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Doença de Parkinson

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Parkinsonismo 
Luiza Barbosa 
Caso clínico: 
Paciente, 67 anos, sexo masculino, branco, 
residente e procedente de Joao Pessoa, 
ensino superior incompleto. Procurou 
consultório médico com queixa de tremor 
nas mãos há cerca de 6 anos, e após exclusão 
de outras comorbidades, após alguns meses 
foi diagnosticado com Doença de Parkinson, 
acometendo também membros inferiores, 
principalmente há 2 anos. Sem 
comorbidades. Não faz uso de 
medicamentos. 
1) Qual a tríade sintomatológica 
característica da Doença de 
Parkinson? 
2) Qual neurotransmissor é responsável 
pela etiologia da Doença de 
Parkinson? Como ele influencia na 
progressão da Doença? 
3) Quais são as principais classes de 
medicamentos usados no tratamento 
do Parkinson? 
4) Por que pacientes com esquizofrenia 
podem desenvolver Parkinson? 
Doença de Parkinson: 
• Doença neurodegenerativa; 
o Termo utilizado para uma série 
de doenças que afetam os 
neurônios; 
o São debilitantes que têm como 
consequência a degeneração 
progressiva e/ou morte dos 
neurônios; 
o Causam assim problemas de 
movimento (ataxias) ou de 
função mental (demências). 
• Doença neurodegenerativa 
(principalmente dos neurônios 
dopaminérgicos) progressiva 
complexa. 
Tríade sintomatológica: 
• Tremor; 
• Rigidez plástica; 
• Bradicinesia, com instabilidade 
postural aparecendo em alguns 
pacientes à medida que a doença 
progride. 
Disfunções não motoras: 
• Distúrbios de humor; 
• Disfunção do sono; 
• Disfunção autonômica; 
• Déficits cognitivos; 
• Demência e sintomas 
neuropsiquiátricos. 
Patogênese: 
Pode estar relacionada com uma combinação 
de: 
• Degradação reduzida de proteínas; 
• Acúmulo e agregação de proteínas 
intracelulares; 
• Estresse oxidativo; 
• Lesão mitocondrial; 
• Cascatas inflamatórias; 
• Apoptose. 
O corpo está em constante movimento, 
renovação. Se tem uma degradação que não 
é feita de forma correta, há o acúmulo de 
proteínas que precisavam ser eliminadas e 
elas não vão ser, como consequência, ocupam 
espaço indevido, acumulam dentro da célula 
e geram distúrbio. Além disso, essa 
Parkinsonismo 
Luiza Barbosa 
degradação reduzida favorece o acúmulo de 
proteínas e pode também favorecer o 
estresse oxidativo. Se tem estresse 
oxidativo, parte para a cascata inflamatória. 
O cérebro tem uma arquitetura muito bem 
definida, não pode ter espaço sobrando, a 
pressão é muito controlada, então, qualquer 
inflamação pode gerar uma complicação 
muito drástica, dependendo da área pode 
ser até fatal. Algo que gera estresse 
oxidativo e eventos inflamatórios, como o 
estímulo não vai cessar ou vai ser difícil de 
cessar pelo acúmulo de proteínas, tem-se um 
problema – começa a ter lesão mitocondrial 
e apoptose. Com lesão mitocondrial, 
prejudica a via de energia – neurônio com 
energia prejudicada, tem toda a sua via 
prejudicada, assim, pode prejudicar toda a 
via do corpo. 
Fisiologia: 
Uma molécula quando entra no corpo pode ir 
sofrendo reações metabólicas e dependendo 
da transformação uma molécula se 
transforma em outra. 
Existe um grupo de neurotransmissores – 
catecolaminas – são moléculas que tem o anel 
catecol (fenol ligado a hidroxila) e no final 
há a amina. A semelhança do grupo permite 
que enzimas reconheça o grupo e consiga 
metabolizar. Um ponto positivo é que com 
uma só enzima é possível metabolizar mais 
de uma molécula. Mas, qualquer problema 
que tiver na enzima que metaboliza as 
catecolaminas, pode-se ter problemas que 
vao prejudicar tanto a via dopaminérgica, 
quanto a via adrenérgica – processos que 
envolvam tanto dopamina quanto adrenalina. 
Então, dependendo do processo metabólico 
vai-se ter efeitos mais ou menos sistêmicos. 
Rceptores que interagem com a dopamina 
são chamados de dopaminérgicos, porque são 
ativados por dopamina e são receptores 
importantes por serem do tipo 
metabotrópicos. 
Se tem ativação da proteína G, dependendo 
da forma que é ativada, ela desencadeia 
alguns processos na célula – pode ativar 
canais de voltagem, pode mobilizar cálcio 
intracelular e ele desestabilizar vesículas do 
citoesqueleto que possuam molécula que 
iriam para a célula. Alguns receptores vão 
ser excitatórios e outros inibitórios. 
A via direta é a via excitatória e a indireta 
é a inibitória. 
A região da substância negra é rica em 
neurônios dopaminérgicos, que produzem 
dopamina. Esses neurônios vão interagir, 
principalmente, com receptores D1 e D2, 
dependendo da via que precisar ser 
realizada. Esses receptores estão no corpo 
estriado, dependendo se tem efeito D1 ou 
D2, vai influenciar. 
Se a dopamina se liga ao receptor D2, tem 
uma liberação de GABA, que tem efeito 
inibitório, ele vai ser ligado ao globo pálido 
(lateral) e vai inibir o globo pálido. Se está 
inibindo o globo pálido, não vai ter liberação 
de GABA para se ligar no núcleo subtalâmico. 
Se não inibe o núcleo subtalâmico, ele vai 
estar ativo, então, ele vai liberar glutamato. 
O glutamato é um neurotransmissor 
excitatório e foi liberado porque não teve 
liberação de GABA porque o globo pálido 
estava inibido, então liberou glutamato para 
Parkinsonismo 
Luiza Barbosa 
a substância negra. O glutamato vai 
estimular globo pálido e substância negra na 
parte reticular, estimulando a liberar GABA, 
com efeito inibitório, tendo uma inibição do 
tálamo. O tálamo não vai produzir glutamato, 
então o córtex motor vai estar inibido, 
tendo inibição dos neurônios motores. Então, 
tem uma inibição dos movimentos – não tem 
glutamato para estimular substância negra, 
nem o corpo estriado, nem os neurônios 
motores. 
Se a dopamina se liga ao D1, vai ter a 
liberação de GABA, mas esse GABA vai se 
ligar diretamente no globo pálido e na 
substância negra da parte reticular. Quando 
ele se ligar, vai ter um efeito inibitório. Ao 
inibir essa região, não vai ter produção de 
GABA, estimulando tálamo. O tálamo 
estimulado produz glutamato, assim, o 
córtex motor vai estar estimulado. Com o 
córtex estimulado, produz o glutamato para 
manter a via estimulada. Quando tiver um 
excesso de estímulo na parte dos neurônios 
motores, a própria via tem um mecanismo de 
tentar reduzir o estímulo, através da ação 
do glutamato na região – estimula globo 
pálido e substância negra parte reticular, 
produzindo GABA, que inibe tálamo e, 
consequentemente, não produz glutamato, 
desligando o córtex motor. 
No neurônio do corpo estriado tem a 
produção de receptores para acetilcolina – 
neurotransmissor que faz efeito contrário à 
dopamina. Se a dopamina estimula o neurônio 
motor, vai ter uma função, que é a liberação 
de GABA, a acetilcolina prejudica a 
liberação de GABA. Dopamina estimula a 
liberação de GABA e acetilcolina inibe. 
Quando se tem a ausência de dopamina, no 
caso do Parkinson, só tem a acetilcolina para 
regular o neurônio gabaérgico. Pensando no 
Parkinson, se não tem dopamina, não tem 
ativação de D1 ou D2, se não tiver GABA, o 
corpo pálido vai estar ativado, produzindo 
GABA que vai inibir o núcleo subtalâmico, se 
o núcleo estiver inibido, não tem produção 
de glutamato, porque o globo pálido vai estar 
ativado. 
Estratégias terapêuticas: 
Pode se ter 2 situações: ou aumenta a 
dopamina ou reduz acetilcolina. Dependendo 
do caso, tem que usar as duas estratégias. 
A dopamina é formada a partir da tirosina 
(aa), que é transformada em levodopa e é o 
precursor da dopamina. Essa dopamina 
produzida para ser liberada na fenda 
sináptica e estimular os outros neurônios, 
como os do corpo estriado, ela vai precisar 
estar na forma de vesícula, para que a 
vesícula se funda na membrana e libere a 
dopamina na fenda. Só que a dopamina, 
quando se está em excesso, tem a inibição 
do córtex motor, reduzindo dopamina, esse 
excesso pode ser também degradado por 
uma enzima chamada de MAO – monoamino 
oxidase –essa enzima age sobre a porção 
amina das catecolaminas e degrada a 
dopamina. Pode-se ter, além disso, depois 
que a dopamina é liberada, ela vai ser lançada 
na fenda sináptica para se ligar aos 
receptores, podendo ter 3 destinos: ou se 
liga ao receptor dopaminérgico, ou é 
reaproveitada – os neurônios pré sinápticos 
tem um mecanismo de reciclar a dopamina, 
porque é possível guardar ela para utilizar 
mais tarde, ou com o excesso de dopamina, 
Parkinsonismo 
Luiza Barbosa 
tem que tomar cuidado com excesso de 
ativação dos receptores, então outra 
enzima, a catecol-metil-transferase 
(COMT) que vai degradar a dopamina. 
1° estratégia: anticolinérgicos; 
2° estratégia: levodopa; 
3° estratégia: inibir a ação da MAO; 
4° estratégia: estimular a liberação de 
dopamina; 
5° estratégia: inibir a recaptação; 
6° estratégia: moléculas que imitem a 
dopamina – agonistas dopaminérgicos que se 
ligam ao receptor e fazem papel da 
dopamina; 
7° estratégia: inibir a COMT – inibe a 
degradação de dopamina na fenda sináptica, 
aumentando o tempo da dopamina na fenda, 
favorecendo a ligação no receptor. 
Classes de medicamentos: 
Relação Parkinson – esquizofrenia: 
A esquizofrenia é uma condição em que o 
paciente tem excesso de dopamina e esse 
excesso causa alucinação, principalmente 
auditiva. Então, o paciente tem uma 
realidade um pouco diferente da nossa, 
alguns criam uma obsessão, religiosa, pelo 
exército, questões políticas. Os fármacos 
que tratam a esquizofrenia fazem o 
contrário dos fármacos do Parkinson – 
trabalham com a redução da dopamina. 
Reduz tanto, que o paciente pode 
desenvolver Parkinson e nesse caso é 
Parkinson medicamentoso. Esse quadro tem 
como estratégia o uso de anticolinérgico, 
porque é como se estivesse tratando o 
Parkinson.

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