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O juiz no processo civil

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O juiz no processo civil 1
⚖
O juiz no processo civil
Revisado
Column
O CPC dedica os arts. 139 a 148 ao juiz, tratando dos seus poderes, deveres e 
responsabilidades. Cuida, ainda, da suspeição e do impedimento.
O juiz não se confunde com o juízo. Este é o órgão jurisdicional competente 
para julgar determinada causa, enquanto aquele é a pessoa a quem é atribuída 
a função jurisdicional.
O juiz dirige o processo, aplicando, junto com seus auxiliares, as normas 
processuais e ponderando, com imparcialidade, as informações trazidas pelas 
partes.
Impedimento do juiz
No impedimento, a participação do juiz em determinado processo é proibida. 
Seus atos decisórios são nulos, independentemente de prova de prejuízo.
Aplica-se tanto a juízes singulares quanto a juízes de órgãos colegiados.
O juiz deverá afastar-se de ofício, podendo também qualquer das partes 
requerer o seu afastamento. Caso o afastamento não seja pedido, a sentença 
O juiz no processo civil 2
terá nulidade absoluta, podendo haver propositura de ação rescisória, 
conforme o art. 966, II.
O impedimento deve ser alegado no prazo de 15 dias, a contar da data de 
conhecimento de sua causa, conforme o caput do art. 146. O impedimento 
pode ser alegado a qualquer tempo, mas o incidente de impedimento deve ser 
suscitado por petição apresentada no prazo de quinze dias, a contar da ciência 
de sua causa. Ultrapassado esse prazo, o impedimento ainda pode ser 
alegado, mas não mais como incidente em separado, que pode suspender o 
processo, caso o relator lhe atribua esse efeito.
Se o fato causador do impedimento só vier à luz depois de prolatada a 
sentença, a medida adequada será recorrer dela, suscitando a sua nulidade, 
por ter sido proferida por juiz parcial. Mas se tiver já transitado em julgado, 
restará apenas propor ação rescisória.
Hipóteses de impedimento
São trazidas no art. 144, e são objetivas, de fácil constatação:
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer 
suas funções no processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como 
perito, funcionou como membro do Ministério Público ou 
prestou depoimento como testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo 
proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, 
advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou 
companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, 
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica 
quando o defensor público, o advogado ou o membro do 
Ministério Público já integrava o processo antes do início da 
atividade judicante do juiz.
O juiz no processo civil 3
Conforme os dois dispositivos anteriores, o juiz só ficará impedido se ele se 
tornar o julgador da ação após a pessoa com afinidade já estar no processo. Se 
o juiz for quem já estava no processo anteriormente, quem estará impedido 
será a pessoa com afinidade.
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica 
no caso de mandato conferido a membro de escritório de 
advocacia que tenha em seus quadros advogado que 
individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo 
que não intervenha diretamente no processo.
Basicamente, o juiz não pode julgar as ações do escritório do seu cônjuge.
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge 
ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha 
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de 
administração de pessoa jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou 
empregador de qualquer das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a 
qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de 
prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de 
advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o 
terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por 
advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
Essa última hipótese proíbe que o juiz julgue ação cuja parte ou advogado 
esteja em litígio com ele.
O juiz no processo civil 4
Suspeição
Na suspeição, há a possibilidade do juiz não ser imparcial ao julgar, porém esta 
imparcialidade é menor que no impedimento.
Assim, quando houver suspeição, haverá a possibilidade de as partes a 
alegarem ou de o juiz espontaneamente declarar-se suspeito para julgar. 
A suspeição deve ser alegada em petição específica ao juiz do processo. O 
prazo para essa alegação é de 15 dias para as partes, contados a partir do 
conhecimento do fato, conforme o art. 146, podendo o juiz alegá-la a qualquer 
momento do processo. A não alegação da suspeição no prazo determinado, 
contudo, não torna os atos processuais nulos. Os atos serão válidos.
Quando as partes alegarem os motivos pelos quais o juiz pode ser suspeito, ele 
poderá afastar-se espontaneamente ou recusar-se fundadamente, enviando à 
sua instância superior os motivos para tal, a fim de que ela avalie se seus 
motivos são razoáveis.
Hipóteses de suspeição
São trazidas nos incisos do artigo 145 e em seu § 1º, sendo elas:
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de 
seus advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse 
na causa antes ou depois de iniciado o processo, que 
aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou 
que subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora ou 
devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes 
destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de 
qualquer das partes.
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro 
íntimo, sem necessidade de declarar suas razões.
O juiz no processo civil 5
Procedimentos em caso de impedimento 
ou suspeição
Esses procedimentos vêm no art. 146 do CPC.
Apresentada a alegação de suspeição ou impedimento, o juiz poderá afastar-
se espontaneamente, passando a ação ao seu substituto, ou alegar, 
fundadamente, não ser impedido ou suspeito, devendo, no prazo de 15 dias, 
apresentar suas razões para isso à sua instância superior. 
A partir do momento em que se protocola a petição na qual se pede o 
impedimento ou a suspeição, o processo ficará suspenso.
Na instância superior, o relator poderá aplicar efeitos suspensivos ao incidente, 
ficando o processo suspenso até o julgamento. Se não for declarado efeito 
suspensivo, o processo correrá normalmente.
O órgão julgador, verificando que a alegação é improcedente, rejeitá-la-á. Se 
procedente, a acolherá, determinando a partir de qual momento juiz não 
deveria ter atuado no processo, e determinará a sua substituição, 
condenando-lhe ao pagamento das custas do incidente, desde que se trate de 
impedimento ou de manifesta suspeição.
Poderes e deveres do juiz
O juiz é o responsável por dirigir o processo, conforme o artigo 139. Para tanto, 
o referido artigo lhe impõe alguns deveres, sendo eles:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
Decorre do princípio da igualdade. Essa igualdade, contudo, deve ser 
substancial, e não meramente formal. Isso quer dizer que o juiz não se torna 
imparcial se, observando uma disparidade entre as partes, tolerar pequenos 
erros vindos da parte mais fraca.
II - velar pela duração razoável do processo;
Isso impõe ao juiz e aos seus auxiliares o dever de praticar seus atos nos 
prazos estabelecidos em lei. Além disso, o juiz deve velar pelo cumprimento 
dos prazos pelas partes e declinar ações meramente protelatórias.
O juiz no processo civil 6
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade 
da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias;
Refere-se aos arts. 77, 80, 772 e 774 do CPC.
Junto a isso aplica-se o art. 142, que estabelece que o juiznão deve admitir 
que as partes utilizem-se do processo para fins ilícitos. Ao observar isso, o juiz 
proferirá decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as 
penalidades da litigância de má-fé.
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, 
mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar 
o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que 
tenham por objeto prestação pecuniária;
Não há limitação quanto às medidas que podem ser tomadas. Se forem úteis, 
no caso concreto, para efetivar a ordem judicial, pode ser usada. Contudo, é 
necessário atentar-se ao princípio da razoabilidade, e a medida deve ter 
alguma correlação com o resultado objetivado.
Quanto às ações forem de prestação pecuniária, os meios coercitivos deverão 
ser excepcionais, devendo ser usados quando as demais medidas se 
mostrarem insuficientes.
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, 
preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores 
judiciais;
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de 
produção dos meios de prova, adequando-os às 
necessidades do conflito de modo a conferir maior 
efetividade à tutela do direito;
A dilatação de prazos e a inversão da ordem das provas só se justificam 
quando adequadas às necessidades do conflito, de modo a conferir maior 
efetividade à tutela do direito. Se for determinada pelo juiz, deve ser 
fundamentada. Se surgir do acordo de vontade das partes, dispensa 
O juiz no processo civil 7
fundamentação. Ainda, deverá observar o princípio da isonomia, não podendo, 
através da dilação, beneficiar uma das partes em detrimento da outra.
Contudo, o juiz não pode, de ofício, diminuir os prazos, a não ser que as partes 
concordem com isso, conforme o art. 222, § 1º.
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando 
necessário, força policial, além da segurança interna dos 
fóruns e tribunais;
O juiz deve tomar as medidas necessárias para que o trabalho judiciário não 
sofra atentados.
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento 
pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, 
hipótese em que não incidirá a pena de confesso;
É um interrogatório da parte, meio de prova complementar, onde o juiz poderá 
ouvir as partes, a fim de entender acerca de fatos ainda não claros.
Os advogados de ambas as partes e o MP, quando intervir, serão intimados e 
poderão formular perguntas.
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e 
o saneamento de outros vícios processuais;
Quando houver ausência de pressuposto de validade ou de eficácia, o juiz 
poderá determinar as providências necessárias para saná-la.
X - quando se deparar com diversas demandas individuais 
repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública 
e, na medida do possível, outros legitimados a que se 
referem o art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985 , e o 
art. 82 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 , para, se 
for o caso, promover a propositura da ação coletiva 
respectiva.
O juiz no processo civil 8
Quando houver uma pluralidade de demandas que possa resultar em decisões 
conflitantes, o juiz poderá utilizar-se do julgamento de casos repetitivos, 
conforme o 928 do CPC, ou ajuizar o MP, a Defensoria Pública e os demais 
legitimados, tanto quanto possível, para que vejam a possibilidade de ação 
coletiva.
Vedação ao non liquet
O juiz deve decidir sobre o caso, conforme o artigo 140
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de 
lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos 
previstos em lei.
Havendo dificuldade para apurar a verdade, pode utilizar-se do art. 373.
Princípio da demanda
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas 
partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não 
suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
O juiz não pode decidir além ou aquém daquilo que as partes pedem.
Ainda, pelos arts. 370 e 371, o juiz pode determinar as provas que acreditar 
serem necessárias ao processo.
Responsabilidade do juiz
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por 
perdas e danos quando: 
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou 
fraude; 
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência 
O juiz no processo civil 9
que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. 
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente 
serão verificadas depois que a parte requerer ao juiz que 
determine a providência e o requerimento não for apreciado 
no prazo de 10 (dez) dias.
Pode a parte prejudicada demandar o juiz diretamente, ou aforar a ação em 
face do Estado, que em via de regresso, demandará o juiz, para ressarcir-se 
dos prejuízos por ele ocasionados.

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