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Cirrose e Hipertensão Portal Livro: Cecil, Diretriz da sociedade europeia para cirrose Conceito de cirrose: transformação da arquitetura normal do fígado por fibrose, formação de nódulos e micro nódulos; é o resultado final de uma agressão (coisas que inflamam o fígado, como etilismo crônico, Hepatite B e Hepatite C crônicas, Hepatite autoimune, hemocromatose, doença de Wilson, esteatose hepatite não-alcoolica [gordura no fígado] etc.) hepática prolongada (Anos), tem que ser prolongada porque o fígado tem um alta capacidade de regeneração. A partir do ponto de não-retorno (vencer a regeneração) começa a se depositar fibrose Células estreladas (Ito): produz colágeno que não forma fibrila, armazena vitamina A, normalmente estão quiescentes. Células de Kupffer: macrófagos Fisiopatologia da cirrose: As células estreladas, as de Kupffer e as do endotélio “conversam” para manter um tônus muscular de vasodilatação maior nos sinusoides deixando esses vasos com alta complacência e baixa resistência. A partir do ponto sem retorno começam a se ativar as células estreladas (Ito) que começam a adquirir características de miofibroblastos e começam a depositar um novo tipo de colágeno que forma fibrila (coágulos), isto é, começa a depositar fibrose no espaço de disse (primeiro no espaço periportal) e depois começa a se exacerbar para outras regiões, outra atividade das células de Ito ativadas é exercer força tensil nas células endoteliais dos sinusoides hepáticos fazendo com que os sinusoides perdam suas fenestras, esse processo leva o nome de capilarização dos sinusoides, ademais a célula estrelada ativada começa a produzir produtores inflamatórios que junto com os mediadores liberados pela lesão vão ativar as células de Kupffer que vão danificar ainda mais os hepatócitos e causar vasoconstricção Lesão → ativação da célula estrelada → fibrose, capilarização dos sinusoides, liberação de mediadores inflamatórios → mediadores inflamatórios ativam as células de kuppfer que produzem vasoconstricção intra-hepática e causam lesão direta no fígado → tudo isso resulta na dificuldade de o sangue passar pelos sinusoides para os hepatócitos e para as veias hepáticas. A fibrose cria ilhas de hepatócitos que são divididos um por outro por cordões fibróticos, o que faz com que esses hepatócitos não funcionem direito (causando necrose por comprometimento vascular [que pode acontecer seja pela fibrose inibir a chegada de sangue ou se acontecer uma rebaixamento de pressão o sangue não vai conseguir vencer a pressão necessária e chegar no hepatócitos] e insuficiência hepatocelular) e com que o sangue não possa se movimentar direito. Tripés da cirrose: Insuficiência hepatocelular → menos hepatócitos visto dano e fibrose → menos filtração, menos síntese de proteínas, comprometimento do metabolismo intermediário (lipídeos [problemas de colesterol; problemas dos hormônios sexuais causando Hipoandrogenismo e ou Hiperestrogenismo], carboidratos (estoque e síntese da glicose) proteínas [albumina, fatores de coagulação, fatores anticoagulantes]) Hipertensão portal → A veia porta recebe e transporta um grande fluxo de sangue, maior até que a artéria hepática que converge para os sinusoides. O sistema porta não normalmente tende a se comunicar diretamente com a circulação sistêmica, mas existem exceções que são anostomoses com a circulação sistêmica Essas anostomoses podem possibilitar o sangue não filtrado pelo figado á ir diretamente para circulação sistemica Por que a hipertensão portal acontece? -Aumento da resistência dos sinusoides pela fibrose e pela vasoconstricção intrahepática. -Circulação hiperdinâmica, o corpo na tentativa de corrigir a vasoconstricção intrehepatica vai produzir vasodilatadores (NO) que não alterarão os vasos hepaticos que já sofrem com a patologia, na verdade essa vasodilatação vai causar vasodilatação esplâncnica (veia porta, veia mesenterica, veia esplenica; as colaterais e tributarias de todas essas) -Inflamação seja pela translocação bacteria (do intestino ou de outras patologias) e ou pelos produtors toxicos do proprio fígado causam inflamação que causa vasodilatação periférica. Todas essas ações vão forçar o coração a aumentar o DC para manter a PA, o que vai aumentar a pressão em todos os vasos e como os vasos intrahepaticos não estão dilatados vai aumentar ainda mais a pressão dentro desses vasos causando hipertensão portal cirrotica que é classificada como hepatica. Classificações de hipertensão portal: pré-hepatica: trombose na veia porta dificulta a passagem de sangue o que aumenta a pressão portal; Intrahepatica: cirrose hepatica (pós sinusoidal), granulomatose dos ovos dos helmintos (equistossomose; os vermes ficam na mesenterica e soltam ovos) nos espaços porta (pré sinusoidal) Pós-hepatica: trombose na veia hepatica, de forma retrograda também aumenta a pressão da porta; tamponamento cardiaco; insuficiencia cardiaca cogestiva que pode causar cirrose hepatica secundaria; Inflamação sistêmica → o paciente com cirrose é cronicamente inflamado visto que o próprio fígado está sendo lesado o que libera produtos tóxicos (restos celulares) na circulação sistêmica que ativam cascatas de inflamação a um nível sistêmico Fases da cirrose: Compensada: Sem sintomas aparentes e boa qualidade de vida Descompensada: sintomas clínicos aparentes (ascite, hemorragias, encefalopatia, ictericia), lesões (Lesão renal aguda, síndrome hepatorrenal, síndrome hepatopulmonar, hipertensão porta-pulmonar, cardiomiopatia cirrótica) Complicações da cirrose: demoram anos também para se manifestar clinicamente, podem ser assintomáticos em grande parte de sua existência, podendo nem se manifestar em exames de sangue, só nos da imagem, pelo menos até uma certa evolução. Eliminação de toxinas → Bilirrubina, drogas, creatinina etc. Metabolismo intermediário →problemas no colesterol e no metabolismo da glicose Síntese proteica → diminuição da síntese de diversas proteínas que ajudam na coagulação, no sistema imune, no transporte de substâncias como albumina etc. Hiperestrogenismo e Hipoandrogenismo → secundário aos problemas no colesterol Ascite → secundário a inflamação sistêmica que causa vasodilatação Encefalopatia → intoxicação do cérebro pelas toxinas não filtrados pelo fígado Síndrome hepatorrenal → lesão renal Síndrome hepatopulmonar comprometimento cardíaco → miocardiopatia cirrótica Hipertensão pulmonar Mesmo na fase compensada ele pode ter estigmas de hepatopatia crônica que são causados pelo Hipoandrogenismo e Hiperestrogenismo secundário aos problemas no colesterol: Ginecomastia, Telentectagia, Diminuição da peleficação de caracteres sexuais secundários, Eritema palmar Vasos colaterais e ingurgitados: o sangue que não consegue entrar na porta pela hipertensão portal se força a ir por outros vasos, isto é, pela formação de novos vasos (como na anastomose umbilical e veias epigástricas, no esôfago, na parede do intestino, no fundo gástrico, no reto [causando hemorroidas]) e pela passagem por vasos já existentes Sinal semiológico: cabeça de medusa, vasos dilatados no Abd secundários a engurgitação ou volta do sangue pela umbilical, forte indicativo de hipertensão portal. Fisiopatologia da ascite: não é causada diretamente pela diminuição da síntese de albumina (pq por exemplo ela é presente na esquistossomose onde não há problema na síntese de albumina), mas ajuda; a ascite acontece porque a vasodilatação esplâncnica e periférica deixa o sangue passar para fora do vaso o que diminui o volume sanguíneo efetivo o que faz com que o rim desencadeia o SRRA que aumenta a retenção de água e sal o que aumenta a pressão portal o que aumenta a vasodilatação e causa o ciclo novamente. “Quando mais ascite, mais ascite”, todo esse problema com líquidos causa uma lesão renal como se fosseuma lesão pré- renal hipotensiva só que essa não melhora com administração de líquido. Encefalopatia hepática: A → Aguda, não é a da cirrose, acontece na insuficiência hepatocelular aguda e as toxinas vão para a sistêmica, sem filtração B → Bypass, o sangue não passa pelo fígado, vai direto para circulação sistêmica com as toxinas C → Cirrose ou crônica, insuficiência hepatocelular crônica, aonde as toxinas vão para o sistema sem filtração Níveis de encefalopatia hepática Tratamento para cirrose: transplante de fígado, mas não é extremamente eficaz Índices prognósticos da cirrose: Dica para classificação de Child Bilirrubina Encefalopatia Albumina TP Ascite Parâmetros do escore de MELD: Creatinina, Bilirrubina, TP e sódio
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