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Neurologia Vitória Araújo Avaliação dos nervos cranianos I - Nervo olfatório Função: sentir cheiro, olfato. Teste para avaliar a função Usa-se substância como: extrato de limão, hortelã, pó de café, álcool e outras substâncias que não irritem a mucosa nasal. O teste deve ser feito em cada lado da narina separadamente (fechar o lado oposto que está sendo usado) – bilateral. Alterações: - Hiposmia (redução do olfato) - Anosmia (ausência de olfato) - Parosmia (distorção dos odores, alterações corticais). Causas: Rinites agudas, interrupções ou compressões das vias olfatórias (trauma, tumor, hidrocefalia), meningite, sífilis meningovascular. II - Nervo óptico Caracterizado pela perda da visão, redução da acuidade visual. Função: visão 1) Medida da acuidade visual ➢ Refere-se a clareza da visão. E é testada através da visualização da tabela Snellen (com vários números e letras de diversos tamanhos). ➢ O paciente se senta distante da tabela, fecha um lado dos olhos e fala o que está vendo. Ambiliopia /amaurose: ocorre na HIC, doenças degenerativas, doenças desmielinizantes, atrofias de papila, neurite óptica. 2) Avaliação dos campos visuais ➢ Avaliação de campimetria. Divido em 4 campos (lado direito superior e inferior, esquerdo superior e inferior). ➢ Teste de confrontação: O examinador fica frente a frente com o paciente, fecham o mesmo campo visual e testam os quatro campos visuais (com as mãos faz movimentos para o paciente identificar sem olhar diretamente para sua mão) e compara o que ele está vendo com o que o paciente diz ver. ➢ Local do córtex responsável pela visão: lobo occipital. ➢ O local onde ocorre o cruzamento das fibras se chama quiasma óptico. ➢ E o quiasma está localizado acima da hipófise que fica acima da sela túrcica. ➢ Inclusive o quiasma óptico é um local de recorrente lesão por conta de tumores de hipófise (causando perda visual). ➢ Antes do quiasma é chamado de nervo óptico (entrada das fibras) e que está depois do quiasma é chamado de trato óptico e por último onde as fibras se irradiam se chamam de irradiações ópticas (córtex). Escotomas patológicos: causas – trombose da artéria central da retina, compressão do nervo óptico, neurite óptica. Alterações: - Hemianospsia: falha na metade do campo visual. - Hemianospsia homônima: comprometimento do campo temporal de um lado e nasal de outro. Perde visão dos campos do mesmo lado. Exemplo lesão do trato óptico esquerdo afeta a divisão do lado direito. Ocorrem em lesões retroquiasmáticas. - Hemianopsia heterônima: compromete ambos campos temporais ou nasais. A bitemporal ocorre nas lesões quiasmáticas (tumores de hipófise). Perda visual do campo visual direito de um lado e esquerdo do outro lado (campo periférico- temporal) – a mais comum. Visão em túnel, só tem visão dos campos internos. - Binasal- raridade clínica. 3) Fundoscopia ➢ É um exame de observação do fundo de olho o que significa dizer que será avaliado a retina e as demais estruturas internas. - Atrofia de papila primária (lesão primitiva no Neurologia Vitória Araújo nervo) - cor branca, limites nítidos. Exemplo: sífilis. - Atrofia de papila secundária- limites nítidos, cor branco-acinzentado. Exemplo: atrofia pós edema. 4) Reflexo fotomotor ➢ Usa-se uma lanterna para avaliar as pupilas dos olhos que irão contrair (miose) na presença da luz e relaxar na ausência. ➢ A luz entra pelo nervo óptico (via aferente) e volta pelas fibras vegetativas do oculomotor (via eferente). ➢ Quando iluminar um lado do olho e fazer o estímulo quando voltar, será distribuído para ambos os olhos, ou seja, os dois vão fazer miose. ➢ Reflexo fotomotor direto – miose após estímulo luminoso. ➢ Reflexo consensual – miose no olho não estimulado pela luz. ➢ Se houver lesão desse nervo, além da perda visual, terá também perda do reflexo fotomotor. III nervo oculomotor Função: motilidade ocular extrínseca. 6 músculos que realizam a motilidade ocular extrínseca. Função muscular: M. reto lateral – olhar para fora → abdução (olhar para o lado direito usa esse músculo). M. reto medial- olhar para dentro, para o nariz → adução (quando olhar para o lado esquerdo). M. reto superior- olhar para cima. M. reto inferior- olhar para baixo. M. oblíquo superior- olhar para baixo e para dentro M. oblíquo inferior- olhar para fora e para cima. ➢ Os músculos são inervados pelo nervo oculomotor, exceto o m. oblíquo superior (nervo troclear) e o m. reto lateral (nervo abducente). ➢ Os oblíquos fazem mais movimentos rotatórios. Alteração: 📌 Estrabismo convergente – se tornam mais próximo do outro - Lesão no nervo abducente. 📌 Estrabismo divergente – lados opostos - Lesão do nervo oculomotor. Muito raro o nervo troclear ser lesionado. E se lesionado são assintomáticos. 📌 Diplopia – visão dupla lesão quando lesionado os nervos oculomotor, abducente e troclear. Teste de motricidade ocular extrínseca: pedir para o paciente olhar o movimento da mão e acompanhar com os olhos, sem movimentar a cabeça, com os movimentos de direta, esquerda, cima, baixo, pedir para olhar para a ponta do nariz para testar a convergência e por fim movimentos rotatórios. ✓ Apresenta fibras motoras e vegetativas. ➢ Motoras- inervam a musculatura extrínseca do globo ocular, com exceção do reto lateral e oblíquo superior. N. oculomotor inerva m. levantador da pálpebra. Quando o oculomotor é lesionado causa ptose palpebral. O nervo facial abre os olhos e o oculomotor fecha. ➢ Vegetativas- inervam o esfíncter da pupila (músculo constritor da pupila). Via eferente do oculomotor Miadríse em dois casos: lesão do oculomotor ou nervo ótico. IV nervo troclear Função: ocular para dentro e para baixo. Inerva o músculo oblíquo superior. V nervo trigêmeo Função: Três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular (ou V1, V2 e V3). ➢ Inerva os músculos da mastigação principalmente do masseter. ➢ Reflexo córneo-palpebral (reflexo de piscar) – o nervo é via aferente e o a via eferente é o nervo facial. ➢ Possui inervação sensitiva e motora. Teste da porção sensitiva: com algodão para testar sensibilidade (testa, maxilar e mandíbula) e comparar os lados do rosto. Teste da porção motora: Neurologia Vitória Araújo ➢ Solicitar ao paciente que trinque os dentes para o examinador palpar o masseter e ver se está realizando a contração. ➢ Pedir para que ele abra a boca e impeça seu fechamento forçado para testar o nervo. Alterações: 📌 Hipoestesia: redução da sensibilidade tátil. 📌 Anestesia: abolição da sensibilidade tátil. 📌 Atrofia do músculo masseter 📌 Músculo assimétrico VI nervo abducente Função: abdução Inerva o músculo reto lateral (ocular). VII Nervo facial Função motora: mímica facial Função sensitiva: sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua, sensibilidade tátil, térmica e dolorosa de parte do conduto auditivo externo e tímpano. Funções vegetativas- natureza secretória (secreção de glândula lacrimal, salivar). 📌 Paralisia de Bell – paralisia facial periférica (nervo facial). Paciente não consegue piscar, franzir a testa e desviar a rima labial para o lado lesionado. Dor retroauricular, pode perder o paladar. Teste da porção motora: - Pedir para o paciente sorrir, franzir a testa, fechar os olhos bem forte e o examinador tentará abrir, fazer careta. Teste da porção sensitiva: - Gustação Alteração: 📌 Ageusia: perda da capacidade de sentir sabor 📌 Hipogeusia: diminuição da capacidade de sentir sabor. Pode ter dor no ouvido. ➢ Paralisia facial periférica: paralisa todo o rosto (hemiface inteira). ➢ Paralisia facial central: paralisia apenas o desvio da rima labial. ➢ A face possui fibras episilaterais que suprem o andar superior do lado da face, por isso se houver uma lesão central de um lado o outro lado conseguesuprir. VIII nervo vestibulococlear Função: responsável pelo equilíbrio e sistema auditivo. Testes: - Equilíbrio estático (lesão do aparelho vestibular- Romberg estereotipado). As provas de Weber são feitas com pouquíssima frequência. Alterações: 📌 Anacusia- perda completa da audição. 📌 Hipoacusia- diminuição da audição. 📌 Desvio postural – sinal de Romberg estereotipado. 📌 Alteração vestibular- vertigem. 📌 Pode apresentar ataxia de marcha (marcha em estrela), cefaleia, vômito. Atenção: Nervos glossofaríngeo, vago e acessório geralmente são lesionados juntos. Acabam tendo alterações muito parecidas. Inervam quase todos os músculos da deglutição, por isso terão disfagia. IX Nervo Glossofaríngeo Função: sensibilidade gustativa Fibras motoras: músculo constritor superior da faringe e estilofaringeo. Fibras sensoriais- sensibilidade e paladar do terço posterior da língua, céu palatino e faringe. Fibras parassimpáticas: responsável pela secreção da glândula parótida. Isoladamente possui pouquíssima expressão Alterações: 📌 Sensibilidade gustativa do 1/3 posterior da língua • Ageusia: perda completa do paladar • Hipogeusia: diminuição do paladar • Parageusia: mal paladar na boca, geralmente, possui um gosto metálico na boca. 📌 Disfagia- dificuldade para deglutir 📌 Neuralgia Neurologia Vitória Araújo X Nervo Vago Função: deglutição Fibras motoras: músculo do palato mole, faringe e laringe (nervo mais relacionado a deglutição que os outros). Fibras sensitivo-sensoriais: sensibilidade da área cutânea retroauricular e do conduto auditivo externo, da mucosa da laringe e porção inferior da faringe, além da sensibilidade gustativa da epiglote. Fibras vegetativas: inervação parassimpática de grande território da árvore brônquica, miocárdio e do trato digestivo. Alterações: 📌 Disfagia- dificuldade para deglutir 📌 Sinal de cortina- ao falar as letras A ou E, ocorre um desvio da parede posterior da faringe para o lado normal. 📌 Abolição do reflexo do vômito (reflexo velopalatino). 📌 Lesão do laríngeo recorrente que leva a disfonia, roquidão. 📌 Vômitos em jato, soluços e bocejo patológico (irritação do sistema vagal). Teste: - Inserir uma espátula em direção a úvula para estimular o reflexo do vômito. - Pedir para o paciente abrir a boca e o examinador analisa o véu palatino para identificar algum tipo de desvio. XI Nervo acessório Função: exclusivamente motora. Auxilia a deglutição e principalmente inervar esternocleidomastóide e trapézio. Porção bulbar- músculo da laringe. - Função do trapézio- elevação dos ombros. - Função do esternocleidomastóide - rotação lateral do pescoço. Quando rotacionar a cabeça para o lado direito estará usando o músculo esquerdo, sempre lado oposto. Testes: - Pedir para o paciente elevar os ombros e o examinador fará uma força contrário para testá-lo. - Pedir para o paciente virar o pescoço e o examinador aplicará uma força contrária ao lado que está virando o rosto. Alteração: 📌 Disfagia- dificuldade para deglutir. 📌 Atrofia dos músculos (trapézio e esternocleidomastóide). XII Nervo Hipoglosso Função: nervo motor da língua (motricidade). - Realizar uma inspeção para ver se não possui atrofia, desvio da língua ou fasciculações (apenas uma fibra). - Palpar para avaliar trofismo e tonicidade. Testes: - Pedir para o paciente colocar a língua para fora e realizar movimentos para cima, baixo, para os lados, colocar a língua por dentro da bochecha e fazer uma força do lado de fora para ver se o paciente consegue manter. Alterações: 📌 Lesões bilaterais: atrofia, fasciculação, paralisia, acentuada disartria, dificuldade para deglutir e mastigar. 📌 Lesão unilateral: atrofia, fasciculações na metade comprometida, desvio da ponta da língua para o lado acometido, disartria para consoantes linguais.
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