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AULA 5 – Fundações Superficiais: dimensionamento de blocos e sapatas e estimativa de recalques Prof. Paulo Marinho Eng. Civil, Me. Campina Grande-PB Maio de 2021 Fundações Disposições construtivas Fundações Disposições construtivas Fundações Disposições construtivas (a) (b) (c) Fundações Disposições construtivas Fundações BLOCOS A bloco Fundações Biela de compressão β > 60° - blocos de fundações e tubulões 45° < β < 60° - sapatas rígidas β < 45° - sapatas flexíveis Fundações Biela de compressão fck/25 ou 1 MPa Fonte: Urbano Rodriguez Os blocos de fundação devem possuir altura suficiente a garantir que as tensões de tração desenvolvidas em seu interior sejam totalmente suportadas pela resistência à tração do concreto EXERCÍCIO Exercício (1º) Dimensionar geometricamente um bloco de fundação confeccionado com concreto de fck= 15 MPa, para suportar uma carga de 1700 kN aplicada por um pilar de 0,35 m x 0,60 m e apoiado num solo com σAdm= 0,4 MPa. Fundações SAPATAS As sapatas são elementos de fundação executados em concreto armado, de altura reduzida em relação às dimensões da base e que se caracterizam principalmente por trabalhar de modo a garantir que as tensões de tração sejam resistidas pela armadura. Isoladas Fundações SAPATAS Isoladas Fundações SAPATAS Segundo a NBR 6118 são estruturas de volume usadas para transmitir ao terreno as cargas de fundação, no caso de fundação direta. São divididas em sapatas rígidas e flexíveis. Isoladas Cobrimento de pelo menos 3cm no contato do concreto com o solo. Fundações SAPATAS Isoladas Exemplo: Qual altura será necessária par que esta sapata será considerada rígida ou flexível? Fundações P = carga proveniente do pilar; pp = peso próprio do bloco ou da sapata (ou pelo menos 5% da carga do pilar); σs = tensão admissível do solo. Critério limitante para sapatas isoladas Utilizar sapata associada Fundações Neste caso, quando não existe limitação de espaço, a sapata mais indicada deverá ter em planta seção quadrada. Fundações Busca-se garantir a economia, pelo equilíbrio entre os balanços de concreto, que por consequência permitirá consumo de aço igual nas duas direções. Isto só será inviabilizado por limitações de espaço. As,a = As,b Fundações A superfície de topo da sapata deve contar com um plano horizontal maior que a seção transversal do pilar, com pelo menos 2,5 ou 3 cm, que facilita a montagem e apoio da fôrma do pilar. Para evitar a possível ruptura nos lados da sapata é importante executar as faces extremas em superfície vertical, com a seguinte sugestão para h0 O ângulo α, de inclinação da sapata, deve ser preferencialmente igual ou menor que 30°, que é ângulo do talude natural do concreto fresco, a fim de evitar a necessidade de fôrma na construção da sapata. Fundações O projeto da sapata isolada tem as seguintes fases: estimativa das dimensões da sapata, dimensionamento das armaduras de flexão, e as verificações: das tensões de compressão diagonais, da punção (para as sapatas flexíveis), da aderência da armadura de flexão e do equilíbrio referente ao tombamento e ao deslizamento Fundações O projeto da sapata isolada tem as seguintes fases: estimativa das dimensões da sapata, dimensionamento das armaduras de flexão, e as verificações: das tensões de compressão diagonais, da punção (para as sapatas flexíveis), da aderência da armadura de flexão e do equilíbrio referente ao tombamento e ao deslizamento EXERCÍCIO Exercício (2º) Dimensionar geometricamente uma sapata para um pilar de 0,30 m x 0,30 m e carga de 1500 kN, sendo a taxa admissível no solo igual a 0,3 MPa. Exercício (3º) Projetar geometricamente as sapatas dos pilares P1 e P2 adotando a taxa do solo como sendo 0,3MPa. Considere que a sobrecarga dos pilares já conta com seu P.P. Obs 1.: Este exemplo demonstra que nem sempre é possível executar as sapatas com a-a0=b-b0 em função da existência da divisa, uma sapata próxima, etc. Exercício (3º) Projetar geometricamente as sapatas dos pilares P1 e P2 adotando a taxa do solo como sendo 0,3MPa. Considere que a sobrecarga dos pilares já conta com seu P.P. Obs 1.: Este exemplo demonstra que nem sempre é possível executar as sapatas com a-a0=b-b0 em função da existência da divisa, uma sapata próxima, etc. Fundações Exercício (4º) Projetar geometricamente uma sapata para o pilar indicado abaixo, com carga de 3000 kN e taxa no solo de 0,3 MPa. Fundações Caso de sapata retangular e R P M Lembram o que é o núcleo central de inércia? SAPATAS Divisa Fundações SAPATAS Divisa Quando o pilar encontra-se faceando a divisa da construção, não se pode avançar com a fundação além da divisa. Obs1.: Cuidado com o desenvolvimento das tensões de tração. NBR 6122 não permite! Obs2.: Problemas relacionados às sapatas de divisa: a) Fulga de material por escavação; b) infiltrações devido a vazamentos;NA Recomenda-se Sempre executar com viga de equilíbrio Fundações R2 = P2 - ΔP NBR 6122/2019 Recomenda que seja considerado alívio de no máximo 50% no pilar central, para que ocorra tensão máxima no solo de apoio, de modo que não ocorra alívio total no solo por tração A carga em P1 passa a ser centrada e o momento é absorvido pela viga de equilíbrio Fundações A seção torna-se maior neste ponto em função do esforço cortante e momento fletor elevado Neste outro ponto, o esforço cortante é menor e o momento inexiste (rótula) Fundações Solução com viga alavanca Fundações Adotar inicialmente ΔP = 0 Fundações Fundações Roteiro de cálculo: 1) Encontra A1; 2) A = 2b ►Encontra o b; 3) Encontra o e; 4) Encontra a distância d; 5) Encontra o ΔP; 6) Encontra o R; 7) Encontra a Afinal de P1; 8) Encontra a carga de P2; 9) Encontra a área de P2 e as dimensões. Em sapatas de divisa é interessante ter a/b próximo ao valor de 2,5 pois diminui-se a excentricidade, que consequentemente reduz o momento gerando economia Exercício (5º) Dimensionar as sapatas dos pilares P1 e P2 indicados abaixo, sendo a taxa no solo σAdm= 0,3 MPa. Fundações ▪ Projeto se torna mais econômico → adotar maior número possível de sapatas isoladas; ▪ No caso de ocorrência de pilares muito próximos: sapatas isoladas se sobrepõem → adotar sapata associada SAPATAS Associadas Fundações CG da carga dos pilares = CG da sapata → tensões no solo se distribuem uniformemente. x l P1 e P2 = cargas nos pilares = distância entre pilares = posição do centro de gravidade das cargas P1 P2 l- xx l CG Viga de rigidez: viga que une dois pilares de modo a permitir que a sapata trabalhe com tensão constante. Fundações Fundações Exercício (6º) Projetar uma viga de fundação para os pilares P1 e P2 indicados abaixo, sendo a taxa no solo σAdm= 0,3 MPa considerando P1=P2= 1600 kN. Fundações SAPATAS Corrida Placa de concreto armado em que uma das dimensões, o comprimento, prevalece em relação a outra, a largura. ● Cargas linearmente distribuídas; ● Paredes de vedação ou estruturais; ● Linhas de pilares muito próximos. Fundações O que pode ocorrer Fundações ▪ Viga longitudinal → armadura ao longo comprimento ▪ Laje com balanço nas duas faces da parede ou da viga de rigidez → armadura na direção transversal Fundações ▪ Exemplo de armação Fundações Fundações Em terrenos com alta declividade recomenda-se realizar o escalonamento do perfil Fundações Sapata corrida ≠ viga baldrame Econômico em vãos < 6m Fundações Recalque ▪ Definimos recalque de um sapata como o deslocamento vertical para baixo, da base da sapata em relação a uma referência fixa, indeslocável, como o topo rochoso. ▪ São provenientes das deformações por diminuição de volume e/ou mudança de forma do maciço de solo compreendido entre a base da sapata e o indeslocável. Fundações Recalque CAUSAS o Aplicação de cargas estruturais; o Rebaixamento do lençol freático; oColapso do solo devido à inundação; o Inchamento de solo expansivo; o Deterioração estrutural da fundação. Fundações Recalque TIPOS O recalque que ocorre imeditamente após o carregamento é chamado recalque imediato ou instantâneo, indicado como (ri ou wi). A parcela que ocorre com o tempo está indicada como wt. Assim o recalque total ou final (wf). Fundações O recalque que se processa com o tempo – chamadado recalque no tempo – se deve ao adensamento (migração de água dos poros com consequente redução no índice de vazios) e a fenômenos viscosos (escoamento ou creep). O creep, também chamado de fluência, é tratado como “adensamento secundário”. Fundações ▪ Recalque absoluto (w): deslocamento vertical descendente de um elemento de fundação. ▪ Recalque diferencial (δw): é a diferença entre os recalques absolutos de dois quaisquer elementos de fundação. ▪ Distorção angular (b): rotação da reta que une dois elementos de fundação. wA wB lAB A B dwAB BAAB www −=d AB AB AB BA l w l ww d = − = Fundações Fundações Fundações Recalque NBR 6122 (ABNT, 2019) Fundações Ensaios para verificação do recalque? - Adensamento em laboratório - Ensaio de placa - Topografia Fundações Fundações Fundações Fundações Fundações Recalque DANOS CAUSADOS ▪ Estéticos: afetam apenas o aspecto da obra, não comprometendo uso ou estabilidade (fissuras em paredes de vedação, desaprumo da edificação); ▪ Funcionais: afetam o uso da edificação (dificuldade de abrir portas e janelas, problemas com elevadores, problemas em tubulações); ▪ Estruturais: afetam elementos estruturais e podem causar ruína na edificação (trincas em elementos estruturais). https://weburbanist.com/2011/11/18/13- tilted-architectural-wonders-of-the-world/ https://weburbanist.com/2011/11/18/13-tilted-architectural-wonders-of-the-world/ Fundações Recalque MÉTODOS PARA ESTIMATIVA ▪ Meio Elástico Homogêneo (MEH): Argilas • Camada semi-infinita • Camada finita • Multicamadas • Bulbo de recalques ▪ Meio Elástico Não-Homogêneo: Areias • Método de Schmertmann (1970) • Método de Schmertmann (1978) Fundações Fundações ou Obs.: Alguns autores denominam o fator de forma como Ip ou Is - Pode-se considerar Ih = Id = 1 para o carregamento aplicado à superfície de um meio de espessura infinita Fundações Fundações Fundações Fundações Método de Janbu (1966) Fundações Fundações Fundações Fundações Fundações Fundações Em outras palavras, a camada só deve ser levada em consideração no cálculo dos recalque se esta sofrer mais que 10% do carregamento (verificar bulbo de tensões) Como é possível alterar comportamento do bulbo de recalques ou de tensões? Fundações Módulo de deformabilidade das argilas – cte Módulo de deformabilidade das areias - variável Fundações Fundações P ro fu n d id a d e d e a s s e n ta m e n to ( z ) e m fu n ç ã o d o m e n o r la b o ( B ) d o e le m e n to d e fu n d a ç ã o a p a rt ir d a b a s e d a f u n d a ç ã o Fundações Fundações Fundações Fundações Fundações Recalque TOLERÂNCIA Fundações Fundações Fundações Fundações Fundações Recalque Parâmetros de Compressibilidade MÓDULO DE DEFORMABILIDADE Fundações Fundações Fundações Fundações Dúvidas??? Prof. Paulo Marinho – Eng. Civil, Me. 040300197@prof.uninassau.edu.br
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