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Ascaridíase: parasita intestinal humano

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Ascaridíase 
1. Introdução 
→ Família: Ascarididae; 
→ Subfamília: Ascaridinae; 
→ Espécies de grande relevância médica 
representadas por: 
 Ascaris lumbricoides, parasita intestino 
delgado de humanos; 
 Ascaris suum, parasita intestino delgado de 
suínos. 
→ Estes helmintos são citados com frequência 
devido a ampla distribuição geográfica e 
pelos danos causados aos hospedeiros; 
→ Popularmente conhecidos por lombriga; 
→ Causa doença denominada ascaridíase e, 
menos frequentemente, ascaridose; 
→ Existe controvérsia se a ascaridíase é uma 
zoonose (enfermidade naturalmente 
transmissível entre os animais e o homem) 
ou não. Entretanto, trabalhos mencionam 
que pode haver infecção cruzada, isto é, a 
espécie do suíno pode infectar humanos ou 
vice-versa; 
→ A. lumbricoides ocorre com frequência 
variada em virtude das condições 
climáticas, ambientais e, principalmente, do 
grau de desenvolvimento econômico da 
população; 
2. Morfologia 
→ O estudo morfológico deste parasito deve 
ser feito observando-se as fases evolutivas 
do seu ciclo biológico, isto é, os vermes 
macho e fêmea e o ovo; 
→ As formas adultas são: 
i. Longas; 
ii. Robustas; 
iii. Cilíndricas; 
iv. Extremidades afiladas (cortantes); 
v. Tamanho está na dependência do número 
dos parasitos hospedados e do estado 
nutricional do hospedeiro. 
 
→ Adultos: 20 a 30cm de comprimento;
→ Apresentam cor leitosa;
→ Boca na extremidade anterior, e é 
contornado por três fortes lábios com 
serrilha de dentículos;
→ Posteriormente, segue-se o esôfago e, logo 
após, o intestino;
→ O reto é encontrado na extremidade 
posterior;
→ Apresentam dois espículos que funcionam 
como órgãos acessórios da cópula;
→ Não possuem gubernáculo (parte ou 
estrutura que serve de guia).
 
→ Adultas: 30 a 40cm de comprimento; 
→ São mais robustas que os machos; 
→ Cor, boca e aparelho digestivo semelhantes 
aos do macho; 
→ Apresentam dois ovários, filiformes e 
enovelados. 
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→ Originalmente brancos e adquirem cor 
castanha devido ao contato com as fezes;
→ Grandes, ovais e com cápsula espessa;
→ Membrana externa formada por 
mucopolissacarídeos;
→ Membrana média constituída de quitina e 
proteína;
→ Membrana interna, delgada e impermeável 
à água, constituída de 25% de proteínas e 
75% de lipídios. Essa camada confere 
resistência ao ovo;
→ Internamente, os ovos apresentam uma 
massa de células germinativas;
→ Frequentemente, podemos encontrar nas 
fezes ovos inférteis.
3. Biologia 
 
→ Em infecções moderadas, os vermes 
adultos são encontrados no intestino 
delgado, principalmente no jejuno e no íleo, 
mas, em infecções intensas, podem ocupar 
toda a extensão do intestino delgado; 
→ Podem ficar preso à mucos com o auxílio 
dos lábios ou migrarem para a luz intestinal. 
 
→ Monoxênico: um único hospedeiro; 
→ Cada fêmea fecundada é capaz de depositar, 
por dia, cerca de 200.000 ovos não-
embrionados, que chegam ao ambiente 
juntamente com as fezes; 
→ Os ovos férteis em presença de temperatura 
entre 25ºC e 30ºC, umidade mínima de 70% 
e oxigênio em abundância torna-se 
embrionados em 15 dias; 
→ A primeira larva (L1) forma dentro do ovo. 
Após uma semana, ainda dentro do ovo, 
essa larva sofre muda transformando-se em 
L2 e, em seguida, nova muda 
transformando-se em L3 infectante. Estas 
formas permanecem infectantes no solo por 
vários meses podendo ser ingeridas pelo 
hospedeiro; 
→ Após a ingestão, os ovos contendo a L3 
atravessam todo o trato digestivo e as larvas 
eclodem no intestino delgado. A eclosão 
ocorre graças a fatores ou estímulos 
fornecidos pelo próprio hospedeiro, como: 
i. Presença de agentes redutores; 
ii. pH; 
iii. Temperatura; 
iv. Sais; 
v. E o mais importante, a concentração CO2 
cuja ausência inviabiliza a eclosão. 
→ As larvas, uma vez liberadas, atravessam a 
parede intestinal na altura do ceco, caem 
nos vasos linfáticos e nas veias e invadem o 
fígado entre 18 e 24h após a infecção. Em 
dois a três dias chegam ao coração direito, 
através da veia cava inferior ou superior e 
quatro a cinco dias após são encontradas no 
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pulmão (ciclo de Loss). Cerca de oito dias 
após a infecção, as larvas sofrem muda para 
L4, rompem os capilares e caem nos 
alvéolos, onde mudam para L5. Sobem pela 
árvore brônquica e traqueia, chegando até a 
faringe. Podem então ser expelidas ou 
deglutidas, atravessando o estômago e 
fixando-se no intestino delgado. 
Transformam-se em jovens adultos 20 a 30 
dias após a infecção. Em 60 dias alcançam 
a maturidade sexual, fazem a cópula, 
ovipostura e já são encontrados ovos nas 
fezes do hospedeiro; 
→ Os vermes adultos têm uma longevidade de 
um a dois anos. 
4. Transmissão 
→ Ingestão de água ou alimentos 
contaminados com ovos contendo a L3; 
→ Águas de córregos que são utilizadas para 
irrigação de hortas; 
→ Poeiras, aves e insetos (moscas e baratas) 
são capazes de veicular mecanicamente os 
ovos; 
→ Os ovos de A. lumbricoides têm uma 
grande capacidade de aderência a 
superfícies, ou seja, uma vez presente em 
alimentos, estes ovos não são removidos 
com facilidade por lavagens. 
5. Patogenia 
→ A intensidade das alterações provocadas 
está diretamente relacionada com o número 
de formas presentes no parasito. 
 
→ Em infecções de baixa intensidade, 
normalmente não se observa alterações; 
→ Em infecções maciças encontramos lesões 
hepáticas e pulmonares; 
→ No fígado, podem ser vistos focos 
hemorrágicos e de necrose que futuramente 
tornam-se fibrosados; 
→ Nos pulmões ocorrem vários pontos 
hemorrágicos na passagem das larvas para 
o alvéolo. A migração de larvas pelos 
alvéolos pulmonares, dependendo do 
número de formas presentes, pode 
determinar um quadro pneumônico com 
febre, tosse, dispneia e eosinofilia; 
→ Na tosse produtiva (com muco) o catarro 
pode ser sanguinolento e apresentar larvas 
do helminto; 
→ Estas manifestações geralmente ocorrem 
em crianças e estão associadas ao estado 
nutricional e imunitário das mesmas. 
 
→ Em infecções de baixa intensidade, três a 
quatro vermes, o hospedeiro não apresenta 
manifestação clínica; 
→ Nas infecções médias, 30 a 40 vermes, ou 
maciças, 100 ou mais vermes, podemos 
encontrar as seguintes alterações: 
i. Ação espoliadora: os vermes consomem 
grande quantidade de proteínas, 
carboidratos, lipídios e vitaminas A e C, 
levando o paciente à subnutrição; 
ii. Ação tóxica; 
iii. Ação mecânica: causam irritação na parede 
e podem enovelar-se na luz intestinal, 
levando à sua obstrução; 
iv. Localização ectópica: nos casos de 
pacientes com altas cargas parasitárias e 
com uso impróprio de medicamentos e 
ingestão de alimentos muito condimentados 
o helminto desloca-se de seu hábitat normal 
atingindo locais não-habituais. 
→ É muito comum entre crianças o 
aparecimento de manchas pelo rosto, tronco 
e braços. Tais manchas são popularmente 
denominadas “pano”. 
 | 4 
 
6. Diagnóstico 
→ Clínico: usualmente a ascaridíase é pouco 
sintomática, sendo difícil ser diagnosticada 
em exame clínico; 
→ Laboratorial: pesquisa de ovos nas fezes. O 
método de Kato modificado por Katz é 
bastante eficiente e recomendado pela OMS 
para inquéritos epidemiológicos. Esta 
técnica permite a quantificação dos ovos e 
estima o grau de parasitismo dos 
portadores.

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