiu a seguinte questão na 
doutrina e jurisprudência: Há quantas definições para a infração de menor 
potencial ofensivo? Um conceito para o Juizado Especial Criminal no âmbito 
estadual e outro na esfera estadual? Ou a lei 10259/01 alterou as diretrizes 
traçadas pela lei 9099/95, revogando-a quanto ao conceito de infração de menor 
potencial ofensivo? 
 
 À época surgiram 2 correntes. 
 
• Sistema Bipartido – O conceito de infração penal de menor potencial ofensivo 
da Lei 10259/01 vale apenas para o Juizado Especial Criminal Federal, em virtude 
desse diploma legal ter feito essa ressalva no art. 2º, parágrafo único, da Lei 
10259/01 (“para os efeitos desta lei”). Assim existiria dois conceitos de infração 
de menor potencial ofensivo, um para os Juizados Especiais Criminais na esfera 
estadual e outro no âmbito federal. Essa corrente não foi acolhida pela 
jurisprudência. 
 
• Sistema Unitário – Em prol do princípio da isonomia, o conceito de infração 
penal de menor potencial deve ser igual tanto para o Juizado Especial Federal 
como o Estadual. O delito de desacato (com pena máxima de 2 anos) ilustra bem 
a importância de ter um conceito único para a infração de menor potencial 
ofensivo. Basta ver o quão desproporcional seria considerar infração penal de 
menor potencial ofensivo se o agente cometesse desacato em face de um 
funcionário federal e não submeter ao Juizado Especial Criminal Estadual um 
desacato praticado em face de um funcionário estadual. Essa foi a posição que 
 
20 Art. 2º da Lei 10259/01: Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os 
feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo. 
Parágrafo único. Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, 
os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, ou multa. 
21 Repare que o artigo 2º, parágrafo único, da Lei 10259/01 não menciona as contravenções 
penais. A razão para tanto é simples. Juizado Especial Federal não julga contravenção penal. Em 
outras palavras, em primeiro grau de jurisdição, a Justiça Federal não tem competência para 
julgar contravenções penais (art. 109, IV, da CF). 
 
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prevaleceu na doutrina e na jurisprudência como muito bem explicou o professor 
Luiz Flávio Gomes: Como decorrência do princípio constitucional da igualdade (ou 
do tratamento isonômico), do princípio da proporcionalidade ou razoabilidade, e 
também porque se tratava de lei nova com conteúdo penal favorável (CP, art. 
2º, parágrafo único), acabou prevalecendo a primeira corrente, no sentido que o 
conceito de infração de menor potencial ofensivo trazido pela Lei nº 10259/01 
seria extensivo aos Juizados Estaduais, com a consequente derrogação do art. 
61 da Lei nº 9099/9522. 
 
 A questão restou resolvida de uma vez por todas com a nova redação do 
art. 61 da Lei nº 9099/95 dada pela Lei 11313/06. Eis o teor do art. 61 da Lei nº 
9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 OBS: Essa definição unifica o conceito de infração de menor potencial 
ofensivo. Repare ainda que a ressalva contida quanto aos crimes sujeitos à 
procedimento especial delineada na redação original do art. 61 da Lei nº 9099/95 
 
22 GOMES, Luiz Flávio. Juizados Criminais Federais, seus reflexos nos Juizados Estaduais e outros 
estudos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002, p.21. 
Infração de menor 
potencial ofensivo 
contravenções penais
crimes que a lei comine 
pena máxima não superior 
a 2 anos, cumulada ou não 
com multa 
Art. 61 da Lei nº 9099/95: Consideram-se infrações penais de menor potencial 
ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a 
que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou 
não com multa. 
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deixa de existir, ou seja, são infrações de menor potencial ofensivo todas 
as contravenções penais e os crimes a que lei comine pena máxima não 
superior a 2 anos, cumulada ou não com multa, submetidos, ou não, os 
delitos, a procedimento especial. 
 
 OBS 2: Lembre-se também que aos crimes cometidos com violência 
doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, 
não se aplica a Lei 9099/95 (art. 41 da Lei 11340/06). 
 
 
Não confunda crime de menor potencial 
ofensivo com o delito de ofensividade 
insignificante. Crime de ofensividade 
insignificante corresponde ao crime de bagatela, ou seja, são infrações penais 
que autorizam a aplicação do princípio da bagatela, gerando a atipicidade 
material da conduta, tornando-a atípica. O Supremo Tribunal Federal traçou os 4 
vetores para a aplicação do primado da insignificância: 
 
1) Mínima ofensividade da conduta do agente; 
2) Nenhuma periculosidade social da ação; 
3) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; 
4) Inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
 
 Também não confunda crime de menor potencial ofensivo com 
delito de médio potencial ofensivo. Delito de médio potencial ofensivo é 
aquele que autoriza a aplicação da suspensão condicional do processo (art. 89 da 
Lei 9099/95). Dessa forma, podem ser catalogados como delitos de médio 
potencial ofensivo os crimes com pena mínima igual ou inferior a 1 ano, 
abrangidos ou não pela Lei dos Juizados Especiais. Exemplo de delito de médio 
potencial ofensivo: Apropriação indébita simples (art. 168, caput, do CP), em que 
a pena mínima é de 1 ano de reclusão. 
 
 É importante ainda distinguir crime de menor potencial ofensivo 
com o delito de ínfimo potencial ofensivo. Delito de ínfimo potencial 
ofensivo são crimes as quais não são cominadas penas privativas de liberdade. 
Exemplo: Art. 28 da Lei 11343/06 – porte de entorpecente, cujas penas são: 
advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e 
medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Em caso 
de não cumprimento, o juiz poderá submeter o agente a uma admoestação verbal 
e multa. 
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 Questão: O art. 94 do Estatuto do Idoso (Lei 10741/03) alterou o conceito 
de crime de menor potencial ofensivo? 
 
 Dispõe o art. 94 do Estatuto do Idoso: 
 
 “ Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade 
não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei 9099, 
de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições 
do Código Penal e do Código de Processo Penal.” 
 
 Reparem que o Estatuto do Idoso entrou em vigor no ano de 2003. Pois 
bem. Do mesmo modo que ocorreu com a entrada em vigor da Lei 10259/01, 
alguns doutrinadores passaram a defender que houve elevação do patamar para 
4 anos aos crimes de menor potencial ofensivo, ou seja, essa corrente defendia 
que crime de menor potencial ofensivo era todo aquele em quea pena máxima 
não era superior a 4 anos. Todavia, não foi essa tese que prevaleceu na doutrina 
e na jurisprudência. Afinal de contas, o Estatuto do Idoso foi uma criação legal 
para proteger o idoso. Assim, seria um contrassenso autorizar a interpretação 
acima dada ao conceito de infração penal de menor potencial ofensivo, 
porquanto, a rigor, o verdadeiro beneficiário da norma seria o autor de crime em 
face de idosos. Essa questão controvertida foi enfrentada pelo Supremo 
Tribunal Federal na ADI 3096, ocasião em que o Pretório Excelso 
entendeu que o artigo 94 do Estatuto do Idoso não alterou o conceito de 
infração de menor potencial ofensivo, mas sim fixou o procedimento da 
Lei 9099 (mais célere) aos crimes com pena máxima de 4 anos. Vejamos 
o julgado do STF: 
 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. 
ARTIGOS 39 E 94 DA LEI 10.741/2003 
(ESTATUTO DO IDOSO). RESTRIÇÃO À 
GRATUIDADE DO TRANSPORTE COLETIVO. SERVIÇOS DE TRANSPORTE 
SELETIVOS E ESPECIAIS. APLICABILIDADE DOS PROCEDIMENTOS 
PREVISTOS NA LEI 9.099/1995 AOS CRIMES COMETIDOS CONTRA 
IDOSOS. 1. No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.768/DF, o 
Supremo Tribunal Federal julgou constitucional o art. 39 da Lei 10.741/2003. Não 
conhecimento da ação direta de inconstitucionalidade nessa parte. 2. Art. 94 da 
Lei n. 10.741/2003: interpretação conforme à Constituição do Brasil, com 
redução de texto, para suprimir a expressão "do Código Penal e". Aplicação 
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apenas do procedimento sumaríssimo previsto na Lei n. 9.099/95: benefício do 
idoso com a celeridade processual. Impossibilidade de aplicação de quaisquer 
medidas despenalizadoras e de interpretação benéfica ao autor do crime. 3. Ação 
direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar 
interpretação conforme à Constituição do Brasil, com redução de texto, ao art. 
94 da Lei n. 10.741/2003 (ADI 3096, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal 
Pleno, julgado em 16/06/2010). 
 
Em resumo, 3 situações merecem ser ressaltadas 
quando o crime é praticado contra o idoso ou com 
previsão no Estatuto do Idoso. 
 
1) Se o crime tiver pena máxima não superior a 2 anos – A competência 
será do Juizado Especial Criminal, com a possibilidade de serem adotados os 
institutos despenalizadores da Lei 9099/95 (art. 61 da Lei 9099/95). 
2) Se o crime tiver pena máxima não superior a 4 anos – Nesse caso 
aplica-se o previsto no art. 94 do Estatuto do Idoso, ou seja, a competência 
para processar esse crime será do Juízo Comum, porém com o rito 
sumaríssimo. Com isso, a resposta estatal a esse crime será dada de forma 
mais célere. 
3) Se o crime tiver pena superior a 4 anos – A competência será do Juízo 
Comum, com adoção do rito ordinário. 
 
 Questão: Qual é o órgão jurisdicional competente para processar infração 
de menor potencial ofensivo cometido por acusado com prerrogativa de função? 
 
 Vamos exemplificar: Se um Senador da República pratica um delito de 
menor potencial ofensivo, caberá ao Supremo Tribunal Federal23 aplicar as 
medidas despenalizadoras (composição civil dos danos, transação penal, 
suspensão condicional do processo e representação nos crimes de lesão corporal 
leve e culposa). De acordo com o Supremo Tribunal Federal o âmbito de 
incidência dessas normas legais ultrapassa os limites formais e orgânicos dos 
Juizados Especiais Criminais, projetando-se sobre os procedimentos penais 
 
23 Art. 102 da CF: Compete ao Supremo Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
I – processar e julgar, originariamente: 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do 
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; 
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instaurados perante outros órgãos judiciários ou tribunais, porquanto produzem 
evidente reflexo sobre a pretensão punitiva do Estado24. 
 
 Questão: A lei 9099/95 pode ser aplicada na Justiça Eleitoral para os 
crimes eleitorais? 
 
 É possível a aplicação da lei 9099/95 para os crimes eleitorais, 
salvo para os crimes que contam com um sistema punitivo especial. 
Exemplo: O art. 334 do Código Eleitoral não admite transação penal, pois nesse 
delito há a previsão de um sistema punitivo especial. Vejamos o art. 334 do 
Código Eleitoral: 
 
 Art. 334 do Código Eleitoral: Utilizar organização comercial de vendas, 
distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento 
de eleitores. 
 
 Pena – detenção de seis meses a um ano e cassação de registro se o 
responsável for candidato. 
 
 
 
 Exemplo de sistema punitivo especial. 
 A cassação de registro somente é possível 
 por meio de sentença penal condenatória. 
 
 
 Não confunda também infração de menor potencial ofensivo com 
instrumentos de menor potencial ofensivo. O conceito de instrumento de 
menor potencial ofensivo foi previsto pelo art. 4º da Lei nº 13060/14: 
 
 “ Para os efeitos desta Lei, consideram-se instrumentos de menor 
potencial ofensivo aqueles projetados especificamente para, com baixa 
probabilidade de causar mortes ou lesões permanentes, conter, debilitar ou 
incapacitar temporariamente pessoas.” 
 
 Em resumo, instrumentos de menor potencial ofensivo não tem qualquer 
relação com o Juizado Especial Criminal. Instrumento de menor potencial 
ofensivo são armas não letais. Exemplo: arma taser, gás lacrimogêneo, etc. A 
 
24 STF, Pleno, Inq. 1055 QO/AM, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 24/05/1996. 
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Lei 13060/14 foi editada justamente no contexto em que o Brasil vivia inúmeros 
protestos nas ruas. Para evitar o emprego de arma letal pelas forças policiais em 
face dessas manifestações entra em vigor a Lei 13060/14. Vejamos o previsto no 
art. 2º da Lei 13060/14: 
 
 Art. 2º da Lei 13060/14: Os órgãos de segurança pública deverão 
priorizar a utilização dos instrumentos de menor potencial ofensivo, desde que o 
uso não coloque em risco a integridade física ou psíquica dos policiais, e deverão 
obedecer os seguintes princípios: 
 
 I – legalidade; 
 II – necessidade; 
 III – razoabilidade e proporcionalidade. 
 
 Parágrafo único. Não é legítimo o uso de arma de fogo: 
 
 I – contra a pessoa em fuga que esteja desarmada ou que não represente 
risco imediato de morte ou de lesão aos agentes de segurança pública ou a 
terceiros; e 
 
 II – contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, exceto 
quando o ato represente risco de morte ou de lesão aos agentes de segurança 
pública ou a terceiros. 
 
 
 Como já mencionamos, a Lei 11340/16 prevê a não aplicação da Lei 
9099/95 aos crimes praticados no âmbito da violência doméstica e familiar contra 
a mulher. Essa é a redação do art. 41 da Lei 11340/06: 
 
 “Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, 
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de 
setembro de 1995.” 
OBS: Muito embora o artigo 41 da Lei de Violência Doméstica e Familiar 
mencione apenas “crimes”, é consenso na doutrina e na jurisprudência queas 
contravenções penais também não se sujeitam a Lei 9099/95. Assim, por 
exemplo, não será cabível uma transação penal diante de uma contravenção 
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penal de vias de fato25 praticado no âmbito doméstico e familiar. Esse é o 
entendimento do Supremo Tribunal Federal: 
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – ARTIGO 41 DA LEI 
Nº 11.340/06 – ALCANCE. O preceito do artigo 
41 da Lei nº 11.340/06 alcança toda e qualquer 
prática delituosa contra a mulher, até mesmo 
quando consubstancia contravenção penal, como é a relativa a vias de fato. 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – ARTIGO 41 DA LEI Nº 11.340/06 – AFASTAMENTO DA 
LEI Nº 9.099/95 – CONSTITUCIONALIDADE. Ante a opção político-normativa 
prevista no artigo 98, inciso I, e a proteção versada no artigo 226, § 8º, ambos 
da Constituição Federal, surge harmônico com esta última o afastamento 
peremptório da Lei nº 9.099/95 – mediante o artigo 41 da Lei nº 11.340/06 – no 
processo-crime a revelar violência contra a mulher. 
(HC 106212, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 
24/03/2011) 
 
 OBS 2: Lembre-se ainda que para saber o real conceito de violência 
doméstica é necessário conjugar os artigos 5º e 7º da Lei 11343/06. O art. 5º da 
Lei 11343/06 cuida do contexto em que é possível visualizar uma violência 
doméstica: I – âmbito familiar; II – âmbito doméstico; III – em qualquer relação 
íntima de afeto. Pois bem. Se em alguma dessa situação fática ocorrer o emprego 
de violência (física, patrimonial, psicológica, moral e sexual) estaremos diante de 
uma violência doméstica e familiar contra a mulher. 
 
 Questão: Pode o legislador vedar a aplicação da lei dos Juizados Especiais 
Criminais tal como o previsto no art. 41 da Lei nº 11340/06? 
 
 O Supremo Tribunal Federal enfrentou o tema na Ação Declaratória de 
Constitucionalidade nº 19 e na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4424, 
ocasião em que afirmou existir critério razoável para o estabelecimento desse 
tratamento diferenciado ante a vulnerabilidade da mulher (vítima) no âmbito da 
unidade familiar, da unidade doméstica e em qualquer relação íntima de afeto. 
 
 
 
25 Art. 21 do Decreto-Lei 3688/41: Praticar vias de fato contra alguém: 
Pena – prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa, se o fato não constitui 
crime. 
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 Esses julgados citados acima também foram importantes para o Supremo 
Tribunal Federal para reforçar 2 pontos: 
 
1) O delito de lesão corporal leve praticado no âmbito de violência 
familiar e doméstica contra a mulher é de ação penal pública 
incondicionada. Motivo: Se é vedado a aplicação da Lei dos Juizados 
Especiais Criminais em sede de violência doméstica, conclui-se ser 
proibido a aplicação do art. 88 da Lei 9099/95 (artigo que prevê a 
necessidade de representação para os crimes de lesão corporal leve) aos 
crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher. OBS: O delito 
de lesão corporal culposa ainda necessita de representação ainda que 
praticada no âmbito familiar ou doméstico, vez que nesse caso o agente 
não almeja praticar uma violência em face de uma mulher, ou seja, o 
resultado advém a título de culpa. Destaca-se os julgados do STF nos 
autos da ADI4424 e a ADC 19: 
 
AÇÃO PENAL – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
CONTRA A MULHER – LESÃO CORPORAL – 
NATUREZA. A ação penal relativa a lesão 
corporal resultante de violência doméstica contra 
a mulher é pública incondicionada – considerações. (ADI 4424, 
Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 09/02/2012) 
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – LEI Nº 11.340/06 – GÊNEROS 
MASCULINO E FEMININO – TRATAMENTO DIFERENCIADO. O 
artigo 1º da Lei nº 11.340/06 surge, sob o ângulo do tratamento 
diferenciado entre os gêneros – mulher e homem –, harmônica com a 
Constituição Federal, no que necessária a proteção ante as 
peculiaridades física e moral da mulher e a cultura brasileira. 
COMPETÊNCIA – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – LEI Nº 11.340/06 – 
JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER. 
O artigo 33 da Lei nº 11.340/06, no que revela a conveniência de criação 
dos juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher, não 
implica usurpação da competência normativa dos estados quanto à 
própria organização judiciária. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
CONTRA A MULHER – REGÊNCIA – LEI Nº 9.099/95 – AFASTAMENTO. O 
artigo 41 da Lei nº 11.340/06, a afastar, nos crimes de violência 
doméstica contra a mulher, a Lei nº 9.099/95, mostra-se em 
consonância com o disposto no § 8º do artigo 226 da Carta da República, 
a prever a obrigatoriedade de o Estado adotar mecanismos que coíbam 
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a violência no âmbito das relações familiares. 
(ADC 19, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 
09/02/2012) 
 
 
2) Os institutos despenalizadores da transação penal e da 
suspensão condicional do processo estão descritos na Lei 9099/95. 
Logo, não são cabíveis para casos de violência doméstica e 
familiar contra a mulher. Ainda sobre o tema, vale também destacar 
a súmula 536 do STJ: 
 
 
 
 
 
 
 
 É importante ainda abordar outras situações trazidas pela Lei 11340/06 
envolvendo os Juizados. 
 
 Dispõe o art. 14, caput, da Lei 11340/06: Os Juizados de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com 
competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal 
e nos Territórios, pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das 
causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. 
 
 Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário 
noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária. 
 
 Observem que o art. 14, caput, da Lei 11340/06 emprega a expressão 
Juizados. Diante disso, indaga-se: A Lei de Violência Doméstica e Familiar contra 
a mulher criou Juizados? 
 
 A resposta é negativa. A mens legis foi justamente criar Varas 
Especializadas para cuidar da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, 
e não criar Juizados. Onde se lê: Juizados. Entenda-se: Varas Especializadas. 
 
 Ainda sobre esse artigo 14 da Lei 11340/06, é crucial ainda destacar que 
esse dispositivo legal não cria por lei federal Varas Especializadas no âmbito da 
organização da Justiça dos Estados, mas tão somente sugere a implantação 
Súmula 536 do STJ: A suspensão condicional do processo e a transação 
penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria 
da Penha. 
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 21 
 
dessas Varas Especializadas no âmbito do Poder Judiciário dos Estados, conforme 
se infere dos termos empregados “poderão ser criados” no art.14, caput, da Lei 
11340/06. Essa foi a interpretação conforme dada pelo STF quando do 
julgamento da ADI 4424 e ADC 19. De tal arte, não há que se falar em 
inconstitucionalidade do art. 14 da Lei 11340 por suposta violação à organização 
judiciária estadual, matéria de iniciativado Tribunal de Justiça Local (art. 125, 
§1º, da CF26), pois a Lei de Violência Doméstica apenas recomendou a criação de 
Varas Especializadas. 
 
 
 Questão: A lei 9099/95 tem aplicação aos crimes militares? 
 
 Pessoal, esse é um tema que ainda desperta acalorados debates na 
doutrina e na jurisprudência. 
 Com o advento da Lei nº 9.099/95, vários advogados passaram a solicitar 
aos Juízos Militares a aplicação dos institutos despenalizadores (transação penal 
e suspensão condicional do processo) aos processos militares. 
 Na data de 24/12/96, o Superior Tribunal Militar reagiu a essa nova tese 
defensiva com a edição do verbete sumular de nº 9, com os seguintes termos: 
 
 
 
 
 Motivo: A aplicação dos institutos da Lei nº 9.099/95 colocaria em situação 
de vulnerabilidade as premissas basilares das Instituições Militares (hierarquia 
e disciplina), com prejuízo direto na regularidade das atividades conferidas às 
Forças Armadas, sobretudo em razão da enorme quantidade de delitos com pena 
diminuta que seriam englobados pela referida lei. 
 Para atender as peculiaridades na vida na caserna, o legislador 
infraconstitucional acrescentou o art. 90-A à Lei dos Juizados Especiais por meio 
da Lei de nº 9839, de 27 de setembro de 1999. Tal artigo preconiza: 
 
 
 
26 Art. 125, §1º, da CF: A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, 
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. 
Súmula 9 do STM:A Lei nº 9.099/95, que dispõe sobre os Juizados Especiais 
Cíveis e Criminais e dá outras providências, não se aplica à Justiça Militar da 
União 
Art. 90-A da Lei 9099/95: As disposições dessa lei não se aplicam no âmbito 
da Justiça Militar 
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 E qual é a atual posição do STF sobre o assunto? 
 
 No julgamento do HC de nº 99743, o Pleno do Supremo Tribunal 
confirmou que os institutos despenalizadores da Lei dos Juizados Especiais não 
têm incidência aos crimes militares quando o sujeito da conduta delituosa for 
militar. 
 
 Todavia, no julgado citado acima realizado no ano de 2011, o STF declarou, 
em obter dictum (fundamentos acessórios que não são determinantes para o 
julgamento), que autorizaria a aplicação da Lei nº 9.099/95 se o autor da conduta 
fosse civil. Vale dizer, o STF deixou aberto a possibilidade de aplicar a transação 
penal/suspensão condicional do processo em crimes militares quando envolver 
civil como o autor da prática delitiva. Esse foi o julgado: 
 
 Ementa: Penal Militar. Habeas corpus. 
Deserção – CPM, art. 187. Crime militar próprio. 
Suspensão condicional do processo - art. 90-A, da 
Lei n. 9.099/95 – Lei dos Juizados Especiais Cíveis 
e Criminais. Inaplicabilidade, no âmbito da Justiça Militar. Constitucionalidade, 
face ao art. 98, inciso I, § 1º, da Carta da República. Obiter dictum: 
inconstitucionalidade da norma em relação a civil processado por crime militar. 
O art. 90-A, da n. 9.099/95 - Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais -, com 
a redação dada pela Lei n. 9.839/99, não afronta o art. 98, inciso I, § 1º, da 
Carta da República no que veda a suspensão condicional do processo ao militar 
processado por crime militar. In casu, o pedido e a causa de pedir referem-
se apenas a militar responsabilizado por crime de deserção, definido 
como delito militar próprio, não alcançando civil processado por crime 
militar. Obiter dictum: inconstitucionalidade da norma que veda a 
aplicação da Lei n. 9.099 ao civil processado por crime militar. Ordem 
denegada.(HC 99743, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Relator p/ Acórdão: Min. 
LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 06/10/2011) (destaquei) 
 
 
 
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CAUSAS MODIFICADORAS DA COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL 
 
 Logo no início desse tópico foi mencionado a existência de 3 hipóteses de 
alteração da competência do Juizado Especial Criminal mesmo diante de um 
delito de menor potencial ofensivo. Vejamos essas hipóteses: 
 
 
 
1ª Hipótese: Quando houver conexão e continência entre um delito de 
menor potencial ofensivo e outro delito mais grave. Na espécie, haverá 
a reunião de processos perante o Juízo com força atrativa (Juízo comum ou do 
Tribunal do Júri), decorrentes da aplicação das regras de conexão e 
continência, podendo ser propostos os institutos despenalizadores da transação 
penal e da composição dos danos civis (art. 60, parágrafo único, da Lei nº 
9099/95). OBS: Esse assunto será aprofundado no tópico seguinte. 
2ª Hipótese: Em caso de o acusado não puder ser citado pessoalmente. 
É o que estabelece o art. 66 da Lei nº 9099/95: “A citação será pessoal e far-
se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado. Parágrafo 
único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças 
existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.” Por 
ser totalmente incompatível com o procedimento célere do Juizado Especial 
Criminal, não se admite a citação por edital. Assim, não sendo encontrado o 
acusado para ser citado pessoalmente, encaminha-se os autos ao Juízo comum 
para adoção do rito sumário, segundo determina o art. 538 do Código de 
Processo Penal27. 
3ª Hipótese: Complexidade da causa. É o que determina o art. 77, §2º, da 
Lei 9099/95: “Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a 
formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao juiz o 
encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 
desta lei.” Em regra, a complexidade da causa estará presente em 2 causas: 
a) Pluralidade de acusados. Exemplo: Crime de lesão corporal leve praticado 
por 15 acusados; b) Necessidade de perícias de maior complexidade. Nessas 
circunstâncias o ideal é o encaminhamento dos autos ao Juízo comum para a 
adoção do rito sumário. 
 
27 Art. 538 do CPP: Nas infrações de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal 
encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento, observar-
se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo. 
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3 – Conexão e continência entre crime comum e 
infração penal de menor potencial ofensivo 
 
 Conexão é o instituto processual que liga duas ou mais crimes infrações 
penais. O principal efeito da conexão é a reunião de processos para um 
julgamento simultâneo (simultaneus processus). 
 
 Espécies de conexão: 
 
Conexão 
intersubjetiva 
 a) por simultaneidade (duas ou mais infrações, 
tiverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por 
várias pessoas reunidas); 
b) por concurso (duas ou mais infrações 
praticadas por várias pessoas em concurso, 
embora diverso o tempo e o lugar); 
c) por reciprocidade (duas ou mais infrações 
praticadas por várias pessoas, umas contra as 
outras) 
Conexão objetiva a) teleológica – quando um crime for cometido 
para assegurar a execução de outro; 
b) consequencial – quando um crime for cometido 
para assegurar a ocultação, a impunidade ou 
vantagem de outro. 
Conexão instrumental Ocorre quando a prova de um crime influir na 
prova de outro. 
 
 Continência é o instituto processual marcado pelarelação existente entre 
o continente (aquilo que contém outra coisa) e o conteúdo (aquilo que é contido). 
O principal efeito da continência, assim como o da conexão, é a reunião de 
processos para um julgamento simultâneo (simultaneus processus). 
 
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 25 
 
 
 Espécies de continência: 
Continência a) por cumulação subjetiva: quando duas ou mais 
pessoas forem acusadas da mesma infração 
(concurso de pessoas). 
 
c) por cumulação objetiva: quando uma única 
pessoa praticar várias infrações em concurso. 
(concurso de crimes) 
 
 Vamos imaginar a seguinte situação: João da Silva é preso por praticar 
homicídio doloso e desacato. Pois bem. O Juízo Natural para julgar o delito de 
homicídio é o Tribunal Popular do Júri (art. 5º, XXXVIII, ”d”, da CF), enquanto o 
delito de desacato é classificado como delito de menor potencial ofensivo. Indaga-
se: Haverá separação de processos ou existirá reunião de processos? 
 
 Fernando Capez defendia que obrigatoriamente deveria ocorrer a cisão dos 
processos, “uma vez que a regra da conexão e da continência é de ordem legal, 
e a sujeição da infração de menor potencial ofensivo ao procedimento 
sumaríssimo dos Juizados Especiais é norma de índole constitucional (CF, art. 98, 
I). Assim, cada infração deveria seguir um curso diferente, operando -se a cisão 
entre os processos28.” 
 
 Todavia, a Lei 11313/06, que entrou em vigor 28 de junho de 2006, alterou 
a redação do art. 60 da Lei 9099/95 para resolveu esse problema, determinando 
a reunião de processos. Vejamos a redação do art. 60 da Lei 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Legislação Penal Especial. Volume 4. São Paulo: 
Editora Saraiva, 2017, p. 501 
Art. 60 da Lei 9099/95: O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados 
ou togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento, a 
execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as 
regras de conexão e continência. 
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o 
tribunal do Júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e 
continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da 
composição dos danos civis. 
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 26 
 
 
 Então, se existir conexão ou continência entre infração penal de menor 
potencial ofensivo e outro crime mais grave, a competência da Justiça Comum 
prevalecerá, inclusive em relação ao rito processual. Contudo, isso não 
afastará a possibilidade de, diante do juízo comum, serem propostos os institutos 
despenalizadores (transação penal e composição civil dos danos), devendo a 
infração de menor potencial ofensivo ser analisada isoladamente. No exemplo da 
pergunta, o processo tramitará perante a Vara do Júri, porém em relação ao 
delito de desacato será proposta a transação penal, se preenchidos os requisitos 
legais. 
 
 Em resumo, praticada uma infração penal de menor potencial ofensivo, a 
competência será do Juizado Especial Criminal. Se, além do crime de menor 
potencial ofensivo, também for praticado outra infração penal, aplicar-se-á as 
regras de conexão ou continência estabelecida no art. 78 do CPP para 
determinação do juízo prevalente (juízo com força atrativa). Nesse último caso, 
embora ocorra o afastamento do procedimento sumaríssimo da Lei 9.099/95, não 
haverá óbice algum na aplicação dos institutos despenalizadores da transação 
penal e da composição civil dos danos no tocante à infração de menor potencial 
ofensivo. 
 
 Questão: Na hipótese de ocorrência de conexão/continência entre a 
infração de menor potencial ofensivo e a infração penal comum, em que momento 
serão propostos os institutos despenalizadores? 
 
 O Professor Renato Brasileiro de Lima esclarece muito bem essa questão: 
“O Juízo com força atrativa – juízo comum ou Tribunal do Júri – deve, pelo menos 
em regra, designar uma audiência preliminar para fins de composição dos danos 
civis ou transação penal quanto à infração de menor potencial ofensivo. Efetivada 
a composição civil ou a transação penal, o Ministério Público oferecerá denúncia 
apenas em relação ao crime que exerceu a vis atractiva. Frustrada a composição 
civil ou a transação penal, a denúncia também irá abranger a infração de menor 
potencial ofensivo. Se, no entanto, mesmo antes da realização da audiência 
preliminar, o Ministério Público oferecer denúncia em face do acusado pela prática 
de ambos os delitos, manifestando-se contrariamente à concessão da proposta 
de transação penal, estará prejudicada a realização da audiência preliminar, 
devendo o juiz determinar o prosseguimento do feito de acordo com o 
procedimento de maior amplitude.29” 
 
 
 
 
29 BRASILEIRO DE LIMA, Renato. Legislação Criminal Especial Comentada. Salvador: Editora 
Juspdvm, 2018, p.390. 
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 27 
 
5 – Competência do Juizado Especial Criminal e atos 
processuais 
 
 Acerca da competência do Juizado Especial Criminal, merece ser destacado 
que alguns doutrinadores sustentam ser absoluta a competência do JECRIM, 
porquanto deflui da própria Constituição Federal (art. 98, I, da CF), ou seja, a 
Carta Magna estabelece ser de competência do JECRIM o processamento e 
julgamento das infrações penais de menor potencial ofensivo. Para os adeptos 
dessa corrente minoritária, eventual violação à competência do JECRIM será 
causa de nulidade absoluta, pois guiada por interesse público, podendo ser 
suscitada em qualquer tempo e cujo prejuízo é presumido. Por oportuno, lembre-
se também que as hipóteses de competência absoluta não admitem qualquer 
modificação. 
 
 Todavia, prevalece na doutrina e na jurisprudência dos Tribunais de que a 
competência dos Juizados Especiais Criminais apresenta natureza 
relativa. Muito embora a competência do JECRIM decorra da Constituição 
Federal (art. 98, I, da CF), nota-se que a própria lei nº 9099/95 admite em 3 
hipóteses a alteração de sua competência: a) conexão e continência; b) 
complexidade da causa; c) impossibilidade de citação pessoal. Indaga-se: Se a 
competência do JECRIM é absoluta, como é possível admitir a alteração de 
competência pela própria Lei dos Juizados Especiais Criminais? 
 
 A resposta foi dada com maestria pelo Professor Renato Brasileiro de Lima: 
“Ora, por mais que a competência dos Juizados para o processo e julgamento de 
infrações de menor potencial ofensivo derive do art. 98, inciso I, da Constituição 
Federal, é certo que competência dos Juizados admite modificações. Como será 
visto nos comentários à Lei nº 9099/95, a própria Lei dos Juizados prevê 3 (três) 
hipóteses de modificação de competência – impossibilidade de citação pessoal do 
acusado, complexidade da causa e conexão e/ou continência com crime comum-
, do que se infere que a competência dos Juizados tem natureza relativa, e não 
absoluta. 
 
 De fato, fosse ela de natureza absoluta, não poderia ser modificada pela 
lei, nem tampouco pela vontade das partes. Mas não é isso o que ocorre. 
Imaginando-se a primeira hipótese de modificação de competência dos Juizados 
– impossibilidade de citação pessoal – basta que o acusado não seja encontrado, 
que, por consequência,os autos serão remetidos ao juízo comum. Ora, se a 
competência dos Juizados possui natureza absoluta, como então se admitir que 
a não localização do acusado possa provocar a modificação de competência para 
o Juízo Comum? Se assim o é, temos que se trata de uma competência relativa. 
 
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 28 
 
 Na verdade, não se trata de discutir se a competência dos Juizados é 
absoluta ou relativa. O que realmente interessa diz respeito à aplicação (ou não) 
dos institutos despenalizadores trazidos pela Lei 9099/95. 
 
 Sem dúvida alguma, cuidando-se de infração de menor potencial ofensivo, 
e desde que preenchidos os requisitos legais, eventual sujeição do agente a 
processo e julgamento perante o juízo comum, sendo-lhe negadas a transação 
penal, a composição dos danos civis e a suspensão condicional do processo, daria 
ensejo a evidente nulidade absoluta por violação ao devido processo legal, com 
a consequente anulação do processo ab initio. No entanto, se o agente fosse 
beneficiado por um desses institutos despenalizadores, ainda que fosse 
formalizado o consenso perante o juízo comum, não haveria qualquer mácula no 
processo.30” (destaquei) 
 
 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL (RATIONE LOCI) 
 
 Estabelece o artigo 63 da Lei nº 9099/95: 
 
 
 
 
 
 Sabemos que o Código de Processo Penal, em seu artigo 7031, determina 
que a competência, em regra, é fixada pelo local da consumação do delito. 
 
 De forma distinta do CPP, o artigo 63 da Lei dos Juizados Especiais acolheu 
a teoria da atividade, ou seja, a competência é fixada pelo lugar em que se deu 
a ação ou omissão, sendo irrelevante o local da produção do resultado. 
 
JUIZADOS ESPECIAIS ITINERANTES 
 
 A Lei 12726/12 acrescentou um parágrafo único no art. 95 da Lei 9099/95 
para deixar bem claro a possibilidade de um Juizado Especial Itinerante no âmbito 
criminal. Vejamos. 
 
30 BRASILEIRO DE LIMA, Renato. Legislação Criminal Especial Comentada. Salvador: Editora 
Juspdvm, 2018, p.388. 
31 Art. 70 do CPP: A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 
Art. 63 da Lei nº 9099/95: A competência do Juizado será determinada pelo 
lugar em que foi praticada a infração penal. 
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 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Exemplo da aplicação desse dispositivo legal: Em partidas de futebol é 
muito comum a existência de Juizado Itinerante para aplicar institutos 
despenalizadores aos torcedores que cometem infrações de menor potencial 
ofensivo. 
 
 
HORÁRIO E PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 Como se vê, o artigo 64 da Lei 9099 apenas reforça o princípio da 
publicidade consagrado no artigo 93, IX, da Constituição Federal, devendo todos 
os julgamentos do Poder Judiciário serem públicos, e fundamentadas todas 
decisões, sob pena de nulidade, podendo, em hipóteses excepcionais, a lei limitar 
a presença às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em 
situações nas quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo 
não prejudique o interesse público à informação. 
 
 Os atos processuais também podem ser praticados em horário noturno e 
em qualquer dia da semana. Essa situação também pode ser facilmente em 
Juizados instalados em estádios de futebol. 
 
 
 
 
 
 
 
Art.95, parágrafo único, da Lei nº 9099/95: No prazo de 6 (seis) meses, 
contado da publicação desta Lei, serão criados e instalados os Juizados 
Especiais Itinerantes, que deverão dirimir, prioritariamente, os conflitos 
existentes as áreas rurais ou nos locais de menor concentração populacional. 
Art.64 da Lei nº 9099/95: Os atos processuais serão públicos e poderão 
realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme 
dispuser as normas de organização judiciária. 
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VALIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para que os atos processuais sejam invalidados, necessária se faz a prova 
do prejuízo. Isso significa dizer que não vigora no âmbito dos Juizados Criminais 
o sistema de nulidades absolutas do Código de Processo Penal, segundo o qual 
nessas circunstâncias o prejuízo é presumido. Atingida a finalidade a que se 
destinava o ato, bem como não demonstrada qualquer espécie de prejuízo, não 
há falar em nulidade32. 
 
 
PRÁTICA DE ATOS PROCESSUAIS EM OUTRA COMARCA 
 
 
 
 
 
 O dispositivo legal reafirma que não é necessária a expedição de carta 
precatória para que os atos processuais dos Juizados Especiais Criminais 
sejam praticados em outra comarca. O uso de meio eletrônico para o trâmite de 
processos judiciais, comunicação de atos, transmissão de peças processuais, 
inclusive na esfera dos juizados especiais, são sempre recomendáveis, sobretudo 
por ser mais célere e econômico, tudo em consonância com os princípios 
norteadores dos Juizados Especiais Criminais. É importante ainda alertar que não 
é possível a citação pelo meio eletrônico em processos criminais, segundo 
preconiza o art. 6º da Lei nº 11419/0633. 
 
32 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Legislação Penal Especial. Volume 4. São Paulo: 
Editora Saraiva, 2017, p. 506. 
33 Art. 6º da Lei 11419/06: Observadas as formas e as cautelas do art. 5o desta Lei, as citações, 
inclusive da Fazenda Pública, excetuadas as dos Direitos Processuais Criminal e Infracional, 
poderão ser feitas por meio eletrônico, desde que a íntegra dos autos seja acessível ao citando. 
Art.65 da Lei nº 9099/95: Os atos processuais serão válidos sempre que 
preencherem as finalidades para as quais foram realizados, atendidos os 
critérios indicados no art. 62 desta Lei. 
§1º. Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo. 
Art.65, §2º, da Lei nº 9099/95: A prática de atos processuais em outras 
comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de comunicação. 
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 31 
 
 
REGISTRO DE AUDIÊNCIA 
 
 Estabelece o art. 65, §3º, da Lei nº 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
CITAÇÃO 
 
 Preconiza o art. 66 da Lei nº 9.099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Citação é o ato processual que tem a missão de chamar o réu em juízo, 
dando-lhe ciência da ação penal e oportunidade para se defender dessa 
acusação. 
 
 Realizada a citação, a relação processual está integrada, com a presença 
dos sujeitos principais para o desenvolvimento do feito, ou seja, com o autor que 
promove a ação penal, com o réu que se defende e com o juiz que julga o litígio 
penal. 
 
 
 
Art. 65, §3º, da Lei 9099/95: Serão objeto de registro exclusivamente 
os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de 
instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou 
equivalente. 
Art. 66 da Lei 9099/95: A citação será pessoal e far-se-á no próprio 
Juizado, sempre que possível, ou por mandado. 
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz 
encaminharáas peças existentes ao Juízo comum para adoção do 
procedimento previsto em lei. 
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 32 
 
Como já falamos, no Juizado Especial Criminal a 
citação sempre será pessoal. Não é possível a 
citação por edital no âmbito do Juizado 
Especial Criminal. 
 
 Questão: Em que momento a citação será efetivada no próprio Juizado? 
 
 Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se 
cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da 
designação de dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual 
também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e 
seus advogados (art. 78, §1º, da Lei 9099/95). 
 
 
 E se o acusado não estiver na sede do Juizado no momento em que é 
oferecida a peça acusatória? 
 
 Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 
da Lei 9099/95 e cientificado da data de audiência de instrução e julgamento, 
devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para 
intimação, no mínimo 5 (cinco) dias antes de sua realização (art. 78, §1º, da Lei 
9099/95). Estamos diante da citação por mandado. 
 
 E se não for possível a realização da citação pessoal? 
 
 Nessa situação, ante a impossibilidade de citação por edital no Juizado, os 
autos serão encaminhados ao juízo comum para adoção do rito sumário (art. 538 
do CPP). 
 
 
INTIMAÇÃO 
 
 Dispõe o art. 67 da Lei nº 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 67 da Lei 9099/95: a intimação far-se-á por correspondência, com 
aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma 
individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será 
obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de 
justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda 
por qualquer meio idôneo de comunicação. 
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 33 
 
 
 
 
 
 Deflui do art. 67 da Lei nº 9099/95 de que no Juizado Especial Criminal, 
em regra, a intimação e notificação será feita por carta, com aviso de 
recebimento (AR). No caso de pessoa jurídica, a intimação/notificação também 
é feita por carta, com aviso de recebimento. Entretanto, nesse caso, a carta pode 
ser entregue ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado 
e assinará o AR. 
 
 Caso seja necessário, nada impede a intimação/notificação por oficial 
de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória. 
 
 Por derradeiro, a lei admite, ainda, a intimação/notificação por 
qualquer outro meio idôneo de comunicação, tais como e-mail, telefone, 
fax, etc. 
 
 As partes, os interessados e os defensores considerar-se-ão desde logo 
intimados dos atos praticados nas audiências das quais participarem. 
 
 Cabe ainda apontar que do ato de intimação do autor do fato e do mandado 
de citação do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento 
acompanhado de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á 
designado defensor público (art. 68 da Lei nº 9099/95) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• é ciência dada às partes de um ato
processual já realizado.Intimação
• é ciência dada a qualquer pessoa para que
compareça em juízo de forma a participar de
um ato procesual. Por esse motivo, o correto
é dizer que as testemunhas deverão ser
notificadas para prestarem seu testemunho em
juízo.
Notificação
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 34 
 
6 – Fase preliminar 
 
 A fase preliminar corresponde ao momento em que antecede o 
oferecimento da peça acusatória (denúncia ou queixa-crime) e se desenvolve no 
âmbito policial e na esfera judicial. 
 
 A fase preliminar policial é desenvolvida na esfera da polícia judiciária, ou 
seja, nas delegacias de polícia. Praticado um delito de menor potencial ofensivo, 
a autoridade policial determina a lavratura do termo circunstanciado de 
ocorrência (TCO), ou seja, um procedimento muito mais célere e simplificado 
quando cotejado com o inquérito policial. Em outras palavras, não há que se falar 
em instauração de inquérito policial para apuração de delito de menor potencial 
ofensivo. Todavia, nada obsta que após a lavratura do Termo Circunstanciado de 
Ocorrência seja determinada a instauração de um inquérito policial para a análise 
da mesma conduta criminosa diante da complexidade da causa (pluralidade de 
acusados ou perícia complexa) ou em caso de conexão ou continência de infração 
penal de menor potencial ofensivo com infração penal comum. 
 
 Então, o que é o termo circunstanciado de ocorrência? 
 
 Merece destaque a definição dada pelos professores Nestor Távora e 
Rosmar Rodrigues Alencar. Termo circunstanciado de ocorrência consiste 
em uma investigação simplificada, com o resumo das declarações das 
pessoas envolvidas e das testemunhas e, eventualmente com a juntada 
de exame de corpo de delito para os crimes que deixam vestígios. 
Objetiva-se como se infere, coligir elementos que atestem autoria e 
materialidade delitiva, ainda que de forma sintetizada. Nos autos do termo 
circunstanciado de ocorrência, o delegado tomará o compromisso do 
autuado de comparecer ao juizado especial em dia e horário designados 
previamente.34 
 
 Dispõe o artigo 69 da Lei nº 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
34 TÁVORA, Nestor; RODRIGUES ALENCAR, Rosmar. Curso de Direito Processual Penal. 11ª 
edição. Salvador: Editora JusPodvm: 2016, p. 1186 
Art. 69 da Lei 9099/95: A autoridade policial que tomar conhecimento da 
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao 
Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos 
exames periciais necessários. 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for 
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele 
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em 
caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de 
cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou do local de convivência com a 
vítima. 
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 35 
 
 
 OBS: A parte final do parágrafo único do art. 69 da Lei 9099 foi revogada 
pelo art. 41 da Lei 11340/0635, já que a lei de violência doméstica não admite a 
aplicação do procedimento da Lei 9099/95 aos crimes cometido na esfera 
doméstica e familiar contra a mulher. A Lei 11340/06, por sua vez, trouxe 
inúmeras medidas protetivas de urgência que poderão ser aplicadas ao agressor. 
Assim, mesmo havendo crime, em tese, de menor potencial ofensivo no âmbito 
da violência doméstica e familiar contra a mulher, não será aplicado o rito do 
Juizado Especial Criminal. Deve a autoridade policial instaurar inquérito, 
admitindo-se, inclusive, a prisão em flagrante do agressor. Em juízo, não haverá 
a aplicação dos institutos despenalizadores da transação penal ou da suspensão 
condicional do processo, cabendo ao Ministério Público, se for o caso, oferecer a 
peça acusatória (denúncia), com adoção do rito sumário. 
 
 Questão: Qual é o alcance da expressãoautoridade policial descrito no art. 
69 da Lei nº 9099/95? 
 
 Sobre o tema há duas correntes: 
 
1ª Corrente: O Termo circunstanciado de ocorrência é procedimento de 
caráter investigatório. Assim, a confecção do TCO pode ser feita apenas pela 
autoridade de polícia investigativa (polícia judiciária), quais sejam, Polícias 
Civis e Polícia Federal, nos termos do art. 144, §1º, I e §4º, da Constituição 
Federal. Logo, a polícia militar não teria poder para lavrar termo 
circunstanciado de ocorrência, pois sua função diz respeito ao policiamento 
ostensivo e à preservação da ordem pública. Essa é a posição do professor Julio 
Fabrini Mirabete (Juizados Especiais Criminais – comentários, jurisprudência, 
legislação, 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2002, p. 89) e dos Tribunais Superiores 
(Ação Direta de Inconstitucionalidade 3614 – STF) 
2ª Corrente: Na expressão ‘Autoridade Policial’, contida no art. 69 da Lei n. 
9.099/95, estão compreendidos todos os órgãos encarregados da segurança 
pública, na forma do art. 144 da Constituição Federal. Essa é a interpretação 
que melhor se ajusta aos princípios da celeridade e da informalidade, pois não 
teria sentido o policial militar ser obrigado a se deslocar até o distrito policial 
apenas para que o delegado de polícia subscrevesse o termo ou lavrasse outro 
idêntico, até porque se trata de peça mera mente informativa, cujos eventuais 
vícios em nada anulam o procedimento judicial36. Essa é a posição dos 
professores Fernando Capez e Renato Brasileiro de Lima. 
 
35 Art. 41 da Lei 11340/06: Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a 
mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei 9099, de 26 de setembro de 
1995. 
36 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Legislação Penal Especial. Volume 4. São Paulo: 
Editora Saraiva, 2017, p. 506. 
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 36 
 
 
 
 Questão: É possível a lavratura do auto de prisão em flagrante quando 
estivermos diante de um delito de menor potencial ofensivo? 
 
 
 A resposta está contida no art. 69, parágrafo único, primeira parte, da Lei 
9099/95: Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for 
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a 
ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá 
fiança. Em outras palavras, esse agente será capturado e conduzido 
coercitivamente, porém não será lavrado o auto de prisão em flagrante e nem 
será exigível fiança se esse autor do fato comparecer imediatamente ao 
Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer. O auto de prisão 
em flagrante delito será substituído pelo termo circunstanciado de ocorrência. 
 
 E se o autor de um delito de menor potencial 
ofensivo não assumir o compromisso de 
comparecer ao Juizado Especial Criminal? 
 
 Nessa situação será lavrado o auto de prisão em flagrante delito. Todavia, 
isso não significa necessariamente que esse agente permanecerá preso, 
porquanto por estarmos diante de um delito de menor potencial ofensivo 
provavelmente será cabível a concessão de fiança pelo delegado de polícia, se a 
infração for apenada com pena máxima não superior a 4 anos (art. 322 do CPP37). 
 
 
 Confeccionado o termo circunstanciado de ocorrência, este será 
encaminhado ao Juizado Especial Criminal e, sempre que possível, com o autor 
do fato e da vítima. Importante ainda destacar que a autoridade que lavrou o 
referido termo também deve encaminhar ao Juízo os antecedentes do autor do 
fato para melhor aferição do instituto da transação penal. 
 
 Com o encaminhamento dos autos ao JECREM inaugura-se a fase preliminar 
judicial, com a designação de audiência preliminar. 
 
 
 
37 Art. 322 do CPP: A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração 
cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. 
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 37 
 
 
 Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização 
imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos 
sairão cientes. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a 
Secretaria providenciaria sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, 
na forma dos arts. 67 e 68 da Lei nº 9099/95. 
 
 Questão: Qual é a finalidade dessa audiência preliminar? 
 
 Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor 
do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus 
advogados, o juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e 
da aceitação imediata de pena não privativa de liberdade (art. 72 da Lei 
9099/95). Como se vê, a audiência preliminar antecede o procedimento 
sumaríssimo, que somente será deflagrado a depender do resultado da audiência 
preliminar. A finalidade dessa audiência é obter a conciliação (cível e penal). 
 
 
A primeira fase da audiência preliminar 
destina-se à conciliação cível, ou seja, 
composição civil dos danos. Já a conciliação penal se dá 
na segunda fase da audiência preliminar e diz respeito à transação penal, 
isto é, um acordo penal formulado entre o titular da ação penal e o autor dos 
fatos que aceita cumprir imediatamente uma pena não privativa de liberdade 
(pena restritiva de direitos e multa), em contrapartida não é deflagrada a ação 
penal. 
 
 Na composição civil dos danos (primeira fase da audiência preliminar), o 
Ministério Público não participa, salvo se a vítima for incapaz. Essa composição 
civil pode abranger danos materiais, morais e estéticos. A conciliação nessa 
etapa será realizada pelo juiz ou por colaborador sob sua orientação38. A 
composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz 
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo 
civil competente (art. 74, caput, da Lei 9099/95). Se o valor for de até 40 
salários mínimos executa-se no próprio Juizado Especial Cível. 
 
 
 
38 Art. 73 da Lei nº 9099/95: A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua 
orientação. Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da 
lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na 
administração da Justiça Criminal. 
 
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 38 
 
 
 
Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou 
de ação penal pública condicionada à 
representação, o acordo homologado acarreta 
renúncia ao direito de queixa ou 
representação (art. 74, § único, da Lei 9099/95). 
 
 
 Reparem que a regra estampada no art. 74, § único, da Lei 9099/95 difere 
da norma descrita no art. 104, § único do Código Penal39. Enquanto o mero 
acordo homologado gera a renúncia ao direito de queixa no âmbito do Juizado 
Especial Criminal, no Código Penal a menção expressa que a indenização do dano 
causado pelo crime não implica em renúncia tácita ao direito de queixa. 
 
 Questão: Apesar da homologação do acordo diante de um crime de menor 
potencial ofensivo e de ação penal de iniciativa privada, o que sucede se não 
existir o cumprimento do acordo para a reparação do dano pelo autor do delito?O não pagamento do acordo não autoriza o restabelecimento do direito de 
queixa. Lembre-se que a mera homologação do acordo já acarreta na renúncia 
do direito de queixa. A única saída para a vítima será a execução desse título 
judicial no juízo competente (art. 74, caput, da Lei 9099/95). 
 
 Questão: É cabível a composição civil dos danos em crimes de menor 
potencial ofensivo de ação penal pública incondicionada? 
 
 
 
 A resposta é positiva. Em nenhum momento o art. 74, caput, da Lei 
9099/95 restringiu a possibilidade de composição civil dos danos às ações penais 
de iniciativa privada e pública condicionada, abrangendo também as ações penais 
públicas incondicionadas. Indaga-se: Qual será a consequência na esfera penal 
de quem realizar a composição civil do dano em ação penal pública 
incondicionada? Será possível aplicar o instituto do arrependimento posterior 
(art. 16 do CP40), que é uma causa de diminuição de pena, se estiver diante de 
um delito cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa. 
 
 Em resumo: 
 
39 Art. 104, parágrafo único, do Código Penal: Importa renúncia tácita ao direito de queixa a 
prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber 
o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. 
40 Art. 16 do Código Penal: Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato 
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
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 39 
 
 
 
 
 Vamos imaginar agora a seguinte situação: Um delito de lesão corporal leve 
praticado fora do contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Como sabemos, cuida-se de um crime de ação penal pública condicionada à 
representação do ofendido (art. 88 da Lei 9099/9541). Pois bem. Não obtida a 
composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a 
oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será 
reduzida a termo” (art. 75, caput, da Lei 9099/95). Não o fazendo em audiência 
preliminar ou em momento anterior (exemplo: quando da lavratura do termo 
circunstanciado de ocorrência), não há falar em decadência, devendo-se 
aguardar o decurso do prazo decadencial de que trata o art. 38 do CPP42, ou seja, 
6 meses a contar do conhecimento da autoria. Com isso, ainda que não oferecida 
na audiência preliminar ou em momento antecedente, a vítima terá ainda o prazo 
legal de 6 meses a contar do conhecimento da autoria para fazer, sob pena de 
decadência (causa extintiva de punibilidade)43. 
 
41 Art. 88 da Lei 9099/95: Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá 
de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. 
 
42 Art. 38, caput, do CPP: Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, 
decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, 
contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em 
que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
43 Art. 75 da Lei 9099/95: “Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente 
ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a 
Ação penal de 
inciativa privada
A composição civil do dano acarreta a renúncia ao direito de
queixa (art. 74, parágrafo único, da Lei 9099/95), ou seja, causa
extintiva de punibilidade.
Ação penal pública 
condicionada à 
representação
A composição civil do dano acarreta a renúncia ao direito de
representação (art. 74, parágrafo único, da Lei 9099/95), ou
seja, causa extintiva de punibilidade.
Ação penal 
pública 
incondiconada
A composição ciivl do dano pode autorizar a aplicação do
instituto do arrependimento posterior (ponte prata) descrito no
art. 16 do Código Penal, se preenchidos os requisitos legal para
tanto, ou seja, causa de diminuição de pena.
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 40 
 
 
 A segunda fase da audiência preliminar refere-se à transação penal, 
que tem fundamento no art. 98, I, da Constituição Federal. Dispõe o artigo 76 da 
Lei nº 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Conceito de Transação Penal. É um acordo penal estabelecido entre o 
titular da ação penal e o autor do fato, que concorda em cumprir imediatamente 
uma pena não privativa de liberdade (multa ou pena restritiva de direitos), tendo 
como contrapartida a não deflagração da ação penal. O autor do fato deve estar 
 
termo. Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica 
decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei. 
 
 Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública 
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a 
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 
 § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la 
até a metade. 
 § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: 
 I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa 
de liberdade, por sentença definitiva; 
 II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela 
aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; 
 III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, 
bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. 
 § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à 
apreciação do Juiz. 
 § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz 
aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo 
registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. 
 § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 
82 desta Lei. 
 § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão 
de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá 
efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. 
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 41 
 
acompanhado de um advogado ou defensor público para realizar a transação 
penal. 
 
 A transação penal é um exemplo de mitigação ao princípio da 
obrigatoriedade. Na esfera dos Juizados Especiais Criminais, ainda que 
preenchidos os requisitos legais para o ajuizamento de uma ação penal (indícios 
de autoria e prova da materialidade delitiva), o Promotor de Justiça pode deixar 
de oferecer a denúncia e oferecer a proposta de transação penal. É o que doutrina 
denomina de princípio da discricionariedade regrada. O professor Fernando 
Capez assim lecionou sobre o princípio da discricionariedade regrada: no lugar do 
tradicional e inflexível princípio da legalidade, segundoo qual o representante do 
Ministério Público tem o dever de propor a ação penal pública, só podendo deixar 
de fazê -lo quando não verificada a hipótese de atuação, caso em que promoverá 
o arquivamento de modo fundamentado (CPP, art. 28), o procedimento 
sumaríssimo dos Juizados Especiais é informado pela discricionariedade 
acusatória do órgão ministerial. Com efeito, preenchidos os pressupostos legais, 
o representante do Ministério Público pode, movido por critérios de conveniência 
e oportunidade, deixar de oferecer a denúncia e propor um acordo penal com o 
autor do fato, ainda não acusado. Tal discricionariedade, contudo, não é plena, 
ilimitada, absoluta, pois depende de estarem preenchidos os requisitos legais, daí 
ser chamada pela doutrina “discricionariedade regrada44”. 
 
 Pressupostos para a transação penal: 
 
 A) Infração penal de menor potencial ofensivo: contravenções e crime 
em que a pena máxima não seja superior a 2 anos, cumulada ou não com multa, 
sujeita ou não a procedimento especial, ressalvada a hipótese de violência 
doméstica e familiar contra a mulher (súmula 536 do STJ: A suspensão 
condicional do processo e a transação penal não se aplica na hipótese de delitos 
sujeitos ao rito da Lei da Maria da Penha). 
 
 B) Não ser caso de arquivamento do termo circunstanciado: A 
proposta de transação penal somente deve ser ofertada se for caso de 
oferecimento de denúncia. Seria um contrassenso ser oferecida a transação penal 
pelo titular da ação penal que implica no cumprimento de pena restritiva de 
direito ou multa se ele não vislumbrar a prática de um crime de menor potencial 
ofensivo. OBS: O Juiz não participa da negociação da transação penal. A atuação 
do Juiz na transação se limitará a homologação do acordo. Na negociação da 
transação penal a lei permite apenas uma única atuação do juiz, qual seja, na 
hipótese de ser a pena de multa a única aplicável, o magistrado poderá reduzi-la 
até a metade (art. 76, §1º, da Lei 9099/95). 
 
 
44 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Legislação Penal Especial. Volume 4. São Paulo: 
Editora Saraiva, 2017, p. 511/512. 
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 42 
 
 C) Não ter sido o autor da infração condenado, pela prática de 
crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva (art. 76, 
§2º, I, da Lei 9099/95). Onde se lê: sentença definitiva. Leia-se: sentença 
irrecorrível. 
 
 Questão: Se o autor do fato tiver sido condenado à pena de prisão simples 
pela prática de contravenção penal? 
 
 Pode ser concedida a transação penal, porquanto o autor da infração não 
pode ter sido condenado pela prática de crime por sentença irrecorrível. 
 
 Outra questão: Pode fazer jus à transação penal alguém condenado à 
pena de multa/restritiva de direitos por sentença irrecorrível? 
 
 A resposta é positiva. Afinal de contas o art. 76, §2º, I, da Lei 9099/95 
coloca como obstáculo aqueles condenados à pena privativa de liberdade. 
 
 D) Não ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 
anos, pela transação penal (art. 76, §2º, II, da Lei 9099/95): O agente não 
poderá fazer jus a transação penal se ele, no prazo de 5 anos, já celebrou outra 
transação penal. Vale ainda destacar que o acordo de transação penal não implica 
no reconhecimento de culpabilidade, haja vista que nessa situação sequer há o 
enfrentamento do mérito do fato, além de não existir processo criminal. 
Pensamento diverso malferiria o princípio do devido processo legal (art. 5º, LIV, 
da CF45) e da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da CF46). Nesse sentido, o 
acordo de transação penal não constará da certidão de antecedentes criminais e 
não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível 
(art. 76, §6º, da Lei 9099/9547). 
 
 Assim, o único efeito concreto da transação penal é o impedimento de 
celebração de novo acordo de transação penal nos próximos 5 (cinco) anos. 
 
 Questão: É possível o confisco de bens numa transação penal? 
 
 A resposta é negativa. O confisco é efeito secundário de uma sentença 
penal condenatória (art. 91, II, do Código Penal). Logo, a transação penal não 
pode cuidar de confisco de bem, notadamente em razão da dita medida 
despenalizadora não gerar reconhecimento de culpabilidade, não servir como 
 
45 Art. 5º, LIV, da CF: ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo 
legal. 
46 Art. 5º, LVII, da CF: ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória. 
47 Art. 76, §6º, da Lei 9099/95: A imposição da sanção de que trata o §4º deste artigo não 
constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, 
e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. 
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maus antecedentes e tampouco ser motivo para reincidência. Sobre o assunto, 
insta ressaltar a posição do Supremo Tribunal Federal: 
 
 
CONSTITUCIONAL E PENAL. TRANSAÇÃO 
PENAL. CUMPRIMENTO DA PENA RESTRITIVA 
DE DIREITO. POSTERIOR DETERMINAÇÃO 
JUDICIAL DE CONFISCO DO BEM 
APREENDIDO COM BASE NO ART. 91, II, DO CÓDIGO PENAL. AFRONTA À 
GARANTIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL CARACTERIZADA. 
1. Tese: os efeitos jurídicos previstos no art. 91 do Código Penal são decorrentes 
de sentença penal condenatória. Tal não se verifica, portanto, quando há 
transação penal (art. 76 da Lei 9.099/95), cuja sentença tem natureza 
homologatória, sem qualquer juízo sobre a responsabilidade criminal do 
aceitante. As consequências da homologação da transação são aquelas 
estipuladas de modo consensual no termo de acordo. 
2. Solução do caso: tendo havido transação penal e sendo extinta a punibilidade, 
ante o cumprimento das cláusulas nela estabelecidas, é ilegítimo o ato judicial 
que decreta o confisco do bem (motocicleta) que teria sido utilizado na prática 
delituosa. O confisco constituiria efeito penal muito mais gravoso ao aceitante do 
que os encargos que assumiu na transação penal celebrada (fornecimento de 
cinco cestas de alimentos). 
3. Recurso extraordinário a que se dá provimento. (RE 795567, Relator(a): Min. 
TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 28/05/2015, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-177 DIVULG 08-09-2015 
PUBLIC 09-09-2015) 
 
 E) Antecedentes, conduta social, personalidade do agente, bem 
como os motivos e circunstâncias do delito favoráveis ao agente (art. 76, 
§2º, III, da Lei 9099/95): As circunstâncias judiciais devem ser favoráveis ao 
agente para que a proposta de transação penal seja ofertada pelo titular da ação 
penal. 
 
 F) Aceitação da proposta por parte do autor da infração de menor 
potencial ofensivo e de seu advogado (constituído ou dativo) ou defensor 
público: O autor da infração penal de menor potencial ofensivo pode recusar a 
transação penal e ter como objetivo a obtenção de uma sentença absolutória. 
E se houver divergência entre autor do fato e advogado? Havendo divergência 
entre o autor do fato e seu defensor, deve prevalecer a vontade daquele, 
aplicando-se subsidiariamente o quanto disposto na Lei dos Juizados em relação 
à suspensão condicional do processo, que prevê expressamente que se o acusado 
não aceitar a proposta, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos. Afinal, 
o único destinatário da transação é o autor do fato, que, aliás, deverá cumprir de 
imediato pena não privativa de liberdade. Tanto é verdadeque o próprio art. 76, 
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 44 
 
§4º, da Lei 9099/95, faz menção apenas à aceitação do autor da infração, sem 
ressalvar a manifestação do defensor.48 
 
 
 Para os crimes ambientais de menor potencial 
ofensivo, além dos requisitos acima, o art. 27 da Lei 
9605/9849 exige mais um pressuposto, qual seja, a 
prévia composição do dano ambiental, salvo em 
caso de comprovada impossibilidade. 
 
 
 Legitimidade para propor a transação penal: Primeiramente, devemos 
pontuar que atualmente é pacífico na doutrina e na jurisprudência o cabimento 
da transação penal tanto para as ações penais públicas (incondicionadas e 
condicionadas) como para as ações penais de iniciativa privada. 
 
 Assim, nas ações penais públicas a legitimidade de oferecer a transação 
penal recai sobre o Ministério Público, titular da ação penal pública, consoante 
preconiza o art. 129, I, da Constituição Federal50. 
 
 Já nas ações penais privadas há 2 correntes doutrinárias. 
 
1ª Corrente: Mesmo em caso de ação penal privada, a legitimidade seria do 
Ministério Público. Nesse sentido há inclusive o enunciado 112 do FONAJE 
(Fórum Nacional dos Juizados Especiais): Na ação penal de iniciativa privada, 
cabem transação penal e suspensão condicional do processo, mediante 
proposta do Ministério (XXVII Encontro de Juízes realizado na cidade de 
Palmas/TO). 
 
48 BRASILEIRO DE LIMA, Renato. Legislação Criminal Especial Comentada. Volume único. 6ª 
edição. Salvador: Editora JusPodvm, 2018, p.421. 
49 Art. 27 da Lei 9605/98: Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de 
aplicação imediata de pena restritivas de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei 9099, de 
26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia 
composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada 
impossibilidade. 
50 Art. 129 da CF: São funções institucionais do Ministério Público: 
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
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 45 
 
2ª Corrente: A legitimidade para oferecer a transação penal é do querelante, 
ou seja, é do titular da ação penal de iniciativa privada. Essa é a posição do 
Superior Tribunal de Justiça (Ação Penal de nº634): 
 
PENAL E PROCESSUAL PENAL. AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA. QUEIXA. 
INJÚRIA. TRANSAÇÃO PENAL. AÇÃO PENAL PRIVADA. 
POSSIBILIDADE. LEGITIMIDADE DO QUERELANTE. JUSTA CAUSA 
EVIDENCIADA. RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA. 
I - A transação penal, assim como a suspensão condicional do processo, não 
se trata de direito público subjetivo do acusado, mas sim de poder-dever do 
Ministério Público (Precedentes desta e. Corte e do c. Supremo Tribunal 
Federal). 
II - A jurisprudência dos Tribunais Superiores admite a aplicação da transação 
penal às ações penais privadas. Nesse caso, a legitimidade para formular a 
proposta é do ofendido, e o silêncio do querelante não constitui óbice ao 
prosseguimento da ação penal. 
III - Isso porque, a transação penal, quando aplicada nas ações penais 
privadas, assenta-se nos princípios da disponibilidade e da oportunidade, o que 
significa que o seu implemento requer o mútuo consentimento das partes. 
IV - Na injúria não se imputa fato determinado, mas se formulam juízos de 
valor, exteriorizando-se qualidades negativas ou defeitos que importem 
menoscabo, ultraje ou vilipêndio de alguém. 
V - O exame das declarações proferidas pelo querelado na reunião do Conselho 
Deliberativo evidenciam, em juízo de prelibação, que houve, para além do mero 
animus criticandi, conduta que, aparentemente, se amolda ao tipo inserto no 
art. 140 do Código Penal, o que, por conseguinte, justifica o prosseguimento 
da ação penal. 
Queixa recebida. 
(APn 634/RJ, Rel. Ministro FELIX FISCHER, CORTE ESPECIAL, julgado em 
21/03/2012, DJe 03/04/2012) 
 
 Questão: Qual é o procedimento a ser adotado se, embora preenchidos os 
requisitos legais, o titular da ação penal se recusar a apresentar proposta de 
transação penal ao autor da infração de menor potencial ofensivo? 
 
 Se o crime de menor potencial ofensivo for de ação penal de iniciativa 
privada, nada poderá ser feito, ou seja, o Ministério Público não pode oferecer a 
transação penal e tampouco o magistrado pode assim proceder, porquanto a ação 
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 46 
 
penal privada é regida pelos princípios da oportunidade e da conveniência. Em 
outras palavras, deve-se aguardar então o oferecimento de uma queixa-crime. 
 
 De outro lado, se o crime de menor potencial ofensivo for de ação penal 
pública, aplica-se o raciocínio da súmula 696 do STF: Reunidos os 
pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se 
recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a 
questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de 
Processo Penal. OBS: Embora a súmula mencione suspensão condicional do 
processo, a doutrina e a jurisprudência entendem também pela sua aplicabilidade 
ao instituto da transação penal. 
 
 Vale dizer, se a recusa for nos crimes de ação penal pública, o juiz não 
poderá de oficio apresentar a proposta de transação penal, mas sim, por 
analogia, deve invocar o princípio da devolução consagrado no art. 28 do 
CPP51, remetendo os autos ao Procurador-Geral (chefe do MP) para dirimir essa 
controvérsia jurídica. OBS: Lembre-se que no âmbito da justiça federal, o 
magistrado, ao invés de encaminhar os autos diretamente ao Procurador-Geral, 
enviará à Câmara de Coordenação e Revisão (art. 62, IV, da Lei complementar 
nº 75/93) 
 
 Questão: O juiz pode de ofício propor a transação penal? 
 
 A proposta de transação penal não pode ser oferecida de ofício pelo Juiz. 
Afinal de contas, o juiz não é parte na relação jurídica processual e tampouco 
titular da ação penal. Na transação penal ao magistrado cabe a sua 
homologação se preenchidos os requisitos legais (art.76, §3º, da Lei nº 
9099/95). Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da 
infração, o juiz aplicará a pena restritivas de direitos ou multa, que não 
importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir 
novamente o mesmo benefício no prazo de 5 (cinco) anos (art. 76, §4º, 
da Lei 9099/95). 
 
 
51 Art. 28 do CPP: Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer 
o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de 
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação 
ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público 
para oferece-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado 
a atender. 
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 47 
 
 Momento para propor a transação penal: Em regra, a transação penal 
é oferecida antes do iníciodo processo. Todavia, nada impede a concessão da 
transação ao longo do processo criminal nas duas hipóteses abaixo: 
 
 
A) Desclassificação para um crime de menor potencial ofensivo. 
Exemplo: O Ministério Público oferece denúncia em face de alguém pela prática 
delitiva de lesão corporal grave (art. 129, I, do Código Penal). No momento de 
sentenciar, o magistrado entende ser caso de desclassificar para delito de lesão 
corporal leve, que é um crime de menor potencial ofensivo. Nesse caso, 
preenchidos os requisitos legais da transação penal, em virtude da emendatio 
libelli, por estar diante de um delito de menor potencial ofensivo, o magistrado 
não deve sentenciar, mas sim proferir decisão interlocutória para determinar o 
encaminhamento do feito ao Juizado Especial Criminal para aplicação do 
instituto despenalizador transação penal, ou seja, na esfera do JECRIM será 
designada audiência preliminar para que o titular da ação penal (MP ou 
querelante) ofereça à transação penal. Há inclusive doutrinadores que 
entendem desnecessária essa remessa dos autos ao JECRIM, porquanto é 
perfeitamente possível a aplicação dos institutos despenalizadores mesmo em 
sede do juízo comum, vez que o que realmente importa é a possibilidade de 
serem aplicados os institutos despenalizadores trazidos pela Lei nº 9099/95 e 
não o local em que são ofertados tais medidas, sobretudo pela competência do 
JECRIM ser de natureza relativa e não absoluta (Posição do Professor Renato 
Brasileiro de Lima). Cabe ainda apontar que na espécie aplica-se o mesmo 
raciocínio estampado na súmula 337 do STJ: É cabível a suspensão condicional 
do processo na desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão 
punitiva. 
B) Procedência Parcial da Pretensão punitiva. 
 
 Descumprimento injustificado da transação penal: O Supremo 
Tribunal Federal asseverou que o acordo de transação penal, embora 
homologado, não gera coisa julgada material, sendo uma decisão de natureza 
homologatória. Dessa forma, o descumprimento injustificado da transação 
penal retorna ao status quo, ou seja, volta ao seu estado de origem, podendo o 
titular da ação penal (MP ou ofendido) oferecer a peça acusatória ou pode ser 
deflagrada a instauração de inquérito policial, enfim, a persecução penal pode 
retomar o seu curso normal. Sobre o tema, vale destacar a súmula vinculante 
de nº 35: A homologação da transação penal prevista no art. 76 da Lei 
9099/95 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, 
retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a 
continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia 
ou requisição de inquérito policial. 
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 Questão: Qual é o recurso cabível da decisão que homologa a transação 
penal? 
 A resposta está contida no artigo 76, §5°, da Lei 9099/95, ou seja, da 
sentença homologatória da transação penal será cabível o recurso de apelação 
no prazo de 10 dias (art. 82 da Lei 9099/95). 
 
 Concurso de crimes e transação penal. Se existir concurso de 
infrações penais de menor potencial ofensivo, o resultado desse 
concurso deve obedecer ao limite de dois anos para ser concedida a 
transação penal. Dessa forma, não será cabível transação penal, bem como não 
será da competência do Juizado Especial Criminal se, no concurso material, a 
soma das penas máximas cominadas for superior a 2 anos. Igualmente, não será 
possível a concessão de transação penal, assim como deixará de ser competência 
do Juizado Especial Criminal se, no concurso formal, a exasperação da pena 
ultrapassar dois anos. OBS: No momento da exasperação para o concurso formal 
e para o crime continuado será levado em conta a fração máxima. Assim, na 
análise do cabimento da transação penal para o concurso formal emprega-se a 
½ - metade - (fração máxima) e 2/3 – dois terços – para o crime continuado. 
Vejamos a posição do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema: 
 
PROCESSUAL PENAL E PENAL. RECURSO 
ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. AÇÃO 
PENAL PRIVADA. CALÚNIA, DIFAMAÇÃO E 
INJÚRIA. AUDIÊNCIA PRÉVIA DE 
CONCILIAÇÃO. NÃO REALIZAÇÃO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. 
CONCURSO MATERIAL DE INFRAÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO. 
SOMA DAS PENAS EM ABSTRATO SUPERIOR A DOIS ANOS. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. ATIPICIDADE DO FATO. AUSÊNCIA 
DE JUSTA CAUSA. IMPOSSIBILIDADE. DESCRIÇÃO RAZOÁVEL DOS 
FATOS IMPUTADOS. TESES DEFENSIVAS QUE DEPENDEM DE INSTRUÇÃO. 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. RECURSO IMPROVIDO. 
1. As instâncias ordinárias reconheceram que por diversas vezes foi tentado 
efetivar a intimação do recorrente sobre a designação da audiência de 
conciliação, restando todos aqueles atos judiciais frustrados. Ademais, o 
querelante, em duas oportunidades, manifestou perante o Togado que não tinha 
interesse em conciliar-se com o ofensor. Tais fatos, demonstram a 
prescindibilidade da realização da audiência prévia de conciliação, inexistindo 
ofensa ao art. 520 do CPP. 
2. A despeito dos delitos em apuração serem de menor potencial ofensivo, deve-
se considerar a soma das penas máximas em abstrato em concurso material, ou, 
ainda, a devida exasperação, na hipótese de crime continuado ou concurso 
formal, e ao se verificar que o resultado da adição é superior a dois anos, afasta-
se a competência do Juizado Especial Criminal. 
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 49 
 
3. Há na inicial razoável descrição dos fatos imputados ao recorrente, tendo sido 
devidamente discriminadas as condutas relativas a cada crime e apontadas as 
respectivas normas penais infringidas, com, inclusive, o detalhamento das 
circunstâncias de modo, tempo e local concernentes a cada delito, como se 
denota das fls. 4/6 do apenso. 
4. O Tribunal a quo, valendo-se dos fundamentos de trecho extraído do Parecer 
da Procuradoria-Geral de Justiça, consignou que "a inicial relata a possibilidade 
da ocorrência dos crimes narrados, não havendo, portanto, razão para impedir a 
continuidade do feito, já que o relato das condutas realizadas e das palavras 
proferidas pode, sim, caracterizar os crimes pelos quais o paciente está sendo 
processado". (fl. 57) 5. Com efeito, atestar que a conduta em questão se amolda 
ao exercício regular de direito e que houve consunção da difamação pela injúria 
implicam necessária dilação probatória a ser realizada no curso da ação penal. 
6. Recurso em Habeas Corpus improvido. 
(RHC 60.883/SC, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 
09/08/2016, DJe 19/08/2016) 
 
(CESPE/Delegado de Polícia de Goiás/2017). Analise o item 
abaixo: 
 Para a definição da competência do juizado especial criminal no 
concurso material de crimes, a soma das penas máximas cominadas para cada 
crime não pode exceder a dois anos. 
 A alternativa está correta. Como vimos, para analisar a competência do 
JECRIM e a análise da transação penal leva-se em consideração o resultado do 
concurso de crimes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 – Procedimento comum sumaríssimo 
 
A) Peça Acusatória 
 
 Dispõe o art. 77, caput, da Lei nº 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A primeira observação a ser feita no rito sumaríssimo diz respeito à 
possibilidade de a peça acusatória (denúncia equeixa-crime) ser ofertada de 
maneira verbal, podendo ser arrolada até 5 testemunhas (em analogia ao 
procedimento comum sumário). É claro que nessa situação deverá o ato 
processual ser reduzido a termo de forma a garantir ao acusado a observância 
dos princípios do contraditório e da ampla defesa. 
 
 Não comparecendo o autor do fato à audiência preliminar, ou, tendo 
comparecido, não aceitando a proposta de transação, oferecerá o Ministério 
Público denúncia oral. Se o acusado estiver presente, será citado no próprio ato. 
Se estiver ausente, a citação será feita por mandado. 
 
 Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo 
circunstanciado de ocorrência, com dispensa do inquérito policial, prescindir-
se-á do exame de corpo de delito quando a materialidade do crime estiver 
aferida por boletim médico ou prova equivalente (art. 77, §1º, da Lei 
9099/95). 
 
 Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação 
da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao juiz o encaminhamento das 
peças existentes ao Juízo comum para adoção do rito sumário (art. 77, §2º, da 
Lei 9099/95). 
 
 Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, 
cabendo ao juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso 
determinam a adoção das providências previstas no parágrafo acima, ou seja, 
encaminhamento das peças ao Juízo comum, que seguirá o rito sumário. 
 
 
Art. 77, caput, da Lei 9099/95: Na ação penal de iniciativa pública, quando 
não houver aplicação de pena, pela ausência do autor, ou pela não ocorrência 
da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao 
juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências 
imprescindíveis. 
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 51 
 
B) Citação 
 
 No Juizados Especiais Criminais, em regra a citação será feita de modo 
pessoal. 
 
 
 
 A citação pessoal por mandado somente ocorrerá se o autor dos fatos não 
comparecer na sede do Juizado Especial Criminal. É o que determina o art. 66, 
caput, da Lei nº 9099/95: A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, 
sempre que possível, ou por mandado. 
 
 
 
No Juizado Especial não há que se falar em 
citação por edital. Assim, não encontrado o 
acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as 
peças existentes ao Juízo comum para adoção do 
procedimento sumário (art. 66, parágrafo único, da Lei nº 9099/95). Em outras 
palavras, a impossibilidade de citação pessoal do acusado é causa de 
modificação da competência do JECRIM, com encaminhamento dos autos 
ao Juízo comum. Registre-se, por oportuno, que no rito sumário do Juízo 
Comum será possível a realização citação por edital. 
 
 
 Questão: Cabe citação por hora certa nos Juizados Especiais? 
 
 É certo que são consideradas citações fictas a citação por edital e a citação 
por hora certa. Apesar de não admitir a citação por edital, a doutrina e a 
Citação pessoal 
no Juizado
Na secretaria do 
Juizado
Mandado (oficial 
de Justiça)
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jurisprudência têm admitido a citação por hora certa nos Juizados Especiais 
Criminais, pois, apesar de presumida, a citação por hora certa é célere, o que 
não contraria os princípios norteadores dos Juizados Especiais Criminais. 
 
 Lembre-se a citação por hora certa exige dois requisitos: 
 
a) O autor do fato tem que procurado em 2 oportunidades e não tiver sido 
localizado; 
b) Existência de suspeita de ocultação; 
 
 Nesse sentido vale a pena destacar o Enunciado 110 do FONAJE: No Juizado 
Especial Criminal é cabível a citação por hora certa (XXV Encontro de Juízes 
realizado na cidade de São Luís/MA). 
 
 Todavia, esse não foi o entendimento do Superior Tribunal de Justiça. 
Vejamos. 
 
RECURSO EM HABEAS CORPUS. CRIME 
CONTRA A HONRA PRATICADO POR 
ADVOGADO. DIFAMAÇÃO. AUSÊNCIA DE 
ANIMUS DIFAMANDI. IMPROPRIEDADE DA 
VIA ELEITA. DENÚNCIA QUE DESCREVE O 
FATO COM AS SUAS CIRCUNSTÂNCIAS. RÉU FORAGIDO. AUSÊNCIA DE 
CITAÇÃO POR EDITAL. NULIDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 
1. Nos crimes contra a honra, incumbe ao acusador, na denúncia ou queixa, 
narrar o fato com as todas as suas circunstâncias, de tal modo que se possa, a 
partir dessa narrativa, depreender o elemento subjetivo da conduta do acusado, 
o que ocorreu na espécie. 
2. Inviável afastar o dolo da conduta difamatória imputada ao advogado, sem um 
exame aprofundado da causa, dada a limitação cognitiva do habeas corpus. 
3. Iniciado o processo perante o Juizado Especial Criminal, com a denúncia 
oferecida pelo Ministério Público, e justificada a ausência de proposta porque o 
réu estava foragido, não se apresenta adequado o uso da citação por hora certa, 
como meio idôneo para chamar o acusado para a audiência de instrução e 
julgamento. 
4. Recurso Ordinário de Habeas Corpus parcialmente provido, com o fim de 
apenas anular a citação realizada no juízo de origem, para que, mantido o status 
de foragido, seja o paciente citado pelo meio próprio, ou seja, por edital, com o 
encaminhamento dos autos ao juízo criminal comum, se for o caso. 
(RHC 39.059/RJ, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA 
CONVOCADA DO TJ/SE), Rel. p/ Acórdão Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, 
SEXTA TURMA, julgado em 18/02/2014, DJe 01/07/2014) 
 
C) Defesa Preliminar 
 
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 53 
 
 A defesa preliminar é uma peça apresentada pela defesa técnica do 
acusado entre o oferecimento da denúncia e o recebimento da peça exordial, com 
o escopo de reagir à acusação. 
 
 Não confunda essa defesa preliminar com a resposta à acusação. A defesa 
preliminar, na verdade, instaura um contraditório prévio ao juízo de 
admissibilidade da peça acusatória. Em outros termos, é uma oportunidade 
conferida à defesa de influenciar ao Estado-Juiz no sentido de rejeitar à peça 
acusatória. 
 
 Reparem que essa defesa preliminar não tem previsão nos ritos ordinário e 
sumário, mas sim apenas em alguns procedimentos especiais (Lei de Drogas, 
Procedimento originário dos Tribunais, Crimes funcionais afiançáveis e Juizados 
Especiais). 
 
 Vejamos o previsto no art. 81, caput, da Lei 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Questão: Apresentada a defesa preliminar, ainda assim será necessária a 
apresentação de resposta à acusação? 
 
 Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder 
à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo 
recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, 
interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente 
aos debates orais e à prolação da sentença. 
§1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, 
podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes 
ou protelatórias. 
§2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e 
pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em 
audiência e a sentença. 
§3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção 
do Juiz. 
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 54 
 
 A resposta à acusação está descrita no art. 396-A do Código de Processo 
Penal52 e é apresentada depois do recebimento da peça acusatória, ou seja, a 
resposta à acusação é efetuada após a citação. Pois bem. Não é caso de se 
admitir resposta à acusação depois de a defesa técnica apresentar defesa 
preliminar, devendo a defesa concentrar todas as teses defensiva já na 
defesa preliminar. Admitir tanto a defesa preliminar e resposta à 
acusação é caminhar em sentido oposto ao primado da celeridade que 
dirige a Lei dos Juizados Especiais Criminais. 
 
 Questão: É possível a absolvição sumária no Juizado Especial Criminal? 
 
 A absolvição sumária foi introduzida pela Lei 13719/08, que alterou o art. 
397 do CPP, para reconhecê-la no procedimento comum. Antes do advento dessa 
lei, a absolvição sumária somente era possível na primeira fase do rito do Júri. 
Atualmente é cabível a absolvição sumária em 4 oportunidades: I – a existência 
manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II – a existência manifesta de 
causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III – que o 
fato narrado evidentemente não constitui crime; IV – extinta a punibilidade do 
agente. Pois bem. É cabível também a absolvição sumária no Juizado 
Especial Criminal, com fundamento no art. 394, §4º, do CPP: As 
disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os 
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados pelo Código. 
 
D) Testemunha: 
 
 O rol de testemunha deve ser apresentado pela defesa dentro do prazo de 
5 dias antes da realização da audiência de instrução, sob pena de o Juizado ficar 
dispensado de intimá-las (art. 78, §1º, da Lei 9099/95). 
 
 
 
 
52 Art. 396-A do CPP: Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à 
sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, 
qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. 
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. 
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz 
nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. 
 
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 55 
 
 
E) Audiência 
 
 Não existindo absolvição sumária, será ouvida em 1º lugar a vítima. Em 
seguida, serão ouvidas as testemunhas, a começar pelas indicadas pela 
acusação, podendo os depoimentos serem gravados por meios eletrônicos. 
Encerradas as oitivas das testemunhas, o acusado será interrogado. Ato contínuo, 
os debates orais terão início com a acusação (MP ou querelante) e depois a 
defesa, pelo prazo que o magistrado fixar. A sentença, que está dispensada do 
relatório, será publicada na própria audiência. Excepcionalmente, por razão 
justificada, o magistrado pode determinar a conclusão dos autos para proferir 
posteriormente a sentença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 56 
 
8 – Sistema recursal nos Juizados Especiais 
 
 
TURMA RECURSAL 
 
 
 Inicialmente, cumpre destacar que a Constituição Federal em seu art. 98, 
I53, autoriza que os meios recursais em sede dos Juizados Especiais 
Criminais sejam apreciados por Turmas Recursais, que é composta por juízes 
de primeiro grau de jurisdição. Em síntese, a Turma Recursal é um órgão 
colegiado formado por juízes de primeiro grau que tem competência para julgar 
os recursos na esfera dos Juizados Especiais Criminais. Turma Recursal não é 
Tribunal! O Órgão do Ministério Público que atua como custos legis (fiscal da lei) 
nos Juizados Especiais não é um Procurador de Justiça (ou Procurador Regional 
da República), mas sim um Promotor de Justiça (Procurador da República), enfim, 
órgãos ministeriais que atuam em 1º grau de jurisdição. 
 
 É importante mencionar que a Turma Recursal apenas julgará os 
recursos em face de decisões proferidas em sede dos Juizados Especiais 
Criminais. Vale dizer, em situações em que ocorre o deslocamento para o Juízo 
Comum (exemplos: complexidade da causa, impossibilidade de citação pessoal, 
conexão e continência), os recursos dessas decisões serão apreciados pelo 
Tribunal de Justiça/Tribunal Regional Federal, ainda que o tema verse sobre 
infração penal de menor potencial ofensivo. 
 
 Turma Recursal também não analisa recursos advindos dos Juizados 
(Varas) da Violência Doméstica e Familiar contra a mulher. Assim, os recursos 
interpostos de decisões proferidas nas Varas de Violência Doméstica e Familiar 
contra a mulher serão analisados pelo Tribunal de Justiça. 
 
 
 De acordo com o art. 82, §4º, da Lei 9099/9554, as partes serão 
intimadas das sessões de julgamento das Turmas Recursais pela 
imprensa. Com isso, resta dizer não há necessidade de notificação pessoal de 
membro do Ministério Público, da Defensoria Pública e de advogado, porquanto 
 
53 Art. 98 da CF: A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: 
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togado e leigos, competentes para a 
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações de 
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas 
hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos, por turmas de juízes de 
primeiro grau; 
54 Art. 82, §4º, da Lei 9099/95: As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela 
imprensa. 
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 57 
 
a lei do JECRIM funciona como norma especial quando em conflito com as regras 
gerais do art. 370 do CPP55 e do art. 5º, §5º, da Lei 1060/5056 (Lei da Assistência 
Judiciária Gratuita). Outro não é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça: 
 
 
 
PROCESSO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM 
HABEAS CORPUS. INJÚRIA.AUSÊNCIA DE 
INTIMAÇÃO PESSOAL DO DEFENSOR 
PÚBLICO. JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. 
AUSÊNCIA DE NULIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 
I - A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça consolidou-se no sentido 
de que "a ausência de intimação pessoal da Defensoria Pública ou do defensor 
dativo sobre os atos do processo, a teor do disposto no artigo 370 do Código de 
Processo Penal e do artigo 5º, § 5º, da Lei 1.060/1950, gera, via de regra, a sua 
nulidade", uma vez que cerceado o direito de defesa da parte (HC n. 
288.517/MG, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe de 14/5/2014). 
II - Por outro lado, no âmbito dos Juizados Especiais criminais, não se exige a 
intimação pessoal do defensor público, admitindo-se a intimação na sessão de 
julgamento ou pela imprensa oficial (precedentes do STF e do STJ). 
Recurso ordinário em habeas corpus desprovido. 
(RHC 79.148/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 
18/04/2017, DJe 03/05/2017) 
 
 Em perfeita sintonia com o princípio da informalidade, se a sentença for 
confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamentoservirá 
de acórdão (art. 82, §5º, da Lei 9099/95). Em outras palavras, a Turma 
Recursal não é obrigada confeccionar acórdão formal proferido nos moldes do 
Tribunal de Justiça, podendo se valer da remissão aos motivos lançados na 
sentença quando confirmar o decisum, sem que isso caracterize qualquer ofensa 
ao princípio constitucional do dever de fundamentar as decisões judiciais (art. 93, 
IX, da CF). Essa é a posição do Supremo Tribunal Federal. 
 
 
Juizado especial. Parágrafo 5º do art. 82 da Lei nº 
9.099/95. Ausência de fundamentação. Artigo 93, 
inciso IX, da Constituição Federal. Não ocorrência. 
Possibilidade de o colégio recursal fazer remissão 
aos fundamentos adotados na sentença. 
Jurisprudência pacificada na Corte. Matéria com repercussão geral. Reafirmação 
 
55 Art. 370, §4º, do CPP: A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal. 
56 Art. 5º, §5º, da Lei 1060/50: Nos Estados onde a Assistência Judiciária seja organizada e por 
eles mantida, o Defensor Público, ou quem exerça cargo equivalente, será intimado pessoalmente 
de todos os atos do processo, em ambas as instâncias, contando-se-lhes em dobro todos os 
prazos. 
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 58 
 
da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. (RE 635729 RG, Relator: Min. 
DIAS TOFFOLI, julgado em 30/06/2011) 
 
 
 Reparem ainda que a Lei nº 9099/95 menciona apenas 2 recursos: apelação 
(art. 82 da Lei 9099/95) e embargos de declaração (art. 83. 
 
Questão: É possível a interposição de outros 
recursos? 
 
 É evidente que sim. Não existindo 
incompatibilidade, tanto as normas do Código Penal 
como as do Código de Processo Penal são aplicadas de maneira subsidiária aos 
processos em trâmite nos Juizados Especiais, conforme determina o art. 92 da 
Lei nº 9099/9557. Vamos imaginar a seguinte situação: Durante o processo 
criminal, o magistrado declara extinta a punibilidade. Qual será o recurso cabível 
dessa decisão? O Recurso em sentido estrito, com aplicação subsidiária do 
previsto no art. 581, VIII, do CPP58. 
 
 
 Outra questão: Sabemos que o art. 82, § 3º, da Lei nº 9099/9559 autoriza 
as partes solicitarem a transcrição da fita magnética na qual foram gravados os 
atos processuais produzidos na audiência de instrução e julgamento. Indaga-se: 
Essa regra é constitucional? 
 
 É, sem dúvida, uma regra que contraria em cheio o propósito dos Juizados 
Especiais Criminais, notadamente os princípios da informalidade e da oralidade 
consagrado no art. 98, I, da CF, bem como da razoável duração do processo (art. 
5º, LXXVIII, da CF). No mesmo sentido destaco a lição do professor Renato 
Brasileiro: “Pensamos que o art. 82, §3º, da Lei 9099/95, para além de 
inconstitucional à luz do princípio da oralidade (CF, art. 98, inciso I), e da garantia 
razoável duração do processo (CF, art. 5º, LXXVIII), também foi revogado 
tacitamente pelo disposto no art. 405, §2º, que prevê que, no caso de registro 
por meio audiovisual, basta que seja encaminhado às partes cópia do registro 
original, sem necessidade de transcrição (CPP, art. art. 405, §2). Apesar de se 
referir ao procedimento comum, pensamos que a decisão a seguir transcrita tem 
inteira aplicação no âmbito dos Juizados: “(...) A conversão do julgamento de 
apelação em diligência para que a primeira instância providencie a degravação 
de conteúdo registrado em meio audiovisual contraria frontalmente o art. 405, 
 
57 Art. 92 da Lei nº 9099/95: Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e de 
Processo 
58 Art. 581 do CPP: Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
VIII – que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade. 
59 Art. 82, §3º, da Lei nº 9099/95: As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita 
magnética a que alude o §3º do art. 65 desta Lei. 
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 59 
 
§2, do CPP, assim como o princípio da razoável duração do processo (STJ, 5º 
Turma, HC 172840, rel. Min. Gilson Dipp, DJe 03/11/2010)60. 
 
 
APELAÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
 
 
 Dispõe o art. 82 da Lei 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Quais são as hipóteses de cabimento de apelação nos Juizados 
Especiais Criminais? 
 
 
1) Sentença absolutória ou condenatória – É o mesmo raciocínio do CPP, 
ou seja, de sentença absolutória ou condenatória é cabível o recurso de 
apelação (art. 82 da Lei nº 9099/95). 
 
60 BRASILEIRO DE LIMA, Renato. Legislação Criminal Especial Comentada. Volume único. 6ª 
edição. Salvador: Editora JusPodvm, 2018, p.440. 
 Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença 
caberá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes 
em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
 § 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência 
da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição 
escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente. 
 § 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo 
de dez dias. 
 § 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita 
magnética a que alude o § 3º do art. 65 desta Lei. 
 § 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela 
imprensa. 
 § 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula 
do julgamento servirá de acórdão. 
 
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 60 
 
2) Da rejeição da peça acusatória – Enquanto no CPP o recurso cabível da 
decisão que rejeita a peça acusatória é o Recurso em sentido estrito (art. 581, 
I, do CPP), nos juizados especiais criminais o meio recursal é a apelação, sendo 
obrigatória a intimação da parte adversa para apresentar contrarrazões no 
prazo de 10 dias (art. 82, §2º, da Lei 9099/95). Lembre-se ainda do teor da 
súmula 707 do STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado 
para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não 
a suprindo a nomeação de defensor dativo. 
3) Da decisão homologatória da transação penal: É o que estabelece o 
art. 76, §5º, da Lei 9099/95: Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá 
a apelação referida no art. 82 desta Lei. 
 
 
 Qual é o prazo para interposição de apelação no JECRIM? 
 
 O prazo é de 10 dias (art.82, §1º, da Lei nº 9099/95). Enquanto no CPP 
o prazo é de 5 dias (art. 593, caput, do CPP), no JECRIM o prazo será de 10 dias. 
Outra diferença entre CPP e Lei nº 9099/95: No JECRIM a petição de 
interposição do recurso de apelação já deve estar acompanhada das razões 
recursais, ao passo que no CPP haverá, em primeiro lugar, a interposição do 
recurso no prazo de 5 dias e, em seguida, a parte terá até 8 dias para apresentar 
as razões recursais (art. 600 do CPP). Em resumo: 
 
 
 
 
 
Apelação 
no JECRIM
Prazo: 
10 dias 
A petição de interposição já deve
estar acompanhadas das razões
recursais.
Apelação 
no CPP
Prazo: 5 
dias
Após a interposição da petição do
recurso de apelação, a parte terá o
prazo de 8 dias para apresentar as
razões recursais. Não háobrigação
de apresentação simultânea de
petição de interposição e razões
recusais.
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 Questão: A apelação deve ser conhecida se a parte interpõe o recurso de 
apelação desacompanhado das razões recursais? 
 
 A não apresentação das razões recursais não impede o 
conhecimento do recurso de apelação interposto de modo tempestivo. 
Esse é o posicionamento do STJ: 
 
PROCESSUAL PENAL. PENAL. RECURSO EM 
HABEAS CORPUS 
SUBSTITUTIVO.CONTRAVENÇÃO PENAL DE 
PERTURBAÇÃO DO SOSSEGO. APELAÇÃO 
INADMITIDA POR AUSÊNCIA DAS RAZÕES. 
FALTA DE INTIMAÇÃO DO RÉU PARA CONSTITUIÇÃO DE NOVO 
ADVOGADO. NULIDADE RECONHECIDA. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO 
PUNITIVA ESTATAL RECONHECIDA DE OFÍCIO. RECURSO PROVIDO. 
1. Sendo a apelação, também no rito da Lei nº 9.099/95, uma espécie de recurso, 
a ausência ou intempestividade das razões, não induzem ao não-conhecimento 
da apelação interposta. 
2. Esta Corte Superior tem se posicionado no sentido de que, diante da inércia 
da defesa na apresentação das devidas razões recursais, em homenagem ao 
princípio da ampla defesa e contraditório, é imprescindível a intimação do réu, 
oportunizando a constituição de novo defensor. 
3. Recurso em habeas corpus provido para reconhecer a nulidade da decisão de 
inadmissão do recurso de apelação pela ausência das razões, para a intimação 
do recorrente a fim de que constitua novo defensor para tal fim e, de ofício, 
declarar extinta a punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva estatal. 
(RHC 25.736/MS, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 
09/06/2015, DJe 03/08/2015) 
 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
 
 
 É possível a interposição de recurso extraordinário das decisões da 
Turmas Recursais ao Supremo Tribunal Federal, nos exatos termos do art. 102, 
inciso III, da Constituição Federal. Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar, 
mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última 
instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta 
Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) 
julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição; 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. Reparem que a Turma 
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 62 
 
Recursal dos Juizados é a última instância no âmbito dos Juizados Especiais 
Criminais. 
 
 Não custa lembrar ainda a existência da súmula 640 do STF: 
 
 
 “ É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de 
primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial 
cível e criminal.” 
 
 
RECURSO ESPECIAL NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
 
 
 Não é cabível a interposição de recurso especial das decisões oriundas da 
Turma Recursal. A razão para tanto está na redação do art. 105, III, da 
Constituição Federal, já que o Superior Tribunal de Justiça tem competência para 
julgar, em sede de recurso especial, apenas as causas decididas, em única ou 
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos 
Estados, do Distrito Federal e Territórios. Notem que a redação do citado 
dispositivo constitucional não abrange as decisões advindas da Turma Recursal, 
mas apenas de Tribunais. Turma Recursal não é Tribunal. Nesse sentido destaca-
se a súmula 203 do Superior Tribunal de Justiça: 
 
 “Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo 
dos Juizados Especiais.” 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
 
 Dispõe o artigo 83 da Lei nº 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 83 da Lei 9099/95: Cabem embargos de declaração quando, em sentença 
ou acórdão, houver obscuridade, contradição ou omissão. 
§1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no 
prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão. 
§2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de 
recurso. 
§3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício. 
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 Os embargos de declaração é o meio recursal destinado a dirimir 
eventual dúvida no julgado, ou seja, é um recurso cabível quando a decisão 
(sentença ou acórdão) for obscura, omissa ou contraditória. Dessa forma, 
ausente os vícios da obscuridade, da omissão e contradição, a decisão não deve 
ser impugnada por esse meio recursal. 
 
Notem que os embargos de declaração no âmbito 
do Juizados Especiais Criminais podem ser opostos 
por escrito ou oralmente, no prazo de 5 dias a 
contar da ciência da decisão. 
 
 De plano, já podemos observar duas distinções entres os embargos de 
declaração do JECRIM e do Código de Processo Penal. 
 
 
Forma – Os embargos de declaração no JECRIM podem ser opostos tanto por 
escrito como por modo oral, ao passo que no CPP tal recurso é possível apenas 
por escrito. 
Prazo – Os embargos de declaração no JECRIM podem ser opostos no prazo 
de 5 dias, ao passo que no CPP tal recurso deve ser interposto no prazo de 2 
dias (art. 382 do CPP61) 
 
 
 Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de 
outros recursos, conforme alteração advinda pelo artigo 1066 do Novo Código de 
Processo Civil (Lei 13105/16). Lembre-se que interromper o prazo significa dizer 
que o lapso temporal para a interposição de outros recursos é reiniciado (“volta 
à estaca zero”). 
 
 Chamo ainda a atenção de vocês para lembrar que os erros materiais não 
necessitam da oposição de embargos de declaração para serem corrigidos, ou 
seja, podem ser retificados de ofício, conforme autorização prevista no art. 83, 
§3º, da Lei nº 9099/95. O que são erros materiais? 
 
 Erros materiais são aqueles que não comprometem o processo, vez que 
não geram nenhum prejuízo a qualquer das partes, notadamente por tal 
retificação não ser dotada de caráter decisório. Exemplos de erro material: a 
correção do número do processo ou do nome da vítima. 
 
 
61 Art. 382 do CPP. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a 
sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. 
 
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 64 
 
 
HABEAS CORPUS NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
 
 É cabível habeas corpus nos Juizados Especiais Criminais, desde que ocorra 
risco à liberdade de locomoção, consoante determina o art. 5º, LXXVIII, da 
Constituição Federal62. 
 
 Questão: É cabível a impetração de habeas corpus em face da 
contravenção penal que prevê apenas a pena de multa em seu preceito 
secundário? 
 
 A resposta é negativa, porquanto na espécie não há risco à liberdade de 
locomoção. No mesmo sentido vale a pena citar a súmula 693 do STF: 
 
 “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou 
relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a 
única cominada.” 
 
 Pois bem. Se a autoridade coatora for o Juiz do Juizado Especial Criminal o 
habeascorpus será julgado pela Turma Recursal. 
 
 Questão: Qual é o órgão jurisdicional competente para julgar o habeas 
corpus quando a autoridade coatora for a Turma Recursal? 
 
 É certo que a súmula 690 do STF determina que compete originariamente 
ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas corpus contra decisão de 
turma recursal de juizados especiais criminais. Ocorre que essa súmula, 
embora não tenha sido cancelada pelo STF, encontra-se totalmente 
ultrapassada em razão de mudança da orientação jurisprudencial do 
próprio Supremo Tribunal Federal nos autos do HC de nº 86834, ou seja, 
a competência para julgar habeas corpus de ato praticado pela Turma 
Recursal é do próprio Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal, 
pois os integrantes das Turmas Recursais submetem-se à jurisdição 
desses Tribunais. Vejamos esse importante julgado do Supremo Tribunal 
Federal: 
 
 
 
62 Art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal: conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém 
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder; 
 
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 65 
 
COMPETÊNCIA - HABEAS CORPUS - DEFINIÇÃO. A 
competência para o julgamento do habeas corpus é 
definida pelos envolvidos - paciente e impetrante. 
COMPETÊNCIA - HABEAS CORPUS - ATO DE TURMA 
RECURSAL. Estando os integrantes das turmas 
recursais dos juizados especiais submetidos, nos crimes comuns e nos de 
responsabilidade, à jurisdição do tribunal de justiça ou do tribunal regional 
federal, incumbe a cada qual, conforme o caso, julgar os habeas impetrados 
contra ato que tenham praticado. COMPETÊNCIA - HABEAS CORPUS - LIMINAR. 
Uma vez ocorrida a declinação da competência, cumpre preservar o quadro 
decisório decorrente do deferimento de medida acauteladora, ficando a 
manutenção, ou não, a critério do órgão competente. (HC 86834, Relator: Min. 
MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 23/08/2006) 
 
REVISÃO CRIMINAL NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
 
 É certo que a Lei nº 9099/95 não tratou expressamente da possibilidade de 
revisão criminal no JECRIM. Todavia, é cabível a revisão criminal contra decisão 
definitiva dos Juizados Especiais Criminais (juiz ou turma recursal), cuja 
competência será da própria Turma Recursal e não do Tribunal de Justiça. Esse 
é o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça (CC 47718/RS, Relatora 
Ministra Jane Silva, Dje 26/08/2008). 
 
 
MANDADO DE SEGURANÇA NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
 
 
 É perfeitamente cabível a impetração de mandado de segurança nos 
Juizados Especiais Criminais, conforme estabelece a súmula 376 do STJ: 
 
 “ Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança 
contra ato de juizado especial.” 
 
 Se a autoridade coatora for o juiz do JECRIM a competência para julgar 
o mandado de segurança será a Turma Recursal. Se a autoridade coatora for 
a Turma Recursal prevalece o entendimento de que a competência igualmente 
é da Turma Recursal, aplicando-se, por analogia, o art. 21, VI, da Lei 
Complementar nº 35/7963 que estatui ser dos Tribunais a competência originária 
 
63 Art. 21, VI, da Lei Complementar nº 35/79: Compete aos Tribunais, privativamente: 
VI – julgar, originariamente, os mandados de segurança contra seus atos, os dos respectivos 
Presidentes ou de suas Câmaras, Turmas ou Seções. 
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 66 
 
para apreciar os mandados de segurança contra seus atos, os dos respectivos 
Presidentes e os de suas Câmaras, Turmas ou Seções. Esse é o posicionamento 
do Supremo Tribunal Federal: 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE 
SEGURANÇA. ATO DO JUIZ PRESIDENTE DO 
COLÉGIO RECURSAL DA 52ª CIRCUNSCRIÇÃO 
JUDICIÁRIA DE ITAPECERICA DA SERRA. 
INCOMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 
 
1. À luz do art. 102, I, d, da Constituição da República, compete ao Supremo 
Tribunal Federal o julgamento de mandados de segurança contra atos do 
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do 
próprio Supremo Tribunal Federal. 
 
2. O agravante se insurge contra decisão proferida pelo Colégio Recursal da 52ª 
Circunscrição Judiciária de Itapecerica da Serra/SP. Evidente, assim, a 
incompetência desta Corte para a apreciação do mandamus. 
 
3. Agravo regimental DESPROVIDO. (MS 33994 AgR, Relator: Min. LUIZ FUX, 
Primeira Turma, julgado em 31/05/2016) 
 
 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E JUÍZO COMUM 
 
 
 Qual é o órgão jurisdicional competente para decidir um conflito de 
competência entre o Juizado especial federal e o Juízo de primeiro grau da Justiça 
Federal, ambos vinculados ao mesmo Tribunal Regional Federal? 
 
 Por estamos diante de órgãos de primeiro grau de jurisdição atrelados ao 
mesmo Tribunal, exsurge como competente o Tribunal Regional Federal para 
dirimir esse conflito de competência. É o que determina a súmula 428 do STJ: 
 
 “ Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência 
entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária.” 
 
 O mesmo raciocínio acima aplica-se aos órgãos de primeiro grau de 
jurisdição pertencentes ao mesmo Tribunal de Justiça. Todavia, se os juízos forem 
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 67 
 
de Estados diversos, competirá ao Superior Tribunal de Justiça decidir o conflito 
de competência (art. 105, I, “d”, da CF64). 
 
 
Com o advento da Lei 13728, de 31 de 
outubro de 2018, houve uma alteração na 
contagem do prazo no âmbito dos Juizados 
Especiais. Assim, atualmente na contagem de 
prazo para a prática de qualquer ato 
processual, inclusive para a interposição de recursos, serão computados somente 
os dias úteis. Eis a redação do art. 12-A da Lei 9099/95:”Na contagem de prazo 
em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato 
processual, inclusive para interposição de recursos, computar-se-ão somente 
os dias úteis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 Art. 105 da CF: Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I – processar e julgar, originariamente: 
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, o, 
bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais 
diversos. 
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9 – Da execução nos Juizados Especiais 
 
 Dispõe os artigos 84 e 85 da Lei nº 9.099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Se a pena de multa for a única aplicada, o seu cumprimento, que se dá 
mediante pagamento, será feito na própria Secretaria do Juizado. O 
adimplemento da multa gera a extinção da punibilidade, nos exatos termos 
do parágrafo único do art. 84 da Lei nº 9099/95, sem o registro criminal, salvo 
para fins de requisição judicial. 
 
 Em quepese a redação do art. 85 da Lei nº 9099/95, é importante 
anotar que não se permite mais a conversão da pena de multa em privativa de 
liberdade em razão do teor do art. 51 do Código Penal, com redação dada pela 
Lei 9269 de 1º abril de 1996, que estabelece que a pena de multa não paga deve 
ser convertida em dívida de valor. Houve no ponto a denominada revogação 
tácita. 
 
 Também não se vislumbra possibilidade da pena de multa não paga 
ser convertida em pena restritivas de direitos ante a ausência de um 
critério legal disciplinando essa conversão. Essa é a posição do STF: “Se o 
paciente foi condenado a pena de multa, não se afigura possível, por ausência de 
critério legal aplicável, a conversão da pena pecuniária na de restrição de direito. 
Portanto, deve o juiz se limitar a promover a inserção da dívida para cobrança 
judicial (HC 78200/SP, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ 27/08/1999). 
 
 Ainda sobre a execução, vale a pena destacar o art. 86 da Lei nº 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 84 da Lei nº 9099/95: Aplicada exclusivamente a pena de multa, seu 
cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado. 
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a 
punibilidade, determinando que a condenação fique constando dos registros 
criminais, exceto para a fins de requisição judicial. 
Art. 85 da Lei nº 9099/95: Não efetuado o pagamento de multa, será feita a 
conversão em pena privativa de liberdade, ou restritivas de direitos, nos 
termos previstos em lei. 
Art. 86 da Lei nº 9099/95: A execução das penas privativas de liberdade e 
restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas, será processada 
perante o órgão competente, nos termos da lei. 
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 Muito embora o art. 60 da Lei nº 9099/95 ressalte a competência do 
Juizados Especial Criminal para a conciliação, o julgamento e a execução das 
infrações de menor potencial ofensivo, o art. 86 do referido diploma legal, que é 
uma regra especial em relação ao art. 60 da Lei 9099/95, preconiza ser da Vara 
de Execuções Penais a competência para execução das penas privativas 
de liberdade e restritivas de direitos e as de multa quando cumuladas 
com aquelas penas. Em resumo, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se a pena de multa for 
aplicada isoladamente
A execução ocorrerá 
perante o Juizado 
Especial Criminal 
Pena privativa de 
liberdade, pena 
restritiva de direitos ou 
pena de multa 
cumulada com essas 
penas
A execução ocorrerá 
diante do Juízo 
Comum (Vara de 
Execuções Penais) 
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10 – Das despesas processuais 
 
 
 
 
 
 
 
 É certo que o assunto de valores de custas e despesas processuais pertence 
à organização judiciária e, portanto, de competência legislativa do Estado. O art. 
87 da Lei nº 9099/95, na verdade, é sugestão ao legislador estadual de 
forma a incentivar a composição (civil e penal) no JECRIM com a redução 
das despesas processuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 87 da Lei nº 9099/95: Nos casos de homologação do acordo civil e 
aplicação de pena restritivas de direitos ou multa (arts. 74 e 76, §4º), as 
despesas processuais serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual. 
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 71 
 
11 – Suspensão condicional do processo 
 Estabelece o art. 89 da Lei nº 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a 
um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a 
denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, 
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido 
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam 
a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). 
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, 
este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o 
acusado a período de prova, sob as seguintes condições: 
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; 
II - proibição de freqüentar determinados lugares; 
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do 
Juiz; 
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para 
informar e justificar suas atividades. 
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a 
suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. 
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a 
ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a 
reparação do dano. 
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, 
no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição 
imposta. 
 § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a 
punibilidade. 
 § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo. 
 § 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo 
prosseguirá em seus ulteriores termos. 
 
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 72 
 
 
 Suspensão condicional do processo, também conhecida como sursis 
processual, é um instituto despenalizador previsto no art. 89 da Lei 9099/95 que 
autoriza a suspensão do processo por um período de prova, que pode variar de 
2 a 4 anos, mediante o cumprimento de certas condições. 
 
 Embora prevista na lei 9099/95, é importante ressaltar que a sua 
aplicabilidade não se restringe aos crimes de menor potencial ofensivo e nem aos 
Juizados Especiais Criminais, porquanto o legislador fez questão de explicitar que 
a sua aplicação se dará aos delitos abrangidos ou não por essa lei (art. 89, caput, 
da Lei 9099/95). Significa dizer que é perfeitamente possível ser concedida a 
suspensão condicional do processo diante do Juízo comum. Exemplo: O delito de 
furto simples, que é um delito de médio potencial ofensivo, tramita no Juízo 
Comum, porquanto a sua pena varia de 1 a 4 anos de reclusão. Pois bem. Em 
razão da pena mínima ser de 1 ano de reclusão, é possível a sua concessão no 
Juízo comum. 
 
 Requisitos para a concessão da suspensão condicional do processo 
 
 A suspensão condicional do processo será concedida se presentes os 
seguintes requisitos: a) Pena mínima não superior a um ano; b) Acusado não 
estar sendo processado ou não ter sido condenado por outro crime; c) Presença 
dos demais requisitos que autorizam a suspensão condicional da pena (art. 77 do 
do Código Penal. 
 
 A) Pena mínima igual ou inferior a 1 ano. De acordo com o art. 89, 
caput, da Lei nº 9099/95, para fazer jus ao sursis processual a pena privativa de 
liberdade cominada ao delito deve ser de até 1 ano, pouco importando se é de 
reclusão ou detenção, ressalvada as hipóteses de violência doméstica e familiar 
contra a mulher. 
 
 Questão: Qual o critério a ser adotado para a aferição da suspensão 
condicionaldo processo se existir concurso de crimes? 
 
 Se existir concurso de crimes, o resultado desse concurso deve 
obedecer ao limite de um ano para a pena mínima de forma a possibilitar 
o benefício da suspensão condicional do processo. Dessa forma, não será 
cabível sursis processual se, no concurso material, a soma das penas mínimas 
cominadas for superior a 1 ano. Igualmente, não será possível a concessão da 
suspensão condicional do processo se, no concurso formal, a exasperação da 
pena mínima ultrapassar a 1 ano. OBS: No momento da exasperação para o 
concurso formal e para o crime continuado será levado em conta a fração 
mínima. Assim, na análise do cabimento da suspensão condicional do processo 
para o concurso formal e para o crime continuado emprega-se o patamar de 1/6 
da pena. Sobre o tema vale destacar a existência de 2 súmulas. 
 
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Embora o art. 89, caput, da Lei 9099/95 limite a 
concessão do sursis processual à pena mínima até 
1 ano, vale destacar a existência de precedente do 
Supremo Tribunal Federal concedendo tal benefício quando para o delito for 
previsto, alternativamente, pena de multa e pena privativa de liberdade, ainda 
que essa última pena seja superior a 1 (um) ano. Exemplo: Art. 7º da Lei 8137/90 
prevê pena de detenção, de 2 a 5 anos, ou multa. Para essa situação, segundo o 
Supremo Tribunal Federal, é cabível a suspensão condicional do processo, 
porquanto a pena de multa é menos gravosa do que a pena privativa de liberdade 
ou restritiva de direitos. Vejamos esse precedente do Supremo Tribunal Federal. 
 
 
 
AÇÃO PENAL. Crime contra relações de consumo. Pena. Previsão alternativa de 
multa. Suspensão condicional do processo. Admissibilidade. Recusa de proposta 
pelo Ministério Público. Constrangimento ilegal caracterizado. HC concedido para 
que o MP examine os demais requisitos da medida. Interpretação do art. 89 da 
Lei nº 9.099/95. Quando para o crime seja prevista, alternativamente, pena de 
multa, que é menos gravosa do que qualquer pena privativa de liberdade ou 
restritiva de direito, tem-se por satisfeito um dos requisitos legais para a 
suspensão condicional do processo. (HC 83926, Relator: Min. CEZAR PELUSO, 
Segunda Turma, julgado em 07/08/2007) 
 
 
 B) Não estar sendo processado ou não ter sido condenado por outro 
crime. Vale destacar que não é impeditivo se o agente estiver sendo 
processado ou tiver sido condenado por contravenção penal, pois o artigo 89, 
caput, da Lei nº 9099/95 menciona a expressamente a prática de crime. 
 
Súmula 723 do STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por 
crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o 
aumento de um sexto for superior a um ano. 
Súmula 243 do STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável 
em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso 
formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo 
somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) 
ano. 
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 C) Presença dos demais requisitos que 
autorizam a suspensão condicional da pena. 
Segundo o art. 77 do Código Penal, a execução da 
pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) 
anos, poderá ser suspensa, desde que: I – o condenado não seja reincidente em 
crime doloso; II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a 
concessão do benefício; III – não seja indicada ou cabível a substituição prevista 
no art. 44 do CP. Registre-se ainda que a condenação anterior à pena de multa 
não é óbice para a concessão da suspensão condicional do processo, porquanto 
tal sanção não impede o sursis, nos termos do art. 77, §1º, do CP, aplicando-se, 
no ponto, o mesmo raciocínio à suspensão condicional do processo. 
 
 OBS: O legislador não estabeleceu qualquer requisito temporal para a 
proposta de nova suspensão condicional do processo. Vale dizer, enquanto na 
transação penal deve o agente não ter sido beneficiado por outra transação penal 
no prazo de 5 anos, na suspensão condicional do processo não há qualquer 
pressuposto legal nesse sentido. Pensamento distinto premiaria a analogia in 
malam partem em sede de direito penal. Esse é o posicionamento do professor 
Renato Brasileiro de Lima: Ao contrário da transação penal, que apresenta 
impedimento ao oferecimento da nova proposta caso o agente tenha sido 
beneficiado anteriormente por outra transação penal no prazo de 5 (cinco) anos 
(Lei nº 9099/95, art. 76, §2º, inciso II, o legislador não estabeleceu qualquer 
requisito temporal para a formulação de nova proposta de suspensão condicional 
do processo. Diante desse silêncio eloquente, não se pode estender à suspensão 
a limitação temporal imposta para a transação penal, sob pena de verdadeira 
analogia in malam partem, em clara e evidente afronta ao princípio da legalidade 
(CF, art. 5º, XXXIX)65. Todavia, o Superior Tribunal de Justiça firmou 
jurisprudência em sentido contrário, ou seja, no sentido de impossibilidade 
de aceitação de outra suspensão condicional do processo no período de 
cinco anos, aplicando-se, por analogia, a regra proibitiva do art. 76, §2º, 
II, da Lei 9099/95 prevista para a transação penal. Eis julgados das 2 
Turmas Criminais (Quinta e Sexta Turma) do STJ: 
 
 
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS 
SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. NÃO 
CABIMENTO. FALSIDADE IDEOLÓGICA. 
AUSÊNCIA DE PROPOSTA DE SUSPENSÃO 
CONDICIONAL DO PROCESSO. VIOLAÇÃO DO 
ENUNCIADO N. 337, DA SÚMULA DO STJ. INOCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA 
DE INSTITUTO DESPENALIZADOR HÁ MENOS DE 5 ANOS. 
IMPOSSIBILIDADE. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 
 
65 BRASILEIRO DE LIMA, Renato. Legislação Criminal Especial Comentada. Volume único. 6ª 
edição. Salvador: Editora JusPodvm, 2018, p.455. 
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I - A Terceira Seção desta Corte, seguindo entendimento firmado pela Primeira 
Turma do col. Pretório Excelso, firmou orientação no sentido de não admitir a 
impetração de habeas corpus em substituição ao recurso adequado, situação que 
implica o não-conhecimento da impetração, ressalvados casos excepcionais em 
que, configurada flagrante ilegalidade apta a gerar constrangimento ilegal, seja 
recomendável a concessão da ordem de ofício. 
II - O paciente foi denunciado pela prática do crime previsto no art. 69-A, da Lei 
n. 9.605/98. No curso da instrução, verificando a ocorrência de outro delito, o d. 
magistrado processante abriu vista para o aditamento da denúncia, o que 
prontamente se fez, adequando o tipo penal da exordial para o art. 299, caput, 
c.c art 71, ambos do Código Penal, sem, no entanto, o oferecimento da suspensão 
condicional do processo, em razão da continuidade delitiva a qual, ao final, não 
foi reconhecida pela sentença condenatória. 
III - Em casos que tais, nos termos da jurisprudência consolidada desta Corte 
Superior de Justiça, é possível a proposição da suspensão condicional do 
processo, como se evidencia do Enunciado n. 
337, da Súmula do STJ, verbis: "É cabível a suspensão condicional do processo 
na desclassificação do crime ena procedência parcial da pretensão punitiva". 
IV - Entretanto, esta mesma Corte Superior de Justiça já decidiu que o prazo de 
5 (cinco) anos para a concessão de nova transação penal, previsto no art. 76, § 
2º, inciso II, da Lei n. 9.099/95, aplica-se aos demais institutos despenalizadores 
por analogia, estendendo-se, pois, à suspensão condicional do processo, o que 
ocorreu no caso concreto. (Precedentes). Habeas corpus não conhecido. (HC 
370.047/PR, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 
17/11/2016, DJe 01/12/2016) 
 
 
 
PENAL. HABEAS CORPUS. WRIT 
SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. 
INVIABILIDADE. VIA INADEQUADA. 
ANTERIOR CONCESSÃO DA SUSPENSÃO 
CONDICIONAL DO PROCESSO. NÃO 
TRANSCORRIDO O PRAZO DE 5 (CINCO) ANOS. NOVO BENEFÍCIO. 
IMPOSSIBILIDADE. ART. 76, § 2.°, II, DA LEI 9.099/95. HABEAS CORPUS 
NÃO CONHECIDO. 
 1. É imperiosa a necessidade de racionalização do emprego do habeas corpus, 
em prestígio ao âmbito de cognição da garantia constitucional, e, em louvor à 
lógica do sistema recursal. In casu, foi impetrada indevidamente a ordem como 
substitutiva de recurso especial. 
2. O art. 76, § 2.°, II, da Lei 9.099/95 esclarece sobre a impossibilidade de nova 
transação penal, quando houver ocorrido a concessão do benefício em momento 
anterior, sem que tenha transcorrido o período de 5 (cinco) anos. Em analogia à 
referida disposição, entende-se que o mesmo prazo deverá ser utilizado para 
nova concessão de sursis processual. Cuida-se de extensão da disciplina afeta ao 
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tratamento de medida mais branda, transação, a medida destinada a fatos mais 
graves, suspensão condicional do processo. 
3. Habeas corpus não conhecido. (HC 209.541/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA 
DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 23/04/2013, DJe 30/04/2013) 
 
 
 Questão: É possível a suspensão condicional do processo em crime de 
iniciativa privada? 
 
 A resposta é afirmativa. Em que pese a interpretação gramatical do art. 89, 
caput, da Lei, apontar para outro sentido, é pacífico na doutrina e na 
jurisprudência o cabimento do sursis processual nas ações penais de iniciativa 
privada, devendo a proposta do benefício ser formulada pelo querelante. Essa é 
a posição do STJ: 
 
HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A HONRA. 
ALEGAÇÃO DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 
PLEITO PELO CABIMENTO DA SUSPENSÃO 
PROCESSUAL. IMPETRAÇÃO PELO 
MINISTÉRIO PÚBLICO. POSSIBILIDADE, EM 
CASO DE LEGITIMAÇÃO CONCORRENTE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 
714/STF. AÇÃO PRIVADA. NESTES CRIMES, A LEGITIMIDADE PARA 
PROPOR O SURSIS PROCESSUAL É DO QUERELANTE. DENEGAÇÃO DA 
ORDEM. 
1. É de entendimento uníssono dos Tribunais Superiores que o Ministério Público 
pode impetrar o remédio heroico (art. 654, caput, CPP), desde que seja para 
atender ao interesse do paciente. 
2. Cabe a propositura da queixa-crime ao ofendido que optou em promover a 
ação penal privada, não se podendo aceitar que o Ministério Público ingresse no 
pólo ativo da demanda, exceto no caso de representação ou flagrante negligência 
do titular no seu curso. A referida orientação está cristalizada na edição da 
Súmula n.º 714/STF: "É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante 
queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para 
a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício 
de suas funções." 
3. O Superior Tribunal de Justiça, em remansosos julgados considera crível o 
sursis processual (art. 89 da Lei nº 9.099/95) nas ações penais privadas, cabendo 
sua propositura ao titular da queixa-crime. 
4. A legitimidade para eventual proposta de sursis processual é faculdade do 
querelante. Ele decidirá acerca da aplicação do benefício da suspensão 
condicional do processo nas ações penais de iniciativa, exclusivamente, privada. 
5. Ordem denegada. 
(HC 187.090/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 01/03/2011, DJe 
21/03/2011) 
 
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 Outra questão: Qual é o momento para o oferecimento da proposta da 
suspensão condicional do processo? 
 
 A suspensão condicional do processo deve ser oferecida quando do 
ajuizamento da ação penal (denúncia/queixa-crime), porquanto cuida-se de uma 
medida despenalizadora que visa justamente o processo criminal. 
 
 
 
 Natureza jurídica da suspensão condicional do processo 
 
 A suspensão condicional do processo é um poder-dever conferido ao titular 
da ação penal, não sendo uma obrigação legal imposta ao MP ou ao querelante. 
Em razão dessa característica, os Tribunais Superiores entendem que não se 
cuida de um direito subjetivo do autor do fato, podendo o titular da ação penal 
deixar de propor esse benefício se presentes os requisitos legais para tanto. É o 
que diz a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: 
 
 
PENAL E PROCESSUAL. SUSPENSÃO 
CONDICIONAL DO PROCESSO. REQUISITOS. 
AUSÊNCIA. SÚMULA 7 DO STJ. 
Consoante entendimento desta Corte, a 
suspensão condicional do processo não é 
direito subjetivo do acusado, mas sim um poder-dever do Ministério 
Público, titular da ação penal, a quem cabe, com exclusividade, analisar a 
possibilidade de aplicação do referido instituto, desde que o faça de forma 
fundamentada. Hipótese em que a negativa da suspensão condicional do 
processo está amparada na ausência dos requisitos previstos no art. 77, II, do 
Código Penal, referidos pelo art. 89 da Lei n. 9.099/1995, sendo certo que, para 
a eventual desconstituição da conclusão das instâncias ordinárias, seria 
necessária a incursão no conjunto probatório dos autos, o que é vedado pela 
Súmula 7 do STJ. Agravo regimental desprovido. (AgRg no AREsp 607.902/SP, 
Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 10/12/2015, DJe 
17/02/2016) 
 
 
 Questão: Qual é o procedimento a ser adotado pelo magistrado se o 
Ministério Público se omite ou se recusa a propor a suspensão condicional do 
processo? 
 
 Se o Juiz entender que é caso de ser oferecido o benefício da suspensão 
condicional do processo deve, por analogia, invocar o art. 28 do Código de 
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Processo Penal66, com a consequente remessa dos autos ao Procurador-Geral 
para resolver essa vexata quaestio. A propósito, vale destacar a súmula 696 do 
STF: 
 
 “Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do 
processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, 
remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do 
Código de Processo Penal.” 
 
 OBS: Lembre-se que no âmbito da justiça federal, o magistrado, ao invés 
de encaminhar os autos diretamente ao Procurador-Geral, enviará à Câmara de 
Coordenação e Revisão (art. 62, IV, da Lei complementar nº 75/93). 
 
 
 Procedência parcial da pretensão punitiva ou desclassificação 
 
 De acordo com a súmula 337 do Superior Tribunal de Justiça, “é 
cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na 
procedência parcial da pretensão punitiva.” 
 
 Exemplo de desclassificação que autoriza a concessão do sursis processual: 
O Ministério Público denuncia alguém pela prática delitiva de roubo simples (art. 
157 do CP), com pena que varia de 4 a 10 anos dereclusão. No momento de 
sentenciar, o magistrado desclassifica a conduta para o crime de furto simples, 
delito de médio potencial ofensivo que permite o benefício da suspensão 
condicional do processo. 
 
 Exemplo de procedência parcial da pretensão punitiva: O Ministério Público 
oferece denúncia em face de alguém pelos delitos de furto e roubo, em concurso 
material de crimes. Como as penas mínimas somadas desses delitos supera o 
limite de 1 ano, o sursis processual deixa de ser oferecido. Pois bem. Ao 
sentenciar, caso absolva o agente pelo delito de roubo, o magistrado deve 
notificar o Ministério Público para analisar a possibilidade de apresentar proposta 
de suspensão condicional do processo no tocante ao delito de furto. 
 
 
 Inaplicabilidade em caso de violência doméstica e familiar contra a 
mulher. De acordo com o art. 41 da Lei 11340/06, aos crimes praticados com 
violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena 
prevista, não se aplica a Lei 9099, de 26 de setembro de 1995. De tal sorte, é 
 
66 Art. 28 do CPP: Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer 
o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de 
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação 
ao procurador-geral, e este designará outro órgão do Ministério Público para oferece-la, ou 
insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 
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forçoso concluir que não se admite suspensão condicional do processo na esfera 
da violência doméstica e familiar contra a mulher. Aliás, há uma súmula do STJ 
sobre o tema: 
 
 Súmula 536 do Superior Tribunal de Justiça: A suspensão condicional 
do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos 
ao rito da Lei Maria da Penha. 
 
 Termo inicial da suspensão condicional do processo 
 
 Primeiramente, é interessante destacar que a lei exigiu que a aceitação do 
sursis processual deve ser feita tanto pelo autor do fato, bem como pelo seu 
defensor (público ou privado) – dupla aceitação. E se existir divergência entre 
o autor do fato e o advogado? Nessa hipótese a doutrina aponta para a 
prevalência da vontade do autor do fato, pois é a pessoa que sofrerá as 
consequências da aceitação, ou não, da suspensão condicional do processo. OBS: 
O autor do fato pode recusar o sursis processual, porém em caso de aceitação 
não há que se falar em reconhecimento de culpa. 
 
 Aceita a suspensão condicional do processo, o magistrado recebe a peça 
acusatória e suspende o processo pelo prazo de 2 a 4 anos (lapso temporal 
denominado de período de prova). Durante o período de prova, o agente terá que 
cumprir condições estipuladas pelo magistrado para a suspensão do processo. 
 
 Quais são essas condições? 
 
 Além das condições legais ou obrigatórias previstas no art. 89, §1º, 
da Lei nº 9099/95, o magistrado pode fixar outras condições, desde que 
adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado (art. 89, §2º, da Lei 
9099/95. 
 
 São condições legais (ou obrigatórias) impostas durante o período de prova 
do sursis processual: 
 
A) Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo. É importante 
salientar, desde já, que a omissão injustificada em reparar o dano é causa de 
revogação obrigatória da suspensão condicional do processo. Tal reparação 
deve ocorrer imediatamente depois da homologação da proposta do sursis 
processual ou em prazo previamente fixado pelo magistrado 
B) Proibição de frequentar determinados lugares. O objetivo dessa 
condição é evitar locais que possam favorecer a prática de infrações penais. O 
Juiz deve especificar os lugares que não deverão ser frequentados pelo 
acusado, sendo vedado a menção de locais em termos genéricos, sem a sua 
devida especificação. 
C) Proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização 
do juiz. O acusado não está proibido de ausentar-se da comarca ou de mudar 
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de endereço. A condição apenas estabelece o dever de o acusado comunicar 
previamente o juiz acerca de seu paradeiro. 
D) Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para 
informar e justificar suas atividades. A doutrina indica que a periodicidade 
mínima a ser exigida é a mensal, podendo tal lapso temporal ser dilatado 
(bimestral, etc.), porém não reduzido (semanal, etc.) 
 
 Apesar de não constar expressamente do rol do art. 89, §1º, da Lei 
9099/95, é considerada como condição legal implícita do sursis processual o fato 
de o acusado não ser processado por outra infração penal (crime ou contravenção 
penal), porquanto tal situação autoriza a revogação da suspensão condicional do 
processo por superveniência de referida circunstância (art. 89, §§ 3º e 4º, da Lei 
9099/95). 
 
 Como já mencionado, além das circunstâncias obrigatórias do art. 89, §1º, 
da Lei 9099/95, o magistrado pode impor condições facultativas, desde que 
adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. Essas condições judiciais 
(impostas pelo magistrado) podem ser impostas de modo simultâneo às 
condições legais (obrigatórias). 
 
 Questão: Podem ser impostas penas restritivas de direitos (prestação de 
serviços à comunidade ou prestação pecuniária) como condições judiciais para a 
suspensão condicional do processo? 
 
 A resposta é afirmativa, segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça. Vejamos: 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ART. 89 DA 
LEI N. 9.099/1995. SUSPENSÃO 
CONDICIONAL DO PROCESSO. PERDA DA 
FIANÇA. OBRIGAÇÕES EQUIVALENTES A 
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS. POSSIBILIDADE. AGRAVO 
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 
1. Nos termos do que dispõe o art. 89 da Lei n. 9.099/1995, é facultado ao 
magistrado estabelecer outras condições para a suspensão condicional do 
processo, além das previstas nos incisos I a IV do § 1º do art. 89 da legislação 
de regência, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. 
2. Não há óbice legal, segundo o art. 89, § 2º, da Lei n. 9.099/1995, a que o réu 
assuma obrigações equivalentes, do ponto de vista prático, a penas restritivas de 
direitos (tais como a prestação de serviços comunitários ou a prestação 
pecuniária), visto que tais condições são apenas alternativa colocada à sua 
disposição para evitar sua sujeição a um processo penal e cuja aceitação depende 
de sua livre vontade. 
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3. Agravo regimental não provido.(AgRg no RHC 83.810/PR, Rel. Ministro 
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 17/08/2017, DJe 
29/08/2017) 
 
 
 Causas de revogação da suspensão condicional do processo 
 
 As causas de revogação da suspensão condicional do processo são 
divididas em 2 (duas) espécies: obrigatória e facultativa 
 
 Causas de revogação obrigatória do sursis processual (art. 89, § 3º, da 
Lei 9099/95), ou seja, a suspensão condicional do processo será revogada: 
 
A) Se, no curso do prazo do sursis processual, o acusado vier a 
ser processado por outro crime; 
B) Se, no curso do prazo do sursis processual, o acusado não 
efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano;Causas de revogação facultativa do sursis processual (art. 89, § 3º, da 
Lei 9099/95), ou seja, a suspensão condicional do processo poderá ser revogada: 
 
A) Se, no curso do prazo do sursis processual, o acusado vier a ser 
processado por contravenção penal; 
B) Se, no curso do prazo do sursis processual, o acusado 
descumprir qualquer outra condição imposta. Vale dizer, se o 
acusado não obedecer às condições judiciais (art. 89, §2º, da Lei 
9099/95), ou seja, aquelas impostas pelo magistrado, que deverão 
ser adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. 
 
 
 Questão: É possível a revogação (obrigatória ou facultativa) da suspensão 
condicional do processo depois de expirado o período de prova? 
 
 A resposta é afirmativa, desde que o fato ensejador da revogação tiver 
ocorrido durante o período de prova e ainda não tiver sido produzida a decisão 
de extinção da punibilidade (art. 89, §5º, da Lei 9099/9567), eis que, nessa última 
hipótese, existiria a formação da coisa julgada material, o que impede o 
restabelecimento do processo, sob pena de malferir o art. 5, XXXVI, da 
 
67 Art. 89, §5º, da Lei 9099/95: Expirando o prazo sem revogação, o juiz declarará extinta a 
punibilidade. 
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Constituição Federal68. Exemplo: Encerrado o período de prova, porém antes de 
o magistrado declarar extinta a punibilidade chega ao seu conhecimento a 
existência de um processo criminal em desfavor do acusado instaurado durante 
o período da suspensão. Essa posição também é a do Superior Tribunal de 
Justiça: 
 
 
 
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS 
SUBSTITUTIVO DE RECURSO 
PRÓPRIO.INADEQUAÇÃO. CRIME AMBIENTAL. 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. 
DESCUMPRIMENTO DE CONDIÇÃO IMPOSTA. 
REPARAÇÃO DO DANO. REVOGAÇÃO DA BENESSE APÓS O DECURSO DO 
PERÍODO DE PROVA. POSSIBILIDADE. WRIT NÃO CONHECIDO. 
1. Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação no sentido de 
que não cabe habeas corpus substitutivo do recurso legalmente previsto para a 
hipótese, impondo-se o não conhecimento da impetração, salvo quando 
constatada a existência de flagrante ilegalidade no ato judicial impugnado. 
2. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça está consolidada no sentido 
de que o benefício da suspensão condicional do processo pode ser revogado após 
o período de prova, desde que o fato que a ensejou tenha ocorrido antes do 
término de tal lapso temporal. 
3. No caso, o paciente foi intimado a comprovar o cumprimento da condição 
imposta para a suspensão condicional do processo, qual seja, a reparação do 
dano ambiental por ele causado, tendo permanecido silente, o que justificou a 
revogação do benefício do art. 89 da Lei n. 9.099/1995 e o prosseguimento da 
persecução penal. 
4. Writ não conhecido.(HC 350.480/RS, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA 
TURMA, julgado em 27/02/2018, DJe 05/03/2018) 
 
 
 É crucial destacar ainda que o Superior 
Tribunal de Justiça tem entendimento no 
sentido de que o beneficiário deve ser 
intimado previamente para justificar o motivo do descumprimento das condições, 
antes da revogação do sursis processual. Vejamos. 
 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. 
CRIME AMBIENTAL. ART. 39 DA LEI 9.605/98. 
REVOGAÇÃO DA SUSPENSÃO CONDICIONAL 
DO PROCESSO APÓS O FIM DO PERÍODO DE 
PROVA. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE 
 
68 Art. 5º, XXXVI, da CF: a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa 
julgada. 
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INTIMAÇÃO DO RECORRENTE OU DE SUA DEFESA PARA JUSTIFICAR O 
DESCUMPRIMENTO DAS CONDIÇÕES IMPOSTAS. CONSTRANGIMENTO 
ILEGAL CONFIGURADO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 
I - A Terceira Seção desta Corte Superior, ao julgar o REsp 1498034/RS, sob a 
égide dos recursos repetitivos, fixou a tese de que "Da exegese do § 4º do art. 
89 da Lei n. 9.099/1995 ("a suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a 
ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer 
outra condição imposta), constata-se ser viável a revogação da suspensão 
condicional do processo ante o descumprimento, durante o período de prova, de 
condição imposta, mesmo após o fim do prazo legal." (REsp 1498034/RS, 
Terceira Seção, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe 02/12/2015, grifei). 
II - Em outra vertente, muito embora seja possível a revogação da suspensão 
condicional do processo após o fim do período de prova, é necessário oportunizar 
à Defesa a manifestação acerca do pedido formulado pelo Ministério Público. 
Precedentes. 
III - In casu, não houve intimação prévia do recorrente a fim de justificar o 
descumprimento das condições, antes da revogação do sursis processual, 
configurando o constrangimento ilegal apontado pela Defesa. 
Recurso ordinário parcialmente provido para anular a decisão do Juízo de 1º grau 
que revogou a suspensão condicional do processo, determinando-se a prévia 
intimação do recorrente e de sua Defesa para que possam se manifestar acerca 
dos motivos que ensejaram o descumprimento das condições impostas. 
(RHC 84.930/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 
03/04/2018, DJe 06/04/2018) 
 
 
 
 Suspensão condicional do processo em crimes ambientais 
 
 Com o objetivo de assegurar a reparação do dano ambiental, o art. 28 da 
Lei 9605/95 (Lei dos Crimes Ambientais) preconiza que o sursis processual 
também tem aplicação aos crimes de médio potencial ofensivo previsto na 
supracitada Lei, todavia com as seguintes modificações: 
 
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o art. 89, § 5°, da 
Lei 9099/95, dependerá de laudo de constatação de reparação do dano 
ambiental, ressalvada os casos de comprovada impossibilidade; 
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa 
a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período 
máximo de 4 (quatro) anos, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo 
da prescrição; 
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições de proibição 
de frequentar determinados lugares, de se ausentar da comarca sem autorização 
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do juiz e de comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para 
informar e justificar suas atividades; 
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo 
de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu 
resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo de 
5 anos, e dispensa das condições de proibição de frequentar determinados 
lugares, de se ausentar da comarca sem autorização do juiz e de comparecimento 
pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas 
atividades; 
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de 
punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado 
tomado as providências necessárias à reparação integral do dano. Vale dizer, 
transcorrido o prazo máximo de prorrogação (10 anos), será realizado um 
terceiro (e último) laudo de constatação de reparação do dano ambiental. 2 
situações podem ocorrer: 
1) Comprovada a integral reparação do dano ambiental: o juiz declara 
extintaa punibilidade (art. 89, §5º, da Lei 9099/95) 
2) Restar incompleta a reparação do dano ambiental: a) Se o juiz 
entender que o beneficiário tomou todas as providências ao seu alcance para 
a integral reparação do dano, o juiz declarará extinta a punibilidade, ainda que 
não tenha ocorrido a restauração completa do dano ambiental; b) Se o juiz 
entender que o beneficiário não envidou os esforços necessários para reparar 
integralmente o dano ambiental, deve o magistrado revogar o sursis processual 
e seguir o curso normal do processo. 
 
Extinção da punibilidade. Se o beneficiário cumprir todas as condições 
(legais e judiciais) impostas durante o período de prova, sem que tenha ocorrido 
a revogação, o magistrado declara extinta a punibilidade, nos exatos termos do 
art. 89, § 5º, da Lei 9099/9569. Lembre-se que o sursis processual não gera 
reconhecimento de culpa, tampouco configura maus antecedentes, enfim, não 
produz efeito na esfera criminal. 
Suspensão do prazo prescricional. Dispõe o art. 89, 6º, da Lei 9099/95 
que não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo. A 
suspensão do prazo prescricional tem início no dia da decisão que suspende o 
processo e volta a correr da data da decisão que revoga o sursis processual. 
Estamos diante de uma causa suspensiva do prazo prescricional não contemplada 
no art. 116 do Código Penal. OBS: Suspender o prazo prescricional significa 
 
69 Art. 89, §5º, da Lei 9099/95: Expirando o prazo sem revogação, o juiz declarará extinta a 
punibilidade. 
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computar no prazo prescricional todo o tempo decorrido antes da causa 
ensejadora da suspensão da prescrição. 
 
Não aceitação do sursis processual. Se o acusado não aceitar a proposta 
da suspensão condicional do processo, o processo prosseguirá em seus ulteriores 
termos (art. 89, §6º, da Lei 9099/95). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 – Caráter retroativo da Lei 9099/95 
 
 Estabelece o art. 90 da Lei nº 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 Conforme estabelece o art. 2º do Código de Processo Penal, as normas 
processuais têm aplicação imediata, sem prejuízo da validade dos atos realizados 
sob a vigência da lei anterior. 
 
 O art. 90 da Lei 9099/95, por sua vez, determinou que a Lei do JECRIM não 
teria incidência nos processos penais cuja instrução já havia sido iniciada. 
 
 Ocorre que a Lei 9099/95 é considerada uma norma processual mista 
ou híbrida, isto é, além de conter regras de natureza genuinamente processual, 
também reúne dispositivos de cunho material (exemplo: art. 88 da Lei nº 
9099/95 que exige representação, condição específica da ação penal, para os 
crimes de lesões corporais leves e lesões culposas70. Nos casos em que a Lei 
9099/95 exigiu representação para a propositura da ação penal pública, o 
ofendido ou seu representante legal seria intimado para oferecê-la no prazo de 
trinta dias, sob pena de decadência – art. 91 da Lei 9099/9571). Assim, por 
exemplo, as normas que regulam o procedimento sumaríssimo do JECRIM têm 
incidência do comando do art. 2º do CPP, pois seu conteúdo é essencialmente 
processual. 
 
 Questão: As normas com caráter material inseridas na lei 9099/95 
retroagem? 
 
 O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que as normas de 
conteúdo material inseridas na Lei 9099/95 têm efeito retroativo, por serem mais 
 
70 Art. 88 da Lei 9099/95: Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá 
de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. 
OBS: Contravenção penal de vias de fato (art. 21 do Decreto-Lei 3688/41) não sofreu qualquer 
alteração com o advento da Lei 9099/95. Vale dizer, tal contravenção penal permanece sendo 
pública incondicionada, por força do art. 17 da Decreto-lei 3688/41. Esse também é o 
entendimento do STJ (RHC 47253/MS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 
04/12/2014). 
71 Na hipótese do art. 91 da Lei 9099/95 a representação funciona como condição de 
prosseguibilidade da ação penal, ou seja, como requisito para o prosseguimento da ação penal. 
Não confunda com condição de procedibilidade da ação penal, isto é, condição para deflagrar a 
ação penal. 
Art. 90 da Lei 9099/95: As disposições desta Lei não se aplicam aos processos 
penais cuja instrução já estiver iniciada. 
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benéficas ao acusado, aplicando-se, no ponto, o previsto no art. 5º, XL, da 
Constituição Federal72 (ADI 1719-9, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado 
18/06/2007). 
 
 (CESPE/Delegado de Polícia de Mato Grosso/2017) 
Quando da entrada em vigor da Lei 9099/95, que dispõe sobre os 
juizados especiais cíveis e criminais, foi imposta como condição de 
procedibilidade a representação do ofendido nos casos de lesão corporal leve ou 
culposa. Nas ações em andamento à época, as vítimas foram notificadas a se 
manifestar quanto ao prosseguimento ou não dos feitos. Nesse caso, o critério 
adotado no que se refere às leis processuais no tempo foi o da: 
a) interpretação extensiva; 
b) retroatividade; 
c) territorialidade; 
d) extraterritorialidade; 
e) irretroatividade. 
 
A alternativa correta é a letra B. Lembre-se que norma processual híbrida, 
por apresentar também natureza de direito material, retroage para alcançar 
fatos praticados antes de sua vigência se for para beneficiar o acusado, como 
ocorre no caso concreto. Cuida-se da adoção do princípio da retroatividade da lei 
penal mais benéfica (art. 5º, XL, da CF). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 Art. 5º, XL, da CF: a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
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13 – Aplicação subsidiária do CP e do CPP na esfera 
dos Juizados Especiais Criminais 
 
 Prevê o art. 92 da Lei nº 9099/95: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 No silêncio da Lei especial (Lei 9099/95) sobre determinado assunto, 
aplica-se, de modo subsidiário, o previsto no Código Penal e no Código 
de Processo Penal (regras gerais). É a adoção do princípio da especialidade 
consagrado no art. 12 do Código Penal (As regras gerais deste Código aplicam-
se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 92 da Lei 9099/95: Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos 
Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem compatíveis com essa 
Lei. 
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14 – Disposições finais 
 
 Vamos comentar os principais dispositivos legais desse capítulo 
(Disposições Finais da Lei 9099/95), a saber:Compete aos Estados-Membros editarem leis para cuidar da organização, 
composição e competência do Juizado Especial Criminal, não podendo, em 
hipótese alguma, tais leis estaduais entrarem conflito com o previsto na Lei 
9099/95. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A lei prevê a criação de Juizados Especiais Criminais Itinerantes, com o 
escopo de levar o sistema de justiça a todos os locais do território nacional. Nota-
se ainda que o JECRIM itinerante não se limita às áreas rurais ou locais de menor 
concentração populacional, devendo alcançar também lugares em que há 
carência de distribuição de justiça. 
Art. 93 da Lei nº 9099/95: Lei estadual disporá sobre o sistema de Juizados 
Especiais Cíveis e Criminais, sua organização, composição e competência. 
Art. 94 da Lei nº 9099/95: Os serviços de cartório poderão ser prestados, e 
as audiências realizadas fora da sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela 
pertencentes, ocupando instalações de prédios públicos, de acordo com 
audiências previamente anunciadas. Lei estadual disporá sobre o sistema de 
Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua organização, composição e 
competência. 
Art. 95 da Lei nº 9099/95: Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e 
instalarão os Juizados Especiais no prazo de seis meses, a contar da vigência 
desta Lei. 
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da publicação desta Lei, 
serão criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes, que deverão 
dirimir, prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas rurais ou nos locais 
de menor concentração populacional. (Acréscimo feito lei 12.726/12) 
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15 – Lista de Questões sem comentários 
1. (VUNESP/Delegado de Polícia do Ceará/2015) Com relação aos Juizados 
Especiais Criminais, instituídos pela Lei nº 9.099/95, pode-se afirmar que 
 
a) têm competência para crimes e contravenções penais cuja pena máxima não 
seja superior a um ano. 
 
b) se o autor do fato não for localizado para sua citação pessoal, os autos serão 
redistribuídos para o juízo comum. 
 
c) têm competência para processar e julgar crime e contravenções penais que se 
iniciam por ação penal pública, com exclusão das ações penais privadas. 
 
d) não têm competência para processar e julgar réus reincidentes. 
 
e) não têm competência para processar e julgar delitos praticados com violência 
ou ameaça à pessoa. 
2. (CESPE/Defensor Público Federal/2007). Analise o item abaixo: 
A prática de conduta delituosa, com causa de aumento de pena, deve ser 
considerado o acréscimo, em adição a pena em abstrato, para efeito da concessão 
da suspensão condicional do processo. 
 
 
3. (CESPE/ Defensor Público do Acre/ 2017) De acordo com a Lei 9099/95 e com 
o entendimento doutrinário e jurisprudencial dominantes, a proposta de 
transação penal: 
 
a) configura hipótese de retratação da ação penal já oferecida; 
b) é cabível nos crimes de ação penal privada, caso não haja prévia composição 
dos danos cíveis. 
c) deve ser ofertada, de ofício, pelo juiz ao autor do crime quando não tiver sido 
apresentada pelo MP. 
d) depende de consentimento prévio do ofendido ou de quem o represente na 
ação penal pública condicionada à representação. 
e) prescinde da presença de defensor público para a aceitação pelo autor do fato. 
 
 
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4. (IBADE/ Delegado de Polícia do Acre/2017): 
 
Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, ao autor do fato que, após 
a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir 
o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem 
se exigirá fiança. 
 
5. (FCC/Juiz Substituto de Pernambuco/2011) A suspensão condicional do 
processo prevista no art. 89 da Lei no 9.099/95: 
 
a) é aplicável tão-somente às infrações de menor potencial ofensivo. 
 
b) é cabível na desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão 
punitiva, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça. 
 
c) exige necessariamente a reparação do dano. 
 
d) é cabível no crime continuado, ainda que a soma da pena mínima da infração 
mais grave com o aumento mínimo de um sexto seja superior a um ano, conforme 
súmula do Supremo Tribunal Federal. 
 
e) conduz à absolvição se expirado o prazo sem revogação. 
 
6. (FUNDEP/Promotor de Justiça de Minas Gerais/2017) O juizado especial 
criminal julga as infrações penais de menor potencial ofensivo, prorrogando 
sua competência nos casos de concurso de infrações que eventualmente 
ultrapassem a pena cominada de 2 (dois) anos. 
_______________________________________________________________ 
7. (FGV -OAB 2011.1) À luz da lei que dispõe sobre os Juizados Especiais 
Criminais (Lei 9.099/95), assinale a alternativa correta. 
 
a) A competência do juizado será determinada pelo lugar em que se consumar a 
Infração penal 
 
b) A citação será pessoal e se fará no próprio juizado, sempre que possível, ou 
por edital. 
 
c) O instituto da transação penal pode ser concedido pelo juiz sem a anuência do 
Ministério Público. 
 
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d) Tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso 
de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena 
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 
_______________________________________________________________ 
8. (MPE/RS/ Promotor de Justiça do Rio Grande do Sul/2017) Petrônio, réu em 
processo por furto simples, reúne todos os pressupostos legais permissivos da 
suspensão condicional do processo. Ainda assim, fundamentadamente, o 
Promotor de Justiça deixa de oferecer-lhe o benefício. Nesse caso, dissentindo do 
membro do Ministério Público, deve o Juiz: 
 
a) remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça, aplicando-se por analogia o 
art. 28 do Código de Processo Penal. 
 
b) conceder o benefício de ofício, já que se trata de direito subjetivo do réu. 
 
c) comunicar a Corregedoria-Geral do Ministério Público face o comportamento 
do Promotor de Justiça. 
 
d) solicitar ao Procurador-Geral de Justiça que designe outro membro do 
Ministério Público para reexaminar os autos. 
 
e) remeter os autos para as Turmas Recursais do Juizado Especial Criminal. 
_______________________________________________________________ 
9. (CESPE/Defensor Público de Pernambuco/2018 - Adaptada) Acerca dos 
procedimentos nos juizados especiais criminais, assinale a opção correta. 
A) A citação do acusado pode se dar por edital, não havendo deslocamento da 
competência para o juízo criminal comum. 
B) No caso de causa complexa, haverá o deslocamento da competência para o 
juízo criminal comum, mantendo-se o procedimento sumaríssimo. 
C) A medida processual cabível contra a decisão que rejeitar a denúncia ou a 
queixa-crime será o recurso em sentido estrito, que deverá ser interposto no 
prazo de dez dias. 
D) De acordo com o STJ, no caso de ação penal privada, são aplicáveis os 
benefícios da transação penal e da suspensão condicional do processo. 
 
_______________________________________________________________ 
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10. (CESPE/Defensor Público de Alagoas/2017) Considerando a jurisprudência 
dos tribunais superiores, assinale a opção correta relativa à suspensão 
condicional do processo. 
 
A) O juiz fixará a suspensão condicional do processo pelo prazo de um a três 
anos, podendo revogá-la a qualquer tempo, se o beneficiário do sursis vier a ser 
processado por outro crime. 
 
B) O juiz não poderá revogar a suspensão condicional do processo se o 
beneficiário do sursis vier a ser processado por contravenção penal. 
 
C)Tratando-se de crimes de ação penal pública, somente o Ministério Público é 
legitimado a ofertar a suspensão condicional do processo. 
 
D)Como o sursis processual é ato discricionário, caso o promotor de justiça não 
proponha a suspensão condicional do processo, restará ao juiz dar-lhe 
continuidade. 
E) A suspensão condicional do processo depende exclusivamente do 
preenchimento dos requisitos objetivos fixados para o reconhecimento de 
infrações de menor potencial ofensivo. 
_______________________________________________________________ 
11. (CONSULPLAN/ Titular de Serviços de Notas e Registros de Minas 
Gerais/2017) 
 
No que concerne aos Juizados Especiais Criminais - Lei nº. 9.099/1995, é 
correto afirmar que impede a transação penal: 
 
A) A condenação definitiva anterior pela prática de crime, independentemente 
da pena imposta. 
B) A condenação definitiva anterior à pena de multa pela prática de crime. 
C) A condenação anterior ainda não definitiva à pena de reclusão. 
D) A condenação definitiva anterior à pena de detenção. 
_______________________________________________________________ 
12. (CESPE/Delegado de Polícia de Mato Grosso/2017) Quando da entrada em 
vigor da Lei 9099/95, que dispõe sobre os juizados especiais cíveis e criminais, 
foi imposta como condição de procedibilidade a representação do ofendido nos 
casos de lesão corporal leve ou culposa. Nas ações em andamento à época, as 
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vítimas foram notificadas a se manifestar quanto ao prosseguimento ou não dos 
feitos. Nesse caso, o critério adotado no que se refere às leis processuais no 
tempo foi o da: 
 
a) interpretação extensiva; 
 
b) retroatividade; 
 
c) territorialidade; 
 
d) extraterritorialidade; 
 
e) irretroatividade. 
_______________________________________________________________ 
13. (VUNESP/Defensor Público de Rondônia/ 2017). Nos Juizados Especiais 
Criminais, 
 
A) da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, 
que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no 
primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
 
B) a competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi consumada 
a infração penal. 
 
C) a apelação será interposta no prazo de cinco dias, contados da ciência da 
sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da 
qual constarão as razões e o pedido do recorrente. 
 
D) o processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da 
oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre 
que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena 
privativa de liberdade. 
 
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E) consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo apenas e tão 
somente os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, 
cumulada ou não com multa. 
_____________________________________________________________ 
14. (VUNESP/Juiz de Direito de São Paulo/2017) A suspensão condicional do 
processo é 
 
A) inadmissível, em qualquer caso, se a lesão corporal for praticada contra 
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva 
ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações 
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade. 
 
B) admissível nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, mas a 
declaração de extinção da punibilidade dependerá de laudo de constatação de 
reparação do dano ambiental, salvo impossibilidade de fazê-lo, permitida a 
prorrogação do prazo, se incompleta a reparação, com suspensão da prescrição. 
 
C) aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso de crimes, 
excetuado o concurso material, quando a pena mínima cominada, pela incidência 
da majorante, não ultrapassar o limite de um (1) ano. 
 
D) cabível na desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão 
punitiva, se reunidos os pressupostos legais permissivos, com remessa 
necessária da questão ao Procurador Geral de Justiça, ainda que ausente 
dissenso, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal. 
_______________________________________________________________ 
15. (VUNESP/ Juiz de Direito de São Paulo) No tocante aos juizados especiais 
criminais, é correto afirmar que 
 
a) cabe recurso especial, mas não extraordinário, contra decisão proferida por 
turma recursal. 
 
b)cabe revisão criminal de decisão do juizado especial e, por expressa disposição 
legal, compete à turma recursal julgá-la. 
 
c) compete ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas corpus contra 
decisão de turma recursal. 
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d) compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra 
ato de juizado especial. 
_______________________________________________________________ 
16. (VUNESP/ Juiz de Direito de São Paulo/2015) A sentença de transação 
penal, nos termos do artigo 76, parágrafo 5º, da Lei nº 9.099/95, tem as 
seguintes características: 
 
A) tem natureza homologatória e não faz coisa julgada material. 
B) tem natureza condenatória e gera eficácia de coisa julgada apenas material. 
C) possui natureza condenatória e gera eficácia de coisa julgada formal e 
material. 
D) possui natureza absolutória e não faz coisa julgada formal e material. 
_______________________________________________________________ 
17. (VUNESP/ Juiz de Direito de Mato Grosso do Sul/2015) No que se refere aos 
Juizados Especiais Criminais, nos termos da Lei no 9.099/95, é correto afirmar 
que da decisão 
 
A) de rejeição da denúncia ou queixa caberá recurso em sentido estrito, que 
poderá ser julgado por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro 
grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado e da sentença caberá apelação, 
que será julgada necessariamente pela Câmara Especial do Tribunal de Justiça 
do Mato Grosso do Sul, composta de três Desembargadores. 
 
B) de rejeição da denúncia ou queixa caberá recurso em sentido estrito e da 
sentença caberá apelação, que será julgada necessariamente pela Câmara 
Especial do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, composta de três 
Desembargadores. 
C) de rejeição da denúncia ou queixa caberá recurso em sentido estrito e da 
sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três 
Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
 
D) de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que será 
julgada necessariamentepela Câmara Especial do Tribunal de Justiça do Mato 
Grosso do Sul, composta de três Desembargadores. 
 
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E) de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá 
ser julgada por Turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de 
jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
_______________________________________________________________ 
18. (CESPE/Delegado de Polícia de Goiás/2017). Analise o item abaixo: 
 
Para a definição da competência do juizado especial criminal no concurso material 
de crimes, a soma das penas máximas cominadas para cada crime não pode 
exceder a dois anos. 
_______________________________________________________________ 
19. (FUNDEP/Promotor de Justiça de Minas Gerais/2017) A ausência de coisa 
julgada de transação penal permite retornar-se à situação anterior, possibilitando 
ao Ministério Público o oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito 
policial, se forem descumpridas as cláusulas de acordo. 
_______________________________________________________________ 
20. (IBADE/Delegado de Polícia do Acre/2017) No que concerne à legislação que 
dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais (Lei 9099/95), pode-se 
afirmar que: 
 
a) A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo juiz 
mediante sentença irrecorrível, não pode ser executado no juízo cível 
competente. 
 
b) a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo 
circunstanciado e o encaminhará em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juizado, 
com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames 
periciais necessários. 
 
c) ao autor do fato que, após a lavratura do termo circunstanciado, for 
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele 
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, podendo-se exigir fiança a 
critério da autoridade policial. 
 
d) consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos 
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima 
não superior a 1(um) ano, cumulada ou não com multa. 
 
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e) havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública 
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá 
propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser 
especificada na proposta. 
_______________________________________________________________ 
21. (PUC-PR/Juiz de Direito Substituto de Mato Grosso do Sul/2012) Em relação 
ao procedimento nos Juizados Especiais Criminais, é correto afirmar: 
 
a) Após aberta a audiência e ofertada a palavra ao advogado defensor para 
responder à acusação, o juiz, caso venha a receber a denúncia ou queixa, 
designará imediatamente audiência, para a próxima data disponível na pauta, 
para a qual todos serão intimados - o acusado e a vítima - imediatamente. 
 
b) Torna-se imprescindível o inquérito policial prévio para oferecimento da 
denúncia quando esta for embasada em registro de ocorrência policial. 
 
c) O exame de corpo de delito é obrigatório, para qualquer crime que deixe 
vestígio como forma de provar a materialidade delitiva. 
 
d) É necessário mandado a ser cumprido por Oficial de Justiça para intimar 
testemunhas. 
 
e) Na ação penal de iniciativa pública, quando inexistir aplicação de pena, pela 
ausência do noticiado ou pela inocorrência de transação penal, o representante 
do Ministério Público oferecerá, de imediato, denúncia oral ao juiz, caso sejam 
desnecessárias outras diligências. 
_______________________________________________________________ 
22. (MPE-SC/Promotor de Justiça de Santa Catarina/2014). Analise o item a 
seguir: 
Segundo a Lei nº 9099/95, as suas disposições não se aplicam no âmbito da 
Justiça Militar. 
_______________________________________________________________ 
23. (VUNESP/ Juiz de Direito do Pará/2014) Acerca do rito sumaríssimo, são 
regras procedimentais expressamente previstas na Lei nº 9099/95: 
a) desnecessidade de relatório na sentença; impossibilidade de expedição de 
cartas precatórias e rogatórias. 
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b) possibilidade de oferecimento de denúncia oral; necessidade de apresentação 
concomitante de interposição e razões em caso de apelação. 
c) intimação das testemunhas por carta com aviso de recebimento pessoal; 
desnecessidade de intimação das partes para o julgamento da apelação. 
d) possibilidade de oferecimento de queixa oral; impossibilidade de nomeação de 
assistente técnico. 
e) impossibilidade de condução coercitiva de testemunha; impossibilidade de 
embargos de declaração. 
_______________________________________________________________ 
24. (MPE-RS/Promotor de Justiça do Rio Grande do Sul/2017) Assinale a 
alternativa INCORRETA. 
 
A) Não se admite oferta de proposta de transação se ficar comprovado ter sido o 
autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena restritiva de direitos, 
por sentença definitiva. 
B) Os conciliadores no Juizado Especial Criminal são recrutados 
preferencialmente entre bacharéis em Direito (art. 73, parágrafo único, da Lei n. 
9099/95). 
C) Da decisão que homologa proposta de transação (art. 76 da Lei n. 9099/95) 
oferecida pelo Ministério Público e aceita pelo autor do fato, cabe recurso de 
apelação. 
D) Da decisão que rejeita a denúncia no Juizado Especial Criminal, cabe recurso 
de apelação. 
E) A não reparação do dano causado pelo crime, injustificada, é causa de 
revogação da suspensão condicional do processo. 
_______________________________________________________________ 
 25. (CESPE- Juiz de Direito Substituto- MA/2013) De acordo com as normas que 
regem os juizados especiais, assinale a opção correta. 
 
a) A competência do juizado especial criminal é determinada pelo lugar em que 
tenha sido praticada a infração penal, ou pelo lugar em que se tenha produzido 
seu resultado. 
 
b) Sempre que possível, a citação do autor do fato deverá ser feita pessoalmente 
no próprio juizado, ou por mandado, e, não sendo ele encontrado para ser citado, 
o juiz deverá encaminhar as peças existentes ao juízo criminal comum. 
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c) Os atos processuais praticados nos juizados especiais criminais devem ser 
públicos, podendo realizar-se em horário noturno, em qualquer dia da semana, 
ressalvados domingos e feriados. 
 
d) O instituto da transação penal não se aplica no âmbito da justiça militar, salvo 
nos crimes militares próprios. 
_______________________________________________________________ 
26. (MPF/Procurador da República/2013) Em relação aos juizados especiais 
criminais assinale a alternativa correta: 
 
a) infrações penais de menor potencial ofensivo admitem suspensão condicional 
do processo, mas não transação penal; 
 
b) Quando o representante do Ministério Público verificar, no termo 
circunstanciado, que não há informaçõessuficientes ao oferecimento da 
denúncia, deve propor transação penal; 
 
c) Compete ao Tribunal Regional Federal julgamento de habeas corpus impetrado 
contra decisão singular do juiz do juizado especial criminal; 
 
d) A lei 9099/95 prevê recurso de apelação da decisão que rejeitar a denúncia. 
_______________________________________________________________ 
27. (FCC - Promotor de Justiça - PE/2014) No que toca à composição dos danos 
civis nos juizados especiais criminais, possível assegurar que 
 
a) não implica decadência o não oferecimento da representação na audiência 
preliminar, se não obtido o acordo. 
 
b) é incabível na ação penal pública incondicionada. 
 
c) é cabível apenas na ação penal privada e, se operada, conduz à absolvição. 
 
d) é cabível apenas na ação penal pública condicionada e, se operada, conduz à 
extinção da punibilidade pela renúncia ao direito de representação. 
 
e) conduz à extinção da punibilidade pelo perdão aceito nos crimes de ação 
privada. 
_______________________________________________________________ 
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28. (IBADE/Delegado de Polícia do Acre/2017) No crime de lesão corporal no 
âmbito de violência doméstica contra a mulher, a autoridade policial, lavrará o 
termo circunstanciado, porém este não será encaminhado ao juizado especial 
criminal e sim ao juizado de violência doméstica familiar. 
_______________________________________________________________ 
29. (FCC - Defensor Público do Paraná/2012) Marcelino, primário e de bons 
antecedentes, é denunciado pelo crime de furto simples, oportunidade em que é 
citado para responder aos termos da acusação. Neste caso, de acordo com o 
entendimento jurisprudencial dominante no Supremo Tribunal Federal e com 
base na Lei nº 9.099/95, 
 
a) na ausência de proposta de suspensão condicional do processo, deve o juiz 
aplicar analogicamente o art. 28 do CPP. 
 
b) a proposta de suspensão condicional do processo é ato privativo do Ministério 
Público e o crime de furto, por não ser da competência do Juizado Especial 
Criminal, não comporta o oferecimento do sursis processual. 
 
c) caso seja oferecida a proposta de sursis processual, o processo ficará suspenso 
pelo período de 1 (um) ano, devendo o acusado, durante o período de prova, 
observar as condições estabelecidas na proposta. 
 
d) a suspensão será revogada se, no curso do processo, o beneficiário vier a ser 
processado por contravenção. 
 
e) a prescrição será interrompida durante o prazo da suspensão condicional do 
processo. 
_______________________________________________________________ 
30. (FCC/Consultor Legislativo da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul/ 
2016) À luz da Lei n° 9.099/95, presentes os demais requisitos legais 
necessários, poderá ser beneficiado com a transação penal 
 
A) Ricardo, que cometeu crime de sequestro e cárcere privado, com pena prevista 
de 1 a 3 anos de reclusão. 
 
B) Moisés, que cometeu crime de contrabando, com pena prevista de 2 a 5 anos 
de reclusão. 
 
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C) Talita, que cometeu crime de estelionato, com pena prevista de 1 a 5 anos de 
reclusão. 
 
D) Manoel, que cometeu crime de resistência, com pena prevista de 6 meses a 2 
anos de detenção. 
 
E) Paulo, que cometeu crime de ordenação de despesa não autorizada, com pena 
prevista de 1 a 4 anos de reclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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18 – Lista de Questões com comentários 
1. (VUNESP/Delegado de Polícia do Ceará/2015) Com relação aos Juizados 
Especiais Criminais, instituídos pela Lei nº 9.099/95, pode-se afirmar que 
 
a) têm competência para crimes e contravenções penais cuja pena máxima não 
seja superior a um ano. 
 
b) se o autor do fato não for localizado para sua citação pessoal, os autos serão 
redistribuídos para o juízo comum. 
 
c) têm competência para processar e julgar crime e contravenções penais que se 
iniciam por ação penal pública, com exclusão das ações penais privadas. 
 
d) não têm competência para processar e julgar réus reincidentes. 
 
e) não têm competência para processar e julgar delitos praticados com violência 
ou ameaça à pessoa. 
 
Comentário: A alternativa correta é a letra B. Motivo: Em caso de 
impossibilidade de citação pessoal do acusado, os autos serão encaminhados 
ao Juízo Comum para a adoção do rito sumário (art. 538 do CPP). Lembre-se 
que não existe citação por edital no Juizado Especial Criminal (art. 66, 
parágrafo único, da Lei 9099/95. 
 
Alternativa A está errada: De acordo com o art. 61 da Lei 9099/95, é de 
competência do JECRIM as infrações penais de menor potencial ofensivo, cuja 
pena máxima não seja superior a 2 anos. 
 
Alternativa C está errada: Os crimes de ação penal de iniciativa privada não estão 
excluídos da competência do JECRIM. A competência do Juizado não é 
determinada pela competência pela natureza da ação penal, mas sim pelo 
máximo da pena cominada ao delito (2 anos). 
 
Alternativa D está errada: Não há qualquer relação entre reincidentes e a 
competência do JECRIM. 
 
Alternativa E está errada: Salvo os crimes cometidos no âmbito da violência 
doméstica e familiar contra a mulher (art. 41 da Lei 9099/95), não há qualquer 
óbice para o JECRIM julgar delito cometido com violência ou grave ameaça, cuja 
pena máxima não seja superior a 2 anos. Exemplo: Delito de ameaça (art. 147 
do CP). 
 
 
 
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2. (CESPE/Defensor Público Federal/2007). Analise o item abaixo: 
 
“A prática de conduta delituosa, com causa de aumento de pena, deve ser 
considerado o acréscimo, em adição a pena em abstrato, para efeito da concessão 
da suspensão condicional do processo. 
 
Comentário: O item está correto. Motivo: O acréscimo advindo da causa 
de aumento deve ser levado em conta para a análise da suspensão condicional 
do processo. Essa conclusão deriva de 2 súmulas. Súmula 243 do STJ: O 
benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações 
penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade 
delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela 
incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano. Súmula 723 do 
STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, 
se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um 
sexto for superior a um ano. 
 
3. (CESPE/ Defensor Público do Acre/2017) De acordo com a Lei 9099/95 e com 
o entendimento doutrinário e jurisprudencial dominantes, a proposta de 
transação penal: 
 
a) configura hipótese de retratação da ação penal já oferecida; 
 
b) é cabível nos crimes de ação penal privada, caso não haja prévia composição 
dos danos cíveis. 
 
c) deve ser ofertada, de ofício, pelo juiz ao autor do crime quando não tiver sido 
apresentada pelo MP. 
 
d) depende de consentimento prévio do ofendido ou de quem o represente na 
ação penal pública condicionada à representação.e) prescinde da presença de defensor público para a aceitação pelo autor do fato. 
 
Comentário: A alternativa correra é a letra B. Motivo: É perfeitamente 
possível a transação penal nos crimes de ação penal de iniciativa privada, 
sendo incumbência do querelante apresentar a proposta. Para que exista a 
transação é necessário não ter ocorrido a prévia composição dos danos civis, 
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situação essa que se presente acarretaria à renúncia ao direito de queixa-
crime. 
 
Alternativa A está errada: A transação, que é um acordo firmado entre o titular 
da ação penal e o autor dos fatos com o escopo de evitar a instauração do 
processo criminal, não é hipótese de retratação de ação penal já oferecida. 
 
Alternativa C está errada: O magistrado não pode de ofício apresentar proposta 
de transação penal. Caso haja recursa do MP em apresentá-la deve o magistrado 
encaminhar os autos ao Procurador-Geral, com invocação do artigo 28 do CPP 
por analogia. 
 
Alternativa D está errada: O ofendido não tem qualquer ingerência para a 
efetivação da proposta de transação penal em crime de ação penal pública. 
 
Alternativa E está errada: O art. 76, §3º, da Lei 9099/95 exige a presença de 
defensor (público ou privado). 
 
4. (IBADE/ Delegado de Polícia do Acre/2017): 
 
Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, ao autor do fato que, após 
a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir 
o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem 
se exigirá fiança. 
 
Comentário: O item está correto, porquanto em perfeita sintonia com o 
previsto no art. 69, parágrafo único, da Lei 9099/95. 
 
5. (FCC/Juiz Substituto de Pernambuco/2011) A suspensão condicional do 
processo prevista no art. 89 da Lei no 9.099/95: 
 
a) é aplicável tão-somente às infrações de menor potencial ofensivo. 
 
b) é cabível na desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão 
punitiva, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça. 
 
c) exige necessariamente a reparação do dano. 
 
d) é cabível no crime continuado, ainda que a soma da pena mínima da infração 
mais grave com o aumento mínimo de um sexto seja superior a um ano, conforme 
súmula do Supremo Tribunal Federal. 
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e) conduz à absolvição se expirado o prazo sem revogação. 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra B. Aliás, é a redação da Súmula 
337 do STJ: É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do 
crime e na procedência parcial da pretensão punitiva. 
 
Alternativa A está errada: O instituto despenalizador aplica-se não só aos crimes 
de menor potencial ofensivo, mas também aos delitos de médio potencial 
ofensivo, conforme conclusão decorrente do art. 89, caput, da Lei 9099 (nos 
crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a 1 (um) ano, 
abrangidas ou não por esta Lei) 
 
Alternativa C está errada: É condição obrigatória (legal) para a concessão do 
sursis processual a reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo (art. 89, 
§1º, I, da Lei 9099/95) 
 
Alternativa D está errada: A súmula 723 do STF preconiza que não se admite a 
suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena 
mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de 1/6 (um sexto) for 
superior a 1 (um) ano. 
 
Alternativa E está errada: Expirando o prazo sem revogação, o Juiz declarará 
extinta a punibilidade e não confeccionará uma sentença absolutória (art. 89, § 
5º, da Lei 9099/95). 
 
6. (FUNDEP/Promotor de Justiça de Minas Gerais/2017) O juizado especial 
criminal julga as infrações penais de menor potencial ofensivo, prorrogando 
sua competência nos casos de concurso de infrações que eventualmente 
ultrapassem a pena cominada de 2 (dois) anos. 
 
 
Comentário: O item está errado. Se o somatório das penas máximas em 
abstrato dos crimes em concurso ultrapassarem o limite legal de 2 anos, 
exsurgirá a competência do Juízo comum para o processamento e julgamento 
da ação penal. Em outras palavras, o JECRIM não terá competência para tanto. 
 
_______________________________________________________________ 
7. (FGV -OAB 2011.1) À luz da lei que dispõe sobre os Juizados Especiais 
Criminais (Lei 9.099/95), assinale a alternativa correta. 
 
a) A competência do juizado será determinada pelo lugar em que se consumar a 
Infração penal 
 
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b) A citação será pessoal e se fará no próprio juizado, sempre que possível, ou 
por edital. 
 
c) O instituto da transação penal pode ser concedido pelo juiz sem a anuência do 
Ministério Público. 
 
d) Tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso 
de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena 
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 
 
Comentário: A alternativa correta é a letra D, segundo determina o art. 
76, caput, da Lei 9099/95: Havendo representação ou tratando-se de crime 
de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o 
Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de 
direitos, a ser especificada na proposta. 
 
A alternativa A está errada. O art. 63 da Lei 9099/95 determina que a 
competência do juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a 
infração penal. Repare que a Lei do JECRIM não adotou o mesmo critério 
previsto no art. 70, caput, do CPP (local onde o delito se consumou). 
 
A alternativa B está errada. Não há que se falar em citação por edital no 
JECRIM. Em caso de impossibilidade de citação pessoal, os autos serão 
encaminhados ao Juízo comum, que adotará o rito sumário (art. 538 do CPP) 
 
A alternativa C está errada. Segundo determina o art. 76 da Lei 9099/95, a 
proposta de transação penal é formulada pelo Ministério Público nos casos de 
crimes de ação penal pública. O juiz não pode conceder de ofício a proposta 
de transação penal. Assim, em caso de recusa do membro do MP, o magistrado 
deve, por analogia, aplicar o princípio da devolução consagrado no art. 28 do 
CPP. 
 _______________________________________________________________ 
8. (MPE/RS/ Promotor de Justiça do Rio Grande do Sul/2017) Petrônio, réu em 
processo por furto simples, reúne todos os pressupostos legais permissivos da 
suspensão condicional do processo. Ainda assim, fundamentadamente, o 
Promotor de Justiça deixa de oferecer-lhe o benefício. Nesse caso, dissentindo do 
membro do Ministério Público, deve o Juiz: 
 
a) remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça, aplicando-se por analogia o 
art. 28 do Código de Processo Penal. 
 
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 108 
 
b) conceder o benefício de ofício, já que se trata de direito subjetivo do réu. 
 
c) comunicar a Corregedoria-Geral do Ministério Público face o comportamento 
do Promotor de Justiça. 
 
d) solicitar ao Procurador-Geral de Justiça que designe outro membro do 
Ministério Público parareexaminar os autos. 
 
e) remeter os autos para as Turmas Recursais do Juizado Especial Criminal. 
 
 
Comentário: A alternativa correta é a letra A. Se o juiz discorda do 
posicionamento do membro do Ministério Público acerca do não oferecimento da 
proposta da suspensão condicional do processo, aplica-se, por analogia, o art. 28 
do CPP, ou seja, os autos são encaminhados ao Procurador-Geral que deliberará 
sobre a formulação, ou não, da proposta de sursis processual. Lembre-se que na 
esfera federal, o magistrado deve encaminhar os autos para a Câmara de 
Coordenação e Revisão do MPF. 
 
A alternativa B está errada. Motivo: O magistrado não pode conceder de ofício o 
sursis processual. 
 
A alternativa C está errada. Motivo: Os autos não devem ser encaminhados à 
Corregedoria-Geral do MP, pois não houve falta funcional do integrante do 
Parquet. 
 
A alternativa D está errada. Motivo: A deliberação acerca da formulação, ou não, 
da suspensão condicional do processo é do chefe da Instituição (Procurador-
Geral), segundo aplicação analógica do art. 28 do CPP. 
 
A alternativa E está errada. Motivo: Os autos não devem ser encaminhados pelo 
magistrado às Turmas Recursais, mas sim ao Procurador-Geral. 
 
_______________________________________________________________ 
9. (CESPE/Defensor Público de Pernambuco/2018 - Adaptada) Acerca dos 
procedimentos nos juizados especiais criminais, assinale a opção correta. 
A) A citação do acusado pode se dar por edital, não havendo deslocamento da 
competência para o juízo criminal comum. 
B) No caso de causa complexa, haverá o deslocamento da competência para o 
juízo criminal comum, mantendo-se o procedimento sumaríssimo. 
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C) A medida processual cabível contra a decisão que rejeitar a denúncia ou a 
queixa-crime será o recurso em sentido estrito, que deverá ser interposto no 
prazo de dez dias. 
D) De acordo com o STJ, no caso de ação penal privada, são aplicáveis os 
benefícios da transação penal e da suspensão condicional do processo. 
 
Comentário: A alternativa correta é a letra D. Os institutos despenalizadores 
da transação penal e da suspensão condicional do processo também são 
aplicáveis à ação penal de iniciativa privada, segundo jurisprudência do STJ (HC 
147.251 e HC 187090). 
 
A alternativa A está errada. Não existe citação por edital no JECRIM. Em caso de 
impossibilidade de citação pessoal, os autos são encaminhados ao Juízo comum, 
com adoção do rito sumário (art. 538 do CPP). 
 
A alternativa B está errada. Em razão da complexidade da causa, os autos serão 
encaminhados ao Juízo comum (art. 77, §2º, da Lei 9099/95), que adotará o rito 
sumário (art. 538 do CPP). 
 
A alternativa C está errada. No JECRIM é cabível o recurso de apelação da decisão 
que rejeita a denúncia ou a queixa-crime (art. 82 da Lei 9099/95). 
_______________________________________________________________ 
10. (CESPE/Defensor Público de Alagoas/2017) Considerando a jurisprudência 
dos tribunais superiores, assinale a opção correta relativa à suspensão 
condicional do processo. 
 
A) O juiz fixará a suspensão condicional do processo pelo prazo de um a três 
anos, podendo revogá-la a qualquer tempo, se o beneficiário do sursis vier a ser 
processado por outro crime. 
 
B) O juiz não poderá revogar a suspensão condicional do processo se o 
beneficiário do sursis vier a ser processado por contravenção penal. 
 
C)Tratando-se de crimes de ação penal pública, somente o Ministério Público é 
legitimado a ofertar a suspensão condicional do processo. 
 
D)Como o sursis processual é ato discricionário, caso o promotor de justiça não 
proponha a suspensão condicional do processo, restará ao juiz dar-lhe 
continuidade. 
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E) A suspensão condicional do processo depende exclusivamente do 
preenchimento dos requisitos objetivos fixados para o reconhecimento de 
infrações de menor potencial ofensivo. 
 
Comentário: A alternativa correta é a letra C. Nos crimes de ação penal 
pública é o Ministério Público o órgão legitimado para propor o sursis processual 
(art. 89, caput, da Lei 9099/95). 
 
A alternativa A está errada, pois o período de prova no sursis processual varia de 
2 a 4 anos. Além do mais, é causa de revogação obrigatória do referido instituto 
despenalizador se o acusado vier a ser processado por outro delito (art. 89, §3º, 
da Lei 9099/95). 
 
A alternativa B está errada, é motivo de revogação facultativa o fato de o acusado 
vier a ser processado por contravenção penal (art. 89, §4º, da Lei 9099/95). 
 
A alternativa D está errada, pois o magistrado não pode conceder o sursis 
processual de ofício. Assim, em caso de recusa do membro do MP, o juiz deve 
encaminhar os autos ao Procurador-Geral, com adoção analógica do art. 28 do 
CP. 
 
A alternativa E está errada, haja vista que o sursis processual não se restringe 
aos crimes de menor potencial ofensivo, mais sim aos delitos com pena mínima 
igual ou inferior a 1 ano, abrangidas ou não pela Lei 9099/95. 
 
_______________________________________________________________ 
11. (CONSULPLAN/ Titular de Serviços de Notas e Registros de Minas 
Gerais/2017) 
 
No que concerne aos Juizados Especiais Criminais - Lei nº. 9.099/1995, é 
correto afirmar que impede a transação penal: 
 
A) A condenação definitiva anterior pela prática de crime, independentemente 
da pena imposta. 
 
B) A condenação definitiva anterior à pena de multa pela prática de crime. 
 
C) A condenação anterior ainda não definitiva à pena de reclusão. 
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D) A condenação definitiva anterior à pena de detenção. 
 
Comentário: A alternativa correta é a letra D. De acordo com o art. 76, §2º, 
I, da Lei 9099/95, não se admitirá a proposta de transação penal se ficar 
comprovado ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena 
privativa de liberdade (reclusão/detenção), por sentença definitiva. 
 
A alternativa A está errada, pois a apenas a pena privativa de liberdade impede 
a transação penal. Vale dizer, se o agente tiver sido condenado anteriormente à 
pena de multa, tal situação não será óbice para a transação penal. 
 
A alternativa B está errada. Se o agente tiver sido condenado anteriormente à 
pena de multa, tal situação não será óbice para a transação penal. 
 
A alternativa C está errada, pois o art. 76, §2º, I, da Lei 9099/95 estabelece 
como obstáculo apenas a condenação definitiva à pena de reclusão para não ser 
oferecida a transação penal. 
_______________________________________________________________ 
12. (CESPE/Delegado de Polícia de Mato Grosso/2017) Quando da entrada em 
vigor da Lei 9099/95, que dispõe sobre os juizados especiais cíveis e criminais, 
foi imposta como condição de procedibilidade a representação do ofendido nos 
casos de lesão corporal leve ou culposa. Nas ações em andamento à época, as 
vítimas foram notificadas a se manifestar quanto ao prosseguimento ou não dos 
feitos. Nesse caso, o critério adotado no que se refere às leis processuais no 
tempo foi o da: 
 
a) interpretação extensiva; 
 
b) retroatividade; 
 
c) territorialidade; 
 
d) extraterritorialidade; 
 
e) irretroatividade. 
 
A alternativa corretaé a letra B. Lembre-se que norma processual híbrida, 
por apresentar também natureza de direito material, retroage para alcançar 
fatos praticados antes de sua vigência se for para beneficiar o acusado, como 
ocorre no caso concreto. Cuida-se da adoção do princípio da retroatividade da lei 
penal mais benéfica (art. 5º, XL, da CF). 
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As alternativas A, C, D e E estão erradas, eis que destoam do princípio da 
retroatividade da lei penal mais benéfica (art. 5º, XL, da Constituição Federal), 
aplicável às normas processuais híbridas. 
_______________________________________________________________ 
13. (VUNESP/Defensor Público de Rondônia/2017). Nos Juizados Especiais 
Criminais, 
 
A) da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, 
que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no 
primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
 
B) a competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi consumada 
a infração penal. 
 
C) a apelação será interposta no prazo de cinco dias, contados da ciência da 
sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da 
qual constarão as razões e o pedido do recorrente. 
 
D) o processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da 
oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre 
que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena 
privativa de liberdade. 
 
E) consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo apenas e tão 
somente os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, 
cumulada ou não com multa. 
 
Comentário: A alternativa correta é a letra A. De modo diverso do CPP, a Lei 
9099/95 estabelece o recurso de apelação da decisão que rejeita a peça 
acusatória no JECRIM, sendo a Turma Recursal o órgão jurisdicional competente 
para apreciar esse inconformismo. De acordo com o art. 98, I, da CF, a Turma 
Recursal é constituída por juízes de primeiro grau de jurisdição. 
 
A alternativa B está errada, a competência no JECRIM será determinada pelo 
lugar em que for praticada a infração penal (art. 63 da Lei 9099/95). 
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A alternativa C está errada, porquanto a apelação será interposta no prazo de 10 
dias, contados da ciência da sentença pelo MP, réu e seu defensor, por petição 
escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente (art. 82, §1º, da 
Lei 9099/95). 
 
A alternativa D está errada, porquanto o JECRIM visa a aplicação de pena não 
privativa de liberdade (art. 62 da Lei 9099/95) 
 
A alternativa E está errada. Consideram-se infrações penais de menor potencial 
ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a 
lei comine pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa (art. 
61 da Lei 9099/95). 
_____________________________________________________________ 
14. (VUNESP/Juiz de Direito de São Paulo/2017) A suspensão condicional do 
processo é 
 
A) inadmissível, em qualquer caso, se a lesão corporal for praticada contra 
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva 
ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações 
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade. 
 
B) admissível nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, mas a 
declaração de extinção da punibilidade dependerá de laudo de constatação de 
reparação do dano ambiental, salvo impossibilidade de fazê-lo, permitida a 
prorrogação do prazo, se incompleta a reparação, com suspensão da prescrição. 
 
C) aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso de crimes, 
excetuado o concurso material, quando a pena mínima cominada, pela incidência 
da majorante, não ultrapassar o limite de um (1) ano. 
 
D) cabível na desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão 
punitiva, se reunidos os pressupostos legais permissivos, com remessa 
necessária da questão ao Procurador Geral de Justiça, ainda que ausente 
dissenso, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal. 
Comentários: A alternativa correta é a letra B, eis que em perfeita sintonia 
com o estipulado pelo art. 28 da Lei 9605/98, ou seja, a declaração de extinção 
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de punibilidade dependerá de laudo de constatação de reparação do dano 
ambiental, ressalvada a impossibilidade de fazê-lo. Além do mais, é permitida 
prorrogação pelo prazo máximo de 10 anos, não correndo a prescrição durante o 
período de prova. 
 
A alternativa A está errada, a suspensão condicional do processo somente não é 
cabível quando estivermos diante de uma hipótese de lesão corporal, ainda que 
leve, praticada no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher (art. 
41 da Lei 11340/06). 
 
A alternativa C está errada, pois a suspensão condicional do processo pode ser 
aplicada aos casos de concurso material de infrações penais quando as penas 
mínimas somada não ultrapassar a 1 ano. 
 
A alternativa D está errada, pois o magistrado somente encaminhará os autos ao 
Procurador-Geral, com aplicação da regra do art. 28 do CPP, se houver recusa do 
MP em oferecer a suspensão condicional do processo. 
_______________________________________________________________ 
15. (VUNESP/ Juiz de Direito de São Paulo) No tocante aos juizados especiais 
criminais, é correto afirmar que 
 
a) cabe recurso especial, mas não extraordinário, contra decisão proferida por 
turma recursal. 
 
b)cabe revisão criminal de decisão do juizado especial e, por expressa disposição 
legal, compete à turma recursal julgá-la. 
 
c) compete ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas corpus contra 
decisão de turma recursal. 
 
d) compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra 
ato de juizado especial. 
 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra D. Compete à Turma Recursal 
julgar mandado de segurança contra ato praticado por magistrado do JECRIM. 
Aliás, se o ato impugnado for da Turma Recursal, a competência para julgar o 
mandado de segurança também recai sobre a Turma Recursal, aplicando-se, por 
analogia, o previsto no art. 21, VI, da Lei Complementar nº 35/79. 
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A alternativa A está errada, pois não é cabível recurso especial de decisões 
proferidas em sede de JECRIM, pois o art. 105, III, da CF estabelece como 
pressuposto recursal de que a decisão seja proferida por TRFs ou por Tribunal de 
Justiça. De outro giro, é cabível recurso extraordinário de decisões advindas da 
Turma Recursal (súmula 640 do STF). 
 
A alternativa B está errada, pois não há expressa previsão legal acerca do 
cabimento da revisão criminal. Todavia, a doutrina e jurisprudência têm aceitado 
tal ação impugnativa contra atos praticados por juiz ou pela Turma Recursal, em 
homenagem ao princípio do favor rei. A competência será da própria TurmaRecursal. 
 
A alternativa C está errada, pois as ordens de habeas corpus impetrados contra 
ato do juiz do JECRIM deve ser julgado pela Turma Recursal. Já o ato da Turma 
Recursal pode ser impugnado por habeas corpus que será apreciado pelo Tribunal 
de Justiça ou Tribunal Regional Federal, em que os integrantes das Turmas 
Recursais estiverem subordinados. 
 
_______________________________________________________________ 
16. (VUNESP/ Juiz de Direito de São Paulo/2015) A sentença de transação 
penal, nos termos do artigo 76, parágrafo 5º , da Lei nº 9.099/95, tem as 
seguintes características: 
 
A) tem natureza homologatória e não faz coisa julgada material. 
B) tem natureza condenatória e gera eficácia de coisa julgada apenas material. 
C) possui natureza condenatória e gera eficácia de coisa julgada formal e 
material. 
D) possui natureza absolutória e não faz coisa julgada formal e material. 
 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra A. A sentença de transação penal 
é homologada pelo magistrado e não faz coisa julgada material. Assim, em caso 
de descumprimento do acordo pelo autor do fato, o titular da ação penal pode 
oferecer a peça acusatória. Esse é o teor da súmula vinculante 35 do STF: A 
homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz 
coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação 
anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução 
penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. 
 
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As alternativas B, C e D estão erradas, vez que contrariam a súmula vinculante 
35. 
 
_______________________________________________________________ 
17. (VUNESP/ Juiz de Direito de Mato Grosso do Sul/2015) No que se refere aos 
Juizados Especiais Criminais, nos termos da Lei no 9.099/95, é correto afirmar 
que da decisão 
 
A) de rejeição da denúncia ou queixa caberá recurso em sentido estrito, que 
poderá ser julgado por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro 
grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado e da sentença caberá apelação, 
que será julgada necessariamente pela Câmara Especial do Tribunal de Justiça 
do Mato Grosso do Sul, composta de três Desembargadores. 
 
B) de rejeição da denúncia ou queixa caberá recurso em sentido estrito e da 
sentença caberá apelação, que será julgada necessariamente pela Câmara 
Especial do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, composta de três 
Desembargadores. 
C) de rejeição da denúncia ou queixa caberá recurso em sentido estrito e da 
sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três 
Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
 
D) de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que será 
julgada necessariamente pela Câmara Especial do Tribunal de Justiça do Mato 
Grosso do Sul, composta de três Desembargadores. 
 
E) de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá 
ser julgada por Turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de 
jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra E. De acordo com o art. 82, 
caput, da Lei 9099/95, de rejeição da denúncia ou queixa-crime é cabível o 
recurso de apelação, que será julgada pela Turma Recursal, que é um colegiado 
composto de magistrados de primeiro grau de jurisdição (art. 98, I, da CF). 
 
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As alternativas A e B estão erradas, pois destoam do previsto no art. 82, caput, 
da Lei 9099/95 e art. 98, I, da CF. 
 
A alternativa C está errada, porquanto contraria o disposto no art. 82, caput, da 
Lei 9099/95. 
 
A alternativa D está errada, haja vista ser contrária ao previsto no art. 98, I, da 
CF. 
_______________________________________________________________ 
18. (CESPE/Delegado de Polícia de Goiás/2017). Analise o item abaixo: 
 
Para a definição da competência do juizado especial criminal no concurso material 
de crimes, a soma das penas máximas cominadas para cada crime não pode 
exceder a dois anos. 
Comentário: O item está correto. Como vimos, para analisar a competência 
do JECRIM e a análise da transação penal leva-se em consideração o resultado 
do concurso de crimes. 
 
_______________________________________________________________ 
19. (FUNDEP/Promotor de Justiça de Minas Gerais/2017) A ausência de coisa 
julgada de transação penal permite retornar-se à situação anterior, possibilitando 
ao Ministério Público o oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito 
policial, se forem descumpridas as cláusulas de acordo. 
 
 
Comentário: O item está correto, eis que a assertiva está em sintonia com a 
súmula vinculante 35: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 
da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, 
retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a 
continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou 
requisição de inquérito policial. 
 
_______________________________________________________________ 
20. (IBADE/Delegado de Polícia do Acre/2017) No que concerne à legislação que 
dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais (Lei 9099/95), pode-se 
afirmar que: 
 
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a) A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo juiz 
mediante sentença irrecorrível, não pode ser executado no juízo cível 
competente. 
 
b) a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo 
circunstanciado e o encaminhará em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juizado, 
com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames 
periciais necessários. 
 
c) ao autor do fato que, após a lavratura do termo circunstanciado, for 
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele 
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, podendo-se exigir fiança a 
critério da autoridade policial. 
 
d) consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos 
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima 
não superior a 1(um) ano, cumulada ou não com multa. 
 
e) havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública 
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá 
propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser 
especificada na proposta. 
 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra E, sendo mera reprodução do 
art. 76, caput, da Lei 9099/95. 
 
A alternativa A está errada, a composição civil dos danos civis será reduzida a 
escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de 
título a ser executado no juízo cível competente (art. 74, caput, da Lei 9099/95). 
 
A alternativa B está errada, a autoridade policial que tomar conhecimento da 
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao 
Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos 
exames periciais necessários (art. 69, caput, da Lei 9099/95). 
 
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A alternativa C está errada, pois ao autor do fato que, após a lavratura do termo 
circunstanciado, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o 
compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se 
exigirá fiança (art. 69, parágrafo único, da Lei 9099/95). 
 
A alternativa D está errada, vez que consideram-se infrações penais de menor 
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes 
a que a lei comina pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não 
com multa (art. 61 da Lei 9099/95). 
_______________________________________________________________ 
21. (PUC-PR/Juiz de Direito Substituto de Mato Grosso do Sul/2012) Em relação 
ao procedimento nos Juizados Especiais Criminais, é correto afirmar: 
 
a) Após aberta a audiência e ofertada a palavra ao advogado defensor para 
responder à acusação, o juiz, caso venha a receber a denúncia ou queixa, 
designará imediatamente audiência, para a próxima data disponível na pauta, 
para a qual todos serão intimados - o acusado e a vítima - imediatamente. 
 
b) Torna-se imprescindível o inquérito policial prévio para oferecimento da 
denúncia quando esta for embasada em registro de ocorrência policial. 
 
c) O exame de corpo de delito é obrigatório, para qualquer crime que deixe 
vestígio como forma de provar a materialidade delitiva. 
 
d) É necessário mandado a ser cumprido por Oficial de Justiça para intimar 
testemunhas. 
 
e) Na ação penal de iniciativa pública, quando inexistir aplicação de pena, pela 
ausência do noticiado ou pela inocorrência de transação penal, o representante 
do Ministério Público oferecerá, de imediato, denúncia oral ao juiz, caso sejam 
desnecessárias outras diligências. 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra E, sendo mera reprodução do 
art. 77, caput, da Lei 9099/95. 
 
A alternativa A está errada, pois aberta a audiência, será dada palavra ao 
defensor para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a 
denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as 
testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se 
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presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença 
(art. 81, caput, da Lei 9099/95). 
 
A alternativa B está errada, pois o procedimento investigatório no âmbito do 
JECRIM é o termo circunstanciado de ocorrência (art. 69, caput, da Lei 9099/95). 
Em caso de complexidade da causa, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz 
o encaminhamento dos autos ao Juízo comum (art. 77, §2º, da Lei 9099/95). 
 
A alternativa C está errada, pois, de acordo com o art. 77, §1º, da Lei 9099/95, 
o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo 
circunstanciado de ocorrência, com dispensa do inquérito policial, prescindirá do 
exame de corpo de delito quando a prova da materialidade delitiva estiver 
demonstrada por boletim médico ou prova equivalente. 
 
A alternativa D está errada, vez que o art. 67 da Lei 9099/95 permite várias 
formas informais de intimação da testemunha. Além do mais, quando a intimação 
é realizada por oficial de justiça não é necessária a intimação por mandado. 
_______________________________________________________________ 
22. (MPE-SC/Promotor de Justiça de Santa Catarina/2014). Analise o item a 
seguir: 
Segundo a Lei nº 9099/95, as suas disposições não se aplicam no âmbito da 
Justiça Militar. 
Comentário: O item está correto, eis que o art. 90-A da Lei 9099/95 deixou 
expresso a inaplicabilidade da Lei 9099/95 aos delitos militares. Tal dispositivo 
legal foi acrescentado na Lei do JECRIM pela lei 9839/99. 
_______________________________________________________________ 
23. (VUNESP/ Juiz de Direito do Pará/2014) Acerca do rito sumaríssimo, são 
regras procedimentais expressamente previstas na Lei nº 9099/95: 
a) desnecessidade de relatório na sentença; impossibilidade de expedição de 
cartas precatórias e rogatórias. 
b) possibilidade de oferecimento de denúncia oral; necessidade de apresentação 
concomitante de interposição e razões em caso de apelação. 
c) intimação das testemunhas por carta com aviso de recebimento pessoal; 
desnecessidade de intimação das partes para o julgamento da apelação. 
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d) possibilidade de oferecimento de queixa oral; impossibilidade de nomeação de 
assistente técnico. 
e) impossibilidade de condução coercitiva de testemunha; impossibilidade de 
embargos de declaração. 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra B. É possível o oferecimento 
oral da denúncia e da queixa-crime de modo oral (art. 77 da Lei 9099/95). A 
apelação será interposta no prazo de 10 (dez) dias, contados da ciência da 
sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da 
qual constarão as razões e o pedido do recorrente. 
 
A alternativa A está errada. De fato, o relatório é dispensável no JECRIM (art. 81, 
§3º, da Lei 9099/95). Todavia, não há qualquer óbice legal para a expedição de 
precatória e de rogatória no JECRIM. 
 
A alternativa C está errada. De fato, é possível a intimação de testemunha por 
carta com aviso de recebimento (art. 67, caput, da Lei 9099/95). Já as partes 
deverão ser intimadas da sessão de julgamento pela imprensa (art. 82, §4º, da 
Lei 9099/95). 
 
A alternativa D está errada. É possível o oferecimento oral da denúncia e da 
queixa-crime de modo oral (art. 77 da Lei 9099/95). A lei 9099/95 não proíbe a 
nomeação de assistente técnico. 
 
A alternativa E está errada. De fato, o art. 80 da Lei 9099/95 preconiza que 
nenhum ato será adiado, determinando o juiz, quando imprescindível, a conduta 
coercitiva de quem deva comparecer. Todavia, é possível a oposição de embargos 
de declaração no JECRIM (art. 83 da Lei 9099/95). 
_______________________________________________________________ 
24. (MPE-RS/Promotor de Justiça do Rio Grande do Sul/2017) Assinale a 
alternativa INCORRETA. 
 
A) Não se admite oferta de proposta de transação se ficar comprovado ter sido o 
autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena restritiva de direitos, 
por sentença definitiva. 
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B) Os conciliadores no Juizado Especial Criminal são recrutados 
preferencialmente entre bacharéis em Direito (art. 73, parágrafo único, da Lei n. 
9099/95). 
C) Da decisão que homologa proposta de transação (art. 76 da Lei n. 9099/95) 
oferecida pelo Ministério Público e aceita pelo autor do fato, cabe recurso de 
apelação. 
D) Da decisão que rejeita a denúncia no Juizado Especial Criminal, cabe recurso 
de apelação. 
E) A não reparação do dano causado pelo crime, injustificada, é causa de 
revogação da suspensão condicional do processo. 
Comentários: A alternativa incorreta é a letra A. O art. 76, §2, I, da Lei 
9099/95 veda a transação penal se o autor da infração for condenado pela prática 
de crime à pena privativade liberdade, por sentença definitiva. 
As alternativa B, C, D e E estão corretas (arts. 73, § único, 76, 82 e 89, §3º, 
todos da Lei 9099/95). 
_______________________________________________________________ 
 25. (CESPE- Juiz de Direito Substituto- MA/2013) De acordo com as normas que 
regem os juizados especiais, assinale a opção correta. 
 
a) A competência do juizado especial criminal é determinada pelo lugar em que 
tenha sido praticada a infração penal, ou pelo lugar em que se tenha produzido 
seu resultado. 
 
b) Sempre que possível, a citação do autor do fato deverá ser feita pessoalmente 
no próprio juizado, ou por mandado, e, não sendo ele encontrado para ser citado, 
o juiz deverá encaminhar as peças existentes ao juízo criminal comum. 
 
c) Os atos processuais praticados nos juizados especiais criminais devem ser 
públicos, podendo realizar-se em horário noturno, em qualquer dia da semana, 
ressalvados domingos e feriados. 
 
d) O instituto da transação penal não se aplica no âmbito da justiça militar, salvo 
nos crimes militares próprios. 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra B, eis que em perfeita sintonia 
com o previsto no art. 66 da Lei 9099/95. Vale dizer, em caso de impossibilidade 
de citação pessoal, os autos serão encaminhados para o Juízo comum (rito 
sumário – art. 538 do CPP), ante a inexistência de citação por edital no JECRIM. 
 
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A alternativa A está errada. A competência do JECRIM será determinada pelo 
lugar em que foi praticada a infração penal (art. 63 da Lei 9099/95). 
 
A alternativa C está errada. Os atos processuais serão públicos e poderão 
realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme 
dispuserem as normas de organização judiciárias. Vale dizer, não há impedimento 
legal para tais atos não serem realizados em domingos e feriados. 
 
A alternativa D está errada. O instituto da transação penal não é cabível nos 
crimes militares, quer próprios (previstos apenas no CPM), quer impróprios 
(previstos no CPM e no CP comum), segundo determina o art. 90-A da Lei 
9099/95. 
 
_______________________________________________________________ 
26. (MPF/Procurador da República/2013) Em relação aos juizados especiais 
criminais assinale a alternativa correta: 
 
a) infrações penais de menor potencial ofensivo admitem suspensão condicional 
do processo, mas não transação penal; 
 
b) Quando o representante do Ministério Público verificar, no termo 
circunstanciado, que não há informações suficientes ao oferecimento da 
denúncia, deve propor transação penal; 
 
c) Compete ao Tribunal Regional Federal julgamento de habeas corpus impetrado 
contra decisão singular do juiz do juizado especial criminal; 
 
d) A lei 9099/95 prevê recurso de apelação da decisão que rejeitar a denúncia. 
 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra D. Enquanto no CPP o recurso 
cabível de decisão que rejeita a peça acusatória é o recurso em sentido estrito, 
na Lei 9099/95 a sistemática é diversa, porquanto da referida situação é cabível 
o recurso de apelação (art. 82, caput, da Lei 9099/95). 
 
A alternativa A está errada. Infrações de menor potencial ofensivo abrange as 
contravenções penais e os crimes cuja pena máxima não seja superior a 2 anos. 
Assim, tais infrações penais admitem tanto a transação penal como a suspensão 
condicional do processo. Lembre-se ainda que haverá crimes em que não será 
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possível a formulação de proposta de transação penal em virtude da pena 
máxima extrapolar 2 anos, porém admitirá o beneplácito do sursis processual 
(pena mínima de 1 ano). Exemplo: furto (art. 155 do CP). É denominado delito 
de médio potencial ofensivo aqueles que podem ser agraciados com a suspensão 
condicional do processo. 
 
A alternativa B está errada. Se o MP não tiver informações necessárias para 
ajuizar a ação penal, a transação penal não deve por ele proposta. Afinal de 
contas, após reunir tais informes, o MP pode concluir que é caso de arquivamento. 
Logo, não faz sentido propor esse acordo penal se o MP tiver convencido que 
sequer era caso de propor a ação penal. 
 
A alternativa C está errada. O habeas corpus contra ato de juiz do JECRIM deve 
ser julgado pela Turma Recursal e não pelo Tribunal Regional Federal. 
_______________________________________________________________ 
27. (FCC/Promotor de Justiça de Pernambuco/2014) No que toca à composição 
dos danos civis nos juizados especiais criminais, possível assegurar que 
 
a) não implica decadência o não oferecimento da representação na audiência 
preliminar, se não obtido o acordo. 
 
b) é incabível na ação penal pública incondicionada. 
 
c) é cabível apenas na ação penal privada e, se operada, conduz à absolvição. 
 
d) é cabível apenas na ação penal pública condicionada e, se operada, conduz à 
extinção da punibilidade pela renúncia ao direito de representação. 
 
e) conduz à extinção da punibilidade pelo perdão aceito nos crimes de ação 
privada. 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra A. Não obtida a composição dos 
danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o 
direito de representação verbal, que será reduzida a termo. O não oferecimento 
da representação na audiência preliminar não implica decadência do direito, que 
poderá ser exercido no prazo previsto em lei (art. 75 da Lei 9099/95). 
 
A alternativa B está errada. É perfeitamente possível a composição dos danos 
civis nos crimes de menor potencial ofensivo de ação penal pública incondicional, 
porém essa situação não obsta a transação penal. Já nos crimes cometidos sem 
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violência ou grave é possível a incidência da causa de diminuição referente ao 
arrependimento posterior (art. 16 do CP). 
 
A alternativa C está errada. A composição civil dos danos é possível tanto nos 
crimes de ação penal pública (incondicionada ou condicionada) e de ação penal 
de iniciativa privada. A reparação do dano nos casos de ação penal de iniciativa 
privada acarreta a renúncia ao direito de queixa-crime (art. 74, parágrafo único, 
da Lei 9099/95). 
 
A alternativa D está errada. A composição civil dos danos é possível tanto nos 
crimes de ação penal pública (incondicionada ou condicionada) e de ação penal 
de iniciativa privada. A reparação do dano nos casos de ação penal pública 
condicionada à representação acarreta a renúncia ao direito de representação 
(art. 74, parágrafo único, da Lei 9099/95). 
 
 
A alternativa E está errada. A composição civil dos danos é possível tanto nos 
crimes de ação penal pública (incondicionada ou condicionada) e de ação penal 
de iniciativa privada. A reparação do dano nos casos de ação penal de iniciativa 
privada acarreta a renúncia ao direito de queixa (art. 74, parágrafo único, da Lei 
9099/95). O perdão do ofendido é possível apenas depois de instaurado o 
processo criminal e cabível apenas na ação penal de iniciativa privada. 
_______________________________________________________________ 
28. (IBADE/Delegado de Polícia do Acre/2017) No crime de lesão corporal no 
âmbito de violência doméstica contra a mulher, a autoridade policial, lavrará o 
termo circunstanciado,porém este não será encaminhado ao juizado especial 
criminal e sim ao juizado de violência doméstica familiar. 
 
 
Comentário: O item está errado. O crime de lesão corporal, ainda que leve ou 
culposa, praticado contra a mulher, no âmbito das relações domésticas, deve ser 
processado mediante ação penal pública incondicionada. No julgamento da ADI 
4424, o Supremo Tribunal Federal declarou a constitucionalidade do art. 41 da 
Lei 11340/06, afastando a incidência das regras descritas na Lei 9099/95 aos 
delitos de violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da 
pena prevista. Logo, não há que se falar em termo circunstanciado na esfera da 
violência doméstica e familiar contra a mulher. 
 
_______________________________________________________________ 
29. (FCC - Defensor Público do Paraná/2012) Marcelino, primário e de bons 
antecedentes, é denunciado pelo crime de furto simples, oportunidade em que é 
citado para responder aos termos da acusação. Neste caso, de acordo com o 
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entendimento jurisprudencial dominante no Supremo Tribunal Federal e com 
base na Lei nº 9.099/95, 
 
a) na ausência de proposta de suspensão condicional do processo, deve o juiz 
aplicar analogicamente o art. 28 do CPP. 
 
b) a proposta de suspensão condicional do processo é ato privativo do Ministério 
Público e o crime de furto, por não ser da competência do Juizado Especial 
Criminal, não comporta o oferecimento do sursis processual. 
 
c) caso seja oferecida a proposta de sursis processual, o processo ficará suspenso 
pelo período de 1 (um) ano, devendo o acusado, durante o período de prova, 
observar as condições estabelecidas na proposta. 
 
d) a suspensão será revogada se, no curso do processo, o beneficiário vier a ser 
processado por contravenção. 
 
e) a prescrição será interrompida durante o prazo da suspensão condicional do 
processo. 
 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra A. Na ausência de proposta de 
suspensão condicional do processo pelo membro do MP, o juiz deve encaminhar 
os autos ao chefe da Instituição ministerial (Procurador-Geral da 
Justiça/Procurador-Geral da República), em analogia ao art. 28 do CPP. Essa é 
redação da súmula 696 do STF. 
 
A alternativa B está errada. Nos crimes de ação penal pública cabe ao Ministério 
Público propor o sursis processual. Em razão de o delito de furto ter pena mínima 
de 1 ano é cabível a suspensão condicional do processo. 
 
A alternativa C está errada. O período de prova do sursis processual varia de 2 a 
4 anos. 
 
A alternativa D está errada. O sursis processual pode ser revogado se o 
beneficiário vier a ser processado por contravenção penal, ou seja, estamos 
diante de causa facultativa de revogação da suspensão condicional do processo 
(art. 89, §4º, da Lei 9099/95). 
 
 
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A alternativa E está errada. Durante o sursis processual o prazo prescricional é 
suspenso (art. 89, §6º, da Lei 9099/95). 
_______________________________________________________________ 
30. (FCC/Consultor Legislativo da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul/ 
2016) À luz da Lei n° 9.099/95, presentes os demais requisitos legais 
necessários, poderá ser beneficiado com a transação penal 
 
A) Ricardo, que cometeu crime de sequestro e cárcere privado, com pena prevista 
de 1 a 3 anos de reclusão. 
 
B) Moisés, que cometeu crime de contrabando, com pena prevista de 2 a 5 anos 
de reclusão. 
 
C) Talita, que cometeu crime de estelionato, com pena prevista de 1 a 5 anos de 
reclusão. 
 
D) Manoel, que cometeu crime de resistência, com pena prevista de 6 meses a 2 
anos de detenção. 
 
E) Paulo, que cometeu crime de ordenação de despesa não autorizada, com pena 
prevista de 1 a 4 anos de reclusão. 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra D. A transação penal é cabível 
apenas aos delitos em que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos, 
preenchidos os demais requisitos estampados no art. 76 da Lei 9099/95. 
 
As alternativas A, B, C e E estão erradas, pois não versam sobre delitos de menor 
potencial ofensivo (art. 61 da Lei 9099/95), o que torne impossível a concessão 
da transação penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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19– Resumo 
Previsão constitucional : O artigo 98, I, da Constituição Federal autorizou a criação dos 
Juizados especiais criminais, providos por juízes togados e leigos, que serão competentes para a 
conciliação, o julgamento e a execução de infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante 
os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e 
o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau. A lei 9099/95 restou encarregada 
de instituir o Juizado Especial criminal no âmbito estadual, enquanto na esfera federal essa missão 
coube à lei 10259/01. Os dois principais objetivos do JECRIM, sempre que possível, são a 
reparação dos danos causados à vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade 
Critérios norteadores do JECRIM – Oralidade, informalidade, simplicidade, economia 
processual e celeridade. 
Crime de menor potencial ofensivo – São todas as contravenções penais e os crimes a que a 
lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa, previsto ou 
não em procedimento especial. A lei 9099/95 não tem aplicação aos processos da Justiça Militar. 
Competência do JECRIM – A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi 
praticada a infração penal. 
Citação no JECRIM - A citação será pessoal e será feita no próprio Juízo, sempre que possível, 
ou por mandado. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças 
existentes ao Juízo comum para adoção do rito sumário (art. 538 do CPP). 
Fase preliminar – A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo 
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, 
providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. Ao autor do fato que, após a 
lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a 
ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. 
Composição dos danos civis – A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, 
homologada pelo juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no 
juízo civil competente. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública 
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou 
representação. 
Transação penal – Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública 
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação 
imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. Nas hipóteses 
de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. Não se admitirá 
a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, 
à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; II - ter sido o agente beneficiado 
anteriormente, no prazo de cinco anos,pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos 
deste artigo; III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, 
bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. Aceita 
a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz. Acolhendo 
a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de 
direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir 
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. Da sentença que homologa a transação 
penal caberá a apelação. A transação penal não constará de certidão de antecedentes criminais, 
salvo para análise de outra transação penal, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados 
propor ação cabível no juízo cível. 
 
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Rito sumaríssimo - Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, 
pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da transação penal, o Ministério Público 
oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências 
imprescindíveis. Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo 
circunstanciado de ocorrência, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do 
corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova 
equivalente. Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da 
denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes 
ao Juízo Comum, que adotará o rito sumário (art. 538 do CPP). Já na ação penal de iniciativa do 
ofendido poderá ser oferecida queixa oral. 
Audiência no rito sumaríssimo - Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para 
responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo 
recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a 
seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da 
sentença. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o 
Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias. De todo o 
ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve 
resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença. A sentença, dispensado o 
relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz. 
Apelação no JECRIM - Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá 
apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro 
grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. A apelação será interposta no prazo de dez dias, 
contados da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição 
escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente. O recorrido será intimado para 
oferecer resposta escrita no prazo de dez dias. As partes poderão requerer a transcrição da 
gravação da fita magnética. As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela 
imprensa. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento 
servirá de acórdão. 
Embargos de declaração no JECRIM – Cabem embargos de declaração quando, em sentença 
ou acórdão, houver obscuridade, contradição ou omissão. Os embargos de declaração serão 
opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão. Os 
embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso. Os erros materiais 
podem ser corrigidos de ofício. 
Suspensão condicional do proces so - Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual 
ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, 
poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja 
sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos 
que autorizariam a suspensão condicional da pena. Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, 
na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o 
acusado a período de prova, sob as seguintes condições: I - reparação do dano, salvo 
impossibilidade de fazê-lo; II - proibição de freqüentar determinados lugares; III - proibição de 
ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; IV - comparecimento pessoal e 
obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. O Juiz poderá 
especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e 
à situação pessoal do acusado. A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário 
vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do 
dano (causas de revogação obrigatória do sursis processual). A suspensão poderá ser revogada 
se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer 
outra condição imposta (causas de revogação facultativa do sursis processual). Expirado o prazo 
sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade. Não correrá a prescrição durante o prazo 
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de suspensão do processo. Se o acusado não aceitar a proposta do sursis processual, o processo 
prosseguirá em seus ulteriores termos. 
SÚMULAS: 
 
 Súmula 203 do Superior Tribunal de Justiça: Não cabe recurso especial contra decisão proferida 
por órgão de segundo dos Juizados Especiais. 
 
 Súmula 243 do Superior Tribunal de Justiça: O benefício da suspensão do processo não é aplicável 
em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade 
delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, 
ultrapassar o limite de um (01) ano. 
 
 Súmula 337 do Superior Tribunal de Justiça: É cabível a suspensão condicional do processo na 
desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva. 
 
 Súmula 376 do Superior Tribunal de Justiça: Compete à turma recursal processar e julgar o 
mandado de segurança contra ato de juizado especial. 
 
 Súmula 428 do Superior Tribunal de Justiça: Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os 
conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária. 
 
 Súmula 536 do Superior Tribunal de Justiça: A suspensão condicional do processo e a transação 
penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. 
 
 Súmula 640 do Supremo Tribunal Federal: É cabível recurso extraordinário contra decisão 
proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial 
cível e criminal. 
 
 Súmula 693 do Supremo Tribunal Federal: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória 
a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a 
única cominada. 
 
 Súmula 696 do Supremo Tribunal Federal: Reunidos os pressupostos legais permissivos da 
suspensão condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, 
dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código 
de Processo Penal. Súmula 723 do Supremo Tribunal Federal: Não se admite a suspensão condicional do processo 
por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento de um sexto 
for superior a um ano. 
 
 
 Súmula vinculante 35  A homologação da transação penal prevista no art. 76 da Lei 9099/95 não 
faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, 
possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de 
denúncia ou requisição de inquérito policial. 
 
 
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20 - Gabarito 
 
 
 
 
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B Certo B Certo B Errado D A D C 
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D B A B D A E Certo Certo E 
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E Certo B A B D A Errado A D 
 
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