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1 Ana Laura Venturinelli- 2025.1 ANTICOAGULANTES, ANTIPLAQUETÁRIOS E FIBRINOLÍTICOS Recordando Cascata de Coagulação Temos 2 vias, a via intrínseca e extrínseca que vão chegar em uma via comum mediante ao fator Xa. Os anticoagulantes vão atuar de certa forma nos fatores de coagulação. Via Intrínseca: Alterações na parede do endotélio ativa o fator XII Ativa o fator XI Ativa o fator IX Ativa o fator VIII Ativa o fator X Via Extrínseca Fator tecidual Ativa fator VII Ativa Fator X Via Comum Fator X estimula a transformação de Protrombina em Trombina. A trombina faz a conversão do Fibrinogênio em Fibrina ANTICOAGULANTES ORAIS O paciente não precisa estar hospitalizado. A preocupação de um anticoagulante é a hemorragia Varfarina É o mais importante anticoagulante oral – mais prescrito Início dos efeitos farmacológicos após 2 dias – lento Mecanismo de Ação 2 Ana Laura Venturinelli- 2025.1 -Impede a redução da vitamina K- inibe de maneira competitiva o componente 1 da vitamina K epóxi-redutase. Logo, se uma pessoa estiver em um quadro hemorrágico pela varfarina o tratamento é a retirada da varfarina e administração de vitamina K -Inibe a carboxilação do ácido glutâmico nos fatores de coagulação II, VII, IX, X Efeitos Indesejáveis Hemorragias- principalmente intestinais e cerebral Teratogenicidade (contraindicação) Interações -Drogas que inibem a função plaquetária (antiinflamatórios): AINES e ASPIRINA -Indutores do metabolismo hepático: GRISEOFULVINA e RIFAMPICINA -Drogas que diminuem a disponibilidade de vitamina K : ATB DE AMPLO ESPECTRO, SULFONAMIDAS Novos Anticoagulantes Orais Surgiram a partir de preocupações do uso da varfarina, como o início de ação lento e as inúmeras interações. Características Início de Ação muito rápido Podem ser administradas em doses fixas por via oral Meia vida curta Sem grandes interações com medicamentos DABIGATRANA Mecanismo de Ação Inibição direta da trombina Antídoto Específico- Se ocorrer quadro hemorrágico Idarucizumabe Eliminação 80% via Renal – Não é indicado para Nefropatas 20% Via hepática- Pode ser usado em hepatopatas Interação Rifampicina Quinidina Amiodanona RIVAROXABANA Mecanismo de Ação 3 Ana Laura Venturinelli- 2025.1 Inibição do fator Xa Antídoto Específico- Se ocorrer quadro hemorrágico AndexXa Eliminação 35%Via Renal – Pode ser usado em nefropatas 65% Via Hepática-Não é indicado para hepatopatas Interação Cetoconazol Ritonavir Rifampicina APIXABANA Mecanismo de Ação Inibição do fator Xa Antídoto Específico- Se ocorrer quadro hemorrágico AndexXa Eliminação 25% Via Renal 75%Via Hepática Interação Cetoconazol Ritonavir Rifampicina EDOXABANA - LIXIANA Muito usado para tratar e prevenir os fenômenos tromboembólicos da COVID Mecanismo de Ação Inibição do fator Xa Antídoto Específico- Se ocorrer quadro hemorrágico AndexXa Eliminação 35% Via Renal 65% Via Hepática Interação Ciclosporina 4 Ana Laura Venturinelli- 2025.1 Cetoconazol ANTICOAGULANTES INJETÁVEIS Usado em pacientes Hospitalizados -Heparina de Alto Peso Molecular- Muito usado no covid -Heparina de Baixo Peso Molecular (LMWH) -Derivados Sintéticos da Heparina -Inibidores Direto da Trombina HEPARINA Possui 2 tipos a de alto peso molecular (não fracionado) e a de baixo peso molecular (fracionada). O que distingue essas heparinas é o mecanismo de ação: HEPARINA DE ALTO PESO MOLECULAR A heparina altera o mecanismo fisiológico de coagulação sanguínea. Mecanismo Fisiológico: Existe um anticoagulante endógeno, a antitrombina, produzido no fígado, que inibe fatores de coagulação para interromper a cascata e impedir a formação de um trombo. Ela interfere no início da via comum, no fator Xa e no final da via comum, na trombina (fator IIa). A heparina aumenta a finidade da antitrombina pelo fator Xa e pela trombina (fator IIa), assim potencializando o efeito anticoagulante no corpo todo. O efeito de anticoagulação é imediato interferindo na cascata no início e no fim. Muito utilizado em cirurgias que precisam de anticoagulação, como em cirurgia cardíacas, cirurgias muito longas Principal efeito adverso: Hemorragia – é necessário fazer avaliação da coagulação sanguínea de tempos em tempos para ver se está dentro do limite. Farmacocinética Via intravenosa e Subcutânea – não é absorvida pela via oral Início de ação imediato Ligação com macrófagos – inativa a heparina, o que torna a meia vida curta Meia vida curta: 40-90 min Não atravessa a placenta **Heparina do pulmão bovino: mais eficaz inibidor de trombina, pode ocasionar trombocitopenia. Monitoração Tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPa) deve ser aumentado em 1,5 a 2,5 vezes do valor normal Efeitos Adversos Osteoporose Alteração da função hepática 5 Ana Laura Venturinelli- 2025.1 Redução da síntese de aldosterona- Diminui a PA, hipotensão Hemorragia – Antídoto: PROTAMINA – alcança no sangue a molécula de heparina e inativa essa molécula. Trombocitopenia- Diminuição de plaquetas após 5-10 dias de tratamento A trombocitopenia é um mecanismo imune, pessoas que usam heparina podem formar um anticorpo chamado IgG-Heparina que quando presenta forma um complexo entre heparina e plaquetas, a agregação de plaquetas podem inclusive formar coágulos e trombos e as plaquetas de certa forma somem as corrente sanguínea por estarem associadas, por isso o fenômeno trombocitopenia O número reduzidos de plaquetas aumentam as chances de gerar um quadro hemorrágico e formar um trombo, devido ao mecanismo imune. Tratamento: Suspender a heparina e substituir por um medicamento parecido (lepirudina, argatroban e bivalirudina). Usos Clínicos Trombose Venosa Embolia Pulmonar Angina IAM Efeito anticoagulante na gravidez Antídoto Protamina- capta a molécula da heparina e tira ela da circulação Protamina pode causar reações anafiláticas- pode ocorrer em pacientes diabéticos que tenham recebido insulina com Protamina HEPARINAS DE BAIXO PESO MOLECULAR -Enoxiparina -Dalteparina -Nadroparina Mecanismo de Ação Se liga na antitrombina e aumenta a afinidade pelo fator Xa e não aumenta pelo fator IIa, tendo assim uma eficácia menor do que a heparina de alto peso. Como esse medicamento aumenta apenas a afinidade por um fator, causa menos hemorragias quando comparado ao uso da heparina de alto peso. Farmacocinética Administração Subcutânea Menor ligação a pt plasmática, não se liga a macrófagos- aumenta a biodisponibilidade Meia via mais longa – 6 a 8h 6 Ana Laura Venturinelli- 2025.1 Eliminação renal – contraindicado para nefropatas Pico de efeito de 3-5h Vantagens -Farmacocinética previsível -Doses subcutâneas fixas, ajustadas por peso -Não requerem monitoramento ou ajuste de dose -Uso ambulatorial -Não são neutralizadas pelo fator IV plaquetário -Baixa incidência a trombocitopenia -Baixo risco de sangramento -Baixo risco de osteoporose o Características Comparativas entre a heparina de alto peso e a de baixo peso -A heparina de baixo peso não se liga a proteínas plasmáticas, células endoteliais, macrófagos e plaquetas como a de alto peso - A HBPM tem a farmacocinética mais previsível, gera menos risco de hemorragia quando comparadas a de alto peso molecular. -Meia vida da HBPM mais longa pois não se liga a células DERIVADOS SINTÉTICOS DA HEPARINA -FONDAPARINUX Mecanismo de ação similar a heparina, aumenta a finidade da antitrombina pelo fator Xa Administrado por via subcutânea Meia vida longa Eliminação urinária in natura, não gera metabólitos Usos Clínicos: Tromboembolismo venoso, principalmente em cirurgias ortopédicas de membros inferiores ecomo alternativa da trombocitopenia mediada pela heparina (HIT) INIBIDORES DIRETO DA TROMBINA -HIRUDINA-LEPIRUDINA -BIVALIRUDINA -ARGATROBANA Mecanismo de Ação Similar da heparina, porém não atuam na antitrombina, se ligam diretamente na trombina (fator IIa). Pode se ligar de maneira irreversível (Lepirudina) ou reversível (Argatrobana) Não interagem com o fator Xa, riscos de hemorragia muito pequeno LEPIRUDINA 7 Ana Laura Venturinelli- 2025.1 Administração Intravenosa Meia vida de 1,5h Excreção renal Uso clínico: pacientes como trombocitopenia ARGATROBAN Administração IV Meia vida de 40-50min Metabolizado pelas CYPs hepáticas e excretado pela vesícula biliar- seguro para nefropatas ANTIPLAQUETÁRIOS Aspirina- Aas Em baixas concentrações ganha afinidade pela cox1 plaquetária. A coz1 plaquetária gera o processo de agregação plaquetária para formas o coágulo, assim se ela está inibida não teremos a formação de coágulo Farmacocinética Absorção no TGI, no duodeno Forma não ionizada no estômago Meia vida depende da dose administrada e do tempo de administração Duração de ação não está diretamente ligada a meia vida plasmático devido à natureza irreversível da ação Usos Clínicos: Pacientes pós IAM 8 Ana Laura Venturinelli- 2025.1 AVC Após cirurgias coronarianas Nova estenose após angioplastia ou trombolise Crise isquêmica transitória Efeitos Adversos Hemorragia rara Irritação gastrointestinal- raro, dose-dependente Hipersensibilidade – mais comum Ticlopidina e Clopidogrel Inibe a ativação plaquetária ADP dependente através de metabólito ativo Não inibe por tramboxano e sim por um mecanismo chamado ADP dependente. Temos um recepto chamado P2Y12 que é ativado pelo ADP plaquetário, que é um receptor de sinalização. Quando o ADP se ligam nesses receptores nas plaquetas, as plaquetas ganham afinidade entre si, formando um coágulo. O AAS afeta em apenas uma das vias de agregação, o Clopidogrel e Ticlopidina interfere em outra via, a via ADP dependente TICLOPIDINA Inibição máxima das plaquetas dentro de 8 a 11 dias após a terapia Associado com aspirina são necessários 4 a 7 dias para obter a inibição das plaquetas Profarmaco- exige a conversão em metabólitos tióis ativos no fígado Efeitos Adversos Náuseas, vômitos, diarreias Trombocitopenia e neutropenia Hemorragia e púrpuras- raros CLOPIDOGREL Interação com estatina Muito usado, principalmente em pacientes cardíacos Superioridade do Clopidogrel em relação ao tratamento prolongado por apresentar menor frequência de efeitos hematológicos É usado em doses menores do que a Ticlopidina Usos Clínicos AVC IAM Associação com aspirina na prevenção de trombose do Stent durante até 30 dias após a colocação 9 Ana Laura Venturinelli- 2025.1 Tirofiban, Abciximab, Eptifibatide Inibem toda a via de ativação das plaquetas Interfere na principal proteína sinalizadora de agregação plaquetária, a GP IIB IIIA, quando ela está ativa, a eficácia na agregação aumenta exponencialmente, formando coágulos rapidamente. Esses medicamentos inibem diretamente, são antagonistas da GP IIB IIIA. São os mais eficazes. Usos Clínicos Pacientes submetidos a angioplastia coronariana Síndrome coronariana instável Prevenção de trombose durante hemodiálise EPTIFIBATIDE Bastante usado para reduzir eventos isquêmicos que vão passar por CAT- Intervenção coronariana percutânea Usados também em casos de angina instável ABCIXIMAB Anticorpo monoclonal Ligação irreversível Meia vida de 18-24h na plaqueta, como a infusão é feita em dose única, depois de 10 dias a Abciximab vai estar extinto do corpo pois produziu novas plaquetas A utilização diminui os eventos isquêmicos tanto a curto como a longo prazo Usados em infusão, a eficácia cai com uma segunda infusão TIROFIBAN Efeitos muito parecidos com Eptifibatide 10 Ana Laura Venturinelli- 2025.1 FIBRINOLÍTICOS Promovem fibrinólise, atuam na rede de fibrina no final da coagulação. Esses medicamentos ativam o plasminogênio que forma plasmina que é responsável por dissolver a rede de fibrina. A rede de fibrina é responsável pela sustentação do coágulo. Então, o coágulo perde a sustentação e acaba se dissolvendo. ESTREPTOQUINASE Pouco usado pois é uma proteína de streptococcos que ativa plasminogênio- se a pessoa estiver proteína contra proteínas streptococica, esse fármaco não vai fazer efeito. Administração: Infusão IV Meia vida de 40 – 80 minutos Ação bloqueadora por anticorpos antiestreptocócicoa Muito antigênico UROQUINASE Ativa o plasminogênio Meia vida curta – 15 a 20 min Administração: Infusão IV, seguida de dose de manutenção ALTEPLASE Tenecteplase (meia via longa injeção IV) Reteplase (meia vida mais longa – 2 injeções IV diretas- intervalo de 30 minutos) São os mais usados Ativadores do plasminogênio tecidual recombinante (t-PA) Alteplase Meia vida de 5 a 8 min Administração por injeção IV durante 1 a 2 min seguida de infusão IV durante 3 horas Não possui reações de hipersensibilidade 11 Ana Laura Venturinelli- 2025.1 Risco de hemorragia muito baixo Usos Clínicos IAM AVC isquêmico Tromboemolia arterial aguda Efeitos colaterais Sangramento – muito raro Reações alérgicas- estreptoquinase Contra Indicações Até 10 dias após cirurgias – por conta do processo de cicatrização Sangramento do TGI por mais de 3 meses Alterações hemorrágicas Antifibrinolítico Ácido Tranexânico – Inibe a ativação do plasminogênio Usos Clínicos Sangramentos Hiperplasminesia- causada por Superdosagem de agente fibrinolíticos
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