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DOENÇAS DAS MAMAS

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Rotinas em Ginecologia 6ª ed. 
Anamnese 
Além dos aspectos gerais de qualquer história clínica, devem ser enfatizados os seguintes pontos: 
Nódulo: data da percepção, velocidade de crescimento, localização, consistência e relação com traumatismos ou ciclo 
menstrual; 
 
Dor: data do início, intensidade, relação com atividade física, ciclo menstrual e traumatismo, presença de hiperemia e uso de 
fármacos; 
 
Derrame papilar: início, cor, uni ou multiductal, espontâneo ou provocado (geralmente só o espontâneo tem valor semiótico), 
uni ou bilateral, uso de medicamentos; 
 
Antecedentes gineco-obstétricos: idade na menarca e menopausa, uso de hormônios, paridade e idade da primeira gestação, 
duração e intercorrências de lactações; 
 
Antecedentes mastológicos: cirurgias prévias (estéticas, diagnósticas), punções, mamografias prévias e tratamentos 
efetuados; 
 
Antecedentes familiares: pesquisar carcinoma de mama e eventual associação com ovário e cólon na família, inclusive na 
linhagem paterna, verificar a idade e a ocorrência de bilateralidade; 
 
Perfil psicossocial: tabagismo, uso de álcool e drogas. 
 
Exame físico 
Inspeção estática: paciente sentada, com os braços pendentes, diante de boa iluminação. Observar volume, a forma e a simetria 
das mamas, assim como alterações da rede venosa, da pele e do complexo areolopapilomamilar. Procurar retrações ou 
abaulamentos. 
 
Inspeção dinâmica: pedir para a paciente elevar os braços acima da cabeça ou que repouse os braços sobre a testa. Pesquisar 
novamente retrações, abaulamentos e assimetrias. Repetir o exame com a paciente apertando os quadris, a fim de contrais os 
peitorais. Uma inclinação do tronco para a frente acentua os achados. 
 
Palpação: com a paciente ainda sentada, palpam-se as fossas supraclaviculares de frente ou, se possível, por abordagem 
posterior, ficando o examinador às costas da examinada. Prossegue-se com a palpação das regiões axilares, que deve ser feita 
com o braço da paciente apoiado no ombro do médico ou segurado por este, para relaxar a musculatura peitoral. Explora-se a 
a axila com movimentos de cima para baixo, como se estivesse “escavando-a”, exercendo suave pressão contra a parede 
torácica. Palpação das mamas é feita com a paciente deitada, as mãos atrás da cabeça, seguindo-se, de preferência, o sentido 
horário. O examinador deve postar-se sempre do lado a ser palpado. Primeiro, de forma suave, deslizando as polpas digitais em 
busca de nódulos, adensamentos e irregularidades do parênquima; depois de modo mais firme. Por fim, quando há queixa de 
derrame papilar, procede-se à expressão radiada para identificar o setor comprometido. 
 
O exame tem melhor rendimento na primeira fase do ciclo, de modo que, se houver dúvidas diagnósticas e a paciente estiver 
no período pré-menstrual, convém refazer o exame em época mais propícia. 
 
 
Volume 
Hipomastia: mama de pequeno volume, uni ou bilateral. Costuma não responder a tratamento hormonal. A solução é cirúrgica, 
com inclusão de prótese de silicone; 
 
Hipertrofia: mama de grande volume, uni ou bilateral. Causa danos psicológicos e de postura, alterando o centro gravitacional 
da coluna. Casos extremos, que redundam em ressecções >1.000 g, são denominados gigantomastia. O manejo é sempre 
cirúrgico. 
 
Ginecomastia: hipertrofia de uma ou ambas as mamas em homens. Na adolescência e na senectude pode assumir caráter 
transitório. Em boa parte dos casos é induzida pelo uso de drogas (anabolizantes, estrogênios, digitálicos, isoniazida, 
espirolactona, metildopa) ou está relacionada a doenças orgânicas (lesões testiculares e hepáticas, carcinoma adrenocortical, 
adenoma de hipófise ou hipertireoidismo). Também pode ser idiopática. Afastada iatrogenia e alterações endócrinas, o 
tratamento é cirúrgico e, em adolescentes, pode -se esperar a regressão espontânea. 
 
Pseudoginecomastia é o acúmulo de tecido adiposo nas mamas, sem o desenvolvimento glandular. É necessário fazer o 
diagnóstico diferencial de ginecomastia com CA de mama. 
 
Simastia: confluência medial das mamas, ou seja, uma ponte de tecido na linha média une as duas mamas. Está associada a 
mamas hipertróficas e geralmente simétricas. 
 
Número 
Amastia: ausência total da glândula e complexo areolopapilar, uni ou bilateral. É extremamente rara e quase sempre é 
acompanhada de hipotrofia ou agenesia do músculo peitoral maior, constituindo a síndrome de Polland (o quadro completo 
inclui sindactilia). 
 
Amazia: ausência adquirida do tecido mamário, com presença do complexo areolomamilar, iatrogênica (por cirurgias, trauma 
ou queimaduras sobre o botão mamário) ou congênita. *A iatrogênica é mais comum. 
 
Atelia: ausência do complexo areolomamilar, de extrema raridade. 
 
Polimastia: presença de mais de duas glândulas mamárias, podendo ser completa (com aréola e mamilo) ou apenas com 
parênquima. A forma mais comum é a mama axilar que se manifesta por um abaulamento na região, geralmente durante o ciclo 
gravidopuerperal. A conduta é a sua retirada cirúrgica, por razões estéticas. Geralmente se desenvolve durante ou após a 
gestação. 
 
Politelia: presença de mamilo acessório, geralmente na região torácica inferior e no abdome superior. Só deve ser retirado por 
razões estéticas. 
 
*A polimastia e a politelia aparecem ao longo da linha láctea. A ocorrência de tecido mamário fora dessa localização chama-
se mama aberrante. 
 
Mastite aguda 
É mais frequente no puerpério, ao redor da 3ª semana, causada, em 70% dos casos por estafilococo penicilase resistente. Depois 
por estreptococos, anaeróbios e coliobacilos. Normalmente a paciente tem uma história de mamilo rachado ou de queimadura 
da pele, que resulta na quebra dos mecanismos de defesa do organismo e aumento do número de bactérias sobre a mama. 
Esses germes também chegam ao mamilo pelas roupas, mãos ou nasofaringe do recém-nascido. A penetração se dá pelos 
vasos linfáticos superficiais expostos pelas fissuras mamilares.. 
 
Fatores predisponentes: 
→ Mamas ingurgitadas; 
→ Fissura mamilar; 
→ Infecção da rinofaringe do lactente; 
→ Anormalidade no mamilo; 
→ Primiparidade; 
→ Má higiene; 
→ Escabiose. 
 
Sinais e sintomas: a mastite inicia com estase láctea e, posteriormente, surgem sinais clássicos de infamação: dor, tumor, calor, 
rubor, que podem ou não estar associados a sintomas gerais (febre, mal-estar, calafrios). Costuma haver adenopatia axilar. 
 
Profilaxia: boa higiene, evitar ingurgitamento mamário ou fissuras mamilares. 
 
Tratamento: 
→ Analgésicos; 
→ Antitérmicos; 
→ Suspensão das mamas 
→ Drenagem manual do leite; 
→ Antibioticoterapia: cefalexina – 500 mg 6/6 h ou 1 g 12/12 h, por 7 dias. Alternativas: ampicilina, eritromicina, lincomicina. Em 
casos de mastite crônica persistente, prescrever sempre anaerobicida. 
 
Se após 48 a 72 horas após o início da antibioticoterapia persistir a infecção, devemos suspeitar de abscesso mamário. 
 
Abscesso mamário 
Ocorre sinais inflamatórios, presença de flutuação e, muitas vezes, pele brilhante e descamativa. Em 50% dos casos, a paciente 
é puérpera. A grande maioria é causada pelo Staphylococcus aureus (50% penicilase resistentes). Cerca de 85% dos abcessos de 
mama, no período da lactação, ocorrem durante o primeiro mês pós-parto. 
 
Tratamento: drenagem do abcesso com incisão arciforme no ponto de maior flutuação, seguida de exploração digital na 
cavidade (para desfazer lojas) e colocação de dreno de Penrose. A anestesia geral é mandatória, para que seja possível explorar 
o interior do abcesso, evitando assim recidivas. 
 
A cobertura com antibióticos está indicada para reduzir a infecção sistêmica e a celulite local. O esgotamento das mamas é um 
aspecto importante no manejo da infecção puerperal das mamas. As mamas podem ser esvaziadas por sucção ou pela 
expressão manual. Após drenagem do abcesso, a sucção pode ser difícil por alguns dias por razões mecânicas no lado afetado, 
mas a mãe deve ser encorajada a amamentar na mama não afetada e esgotar a mama infectada.Passado o desconforto, não 
há prejuízos ao recém-nascido quanto à amamentação na mama afetada. 
 
Abscessos superficiais podem ser resolvidos por punção com agulha calibrosa. A ecografia tem imenso valor nos casos de dúvida 
e para orientar as punções. 
 
Abscesso de paredes espessas 
É uma forma especial de abscesso que pode simular carcinoma pelo espessamento da cápsula e pelo desaparecimento de sinais 
de flogose. Acontece após tratamentos inadequados de mastites agudas ou abscessos. A conduta é baseada na drenagem e 
biópsia da parede (para excluir carcinomas com formação de abscesso). 
 
Abscesso subareolar crônico recidivante (ASCR) 
É outro tipo especial de abscesso. Localizado na região subareolar, caracteriza-se por episódios de infecção aguda e flutuação, 
seguidos de drenagem intermitente por orifício fistuloso na junção cutaneoareolar. A drenagem pode ser espontânea ou 
cirúrgica, pela dor que causa. Geralmente o desconforto não costuma ser tão grave como no abscesso piogênico. O processo 
entra em período de acalmia, que pode durar 2 a 3 semanas e a alguns meses, e depois sofre reagudização. 
A aspiração pode apresentar secreção cremosa ou escura, e a cultura bacteriológica poderá ser estéril na primeira ocasião. Os 
abscessos recorrentes são mais frequentemente associados ao crescimento de bactérias anaeróbias ou estafilocócicas. É 
comum a presença de retração e invaginação da papila, desconhecendo-se se é causa ou consequência.. 
 
Tradicionalmente, duas hipóteses etiológicas são levantadas pela literatura: 
→ Carswell e Maier acreditam que a inversão do mamilo, com obstrução e maceração dos ductos lactíferos seria a responsável; 
→ Habif e colaboradores demonstraram que a metaplasia escamosa predispõe à obstrução dos canalículos e à formação do 
ASCR.. 
 
Atualmente, há uma tendência a considerar o ASCR como parte do complexo ectasia ductal-mastite periductal. 
 
Existe uma notável correlação entre o ASCR e o tabagismo: 89,7% das pacientes com essa patologia são fumantes. 
 
Tratamento: o insucesso das drenagens simples levou à proposição de técnicas mais radicais, como excisão dos ductos 
afetados, fistulectomia e cicatrização por segunda intenção. Os resultados são bons, mas recidivas ocorrem. 
 
Ectasia ductal 
É a dilatação dos ductos terminais com acúmulo de dendritos celulares, podendo causar derrame papilar. Não se sabe a 
natureza exata de sua etiologia, os mesmos mecanismos descritos para o ASCR podem estar envolvidos, inclusive o tabagismo. 
 
Formas clínicas: 
Derrame papilar: mais comum nas peri ou pós-menopáusicas, surgindo secreção amarelo-esverdeada purulenta. Desde que o 
sintoma não seja espontâneo e abundante, não requer tratamento. Se a descarga for molesta para a paciente, indica-se a 
exérese do sistema ductal terminal. 
Tumoral: a ectasia, com o tempo, pode ocasionar ruptura dos ductos e inflamação circundante, com sinais típicos de mastite. 
Esse processo, ao se cronificar, pode originar massa endurecida e retração do mamilo, simulando carcinoma. É comum a 
retração do mamilo no local do ducto ou dos ductos encurtados. 
 
A idade é um importante fator na etiologia da ectasia ductal; a frequência dessa condição aumenta com a idade. 
 
Eczema areolar 
É uma dermatite descamativa e exsudativa do complexo areolomamilar, muitas vezes bilateral e pruriginosa, podendo ser 
localizada ou envolver todo o mamilo e a aréola. Existem muitas causas, como psoríase, dermatite seborreica, dermatite de 
contato, neurodermatites e dermatite atópica. Pode ser causada por alergia aos tecidos sintéticos dos sutiãs. 
 
Na fase aguda, o tratamento é iniciado com solução de Thiersch e completado com corticoide tópico. Nas lesões crônicas, 
empregar somente a corticoterapia. Se não houver regressão em 1 ou 2 semanas, biopsiar a papila a fim de excluir carcinoma 
de Paget. O principal sinal para diferenciar eczema do carcinoma de Paget é a destruição mamilar, que só ocorre no carcinoma. 
 
Necrose gordurosa 
Também chamada de citoesteatonecrose e granuloma lipofágico, ocorre em áreas do corpo expostas ao trauma. É resultado 
da saponificação asséptica da gordura por meio da lipase do sangue e tecido. Ocorre mais frequentemente em mulheres obesas 
e com seios flácidos. Surge como uma lesão firme, mal definida, indolor e imóvel. Sua importância clínica reside no fato de 
simular câncer em algumas situações. Pode ser: 
 
a. Assintomática: aparece como calcificações arredondadas com centro translúcido (“casca de ovo”) em mamografias de 
rotina. É muito comum, costuma gerar ansiedade às pacientes, mas não tem nenhum significado pré-neoplásico. 
b. Sintomática: mais rara, produz tumor detectável clinicamente. A presença de massa com história de trauma prévio, 
equimose, dor e retração da pele sugere o diagnóstico. Nem sempre o quadro é tão claro, causando dúvidas e obrigando a 
uma biopsia esclarecedora. É mais frequente em mamas adiposas pós-menopausa. 
 
Doença de Mondor 
Consiste em uma tromboflebite das veias superficiais da mama – lesão rara associada a traumatismo. Há queixa de dor aguda 
na região da veia trombosada e presença de cordão fibroso no local. Essa depressão pode imitar um carcinoma fibroso no local, 
sendo essa a maior importância da doença de Mondor. 
 
É um processo autolimitado, a dor desaparece em 2 a 3 semanas e, em 6 a 8 semanas não há mais traços da moléstia.. Não 
requer biópsia e o tratamento não vai além de analgésicos e anti-inflamatórios. 
 
Galactocele 
É uma lesão causada pela obstrução canalicular em mamas lactentes, com consequente acúmulo de leite. Afecção pouco 
comum, seu diagnóstico baseia-se na anamnese, no exame físico e na punção. 
 
Anamnese: aparecimento de tumoração sem características inflamatórias em nutrizes. 
 
Exame físico: massa cística ou amolecida. 
 
Punção: usar agulha calibrosa, pois o material retido pode ser antigo e adquirir consistência mais firme, como leite condensado 
ou manteiga. Se há o esvaziamento completo, está concluída a terapêutica. Quando o conteúdo é muito espesso para ser 
aspirado, faz-se necessário o tratamento cirúrgico (incisão e drenagem). 
 
Mastalgia 
Sintoma relativamente comum em mulheres e raramente ocorre em homens. A evolução da mastalgia é um fator importante 
para se determinar se esta está associada a fatores de mudanças hormonais do ciclo menstrual ou a algum processo patológico 
da glândula mamária. 
 
A mastalgia pode ser cíclica (2/3) ou não cíclica (1/3) 
→ A mastalgia cíclica está associada a mudanças hormonais do ciclo menstrual, presente principalmente na semana que 
precede a menstruação. É ocasionada principalmente por alterações hormonais (estrogênio/progesterona) que estimulam 
a proliferação do tecido glandular (ductal e estromal), resultando em dor. É frequentemente bilateral, difusa e mais intensa 
nos quadrantes superiores externos. 
→ A mastalgia não cícica está associada a mamas pendulares (com estiramento dos ligamentos de Cooper; dores cervicais e 
no dorso podem estar presentes), dieta e estilo de vida. Dores na parede torácica podem ser referidas como mastalgias (dor 
muscular, costocondrites, radiculopatias, infecções respiratórias, dor pleurítica, isquemia miocárdica, angina). 
 
Se nos exames clínico e radiológico não houver alterações, a mastalgia poderá ser tratada. 
→ Vestimenta de suporte: sutiãs com melhor suporte parecem evitar mastalgia em pacientes com mamas pendulares. 
→ Compressas frias e massagem 
→ Analgésicos e AINES 
→ Antiestrogênicos: tamoxifeno, toremifeno, raloxifeno. 
→ Danazol (Lagodal) é um antigonadotrófico que induz a uma pseudomenopausa, inibindo a ação ovariana sobre as mamas. 
Sintomas indesejáveis: ganho de peso, acne. 
→ Bromocriptina (Parlodel) e Gabrcolina (Dostinex): são agonistas dopaminérgicos com bom índice de resposta clínica, porém 
possuem efeitos adversos importantes (intolerância gástrica, hipotensão) e alto custo. 
→ Anticoncepcional oral: na prática clínica, os ACOs têm ação paradoxal, em alguns casos melhoramos sintomas e em outros 
pioram. 
 
Adensamentos 
São achados físicos bidimensionais que se manifestam como uma área de endurecimento localizado (espessamento), 
acompanhada ou não de dor e modularidade. Toda a sua importância reside em mascarar um câncer, especialmente quando é 
uma alteração unilateral solitária. Excluída a malignidade, não requer nenhuma terapêutica adicional. 
 
Macrocistos 
Os cistos mamários são uma expressão da etapa involutiva do lóbulo mamário e têm importância clínica porque formam tumor 
de aparecimento rápido, gerando ansiedade na paciente.. 
 
Quadro clínico: tumor móvel, firme-elástico, às vezes achatado, mais frequente nas regiões centrais da mama e na pré-
menopausa (é raríssimo na senectude, a não ser na vigência de terapia de reposição hormonal). A maioria é indolor. 
 
Tratamento: consiste na simples punção evacuadora do cisto (ambulatorial). Nas portadoras de cistos múltiplos, não há 
necessidade de puncionar todos os cistos, em todas as ocasiões, desde que se disponha de adequado monitoramento por 
ultrassonografia.. Se esta mostrar que se trata de cistos simples (não complexos e não habitados), deverão ser programadas 
sessões de punção dos cistos maiores, sintomáticos. Só será cogitado tratamento cirúrgico para excluir neoplasia maligna nos 
cistos com várias recidivas quando houver massa restante pós-punção ou o liquido for sanguinolento, e se o cisto for complexo. 
A hormonioterapia apresenta resultados de efetividade temporáriaa, sendo de utilização excepcional. É importante a 
mamografia em combinação com a ecografia no manejo desse quadro. 
 
Costumam ser móveis, bem delimitados e elásticos. Os principais são, pela ordem de frequência: fibroadenoma, papiloma 
intraductal e lipoma. 80% dos nódulos da mama são benignos. 
 
Fibroadenoma 
2ª neoplasia mais frequente da mama. O fibroadenoma é um tumor constituído pela proliferação do tecido conectivo do 
estroma e pela multiplicação de ductos e ácinos. Os dois componentes estão presentes em proporções variáveis, mas é o 
elemento estromal que determina a classificação e o comportamento clínico dessas lesões. Vários autores não o consideram 
verdadeiro tumor, preferindo rotulá-lo como anomalia na etapa de desenvolvimento do lóbulo. O fibroadenoma comum 
apresenta estroma de baixa celularidade com citologia uniforme e se comporta de forma benigna. O outro grupo, com estroma 
hipercelular e atipias, é chamado de tumor filodes. São malignos em apenas 10% dos casos, mas, mesmo os benignos têm uma 
tendência à recidiva local e podem atingir grandes volumes. 
 
Quadro clínico: acomete preferencialmente mulheres jovens, entre a menarca e os 30 anos. Depois dessa idade, entra em 
regeneração e calcifica, sendo achado comum em mamografias de rotina. Apresenta-se como nódulo de limites nítidos, forma 
arredondada ou lobulada, consistência firme e ampla mobilidade. O crescimento é lento e raramente ultrapassa 4 cm. Pode ser 
múltiplo em 20% dos casos. O diagnóstico é eminentemente clínico, podendo ser complementado pela PAAF e pela ecografia. 
Existe uma forma especial de fibroadenoma conhecida como gigante juvenil. Ocorre na puberdade e causa acentuada 
assimetria mamária devido ao tamanho (10-20 cm). 
 
Tratamento: é a excisão com anestesia local, sempre que possível. A abordagem preferencial é pela via periareolar, mas em 
tumores grandes, a incisão no sulco inframamário proporciona excelente resultado estético. A exérese de pequenos 
fibroadenomas em pacientes jovens (com menos de 25 anos) é relativa, não havendo urgência em sua execução. O mesmo vale 
para aquelas que demonstram tendência a formar nódulos múltiplos e recorrentes: é preferível deixá-los em observação e, 
depois, operar em um único procedimento. É rara a transformação de componentes epiteliais de fibroadenoma em carcinoma. 
 
Em pacientes > 35 anos precisa ser feito diagnóstico diferencial com CA de mama. 
Nódulos mais velhos podem apresentar “calcificação em pipoca” (é patognomônico de fibroadenoma). Quando a calcificação 
está presente, é BIRADS 2. 
Fibroadenoma não regride. 
 
Hamartomas 
Hamartomas são lesões compostas por uma combinação anormal de elementos de tecido ou uma proporção anormalmente 
presente no local. É formado por uma quantidade variável de tecido glandular, gordura e tecido conectivo fibroso. Essa lesão, 
relativamente incomum, ocorre mais na pós-menopausa. Ao exame físico, é normalmente macia e não difere em textura do 
parênquima que circunda a mama. 
 
Papiloma intraductal 
É uma lesão hiperplásica caracterizada pela proliferação do tecido ductal com um eixo vasculo-conjuntivo que enche o 
canalículo e, geralmente, o distende. Tipicamente é solitário, não excede 2 a 3 mm e se localiza nos ductos terminais. Mais 
frequentemente observado nas mulheres entre 30 e 50 anos, costuma produzir derrame sanguinolento ou seroso e, em 50% 
deles, nota-se nódulo subareolar. Não confundir com a pailomatose múltipla, cuja localização é mais periférica e se trata de 
hiperplasia ductal ou lobular. 
 
A maioria surge na 4ª e 6ª décadas de vida, com pico de incidência na 5ª década. 
 
Exérese dos ductos envolvidos com incisão justareolar. 
 
Cicatrizes radiais 
As cicatrizes radiais podem parecer carcinomas de mama em exames mamográficos, macro e microscópicos. Costumam ser 
descobertas acidentais mais frequentes em tecido mamário excisado em virtude de outra anormalidade. São comumente 
múltiplas e, eventualmente, são tão grandes ao ponto de serem detectadas na mamografia, em que aparecem como massas 
espiculadas que não podem ser distinguidas dos carcinomas com certeza, sendo necessário diagnóstico histopatológico. 
 
O centro da lesão é radioluscente. 
 
Todas precisam ser retiradas cirurgicamente – biópsia. 
 
Hiperplasias 
O termo hiperplasia implica uma condição benigna. Hiperplasias com atipias tendem a ser associadas a pequeno ou moderado 
aumento no risco de câncer de mama. A hiperplasias atípicas podem ser ductais ou lobulares e são lesões proliferativas que 
apresentam características, mas não todas, de carcinoma in situ. A hiperplasia atípica é identificada em 12 a 17% das biopsias 
feitas, dedivo à presença de microcalcificações na mamografia. 
 
A hiperplasia atípica aumenta o risco de câncer de mama de 3,5 a 5 vezes em relação aos controles. O risco associado à 
hiperplasia lobular atípica parece ser maior do que o associado à hiperplasia ductal atípica. O risco de câncer de mama em 
pacientes com hiperplasia atípica (lobular ou ductal) é aproximadamente igual em ambas as mamas. 
 
Sempre que a punção-biópsia percutânea revelar hiperplasia atípica, deve-se proceder à biópsia excisional da lesão. 
 
Lipoma 
É uma proliferação benigna das células lipídicas. Apresenta-se como um nódulo amolecido, bem delimitado e que pode atingir 
grandes proporções, causando deformidades. Também pode sofrer citoesteatonecrose e causar aparecimento de áreas 
endurecidas que se confundem com carcinoma. A conduta é a remoção cirúrgica, e a própria macroscopia antecipa o 
diagnóstico. 
 
Risco relativo para câncer baseado na histologia: 
→ Risco não aumentado: adenose, metaplasia apócrina, ectasia ductal, macro e microcistos, hiperplasia simples, 
fibroadenoma, metaplasia escamosa. 
→ Risco levemente aumentado (1,5 a 2 x – alterações proliferativas sem atipias): hiperplasia moderada ou florida, adenose 
esclerosante, papiloma, cicatriz radial. 
→ Risco moderadamente aumentado (5 x – alterações proliferativas com atipias): hiperplasia ductal atípica, hiperplasia lobular 
atípica. 
→ Alto risco (10 x – carcinoma in situ): carcinoma lobular in situ, carcinoma ductal in situ. 
 
Fatores de risco primários 
→ Sexo feminino; 
→ Idade > 40 anos; 
→ Antecedente pessoal de câncer de mama; 
→ História familiar: parente de primeiro grau (mãe ou irmã), especialmente bilateral e na pré-menopausa; 
→ Nuliparidade; 
→ Primeiro parto após os 30 anos; 
→ Lesões histológicas indicadoras de risco: carcinoma in situ. 
- carcinoma ductal in situ precursor;- carcinoma lobular in situ lesão mista, marcador de risco e precursor 
→ Hiperplasia ductal ou lobular atípica 
→ Lesão esclerosante complexa (cicatriz radial) 
 
Fatore de risco secundários 
→ Menarca precoce (< 11 anos); 
→ Menopausa tardia (> 55 anos); 
→ Raça branca; 
→ Aumento de peso após a menopausa; 
→ Terapia de reposição hormonal por mais de 2 anos. 
 
Dieta inadequada 
→ Alta ingesta de gorduras; 
→ Uso crônico de álcool. 
 
Fatores ambientais 
→ Radiação ionizante (ex: radioterapia de tórax); 
→ Poluentes ambientais. 
 
De forma abrangente, podemos apontar como risco os seguintes fatores: 
→ Predisposição genética; 
→ Meio hormonal adverso; 
→ Incompetência imunológica; 
→ Exposição a carcinógenos; 
→ Condições ambientais adversas. 
 
Esquema de acompanhamento das pacientes e alto risco: 
→ Quantificação do risco e orientação adequada; 
→ Exame clínico semestral; 
→ Autoexame mensal; 
→ Mamografia anual (ecografia complementar); 
→ Ressonância magnética (risco genético > 15%); 
→ Recomendações dietéticas. 
 
 
O câncer de mama consiste em um grupo de neoplasias epiteliais malignas 
com grande heterogeneidade estrutural. 
 
Aproximadamente 90% dos carcinomas são do tio ductal ou suas variantes. 
Os lobulares correspondem a menos de 10%. 
 
Carcinoma ductal in situ (CDIS) 
→ Tipo comedo; 
→ Tipo não comedo 
- Micropapilar 
- Cribiforme; 
- Misto 
 
O CDIS é mis comum na pós-menopausa e não deve ser, necessariamente, considerado lesão subclínica, pois muitas vezes se 
apresenta como massa tumoral definida, especialmente na variedade comedoniana. Tal variedade caracteriza-se pelo 
preenchimento dos ductos com célular tumorais, algumas vezes com derrame papilar hemático ou aquoso e, frequentemente, 
revelando microcalcificações na mamografia. 
 
Carcinoma ductal invasor (CDI) 
O CDI, de tipo histológico não especial, responde pela maioria dos tumores invasores da mama. Em geral, o crescimento tumoral 
é acompanhado pela infiltração do estroma, provocando, frequentemente, reação desmoplásica com intensa fibrose, 
distorcendo a estrutura glandular, responsável pelo aspecto macroscópico e mamográfico de lesão estrelada. Os tumores de 
crescimento rápido tendem a formar massas multinoduares com permeação de vasos linfáticos, veias e espaços perineurais. 
Quando predomina a proliferação intraductal, ocorre escassa reação do estroma, propiciando crescimento tuberoso que pode 
atingir grandes dimensões antes da detecção. 
 
Carcinoma lobular in situ (CLIS) 
Costuma não ter qualquer expressão clínica, e os achados radiológicos são atípicos, muitas vezes constituindo-se em uma 
descoberta ocasional de biópsias mamárias. Tem tendência à multicentricidade e à bilateralidade. 
 
O CLIS é considerado marcador de risco e lesão precursora. 
 
Carcinoma lobular invasor 
Pouco frequente, não ultrapassa 5 a 10% na maioria das séries. O achado típico é o de uma área mal definida, infiltrada, espessada 
na mama, com pouca expressão mamográfica. Costuma ser multicêntrico e com maior tendência à bilateralidade. Quanto à 
relação entre o comprometimento axilar e o seu prognóstico, seu comportamento é semelhante ao carcinoma ductal invasor. 
 
Tipos especiais 
Os tipos especiais mais comuns são: tubular, medular, mucinoso e papilar. 
 
Carcinoma tubular 
Responde por aproximadamente 2% dos carcinomas de mama, raramente apresentando metástases axilares e seu prognóstico 
é particularmente bom. 
 
As dimensões do tumor são inversamente 
proporcionais ao prognóstico: quanto maior o 
tumor primário, pior o prognóstico. 
Paralelamente, existe relação linear entre o 
tamanho do tumor e a probabilidade de 
metástases axilares. Além disso, o tamanho 
tumoral parece ser uma variável 
independente no prognóstico do carcinoma 
de mama, pois, mesmo em pacientes com 
axila negativa, os tumores maiores estão 
associados a menor intervalo livre de doença 
e morte 
Carcinoma medular 
Normalmente se apresenta como lesão bem circunscrita, constituindo cerca de 5% dos carcinomas de mama. Quando 
histologicamente puro, também apresenta bom prognóstico em relação ao CDI. 
 
Carcinoma mucinoso 
De crescimento geralmente lento, caracteriza-se pelo acúmulo abundante de mucina ao redor das células tumorais, às vezes 
atingindo grandes volumes. Quando o tumor é predominantemente mucinoso, o prognóstico tende a ser melhor. 
 
Carcinoma papilífero 
Ocorre, preferencialmente, após a menopausa, geralmente na região central da mama e, com frequência, acompanhado de 
derrame papilar. Constitui aproximadamente 1 a 2 % dos carcinomas de mama e, devido a sua singular configuração histológica, 
apresenta dificuldades diagnósticas ao exame de congelação. O prognóstico é semelhante ao CDI, conforme o estágio clínico. 
 
Carcinoma de Paget 
Apresenta-se como lesão eczematoide do complexo aréolo-mamilar e caracteristicamente provoca a destruição da papila. É 
geralmente aceito como extensão cutânea de um carcinoma ductal. Apresenta bom prognóstico quando detectado 
precocemente, isto é, antes de haver invasão do estroma ou formação de tumor, sendo considerado, portanto, como lesão in 
situ. Após a infiltração do estroma, seu comportamento passa a ser igual ao do carcinoma comum. 
É importante realizar diagnóstico diferencial com o eczema areolar, que é um processo atípico e/ou inflamatório quase sempre 
de fácil resolução. 
 
Carcinoma inflamatório 
Manifesta-se pela presença de sinais inflamatórios causados pela embolização maciça dos linfáticos da derme e do parênquima 
mamário. Esse comprometimento dos linfáticos por êmbolos tumorais provoca edema de pele pronunciado (aspecto de casca 
de laranja), endurecimento difuso da mama e eritema cutâneo, simulando processo inflamatório. 
 
Essa forma, pouco frequente (2-4% dos casos) tem prognóstico sombrio, independentemente do tipo de tratamento. A 
sobrevida raramente ultrapassa 5 anos após o diagnóstico. No momento do diagnóstico, praticamente 100% dos casos 
apresentam doença disseminada. Geralmente, o tumor é de tipo indiferenciado e altamente agressivo. 
 
O tratamento é paliativo e deve também ser agressivo, combinando poliquimioterapia associada à radioterapia e, 
eventualmente, cirurgia para controle local da doença. 
 
Carcinoma de mama no homem 
Aproximadamente 1% dos casos de câncer de mama ocorre em homens. Geralmente, são tumores retroareolares, de pequena 
dimensão, que precocemente provocam alterações na pele e no mamilo. A fixação à fascia peitoral e o comprometimento axilar 
são frequentes. O tratamento costuma ser igual ao do câncer feminino, observando que, cirurgicamente, a opção é pela 
mastectomia radical modificada. 
 
Carcinoma de mama na gestação 
A associação do carcinoma de mama à gestação e à lactação é pouco frequente (1 – 4 % de todos os casos de ca de mama), 
sendo que aproximadamente 0,3% das gestações são complicadas pela neoplasia. 
 
As alterações fisiológicas provocadas pela gravidez dificultam tanto o diagnóstico clínico quanto radiológico. Isso, aliado à 
tendência do médico e da paciente em postergar qualquer intervenção para após o parto, leva a um retardo diagnóstico médio 
de 5 meses em relação ao carcinoma comum. 
 
A decisão terapêutica vai depender do estágio da doença, da idade gestacional e da vontade da mulher. Em princípio, a 
mastectomia radical modificada é o tratamento de escolha nos estádios iniciais. O tratamento conservador é uma alterativa 
desde que se adie a radioterapia para após o parto. A quimioterapia é contraindicada no primeiro trimestre, podendo ser 
utilizada no restante da gravidez. 
 
Nos casos mais avançados (III e IV), a interrupção pode ser proposta, a fim de permitir um tratamento mais agressivo. Não 
existe mais lugar para o chamado “abortamento terapêutico”, a fim de melhorar a sobrevida. 
 
Carcinoma bilateral 
A bilateralidade ocorre em 6% dos casos. Ele pode se apresentar de forma simultânea ou sucessiva. O prognóstico é 
determinado pelo estadiamento do tumor mais avançado. 
 
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