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ENDOMETRIOSE

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ENDOMETRIOSE 
INTRODUÇÃO 
• A endometriose é um distúrbio ginecológico benigno definido pela presença de glândulas e estroma 
endometriais fora do sítio normal, ou seja, a cavidade uterina. 
• Esse tecido endometrial é histologicamente igual ao do endométrio e responde assim como ele a ação 
hormonal. 
• A endometriose pode ocorrer em qualquer parte do corpo, sendo os principais sítios de implantação o 
peritônio pélvico, ovários, septo retovaginal e ureter. 
• Devido ao fato de ser uma doença hormônio-dependente, a endometriose ocorre sobretudo na idade 
reprodutiva, tendo pico de diagnóstico na terceira década de vida. 
• Estima-se que ela possua uma prevalência em torno de 10 a 15%. Porém, devido ao fato de muitas pacientes 
serem assintomáticas e a necessidade crescente de métodos invasivos para o diagnóstico, esses dados são 
difíceis de serem quantificados e muitas vezes subestimados. 
• A clínica dessa doença é variada, entretanto, quando a paciente apresenta sintomas, a maioria se queixa de 
dor pélvica e infertilidade. 
• Vale lembrar que a endometriose tem prevalência em torno de 20 a 50% em mulheres inférteis, e 40 a 50% 
em mulheres com dor pélvica. Além disso, tem mais diagnóstico em mulheres brancas e nulíparas. 
• Muitas vezes os sintomas se relacionam a proliferação, sangramento e reação inflamatória local do 
tecido endometrial nos diferentes sítios, estimulado pelos esteroides ovarianos. 
• O principal método de diagnóstico é a laparoscopia, com ou sem biópsia para diagnóstico histológico, sendo 
a maioria dos exames de imagem pouco sensíveis para essa doença. 
• Endometriose se refere ao tecido endometrial fora da cavidade uterina, já a adenomiose ocorre quando 
há tecido endometrial dentro do miométrio. Portanto, são conceitos diferentes e não devem ser 
confundidos. 
FISIOPATOLOGIA E ETIOLOGIA 
• No entanto, existem várias teorias que tentam explicar os mecanismos dessas doenças. Vale lembrar que 
nenhuma dessas teorias isoladamente conseguem explicar adequadamente a presença de endometriose em 
todos os locais já descritos. 
 
TEORIA DA MENSTRUAÇÃO RETRÓGRADA 
• Essa teoria surgiu na década de 1920, sendo a mais antiga e aceita. 
• De acordo com essa proposta, a menstruação teria uma regurgitação que poderia implantar e disseminar 
tecido endometrial por meio das trompas de Falópio para a cavidade peritoneal. 
• Essas células endometriais adeririam ao mesotélio peritoneal, desenvolvendo suprimento sanguíneo 
e levando à sobrevivência e crescimento do implante endometrial. 
• Estudos da época evidenciaram que existe maior quantidade de sangue e tecido endometrial na pelve de 
mulheres com endometriose, resultado do refluxo endometrial. 
• De acordo com essa teoria, o lugar mais comum de foco de endometriose é o ovário porque é o local mais 
fácil para adesão desses implantes que estão saindo das trompas. 
• Além disso, seguindo esse raciocínio explica-se os focos de endometriose no ovário e na bexiga, no entanto, 
não explica endometriose no fígado. 
• Dessa forma, apesar de 75 a 90% das pacientes apresentarem menstruação retrógrada, não se sabe o porquê 
de apenas uma parcela delas desenvolverem implantes viáveis. 
• Acredita-se que a uma maior viabilidade dos implantes está associada a alterações imunológicas e do líquido 
peritoneal. 
METÁSTASE LINFOVASCULAR 
• Essa teoria permite explicar a presença de focos de endometriose à distância por meio da 
disseminação linfática ou hematogênica de tecido endometrial. 
• Sabemos que a região retroperitoneal tem rica circulação linfática, sugerindo em casos de lesões 
retroperitoneais isoladas, a propagação linfática. 
• Sendo assim, essa teoria explica focos de endometriose em tecidos como olho, pulmão, fígado, 
cérebro, entres outros, apesar de se raro. 
METAPLASIA CELÔMICA 
• Na teoria da metaplasia celômica, células totipotentes, ou seja, com potencial de se transformar em 
qualquer tecido do corpo humano, sofreriam transformação metaplásica, desenvolvendo um tecido 
histologicamente distinguível do endométrio normal. 
• Essa teoria explica sobretudo os casos de endometriose em pessoas que não menstruam, como 
mulheres na pré-menarca e na pós-menopausa, e nos homens tratados com estrogênio e orquiectomia 
para carcinoma de próstata. 
• Com isso, explicaria a endometriose em órgãos distantes, como o pulmão. Apesar de ser uma teoria bem 
aceita, alguns pontos não são bem compreendidos por meio dessa hipótese, como ausência de endometriose 
em outros tecidos derivados do epitélio celômico e a fisiopatologia de como as células sofreriam 
transformação para um tecido viável. 
• Como extensão da teoria da metaplasia celômica, surgiu a teoria da indução que propõe que alguns fatores 
hormonais ou biológicos, possam induzir a diferenciação de células indiferenciadas em tecido endometrial. 
TEORIA DOS RESTOS EMBRIONÁRIOS OU MÜLLERIANA 
• Segundo essa teoria, remanescentes dos ductos de Müller se transformariam em focos de tecido 
endometrial por resposta a 
mediadores de reação inflamatória 
e ação estrogênica, associada a 
uma intermediação permissiva do 
sistema imune. 
TEORIA DAS CÉLULAS-TRONCO 
• As células-tronco são capazes de 
transformação em vários tipos 
celulares. De acordo com essa 
teoria, células-tronco endometriais 
ativas poderiam se modificar para 
focos endometriais ectópicos. 
 
• Em conjunto com as teorias de 
surgimento da endometriose, 
existem alterações nos sistemas 
hormonais e imunes que atuam no 
favorecimento dessa doença. 
• Fatores hormonais: Apesar das 
teorias descritas acima, novos 
estudos evidenciam que na 
endometriose ocorre alterações dos 
tecidos em relação a resposta a 
algumas moléculas, aumentando com 
isso a sua sobrevivência em uma 
localização ectópica. Em comparação ao endométrio normal, tecidos de endometriose exibem níveis 
aumentados de mediadores inflamatórios, como de prostaglandina E2, potente indutor da atividade da 
aromatase nas células endometriais. 
• SISTEMA IMUNE: Além disso, é inegável o papel do sistema imune na endometriose. Sabe-se que o tecido 
endometrial que sofrem refluxo, em geral, são eliminados por células imunes, como macrófagos, células NK 
(natural killer) e linfócitos. Por isso, acredita-se que em mulheres com endometriose há alterações em fatores 
de crescimento, citocinas, imunidade celular e imunidade humoral, permitindo assim, a persistência 
do tecido endometrial. Alguns estudos demonstram disfunção dos macrófagos, células NK e monócitos em 
algumas mulheres e isso permite a proliferação do tecido endometriótico. Em relação aos linfócitos T, seu 
número está aumentado no líquido peritoneal e sua atividade citotóxica está alterada naquelas com 
endometriose. Sobre a imunidade humoral, sabe-se que anticorpos endometriais da classe IgG são 
detectados com maior frequência no soro de mulheres com endometriose. Com isso, sugere-se que a 
endometriose pode ser, em parte, uma doença autoimune. As citocinas são fatores envolvidos na sinalização 
de células imunes e na endometriose há níveis elevados da interleucina-1b, fator de necrose tumoral e outras 
citocinas envolvidas na patogênese da endometriose. 
FATORES DE RISCO 
• Existem uma série de fatores que podem ser relacionados ao surgimento da endometriose. Aparentemente, 
a endometriose é uma doença poligênica e multifatorial, resultante da interação genética com fatores 
ambientais envolvidos. 
 
• De acordo com vários estudos, sabe-se que fatores que aumentam os níveis estrogênicos, estão 
associados ao risco de endometriose. Por exemplo, menarca precoce, menopausa tardia, infertilidade e 
malformações uterinas. 
• Isso se deve ao fato, como explicado no tópico anterior, da resposta alterada do tecido endometrial ectópico 
ao estrógeno. 
• Sendo assim, espera-se que situações que reduzem o nível de estrógeno, diminuem o risco de 
endometriose, como por exemplo a supressão ovariana, menopausa e amenorreia. 
• Além disso, há evidênciasde aumento da endometriose e severidade da doença em mulheres com parentes 
de primeiro grau acometido. Inclusive, mulheres com história familiar apresentam risco sete vezes maior de 
desenvolver doença mais grave, bilateral e mais precoce, sugerindo fortemente um padrão hereditário da 
doença. 
• Alguns estudos evidenciaram a presença de dois principais genes que alterados, estão implicados na 
endometriose. 
• O primeiro é o gene EMX2, que codifica um fator de transcrição necessário para o desenvolvimento do trato 
reprodutivo. 
• O segundo gene é o PTEN, um gene supressor tumoral envolvido na transformação maligna da endometriose 
ovariana. 
• Em relação as malformações do trato genital feminino, as mais comumente correlacionadas a endometriose 
são hímen imperfurado, corno uterino não comunicante, septos vaginais, estenose iatrogênica de colo uterino 
e miomas distorcendo a cavidade uterina. 
• Acredita-se que a obstrução do trato de saída do sistema reprodutivo possa predispor ao aumento da 
menstruação retrógrada 
• Ademais, pesquisas apontam que mulheres mais altas e magras, ou seja, com menor índice de massa 
corporal, tem maior incidência de endometriose. A explicação para isso, seria o fato dessas mulheres 
apresentarem maiores níveis de estradiol na fase folicular. 
• Além disso, aparentemente, mulheres brancas e asiáticas tem maior susceptibilidade a ter endometriose. Em 
relação a cor, possa ser que mulheres negras tenham menor acesso ao sistema de saúde e, 
consequentemente, menor taxa diagnóstica. 
• A exposição a toxinas ambientais como a dioxina, produto derivado de processos de combustão industrial, 
reduz os níveis de testosterona e de outros andrógenos e com isso, relaciona-se à endometriose. 
• Por fim, o alto consumo de café e álcool também possui maior prevalência nas mulheres com endometriose, 
ao contrário da atividade física que é um fator protetor. 
• Uso de anticoncepção oral e risco de endometriose é uma interação controversa até o momento. Alguns 
estudos apontam aumento do risco de endometriose, e outros demonstraram redução. Acredita-se que possa 
haver um fator de confusão nessa interação. 
• Como o anticoncepcional é uma medicação utilizada para o tratamento de queixas frequentes na 
endometriose, como dismenorreia, essa medicação acaba sendo utilizada frequentemente nessas pacientes. 
QUADRO CLÍNICO 
• A endometriose pode ser assintomática em cerca de um terço das pacientes. 
• No entanto, nas pacientes sintomáticas os sintomas mais comuns são dismenorreia que aparece em 
78% dos casos sintomáticos, dispareunia, dor pélvica crônica (DPC) e infertilidade. 
 
• Na endometriose pode ocorrer inflamação e fibrose de algumas estruturas. Por conta disso, suas 
manifestações clínicas dependem da distribuição das lesões. 
• Cicatrizes extensas dos oviductos e ovários pode produzir desconforto no quadrante abdominal e 
subsequente esterilidade. Além disso, essas aderências causadas pela endometriose podem impedir a 
captura e o transporte do oócito pela tuba uterina. 
• Além do impedimento mecânico da ovulação e da fertilização, alterações nas funções ovariana e imune, bem 
como na implantação, estão relacionadas a infertilidade. 
• Em relação a dismenorreia e dor pélvica, geralmente ocorre por hemorragia intrapélvica e aderências 
periuterinas, além da liberação de citocinas pró-inflamatórias e prostaglandinas, liberadas pelos implantes 
endometrióticos no líquido peritoneal. 
• Normalmente, a dismenorreia associada à endometriose precede as menstruações em 24 a 48 horas e é 
menos responsiva aos medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e aos contraceptivos orais 
combinados (COCs). 
• A dor pélvica pode ser cíclica ou crônica. 
• No caso da cor crônica, sendo encontrada em 40 a 60% das mulheres com endometrioses. Nesses casos, 
alguns estudos revelam que ela pode ser resultado da invasão neuronal nos implantes endometrióticos. 
• A endometriose quando localizada no septo retovaginal, ligamento uterossacral ou serosa uterina pode levar 
a dispareunia (relações sexuais dolorosas). Isso se deve ao fato de que durante o ato sexual pode ocorrer 
tensão sobre o septo e ligamentos uterossacrais, precipitando a dor. 
• A presença de focos endometriais na parede retal, sobretudo no retossigmoide, pode produzir dor na 
defecação. Esse sintoma pode ser crônico ou cíclico e estar associados à constipação, diarreia ou 
hematoquezia cíclica. 
• Além disso, quando ocorre o envolvimento da serosa da bexiga pela 
endometriose, a paciente pode apresentar disúria, apesar de ser um dos 
sintomas menos comuns. 
• Algumas pacientes com queixa de dor abdominal podem ter 
endometriose de parede abdominal. 
• Outra manifestação comum são os endometriomas ovarianos que são 
cistos ovarianos que apresentam paredes lisas, têm cor marrom-escura 
e são repletos de líquido com aspecto de chocolate. 
 
• Em alguns casos, ocorrem endometriomas em cicatriz abdominal após 
procedimentos como cirurgia uterina ou cesariana. 
• Em casos raros, a endometriose pode envolver intestino delgado, ceco, 
apêndice ou colo retossigmoide e levar à obstrução intestinal. Esse 
quadro ocorre quando o implante endometrial envolve a parede 
intestinal no aspecto transmural e levar a um quadro clínico e 
radiográfico consistente com malignidade. 
• Os acometimentos extra-abdominais são raros, mas podem apresentar 
sintomas graves. Lesões pleurais estão associadas a dor pleurítica e 
pneumotórax recorrente no período menstrual, denominado 
pneumotórax catamenial. 
• Além disso, acometimento do sistema nervoso pode cursar com cefaleias ou convulsões catameniais. 
• No exame físico de uma paciente com endometriose através da inspeção e palpação abdominal podemos ver 
endometriose em cicatriz de episiotomia ou em cicatriz cirúrgica. 
 
 
• Através do toque vaginal, podemos encontrar 
nódulos formados por tecido endometrial no septo 
retovaginal. Nesses casos, encontra-se nodulações 
dolorosas na parede vaginal posterior. 
• A palpação abdominal e/ou pélvica, pode revelar 
anormalidades anatômicas sugestivas de endometriose. 
Também podemos palpar uma massa anexial cística que é 
um endometrioma em ovários durante a palpação abdominal. 
• No exame especular, o colo de útero pode conter 
focos de endometriose que a depender da fase do ciclo 
menstrual, pode-se apresentar de cor vermelho, marrom ou 
roxeado. Essas lesões podem ser sensíveis ou sangrar ao 
contato. 
• Estudos têm demonstrado uma associação entre 
endometriose e câncer, sobretudo neoplasia ovariana, maior 
naquelas que utilizaram reposição hormonal apenas com 
estrogênio. 
• Além disso, a uma associação entre a endometriose 
e neoplasias em geral, como câncer de mama, de ovário e 
linfoma não-Hodgkin. Apesar disso, os dados sobre 
endometriose e câncer ainda são preliminares e não 
permitem concluir sobre uma associação real entre os 
fatores. 
DIAGNÓSTICO 
• De acordo com a European Society of Human 
Reproduction and Embriology (ESHRE) o diagnóstico de 
endometriose suspeitado com base na história, sinais e 
sintomas. 
• Em seguida, esse diagnóstico é corroborado pelo exame físico e técnicas de imagem. 
• Isto torna o diagnóstico difícil, pois o exame físico geralmente tem limitada capacidade diagnóstica na 
endometriose, mesmo na presença de endometrioma. Além disso, muitas pacientes são oligo ou 
assintomáticas, retardando o diagnóstico. 
• Ainda no quadro clínico, vale lembrar que a correlação dos sintomas com o período menstrual tem grande 
importância para a suspeita disgnóstica. 
• Os exames laboratoriais podem ser solicitados para excluir outras causas de dor pélvica, através de 
hemograma, dosagem sérica ou urinária de gonadotrofina coriônica humana, exame e culturas de 
urina, culturas vaginais e esfregaços do colo uterino podem ser realizados para excluir infecções ou 
complicações da gestação. 
• Feito isso, os exames de imagem têm demonstrado avançosna avaliação inicial da paciente com 
endometriose, principalmente no descarte de diagnósticos diferenciais. 
• Entretanto, eles não conseguem dar o diagnóstico definitivo. 
• Dentre os exames de imagem destacam-se: 
1. Ultrassonografia transvaginal: (USG TV) é um 
exame simples, barato e amplamente difundido. 
Contudo, dificilmente encontra pequenos focos de 
endometriose e focos com pouca atividade. Porém, 
na presença de um grande endometrioma fica fácil 
fechar o diagnóstico, pois eles se apresentam como 
massas bem delimitadas. 
 
Além disso, a USG TV consegue identificar 
aderências pélvicas e acometimento por 
endometriose profunda. A ultrassonografia retal, 
ecoendoscopia e técnicas como sonovaginografia, 
que envolve instilação de solução salina na vagina 
para maior precisão na localização de endometriose 
retovaginal, têm sido recomendadas para o 
diagnóstico de endometriose do septo retovaginal e dos ligamentos uterossacrais. 
2. Ressonância magnética (RM): A RM possui ressonância magnética alto custo, é pouco disponível em nosso 
meio e não deve ser solicitada de rotina em qualquer suspeita de endometriose. Entretanto, é o exame que 
apresenta melhores taxas de sensibilidade e especificidade na avaliação da paciente com endometrioma e 
endometriose profunda. 
 
3. Tomografia computadorizada (TC): Esse exame é mais utilizado para diagnosticar e avaliar a extensão 
da endometriose intestinal, determinando a presença e a profundidade de lesões endometrióticas 
intestinais. 
 
• Além disso, na presença de infertilidade, sangramento e dismenorreia pode-se realizar a 
histeroscopia, para afastar outras doenças que cursem com os mesmos sintomas. 
• A colonoscopia pode ser indicada nas lesões múltiplas que acometem a mucosa intestinal e para afastar 
outras doenças que causem sangramento e dor. 
• Enquanto que a cistoscopia tem indicação na suspeita de endometriose vesical próxima aos óstios ureterais. 
• O diagnóstico final da endometriose é realizado por laparoscopia. 
• A laparoscopia com biópsia do tecido é o exame padrão-ouro no diagnóstico da endometriose. 
• Algumas sociedades defendem que além da laparoscopia, também deve ser realizado a biópsia da lesão. No 
entanto, o Ministério da Saúde (2016), afirma que não é necessário a biópsia para confirmação 
histopatológica, pois há alta correlação entre achados laparoscópicos e histológicos, e a comprovação 
histológica seria desnecessária a investigação. 
• A laparoscopia permite tanto o diagnóstico como o tratamento da paciente, pois permite a visualização e a 
descrição das lesões. 
 
• Vale lembrar que a laparoscopia só deve ser realizada se não for possível obter o diagnóstico e tratamento 
de maneiras menos invasivas e após ter sido feita toda a avaliação por meio dos métodos de imagem. 
• Novos trabalhos estão tentando empregar marcadores para facilitar o diagnóstico da endometriose. 
• O CA125 é um dos marcadores mais pesquisados em endometriose, pois apesar de aumentar na 
menstruação de pacientes com ou sem endometriose, naquelas que têm endometriose mais avançada têm 
maiores níveis de CA-125. 
• Contudo, esse marcador não possui níveis de 
sensibilidade e especificidade bons o suficiente para 
ser empregados de rotina no rastreio e diagnóstico 
dessa patologia. 
• Outros marcadores são a interleucina-6, interleucina-
8, fator de necrose tumoral e interferon-gama. 
• Por fim, várias condições apresentam quadro clínico 
similar à endometriose e por isso, devem ser 
descartadas na avaliação diagnóstica. 
 
• Outras causas de dor pélvica crônica são 
adenomiose, aderências pélvicas, doença inflamatória 
pélvica e massas pélvicas. 
• Causas não ginecológicas de dor pélvica também 
devem ser avaliadas, como síndrome do cólon irritável, 
cistite intersticial, fibromialgia e disfunções 
musculoesqueléticas do assoalho pélvico. 
CLASSIFICAÇÃO E SÍTIOS ANATÔMICOS 
• A extensão da endometriose pode variar muito entre 
as pacientes. 
• Por conta disso, existem uma classificação da 
American Society for Reproductive Medicine (ASRM) 
que avalia de forma objetiva essa extensão. 
• Essa classificação, além da extensão da doença, 
permite diferenciar entre doença superficial e 
invasiva, correlacionar os achados cirúrgicos e os 
resultados clínicos e descrever a morfologia da 
lesão endometriótica como branca, vermelha ou 
preta. 
• Ela engloba a profundidade da invasão, grau de envolvimento ovariano, presença de aderências e 
comprometimento do fundo de saco de Douglas. 
• De acordo com esse estadiamento, a endometriose é classificada em 4 estágios. 
• No entanto, essa classificação apresenta algumas limitações, pois não correlaciona o prognóstico da doença 
e o nível de dor. Além disso, nessa classificação não estão incluídas algumas localizações de endometriose, 
como o intestino, no estadiamento da doença. 
 
• A endometriose pode se desenvolver em qualquer sítio. 
• O mais comum é encontrar a endometriose em áreas pélvicas, como ovário, peritônio pélvico, fundo 
de saco e ligamentos uterossacrais. 
• Mas também pode ocorrer no septo retovaginal, ureter e, raramente, bexiga, pericárdio, cicatrizes cirúrgicas 
e pleura podem ser afetados. 
 
TRATAMENTO 
• O tratamento da endometriose pode ser dividido em clínico, expectante ou farmacológico, cirúrgico ou a 
combinação de ambos. 
• A escolha vai depender dos sintomas específicos, sua gravidade, localização das lesões 
endometrióticas, objetivos do tratamento e desejo de conservar a fertilidade da paciente. 
• Por exemplo, se a infertilidade o objetivo principal, utilizará um tratamento que preserve a fertilidade, sem 
supressão da ovulação. 
• Por outro lado, se a paciente apresentar sintomas dolorosos intensos e constantes e não desejar mais ter 
filhos, justifica-se a cirurgia definitiva. 
TRATAMENTO CLÍNICO 
• Em relação ao tratamento clínico, nas pacientes assintomáticas, com diagnóstico acidental de 
endometriose, pode-se adotar uma conduta expectante. 
• Nas pacientes sintomáticas, como o tecido endometriótico tem resposta hormonal, pode-se utilizar 
medicações que levam a um período com ausência de menstruação ou amenorreia. 
• Dentre os medicamentos estão os análogos do GnRH que simulam a menopausa, o gestrinona ou 
danazol que levam a amenorreia ou os anticoncepcionais orais e progestágenos. 
• Todos esses tratamentos são não invasivos, todavia, têm a desvantagem para a mulher que quer 
engravidar. 
a) Análogos do GnRH: Em relação aos análogos do GnRH, eles levam a diminuição de gonadotrofinas 
e hipoestrogenismo. Dessa forma, ocorre amenorreia e redução da atividade dos focos de 
endometriose. 
Os efeitos adversos são decorrentes da diminuição dos níveis de estrogênio (fogachos, 
ressecamento vaginal, diminuição da libido, alteração de humor, cefaleia e depleção óssea). 
O tratamento por mais de seis meses deve ser associado à reposição hormonal para diminuir os efeitos 
do hipoestrogenismo. 
b) Anticoncepcional oral (ACO): O ACO alivia a dismenorreia e pode ser utilizado de forma cíclica ou 
contínua. Eles causam inibição da ovulação com diminuição dos níveis de gonadotrofinas, 
diminuição do fluxo menstrual e decidualização dos focos de endometriose. 
c) Progestágenos: Esses medicamentos provocam decidualização e atrofia dos focos de 
endometriose. 
Apresentam como efeitos adversos mais frequentes sangramento irregular, ganho de peso, acne e 
edema. Pode ser utilizados em comprimidos, formas injetáveis, implantes e dispositivos intrauterinos 
(DIU). 
d) Danazol e gestrinona: O danazol é um androgênio oral que inibe o LH e a esteroidogênese, e 
eleva os níveis de testosterona livre. Os efeitos adversos mais comuns incluem hirsutismo, acne e 
alteração de voz. 
e) A gestrinona é um progestágeno/antiestrogênio e produz inibição da esteroidogênese ovariana. Os 
efeitos adversos são decorrentes dos efeitos androgênicos e antiestrogênicos. 
• Além disso, para melhor a dor, comum na endometriose,estão indicados medicamentos analgésicos e anti-
inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno, o naproxeno e o ácido mefenâmico. 
• Esses agentes inibem de forma não seletiva as isoenzimas COX-1 e/ou COX-2. Ambas enzimas são 
responsáveis pela síntese das prostaglandinas envolvidas na dor e na inflamação associada à endometriose. 
• Outras medidas, como acupuntura e atividade física, podem ser efetivas no manejo da dor pélvica. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
• O tratamento cirúrgico pode ser realizado por meio de laparoscopia ou laparotomia. Tendo como objetivo 
a retirada do tecido endometriótico. 
• O tratamento cirúrgico consiste na cauterização dos focos de endometriose associada à lise de 
aderências, procurando restabelecer a anatomia normal da pelve. 
• Além disso, pode-se retirar áreas de fibrose via laparoscopia, desfazer endometrioma, e reposicionar as 
trompas, para facilitar uma possível gestação. 
• Endometriomas devem ser manejadas cirurgicamente. 
• O tratamento medicamentoso pode levar à redução temporária do tamanho do cisto, mas não consegue 
eliminá-lo. 
• Eles podem ser somente drenados ou drenados e ter sua cápsula cauterizada. 
• Além disso, pode-se fazer a cistectomia, com retirada completa da lesão. Sendo que essa última opção 
possui melhores taxas de redução dos sintomas. Porém, nesses casos também há maior dano ao parênquima 
ovariano, podendo alterar a reserva ovariana. 
• A histerectomia total associada à anexectomia bilateral é reservada a pacientes com doença extensa e que 
não desejam ter filhos. 
• Outra abordagem inclui a neurectomia pré-sacral, que tem demonstrado diminuir dispareunia e dismenorreia. 
• Em alguns casos de endometriose, pode ser necessário a ressecção vesical parcial, reimplante ureteral, 
ressecção digestiva, colostomia, a depender da extensão da doença. 
• Vale lembrar que mesmo com intervenção cirúrgica, a paciente precisa ser tratada clinicamente. Não 
adianta fazer cirurgias sem tratar clinicamente, pois pouco tempo depois, as alterações, como endometriomas 
e aderências, podem retornar. 
• Por isso, toda paciente que é tratada cirurgicamente, obrigatoriamente, tem que fazer o tratamento combinado 
para evitar que a doença volte. 
OBS: GESTRINONA - CHIP DA BELEZA

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