Buscar

SENTENCA E RECURSO CIVIL - MODULO 1 CONTEUDO 2 - UNIP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/19
 
1. CONCEITO DE RECURSO
 É o direito da parte requerer, antes de formada a coisa julgada, em uma relação processual
em curso, a reforma, invalidação ou esclarecimento de uma decisão judicial. Podemos dizer que
os recursos podem ser considerados como uma extensão do próprio direito de ação ou de defesa.
 Advirta-se que só é cabível recurso de processos que estejam em andamento. Se o
processo já foi encerrado e sobre ele já ocorreu a coisa julgada, só se pode impugnar tais
decisões em situações muito específicas através de ações impugnativas próprias tais como a ação
rescisória, a ação anulatória, a ação declaratória de inexistência de relação jurídica (actio ou
querela nullitatis) e o mandato de segurança.
 
2. FUNDAMENTOS DO DIREITO DE RECORRER
 A doutrina costuma mencionar que os fundamentos filosóficos do direito de recorrer
encontram sua sede no inconformismo e na falibilidade do ser humano, assim como na
possibilidade de abuso de poder.
 Vejamos:
 a) Inconformismo humano: aquele que é vencido em uma demanda tende a não aceitar
aquela decisão como definitiva, logo a possibilidade de ter uma outra chance de obter uma nova
manifestação aquieta o espírito humano.
 b) Falibilidade humana: é sempre possível que erros sejam cometidos no julgamento de
qualquer questão, posto que não existe uma máquina de julgar e toda decisão é tomada por
pessoas que estão sujeitas a cometerem erros, logo a possibilidade de reapreciação da questão
também diminui a possibilidade de equívocos serem perpetuados.
 c) Abuso de poder: é sempre possível que a decisão prejudicial à parte tenha sido fruto de
dolo do seu julgador, de intenção deliberada de prejudicar, logo a possibilidade de revisão por
outro órgão julgador mantém a higidez do sistema, zelando por sua correição.
 
3. PRINCÍPIOS GERAIS DOS RECURSOS
 
 a) Duplo grau de jurisdição: Consiste no direito da parte vencida ou prejudicada obter
do órgão jurisdicional uma nova apreciação da questão decidida. É princípio constitucional
implícito tendo em visa a previsão de órgãos de primeira e segunda instância na Justiça
brasileira.
 Quer dizer, este princípio não se encontra de forma expressa na Constituição Federal,
porém ele decorre da própria lógica do sistema que prevê a existência de tribunais com a
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/19
finalidade de julgar recursos contra decisões judiciais de órgãos de instâncias inferiores (ver CF,
art. 5°, LV, parte final; art. 102, II e III; art. 105, II e III; e, art. 108, II).
 A justificativa para a existência desse princípio é de natureza política e social, tendo em
vista que nenhum ato estatal pode ficar fora de controle. Há também um caráter nitidamente
moral, pois o juiz sabendo que seu ato pode ser submetido a nova apreciação, tende a ser mais
responsável nas suas decisões.
 b) Taxatividade: consiste no fato de que a existência de um recurso está vinculada a sua
previsão expressa pelo sistema. As partes não podem se valer de recursos “implícitos” e que não
estejam literalmente previstos em lei, assim, quando um advogado formula um “pedido de
reconsideração” ao juiz na verdade não está recorrendo de sua decisão, pois este recurso não
existe no ordenamento processual (ressalvada a hipótese dos Códigos de Organização Judiciária
dos estados criarem em seus Regimentos Internos um recurso que tenha essa denominação).
 c) Unirrecorribilidade ou singularidade: para cada hipótese processual existe apenas
um recurso cabível, não sendo possível a utilização de mais de um recurso para a mesma
hipótese fática e mesmo objetivo, simultaneamente.
 d) adequação: o recurso manejado pela parte deve ser o recurso indicado pelo
ordenamento jurídico, ou seja, o recurso correto segundo a lei. Assim sendo se a lei afirma que
em face da sentença caberá para pedido de reforma o recurso de apelação, não posso usar o
recurso de agravo.
 e) Fungibilidade: na hipótese de erro escusável (aquele que pode ser perdoado diante
das circunstâncias) sobre qual seria o recurso adequado, e desde que o prazo do recurso certo
ainda não tenha se expirado é possível que o julgador receba o recurso inadequado como se fora
o recurso certo, tendo em vista a inexistência de má-fé ou prejuízo na hipótese. Esse princípio foi
recepcionado pelo Novo Código de Processo Civil, a partir da regra interpretativa da primazia (ou
preponderância) da análise de mérito, prevista em seu art. 4º, que busca o máximo
aproveitamento da atividade processual. Um exemplo disso é o que está expressamente previsto
no art. 1.024, § 3º: o “órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo
interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do
recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a
ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º”.
 f) Vedação à “reformatio in pejus”: quando apenas uma das partes recorre de uma
decisão interlocutória ou sentença, o julgamento do recurso não pode prejudicar o recorrente no
sentido de colocá-lo em situação de desvantagem em relação ao estado anterior.
 
4. ATOS SUJEITOS A RECURSO
 No sistema processual brasileiro, as decisões interlocutórias e as sentenças em primeira
instância, e as decisões monocráticas e os acórdãos em segunda instância são atos judiciais
recorríveis.
 Vejamos:
 a) decisão interlocutória: ato judicial em que o magistrado examina um pedido ou
questão incidente, sem que este exame acarrete a extinção do processo.
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/19
 b) sentença: ato judicial de juízo monocrático que implica na extinção do processo seja
com resolução do mérito (art. 487, CPC/15) ou mesmo sem a resolução do mérito (art. 485,
CPC/15).
 c) decisão monocrática: ato judicial proferido por um único membro de um órgão
colegiado. Exemplo: o relator de uma ação rescisória no Tribunal indefere a juntada de um
documento aos autos.
 d) acórdão: ato judicial de órgão colegiado, que julga recurso ou ação originária de
segunda instância.
 Atenção: O nosso Código de Processo Civil, prevê expressamente, em seu artigo art.
1.001, que os despachos ordinatórios são irrecorríveis, assim considerados os atos judiciais
que apenas dão andamento ao processo, sem conteúdo decisório e sem qualquer potencial lesivo
às partes.
 
5. TÉCNICAS DE JULGAMENTO
 Denominamos de técnicas de julgamento as análises que serão realizadas pelo Poder
Judiciário em torno do recurso interposto.
 Essa análise é dividida em duas fases, uma fase preliminar (juízo de admissibilidade) e
uma fase nuclear (juízo de mérito).
 Vejamos:
 a) juízo de admissibilidade (conhecimento/recebimento ou não): consiste na
análise de requisitos formais, sem os quais o órgão julgador está impedido de apreciar o mérito
do recurso. Exemplo: a tempestividade do recurso é uma análise que pertence ao juízo de
admissibilidade dos recursos, portanto, diz-se que um recurso intempestivo sequer é “conhecido”
ou “recebido”.
 O juízo de admissibilidade em alguns recursos será realizado por duas vezes, sendo
procedido pelo órgão jurisdicional que recebe o recurso e posteriormente renovado pelo órgão
julgador.
 
 b) juízo de mérito (provimento ou não): consiste na análise das razões recursais, ou
seja, nos motivos do inconformismo do recorrente, ou seja, os fundamentos apontados para
reforma, anulação ou esclarecimento. Em outras palavras, quando tais fundamentos não são
suficientespara que o recorrente atinja seus objetivos, diz-se que foi negado provimento ao
recurso ou que o recurso não foi provido. Exemplo: recorri da sentença alegando que o valor da
condenação é excessivo, se o Tribunal entender que o valor é razoável, embora tenha recebido o
recurso (porque passou pelo juízo de admissibilidade) no mérito negará provimento.
 
 
6. SUCEDÂNEOS DE RECURSOS
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/19
 
 Apesar da existência do princípio da taxatividade, a doutrina e a jurisprudência reconhecem
a existência de figuras similares aos recursos que também podem conseguir alterar resultados de
julgamentos. Porém, por não estarem previstos expressamente como recursos, são chamados de
sucedâneos de recursos.
 São mecanismos processuais que, da mesma forma que os recursos, objetivam a reforma,
invalidação, esclarecimento ou mesmo a integração da decisão judicial, mas que por não estarem
presentes todos os caracteres recursais, não podem ser chamados de recursos, pois lhes falta
voluntariedade ou mesmo previsão legal.
 Os sucedâneos recursais têm natureza jurídica de mero incidente processual e, dentre estes
podemos destacar: o mandado de segurança; a ação rescisória; os embargos de terceiros; o
reexame necessário, etc.
 
7. PRESSUPOSTOS PARA UM JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE POSITIVO
 Pressupostos de admissibilidade dos recursos são os requisitos a serem cumpridos pelo
recorrente, a fim de que sua petição de recurso seja recebida para posterior exame de mérito
junto ao órgão julgador.
Para feito de estudos, dividmos em pressupostos subjetivos e objetivos, vejamos.
 
7.1 PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS
 Os pressupostos subjetivos são aqueles que dizem respeito às partes na relação processual.
 a) interesse: é necessário que a parte recorrente demonstre a necessidade e utilidade do
recurso manejado, posto que assim demonstrará o seu interesse jurídico em recorrer.
a-1) recurso contra motivação: como regra, não é admissível o recurso manejado exclusivamente
para tentar alterar a fundamentação da sentença, até mesmo porque, em regra, a motivação não
faz coisa julgada (art. 504, CPC/15). 
a-2) necessidade de sucumbência: a sucumbência, ou seja, a derrota do recorrente em algum
aspecto da sentença, demonstra o seu interesse de recorrer, haja vista ter auferido um prejuízo,
ainda que este exista em alguma questão acessória, como por exemplo, honorários, custas, etc...
 b). legitimidade: a legitimidade diz respeito a pertinência entre a figura do recorrente e o
sujeito que sofreu alguma espécie de prejuízo no ato judicial contra o qual se recorre. Dessa
forma podem recorrer as partes, o terceiro interessado e o membro do Ministério Público, nas
ações onde sua intervenção seja obrigatória, caso o interesse que deve proteger esteja sendo de
alguma forma lesado (art. 178, CPC/15). Exemplo: a sogra, por mais inconformada que esteja,
não pode interpor recurso contra a sentença que determinou o divórcio de sua filha e de seu
genro.
 
7.2 PRESSUPOSTOS OBJETIVOS
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/19
 Pressupostos objetivos são aqueles que dizem respeito ao ato judicial contra o qual se
recorre.
 a) recorribilidade: como outrora já dito, em primeira instância apenas as decisões
interlocutórias e as sentenças serão passíveis de recurso, sendo irrecorríveis os despachos
ordinatórios (art. 1.001, CPC/15).
 Caso ocorra dúvida quanto ao enquadramento do ato jurisdicional (principalmente se trata-
se de decisão interlocutória ou mero despacho), podemos levar em conta a sua repercussão no
interesse da parte, pois havendo prejuízo estamos sempre tratando de decisão interlocutória,
caso contrário será mero despacho ordinatório, pois estes conceitualmente não podem acarretar
danos.
 Devemos observar também que há outros casos em que a lei expressamente determinou
que algumas decisões serão irrecorríveis, razão pela qual ainda que se enquadrem no conceito de
decisão interlocutória, sentença ou acórdão, estarão excluídas da recorribilidade. Exemplo: a
decisão do Supremo Tribunal Federal que entende inexistir repercussão geral é irrecorrível,
conforme disposto no caput do art. 1.035 do CPC/15.
 b). tempestividade: todos os recursos possuem prazos estabelecidos na lei, sendo sua
observância obrigatória (ver art. 1.003, § 5º, CPC/15).
 Assim a apelação bem como os demais recursos deverão ser interpostos no prazo de 15
dias úteis (art. 1.003, § 5º c/c art. 219 do CPC/15). Excetua-se desse prazo os embargos de
declaração que devem ser interpostos no prazo de 5 dias (art. 1.023, CPC/15).
 Lembramos que há hipóteses em que os prazos devem ser contados em dobro, como ocorre
no litisconsórcio, quando os litisconsortes estão assistidos por patronos distintos (art. 229, caput,
CPC/15), bem como na hipótese da Fazenda Pública e Ministério Público (art. 180 c/c art. 183,
CPC/15) e para a Defensoria Pública (art. 186, CPC/15).
 Os prazos recursais serão contados na forma do artigo 224, do CPC, ou seja, exclui-se o
primeiro dia, conta-se sempre a partir do primeiro dia útil e termina-se a contagem também em
dia útil, entretanto o termo inicial poderá ser o da leitura da sentença, se esta foi proferida em
audiência ou a intimação das partes se esta não ocorreu em audiência ou ainda da publicação do
dispositivo da sentença ou do acórdão no órgão oficial (ver arts. 224 e 1.003 do CPC/15).
 Lembramos ainda que se durante o prazo recursal ocorrer o falecimento da parte ou do
advogado, ou ocorrer motivo de força maior que suspenda, nos termos da legislação, o processo,
ocorrerá a restituição do prazo a parte recorrente, sempre após intimação para tanto (art. 1.004,
CPC/15).
 c) adequação (o recurso “certo”): é fundamental que a parte recorrente se utilize do
recurso correto para cada situação, exigindo-se perícia do advogado para aplicar o ordenamento
jurídico da forma correta. Assim, por exemplo, em havendo uma decisão interlocutória que negue
um pedido de justiça gratuita, sabe-se que o recurso adequado será o de agravo de instrumento
(art. 1.015, V, CPC/15), desse modo, o advogado não pode utilizar o recurso de apelação, posto
que inadequado à situação.
 d) preparo: alguns recursos exigem que a parte recorrente recolha aos cofres públicos
custas específicas para essa situação às quais a lei chama de “preparo” do recurso. O Ministério
Público, a União, os Estados, os Municípios e suas autarquias são isentos legalmente de preparo
(art. 1.007, § 1°, CPC/15). 
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/19
 Além do preparo há recursos que exigem também o recolhimento de uma taxa equivalente
a “porte de remessa e retorno”, que é o valor correspondente ao envio dos autos ao órgão
julgador do recurso, bem como seu posterior retorno.
 O preparo deve ser recolhido integralmente, entretanto se for recolhido a menor, o
recorrente deve ser intimado a complementá-lo, circunstância em que se não o fizer em 5
(cinco) dias, será julgado DESERTO, ou seja, o recurso NÃO SERÁ RECEBIDO (art. 1.007,
§ 2°, CPC/15).
 A DESERÇÃO do recurso é penalidade que deve desde logo ser aplicada pelo órgão
jurisdicional a exercitar em primeiro plano o juízo de admissibilidade. Assim sendo na hipótese de
apelação, em que há juízo de admissibilidade feito em primeira instância, o próprio juiz declarará
o recurso deserto e com isso impedirá que os autos sejam remetidos ao Tribunal, salvo se a parte
agravar dessa decisão, a fim de que o recurso suba ao Tribunal.
 e) forma (regularidade e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direitoa
recorrer): o respeito a forma prevista em lei é também requisito de admissibilidade do recurso
na medida em que a legislação aplicável a exija. Assim, o recurso de apelação só possui a forma
escrita, não sendo admissível sua interposição oral, ainda que a sentença tenha sido proferida em
audiência.
 Neste tópico também analisamos a regularidade formal do recurso pela inexistência de
fatos impeditivos ou extintivos do direito de recorrer, vejamos:
e.1) Desistência: ato através do qual o recorrente, após a interposição do recurso, manifesta-se
no sentido de que não pretende o julgamento do recurso (art. 998, CPC/15).
e.2) Renúncia: ato através do qual antes de recorrer, a parte prejudicada, que teria em tese
legitimidade para recorrer, manifesta o seu desinteresse em fazê-lo. Esse desinteresse pode ser
manifestado expressa ou tacitamente (art. 999, CPC/15). Advirta-se ainda que a renúncia pode
ser expressa, quando por petição a parte renúncia ao direito de recorrer (se ambas as partes
renunciarem ao recurso, o que é comum em acordos, o trânsito em julgado ocorrerá
antecipadamente, por ocasião da sentença homologatória) ou tácita, quando a parte pratica
algum ato que logicamente está em oposição ao interesse de recorrer, dando causa a preclusão
lógica (exemplo: a parte ao tomar ciência da sentença que lhe foi desfavorável cumpre a ordem
judicial sem ressalvas – ver art. 1.000, CPC/15).
e.3) Perda do objeto: acontece quando um evento posterior faz com que o julgamento de
mérito do recurso deixe de ser necessário. Exemplo: o agravo de instrumento contra decisão
interlocutória que tenha negado liminar para permitir o tratamento de saúde do recorrente,
quando em seguida o paciente falece.
 
8. PROCESSAMENTO DOS RECURSOS
 Em segunda instância, a regra é a de que só o colegiado fará o julgamento do recurso,
sendo necessário, no mínimo três magistrados para que seja proferida decisão.
 Dentre esses três magistrados, um deles será designado como Relator do recurso e terá por
função elaborar o relatório dos autos, assim como decidir questões urgentes, sendo também o
primeiro a proferir o voto.
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/19
 Por exceção o RELATOR PODERÁ JULGAR sozinho, em decisão monocrática, quando
o recurso for inadmissível, prejudicado ou não tenha impugnado especificamente os fundamentos
da decisão recorrida (art. 932, III, CPC/15), e também negar provimento ao recurso que for
contrário a jurisprudência dominante dos tribunais superiores (art. 932, IV), vejamos:
 a) Recurso seja manifestamente inadmissível: hipótese em que a parte recorrente não
cumpriu os pressupostos de admissibilidade do recurso e por isso este não deve ser sequer
recebido para exame. Exemplo: recurso para o qual não houve preparo ou recurso intempestivo.
 b) Recurso Prejudicado: hipótese em que fato posterior fez com que o recurso perdesse
o seu objeto. Exemplo: a transação entre as partes.
 c) Recurso que não tenha impugnado os fundamentos da decisão: hipótese em que
o fundamento do recurso é genérico, sem especificar de maneira clara os fundamentos que
contraria a decisão recorrida.
 d) Recurso está em confronto com Súmula, jurisprudência dominante no Tribunal,
no STF ou outro Tribunal Superior. Se a decisão recorrida está em confronto com
jurisprudência consolidada dos tribunais superiores, não se deve deixar prosperar a irresignação
porque já é previsível o que ocorrerá quando o recurso chegar àquele tribunal. Se dessa decisão
o recorrente não se conformar, poderá interpor agravo interno para que o colegiado possa
apreciar o acerto ou desacerto da decisão monocrática
 e) Recurso em confronto com acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou
pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos. Se já há
decisão proferida em julgamento de casos repetitivos, não tem sentido deixar prosseguir um
recurso do qual já se sabe qual o seu desfecho. Seria um contra senso, um desperdício de tempo,
enfim, uma inutilidade.
 f) Recurso em confronto com entendimento firmado em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de assunção de competência. Da mesma forma que o
argumentado acima.
 Das decisões proferidas pelo Relator caberá RECURSO DE AGRAVO INTERNO para o
colegiado, no prazo de 15 (cinco) dias, mas se este recurso for considerado procrastinatório, por
ser manifestamente inadmissível ou infundado, o Tribunal condenará o recorrente em multa de
1% (um por cento) a 5% (cinco por cento) do valor da causa, condicionado qualquer
outro recurso ao pagamento desta (art. 1.021, caput e § 4°, CPC/15).
 Lembramos também que com o advento da antecipação de tutela, o relator do recurso
também poderá utilizar o chamado EFEITO ATIVO, que consiste em conceder ou deferir por
liminar aquilo que foi negado em primeira instância pelo ato judicial recorrido. Exemplo: se o
autor de uma ação pede liminar ao juiz para evitar que seu nome seja inserido no SCPC e o juiz
nega, pode ser interposto agravo de instrumento e o relator poderá conceder o efeito ativo a fim
de determinar que não seja feita qualquer restrição ao crédito do recorrente (art. 1.019, I,
CPC/15).
 Todo acórdão conterá ementa, que é uma suma das considerações que se pode extrair do
julgamento. Uma vez lavrado o acórdão suas conclusões serão publicadas no órgão oficial em até
10 (dez) dias (art. 943, CPC/15).
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/19
Exercício 1:
No tocante aos fundamentos que justificam o direito de recurso, Gabriel Rezende Filho chega a
afirmar que psicologicamente o recurso corresponde a uma irresistível tendência humana, tendo
em vista que ninguém, via de regra, se conforma com o juízo ou parecer de uma primeira
pessoa, todos buscam uma segunda opinião. Afirma ainda aquele mestre que a origem dos
recursos se funda em duas premissas: reação natural do homem que não se sujeita a um único
julgamento e, a possibilidade de erro ou má-fé. Dentre as assertivas abaixo, assinale a correta:
(I) Em geral, a finalidade do recurso é buscar a reforma ou modificação da matéria decidida em
um determinado grau através do reexame que será procedido pelo órgão hierarquicamente
superior.
(II) O maior objetivo do recurso é atingir o ideal de justiça, tendo em vista que o só fato de o
juiz saber que sua sentença pode ser reexaminada por um tribunal superior, obriga-o a ser mais
cuidadoso e justo em suas decisões.
(III) Todo recurso deverá, obrigatoriamente, ser submetido a apreciação de seu mérito tendo em
vista que se a parte recorreu, ela tem direito a um pronunciamento sobre o direito posto em
apreciação, independente de qualquer juízo de admissibilidade.
 
 
A)
A) Somente (I) está correta.
 
B)
B) Somente (II) está correta.
 
C)
C) Somente a (III) está correta.
 
D)
D) Somente (I) e (II) estão corretas
 
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/19
E)
E) Somente (II) e (III) estão corretas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Exercício 2:
Dentre os vários princípios que norteiam o processo civil podemos destacar os seguintes:
(I) duplo grau de jurisdição: consiste no direito da parte vencida ou prejudicada obter do órgão
jurisdicional uma nova apreciação da questão decidida. É princípio constitucional implícito tendo
em visa a previsão de órgãos de primeira e segunda instância na Justiça brasileira.
(II) fungibilidade: na hipótese de erro escusável (aquele que pode ser perdoado diante das
circunstâncias) sobre qual seria o recurso adequado, e desde que o prazo do recurso certo ainda
não tenha se expirado é possível que o julgador receba o recurso inadequado como sefora o
recurso certo, tendo em vista a inexistência de má-fé ou prejuízo na hipótese.
(III) vedação à “reformatio in pejus”: quando apenas uma das partes recorre de uma decisão
interlocutória ou sentença, o julgamento do recurso não pode prejudicar o recorrente no sentido
de colocá-lo em situação de desvantagem em relação ao estado anterior.
 
 
 
A)
Somente (I) está correta.
 
B)
Somente (II) está correta.
 
C)
Somente (III) está correta.
 
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 10/19
D)
Somente (II) e (III) estão corretas.
 
E)
Todas estão corretas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 3:
Na hipótese de erro escusável (aquele que pode ser perdoado diante das circunstâncias) sobre
qual seria o recurso adequado, e desde que o prazo do recurso certo ainda não tenha se expirado
é possível que o julgador receba o recurso inadequado como se fora o recurso certo, tendo em
vista a inexistência de má-fé ou prejuízo na hipótese. Esta descrição corresponde ao princípio:
 
 
A)
da tempestividade
 
B)
da unirrecorribilidade
 
C)
do preparo
 
D)
da fungibilidade
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 11/19
 
E)
da publicidade
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Exercício 4:
Apesar da existência do princípio da taxatividade, a doutrina e a jurisprudência reconhecem a
existência de figuras similares aos recursos que também podem conseguir alterar resultados de
julgamentos. Por não estarem previstos expressamente como recursos, são chamados de
sucedâneos de recursos. Nesse sentido, não é sucedâneo de recurso:
 
 
A)
Mandado de segurança
 
B)
Agravo de instrumento
 
C)
Ação rescisória
 
D)
Embargos de terceiros
 
E)
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 12/19
Nenhuma das respostas está correta
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Exercício 5:
Todos os recursos se sujeitam a um juízo prévio de admissibilidade pelo qual o órgão julgador irá
verificar de sua regularidade formal. Nesse sentido, são pressupostos objetivos analisados nessa
fase:
 
 
A)
Cabimento
 
B)
Tempestividade
 
C)
Regularidade formal
 
D)
Preparo
 
E)
Todas estão corretas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 13/19
Exercício 6:
A deserção é:
 
 
A)
Perda do prazo recursal
 
B)
O acolhimento do pedido recursal
 
C)
O improvimento do pedido recursal
 
D)
A penalidade por não recolhimento do preparo recursal
 
E)
O reconhecimento da prescrição do direito material, em segunda instância
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Exercício 7:
Leia as assertivas abaixo, assinale no gabarito de resposta a correta:
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 14/19
(I) Em geral, a finalidade do recurso é buscar a reforma ou modificação da matéria decidida em
um determinado grau através do reexame que será procedido pelo órgão hierarquicamente
superior.
(II) O maior objetivo do recurso é atingir o ideal de justiça, tendo em vista que o só fato de o
juiz saber que sua sentença pode ser reexaminada por um tribunal superior, obriga-o a ser mais
cuidadoso e justo em suas decisões.
(III) Todo recurso deverá, obrigatoriamente, ser submetido a apreciação de seu mérito tendo em
vista que é de se pressupor seja ele admissível.
 
 
A)
Somente (I) está correta.
 
B)
Somente (II) está correta.
 
C)
Somente a (III) está correta.
 
D)
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
E)
Somente (II) e (III) estão corretas. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 15/19
Exercício 8:
Podemos definir recurso como sendo o remédio voluntário e idôneo pelo qual se busca, dentro do
mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração da decisão judicial
impugnada. Tendo em vista este conceito, leia as proposições abaixo e assinale no quadro a
resposta correta.
(I) É voluntário porque ninguém é obrigado a recorrer. Assim, somente poderá recorrer da
decisão a parte que tenha se conformado, no todo ou em parte, com a decisão prolatada,
buscando sua reforma.
(II) Por idôneo entenda-se que é preciso existir, na ordem processual, um recurso apto e
adequado à modificação pretendida.
(III) Dizemos no mesmo processo, porque o recurso é parte do próprio processo em andamento,
correspondendo, a bem da verdade, a uma nova fase processual.
 
 
A)
Somente (I) está correta.
 
B)
Somente (II) está correta.
 
C)
Somente a (III) está correta.
 
D)
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
E)
Somente (II) e (III) estão corretas.
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 16/19
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 9:
Em relação aos recursos, é incorreto afirmar:
 
A)
O rol dos recursos previstos no sistema processual civil é taxativo, não se admitindo ampliações
não estabelecidas expressamente.
B)
O princípio da singularidade é aquele pelo qual cada decisão judicial só é atacada por um único
tipo de recurso, defeso à parte ou ao interessado interpor mais de um tipo de recurso contra a
mesma decisão.
C)
O princípio da fungibilidade recursal é aquele pelo qual se permite a troca de um recurso por
outro, ou seja, atendidos a certos requisitos o tribunal pode conhecer do recurso erroneamente
interposto.
D)
A proibição da reformatio in pejus envolve inclusive as questões de ordem pública que devem ser
examinadas de ofício pelo tribunal como decorrência do efeito translativo recursal.
E)
Entre outros, são requisitos de admissibilidade dos recursos a tempestividade, a legitimidade e o
interesse recursais, a regularidade formal e o preparo.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Exercício 10:
É irrecorrível o ato judicial que:
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 17/19
 
 
A)
Indefere o pedido de gratuidade de justiça
 
B)
Condena o autor em litigância de má-fé
 
C)
Julga procedente o pedido do autor
 
D)
Reconhece a ocorrência de prescrição
 
E)
Determina a intimação das partes para comparecerem a audiência
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 11:
Tratando-se de recurso adesivo se pode afirmar que:
(I) É um tipo especial de recurso, cabível somente nos casos em que haja sucumbência
recíproca, quando uma das partes, tendo se conformado com a decisão, deixa de interpor o
recurso próprio no momento oportuno, vindo a ser surpreendido pela parte contrária, que
interpõe o seu próprio recurso no prazo que era comum a ambos.
(II) É cabível nos recurso de apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial.
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 18/19
(III) No tocante à legitimidade de propositura somente autor e réu podem interpor tal recurso,
não sendo legitimados o MP nem o terceiro interessado.
 
 
A)
Somente (I) está correta.
 
B)
Somente (II) está correta.
 
C)
Somente (III) está correta.
 
D)
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
E)
Todas estão corretas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 12:
Embora a regra sejade que o julgamento do recurso no Tribunal será realizado pelo colegiado,
há exceções porque em algumas situações o Relator poderá julgar sozinho, em decisão
monocrática, quando:
(I). Recurso seja inadmissível: hipótese em que a parte recorrente não cumpriu os pressupostos
de admissibilidade do recurso e por isso este não deve ser sequer recebido para exame.
01/06/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 19/19
(II). Recurso Prejudicado: hipótese em que fato posterior fez com que o recurso perdesse o seu
objeto.
(III). Recurso está em confronto com Súmula, jurisprudência dominante no Tribunal, no STF ou
outro Tribunal Superior.
 
 
A)
Somente (I) está correta.
 
B)
Somente (II) está correta.
 
C)
Somente (III) está correta.
 
D)
Somente (II) e (III) estão corretas
 
E)
Todas estão corretas
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)

Outros materiais