Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Reações de Hipersensibilidade Luiza Barbosa • Reações excessivas e indesejáveis; • Resposta imune não controlada corretamente – reações inflamatórias intensas e/ou dano tecidual; • Resposta imune patológica – difícil controlar ou interromper; o Doenças de hipersensibilidade tendem a ser crônicas e progressivas e de difícil tratamento. • Causas da hipersensibilidade: o Reação contra microrganismos persistentes – dano tecidual; o Reação “antígenos” próprios – autoimunidade; o Reações contra antígenos ambientais – alergias. Reação contra microrganismos – dano tecidual: ➢ Causar doença se reações forem excessivas ou se os microrganismos forem anormalmente persistentes. ➢ Formação de GRANULOMA; ➢ Indução de apoptose em células infectadas, normalmente por vírus de difícil desinfecção. Reação contra “antígenos” próprios – autoimunidade: ➢ Falha dos mecanismos normais de autotolerância – o momento de autotolerância é na seleção no timo (negativa, positiva), ou seja, maturação dos linfócitos T; ➢ Doenças autoimunes afetam de 2% a 5% da população (países desenvolvidos) – incidência decrescente; ➢ Mais comum em mulheres que em homens (motivos desconhecidos); ➢ São comuns em indivíduos da faixa etária entre 20 e 40 anos de idade – há redução da resposta imune na infância e no idoso. Reações contra antígenos ambientais – alergias: ➢ 20% da população é anormalmente responsiva a uma ou mais destas substâncias. I: IgE: Ativa mastócito, liberando seus grânulos com histamina, mediadores lipídicos. II: Mediada por IgM e IgG. Se liga a estrutura e gera resposta contra ao microrganismo. Está relacionada à autoimunidade. III: Mediada por imunocomplexo – ligação entre anticorpo e antígeno solúvel. Na II, o antígeno está associado a superfície ou matriz da célula, na III, o anticorpo liga ao antígeno solúvel. IV: Mediada por linfócitos T, que geram resposta celular. Não envolve a presença de anticorpos. Pode ser mediada por T CD4 ou T CD8. Hipersensibilidade tardia – demora alguns dias para o linfócito T ser liberado. Hipersensibilidade tipo I: • Hipersensibilidade imediata (3-20 min); • Antígenos ambientais – alérgenos; Alergia: dependendo da intensidade e local, pode-se levar ao choque anafilático. A primeira vez que se entra em contato com o alérgeno, o organismo ativa linfócitos Th2 que estimula linfócitos B a produzir IgE, ativando mastócitos e eosinófilos, liberando histamina. Assim, na segunda vez que o antígeno cair na corrente sanguínea e encontrar com mastócitos sensibilizados pelo IgE, o antígeno vai se ligar a esse IgE e vai ativar o mastócito a liberar histaminas e outras substâncias pró-inflamatórias. Ao liberar histamina em região de tecidos e vasos, vai-se ter vasodilatação – mais sangue chega, ficando vermelho, mais quente por estar Reações de Hipersensibilidade Luiza Barbosa mais próximo da superfície e edema por extravasamento de plasma. Por isso, quando se tem crise alérgica tem: vermelhidão, edema, quente e coceira por estímulo de receptores de toque, de sensibilidade. Exemplos: rinite, asma, dermatite atópica. Quando o mastócito é ativado, toda histamina é liberada. A histamina está presente em todos os organismos, mas principalmente no pulmão, pele da face, mucosa nasal, estômago e vasos sanguíneos. • 20% da população é anormalmente responsiva à antígenos ambientais; • As reações alérgicas se manifestam de maneiras diferentes dependendo do tecido afetado: o Erupção cutânea; o Congestão nasal; o Broncoconstrição; o Dor abdominal; o Choque. Tratamento das alergias: • Anafilaxia – epinefrina (adrenalina) – relaxamento brônquico. Hipersensibilidade tipo II: • Hipersensibilidade citotóxica; • Anticorpos (IgM ou IgG) se ligam à um “antígeno” em células ou em tecidos; • Autoimunidades – autoanticorpos. Por algum motivo, tem-se linfócitos B produzindo IgM e depois IgG contra alguma estrutura fixada na matriz ou na superfície de uma célula. Esse anticorpo se liga ao antígeno que ele reconhece. A partir do momento que se tem anticorpos fixos, tem-se recrutamento e ativação de células inflamatórias (neutrófilos, mastócitos, macrófagos, linfócitos T, ativação de sistema complemento) e isso gera resposta inflamatória. Resposta inflamatória intensa, gera a dano tecidual, então, tem-se quadro de dano tecidual pela presença desses anticorpos. Se tem anticorpo ligado na superfície da célula, por exemplo, pode-se ativar um fagocito a fagocitar a célula inteira. A resposta inflamatória por liberação de mediadores, como neutrófilos se ligando a receptores de porção Fc de IgG ou IgM, vão ficar ativados, liberar citocinas inflamatórias, liberar mais células inflamatórias e gerar dano tecidual. Além da presença desses anticorpos ativar resposta inflamatória, pode acontecer destes anticorpos ao invés de ativar resposta inflamatória, atrapalharem resposta fisiológicas, que é o que acontece quando eles se ligam a alguns receptores. Um exemplo é de hipertireoidismo associado a doença autoimune. Nessa doença, a pessoa produz anticorpo anti receptor TSH, só que esse anticorpo ao se ligar no receptor de TSH, ele estimula o TSH. Ou seja, ao invés de só gerar resposta inflamatória, ele estimula o receptor, produzindo mais e mais hormônios tireoidianos. Doenças causadas por anticorpos: • Autoimunes: o Anemia hemolítica; o Púrpura trompocitopênica; o Pênfigo vulgar; Reações de Hipersensibilidade Luiza Barbosa o Febre reumática; o Miastenia grave; o Hipertireoidismo. • Não-autoimunes: o Anemia hemolítica por transfusão de sangue incompatível; o Eritroblastose fetal. Anemia hemolítica por transfusão de sangue incompatível: Quando o sangue entrar no organismo, tem-se anticorpos anti hemácias, que se ligam nas hemácias, estourando-as. Eritroblastose fetal: Mãe negativa e filho positivo. Os anticorpos da mãe atacam os do filho. ➢ Geralmente não ocorre na primeira gestação. o 1° contato com o feto Rh+: mãe produz Ac IgM (não atravessam a barreira placentária); o 2° contato com o feto Rh+: mãe produz Ac IgG (capazes de atravessar a placenta); o Exposições subsequentes: produção mais rápida de Ac (cada nova gestação o acometimento fetal tende a ser mais grave). Pênfigo (fogo selvagem): a pessoa fica com a pele sempre lesionada, como se estivesse com queimaduras. Neste caso, a pessoa tem autoimunidade que produz anticorpos anti-desmossomos (junção celular), assim, as células não conseguem ficar juntas no epitélio, então, ele começa a ficar escamoso e gerar inflamação no local. Hipersensibilidade tipo III: • Hipersensibilidade imuno-complexa; o Formação de imunocomplexos (dissolvido nos líquidos corporais – Ag- Ac solúveis); • Autoimunidades; o Anticorpos ligados à autoantígenos; • Danos teciduais pós-infecções. Na corrente sanguínea, tem o imunocomplexo e começam a se depositar na parede de vasos. A porção Fc fica livre para ativar células do sistema imune, passando a ter resposta inflamatória – vasculite. Inflamação de pequenos vasos e a pessoa começa a sentir dor nesses locais. Isso acontece no LES – vasculites em diversos pontos do corpo. Esses imunocomplexos não são filtrados no glomérulo, causando glomerulonefrite. Quanto mais se agrava, mais se tem insuficiência renal. Na glomerulonefrite pós-estreptococócica, depois de alguns dias, ao matar as bactérias, substâncias do rompimento delas podem continuar circulantes, assim, devido a presença de anticorpos anti esses fragmentos, tem-se formação de imunocomplexos. Hipersensibilidade tipo IV: • Hipersensibilidade tardia; o Linfócitos T efetores libera citocinas que ativam macrófagos e causam danos locais. • Alergias “resposta tardia” (DTH); • Autoimunidades; o Linfócitos T autorreativos. Em uma inflamação mediada por citocinas, o linfócitoT CD4 vai liberar citocinas depois que reconhece o antígeno, as quais podem ativar as outras células e gerar mais inflamação e depois gerar dano tecidual. Ou pode- se ter células CD8 que, imediatamente ao reconhecer o antígeno, induzem morte celular. • Reação de fase tardia (24ª48h depois da ativação com a presença do antígeno). o Acúmulo de neutrófilos, eosinófilos, basófilos e linfócitos Th. • Presença de microrganismos ou antígenos ambientais – resposta exacerbada para eliminação do antígeno – dano tecidual. Dermatite de contato: Na dermatite atópica, quando dura mais alguns dias, tem a presença do linfócito T gerando eczema. Reações de Hipersensibilidade Luiza Barbosa ➢ Eczema no local do contato com o alérgeno; ➢ Causada (geralmente) por haptenos (níquel, cromato, látex etc.) Haptenos: ag. Incapazes de ativar resposta imunológica. Se conjugam a proteínas próprias e se tornam antigênicos. Tuberculose: ➢ Resposta granulomatosa. ➢ Macrófagos não conseguem eliminar a infecção e acabam recrutando ajuda das células T. Doença celíaca: associação com o glúten, que ativa resposta mediada por linfócito T que passa a atacar a gliadina (parte da proteína do glúten), com isso, a resposta inflamatória começa a danificar os microvilos – intestino tem menor microvilosidade, atrapalhando a absorção de nutrientes. Diabetes tipo I: linfócitos T anti células do pâncreas (ilhotas de langerhans) que atacam e o paciente não produz mais insulina. Artrite reumatoide: resposta inflamatória contra as estruturas de articulação, ficando problemáticas, havendo muita dor e entortando as estruturas. Não tem cura. Esclerose múltipla: ataque dos linfócitos T à bainha de mielina. Psoríase: ainda não se sabe a qual autoantígeno, mas acredita-se que são antígenos cutâneos. Conforme tem o processo de inflamação, tem mais estímulo para formação de queratina, gerando hiperqueratinização.
Compartilhar