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Neoplasia - conceitos da adaptação (aspectos clínicos, carcinogênese, diagnóstico, nomenclatura, epidemiologia, imunoterapia, terapia anticancerígena, antimetabólitos e inibidores da dihidrofolato red

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Neoplasia 
Luiza Barbosa 
Plasia: formação de um tecido que compõe 
um órgão. 
➢ (Ana)plasia: desdiferenciação; 
➢ (Hiper)plasia: proliferação 
fisiológica; 
➢ (Neo)plasia: proliferação anormal; 
➢ (Meta)plasia: conversão de tipo 
celular. 
Neoplasia é referida como TUMOR – e o 
estudo dos tumores é chamado de oncologia. 
Características da neoplasia: 
• Proliferação local de clones celulares 
atípicos; 
• Sem causa aparente; 
• Crescimento excessivo, progressivo e 
ilimitado, não coordenado e autônomo; 
• Com tendência a perda de 
diferenciação celular; 
É uma desordem genética, casada por 
mutações do DNA adquiridas 
espontaneamente ou induzidas por 
agressões do ambiente. 
Não é qualquer mutação, tem que envolver 
apoptose, vias metabólicas – conjunto de 
mutações em regiões específicas para que a 
célula se torne neoplásica. 
Existem possibilidades de alterações 
epigenéticas – regiões de regulação da 
transcrição do gene, que podem sofrer 
mutações, reduzindo ou induzindo a 
expressão de determinados genes. 
Célula tumoral: quando a célula perde o 
controle da sua divisão. 
O conjunto de células pode alterar a 
produção de substâncias, prejudicando o 
funcionamento do organismo, pressionar 
uma região, se for maligno pode se soltar e 
ir para outro tipo de tecido e crescer nele – 
metástase. 
Características 2 de todos os tumores, 
sejam eles benignos ou malignos: 
• Autossuficiência; 
• Ausência de resposta aos sinais 
inibidores de crescimento que 
controlam as proliferações celulares; 
• Evasão da morte celular (apoptose); 
• Potencial replicativo ilimitado; 
• Desenvolvimento da angiogênese; 
• Capacidade de invadir tecidos locais e 
disseminar-se para locais distantes – 
essa é das malignas; 
• Reprogramação das vias metabólicas, 
de forma a otimizar sua formação de 
energia (Efeito Warburg). 
TUMOR BENIGNO: 
➢ Permanecem localizados 
(“inocentes”); 
➢ Podem produzir mais do que massas 
localizadas – algumas vezes causam 
doença grave. 
TUMOR MALIGNO: 
➢ Câncer (“agarram”); 
➢ Invadir e destruir estruturas 
adjacentes; 
➢ Disseminar-se para locais distantes 
(metástase). 
ESTRUTURA ARQUITETÔNICA: 
Parênquima são as células funcionais do 
tecido, com formato clássico, que tem o 
comportamento biológico do tecido. O 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
estroma é o tecido conjuntivo, a matriz, que 
dará estrutura ao órgão. 
Na neoplasia vão ter as células mutadas 
(parênquima) e as que irão associar às 
células neoplásicas para dar suporte para o 
tumor crescer (estroma). 
Os componentes básicos da neoplasia: 
parênquima, constituído por células 
neoplásicas ou transformadas 
(comportamento biológico) e estroma, 
constituído por tecido conectivo, vasos 
sanguíneos e células inflamatórias derivadas 
do hospedeiro (crucial para o crescimento). 
NOMENCLATURA – TUMORES 
BENIGNOS: 
• Surgidos em tecidos mesenquimais: 
designação – acrescentar sufixo 
“oma” ao tipo celular: 
Tecido fibroso: fibroma; 
Tecido cartilaginoso: condroma; 
Tecido adiposo: adipoma; 
Tecido ósseo: osteoma. 
• Surgidos em tecidos epiteliais: 
considerar padrão microscópico e/ou 
macroscópico e suas células de 
origem: 
Adenoma: derivada de glândulas (podem, ou 
não, formar estruturas glandulares); 
Papilomas: células de revestimento – produz 
projeção visível (micro e macroscópicas); 
Cistoadenomas: formas massas císticas 
(ex.: ovário). 
 
• Pólipos: neoplasia, benigna ou maligna, 
com projeção visível sobre a 
superfície mucosa e projeção no 
lúmen gástrico ou colônico. 
Geralmente derivado de papiloma. 
Embora seja um termo utilizado com 
frequência para tumores benignos, alguns 
tumores malignos também podem crescer 
como pólipos, enquanto outros pólipos (como 
os pólipos nasais) não são neoplásicos, mas 
têm origem inflamatória. 
NOMENCLATURA – TUMORES 
MALIGNOS: 
• Surgidos em tecidos mesenquimais: 
o Tumores “sólidos” ou seus 
derivados: sarcomas; 
▪ Tecido fibroso: 
fibrossarcoma; 
▪ Condrócitos: 
condrossarcoma. 
o Células mesenquimais 
sanguíneas: leucemias ou 
linfomas. 
• Tecidos epiteliais: 
o Denominados carcinomas. 
 
 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
 
TUMORES MISTOS: 
• Diferenciação divergente: 
Células neoplásicas benignas ou malignas, 
quase sempre são semelhantes, como se 
todas tivessem derivado de uma única 
progenitora, compatível com a origem 
monoclonal dos tumores. Em alguns casos 
incomuns, porém, as células tumorais sofrem 
a diferenciação divergente, criando os 
chamados tumores mistos. 
Teratoma: originam-se de células 
germinativas totipotentes. As células 
germinativas têm capacidade de se 
diferenciar em quaisquer tipos celulares no 
corpo adulto e podem dar origem a 
neoplasias que simulam, de maneira confusa, 
porções de osso, epitélio, músculo, gordura, 
nervo e outros tecidos. 
Características 3 dos tumores – como 
caracterizar um tumor benigno ou maligno: 
1) Diferenciação vs. Anaplasia; 
2) Velocidade de crescimento; 
3) Invasão local; 
4) Metástase. 
1) Célula diferenciada é uma célula com 
características do tecido – 
assemelham-se com células normais. 
Enquanto células anaplásicas se 
desdiferenciou ou nunca passou por 
esse processo. As neoplasias benignas 
possuem células bem diferenciadas 
(em relação à célula tronco), está 
igual em formato e função das células 
do tecido. Enquanto a neoplasia 
maligna possui células 
indiferenciadas, as quais não se 
assemelham com células normais do 
tecido, ou seja, vão ser pleomórficas 
(células DIFERENTES, não 
diferenciadas). Células 
indiferenciadas – anaplásicas: 
anaplasia significa formação 
retrógrada, sugerindo 
desdiferenciação ou perda da 
diferenciação estrutural e funcional 
das células normais. 
Ex. de neoplasia benigna: 
➢ Leiomioma do útero: tumor benigno, 
bem diferenciado, contém feixes 
entrelaçados de células musculares 
lisas neoplásicas que são virtualmente 
idênticas em aparência às células do 
músculo liso normal do miométrio. 
➢ Lipoma: constituído por células 
adiposas maduras carregadas com 
vacúolos lipídicos. 
➢ Condroma: constituído por células de 
cartilagem maduras que sintetizam 
sua matriz cartilaginosa. 
Ex. de neoplasia maligna: 
➢ Tumor anaplásico do músculo 
esquelético (rabdomiossarcoma): 
marcante pleomorfismo celular e 
nuclear, os núcleos hipercromáticos e 
as células gigantes tumorais. 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
Apesar das exceções, quanto mais depressa 
crescer e mais anaplásico for um tumor, 
menos probabilidade haverá de que tenha 
atividade funcional especializada. 
2) Tumores benignos – crescem 
lentamente. 
Tumores malignos – crescem muito 
mais depressa. 
Tumores mal diferenciados 
(anaplásicos) tendem a crescer mais 
rapidamente que os tumores bem 
diferenciados, com exceções: 
A taxa de crescimento dos leiomiomas 
(tumores benignos da musculatura lisa) do 
útero é influenciada pelos níveis circulantes 
de estrógenos. 
3) Tumores benignos: 
• Permanecem localizados em seu sítio 
de origem; 
• NÃO tem capacidade de se infiltrar, 
invadir ou metastatizar para locais 
distantes; 
• A maioria desenvolve uma cápsula 
fibrosa envoltória (nem todos). 
Tumores malignos: 
• Infiltração (ampla margem de tecido 
na excisão cirúrgica); 
• Destruição; 
• Penetração do tecido circundante; 
• Não desenvolvem cápsulas bem 
definidas. 
4) A metástase é o acesso de células em 
tumor em vias disseminativas, 
seguidas de transporte e crescimento 
de massas celulares secundárias. 
Indica uma neoplasia como maligna. Em 
geral, quanto mais anaplásica e maior a 
neoplasia primária, mais provável será a 
disseminação metastática. 
Disseminam-se por uma de três vias: 
• Semeadura nas cavidades corporais: 
superfície dos espaços peritoneais, 
pericárdicos ou subaracnóideos. 
• Disseminação linfática: transporte de 
células tumorais para linfonodosregionais e de outras partes do corpo 
(típica dos carcinomas). 
• Disseminação hematogênica: segue o 
fluxo venoso (fígado e o pulmão são 
mais facilmente atingidos – típica de 
sarcomas). 
Qual é o risco de uma neoplasia benigna se 
alterar para maligna? Em geral, a resposta é 
que não há. Mas, inevitavelmente, existem 
exceções, e talvez seja melhor dizer que 
cada tipo de tumor benigno está associado a 
um nível específico de risco, que vai de alto 
a praticamente inexistente. 
 
 
 
 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
ASPECTOS CLÍNICOS: 
 
 
CARCINOGÊNESE: 
Os carcinógenos podem ser classificados de 
acordo com o estágio da carcinogênese em 
que atuam. É qualquer substância que pode 
contribuir para a formação do câncer: 
• Oncoiniciadores: induzem o início do 
processo de carcinogênese; 
• Oncopromotores: atuam após as 
células já estarem alteradas e 
favorecem para que se tornem 
malignas; 
• Oncoaceleradores: agem na fase 
final, em que o câncer já está 
instalado. 
Eles podem ser classificados quanto à 
capacidade carcinogênica. Tempo e 
intensidade de exposição influenciam no 
processo de carcinogênese: 
 
Mutações que são chave para surgimento de 
células características de câncer são 
chamadas de condutoras – conduzem o 
desenvolvimento tumoral. Mutações com 
menores impactos são chamadas de 
passageiras – ter ou não ter, não influencia 
no desenvolvimento do câncer. 
O tumor possui várias características 
diferentes, podendo ter todas ao mesmo 
tempo. À medida que vai progredindo, a 
chance de se ter todas vai aumentando. 
• Replicação ilimitada; 
• Inflamação promotora de tumor; 
• Invasão tecidual e metástase; 
• Instabilidade genômica; 
• Angiogênese; 
• Resistência à morte; 
• Metabolismo acelerado; 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
• Autossuficiência de sinalização 
proliferativa; 
• Evasão imune; 
• Insensibilidade a sinais de anti--
crescimento. 
Genes críticos para o câncer: 
Primeira classe (proto-oncogenes): 
mutações causam aumento de função e 
câncer. As formas mutantes hiperativas são 
denominadas oncogenes. Todos temos proto-
oncogenes nas células, que contribuem para 
sobrevivência e proliferação das células. 
Quando se tem mutação, eles ficam hiper 
ativados, sendo denominados oncogenes. 
Segunda classe (supressores de tumor): 
quando estão ativos, suprimem a expressão 
do câncer, param a proliferação da célula. Se 
tem mutação no supressor, perde o controle 
do ciclo celular, podendo também induzir o 
câncer. 
Dentro dos oncogenes, tem o Myc, que é um 
fator de transcrição, estando envolvido em 
40% dos tumores humanos. As mutações são 
de amplificação (aumento do número de 
cópias dos genes) e translocação (quebra um 
pedaço de cromossomo e insere em outro). 
Outro gene é o RAS, associado à 
proliferação celular. Funciona como 
interruptor, associado ao GDP está 
desligado, associado ao GTP está ligado. Em 
uma célula normal, tem-se o fator de 
crescimento ligando no receptor e o RAS sai 
de inativo para ativo, acontece toda via 
bioquímica e a célula prolifera. Se o fator de 
crescimento para de atuar, o RAS não tem 
estímulo para se ligar ao GDP e o ciclo para, 
parando o sinal de proliferação. No câncer a 
RAS sofre mutação e fica ativa 
constantemente, então mesmo que o fator 
de crescimento não se ligue no receptor, o 
RAS está ativo, induzindo vias de 
proliferação constantemente. A mutação 
pontual, aquela que se troca um nucleotídeo 
por outro, é a mais comum no RAS. 
 
 
 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
 CARCINOGÊNESE – CICLO CELULAR: 
Os complexos CDK-ciclina fosforilam 
proteínas-alvo circulantes que impulsionam o 
ciclo celular. 
Dentro do ciclo, temos pontos de controle, 
que asseguram que as células com 
cromossomos danificados não completem a 
replicação – entram em apoptose ou 
senescência. 
Existem genes responsáveis para regular 
esse ciclo celular: P53, Rb, P21, P27. 
O Rb se liga a um fator de transcrição e 
quando se liga ou desliga desse fator, ela 
também liga ou desliga a transcrição de 
vários genes envolvidos na replicação 
celular. Quando se tem um fator de 
crescimento atuando numa célula, ele atua 
no receptor, induz a ativação das ciclinas e 
CDKs, que fosforilam o Rb, que solta o fator 
de transcrição, o qual se liga nos genes e 
induz a transcrição de genes relacionados à 
proliferação celular. Se fosforilar muito o 
Rb, ele solta o fator de transcrição, que se 
liga ao promotor de vários genes, induz 
transcrição gene e então, faz-se 
proliferação. Se tem um inibidor do 
crescimento, inibe-se as ciclinas, não 
fosforilando o Rb, assim, ele fica grudado no 
fator de transcrição, impedindo que ele 
funcione, logo, não transcrevo o gene, logo, 
não se tem proliferação celular. Quando uma 
célula sofre mutação no Rb e ele para de 
funcionar, ele não consegue mais grudar no 
fator de transcrição, que fica 
constantemente se ligando nos genes e a 
célula fica em constante proliferação. 
O P53 é um sensor de alterações 
intracelulares. Mais de 70% dos cânceres 
humanos tem mutação no P53 (perda 
homozigótica – perda da função dos dois 
cromossomos). 
Regula questões metabólicas e genéticas. 
Por exemplo, se tem dano no DNA, manda 
parar o ciclo para consertar. Se tem quebra 
no telômero, a p53 manda a célula parar. 
Caso a célula consiga resolver, a p53 manda 
continuar, do contrário, induz apoptose. 
Se a célula perder a p53, não se tem 
controle da célula, podendo se tornar um 
tumor. 
 EPIDEMIOLOGIA E DIAGNÓSTICO DAS 
NEOPLASIAS: 
Os efeitos sistêmicos são divididos em: 
Diretos: 
1) Localização e compressão de 
estruturas adjacentes; 
2) Atividade funcional (ex. síntese de 
hormônio); 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
3) Sangramento e infecções (úlcera em 
superfícies adjacentes); 
4) Ruptura ou infarto; 
5) Caquexia (alterações de vias 
metabólicas – TNF e IL-1). 
Tanto os tumores malignos como os benignos 
podem causar problemas decorrentes. 
 
Indiretos: 
1) Síndrome paraneoplásica: 
Manifestações em áreas que não são 
diretamente afetadas pela neoplasia. 
Sintomas que não podem ser 
prontamente explicados pela 
disseminação local ou distante do 
tumor ou pela elaboração de 
hormônios não nativos do tecido de 
origem do tumor. 
Está mais associada à tumores 
malignos. 
 
 
 
DIAGNÓSTICOS: 
• Rastreamento de neoplasias: 
Medida de prevenção secundária para o 
reconhecimento precoce de câncer em uma 
população assintomática. 
o Observação (pele, boca, 
genitália etc.); 
o Palpação (mama, tireoide, 
linfonodos etc.); 
o Exames de imagem 
(colposcopia, mamografia, US 
etc.); 
o Exames laboratoriais 
(marcadores tumorais). 
➢ Observação: olhar com atenção para 
sinais externos. Está muito 
relacionada com o câncer de pele. Nas 
manchinhas, observar o método 
ABCDE: 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
o Simetria – benignos são 
simétricos e malignos 
assimétricos; 
o Borda – regulares nos benignos 
e irregulares nos malignos; 
o Cor – benignos costumam ter 
uma única cor, enquanto 
malignos possuem várias cores 
– anaplasia; 
o Diâmetro – benignos crescem 
devagar, costumam se 
estabilizar em até 5mm, 
enquanto manchas acima de 
5mm já se deve preocupar; 
o Evolução – benignos crescem 
lentamente, depois até se 
estabilizam, malignos crescem 
mais rápido, mudando 
rapidamente a mancha, a 
aparência e a cor. 
➢ Palpação: sentir a presença de 
nódulos em diferentes locais, 
podendo ser feita pelo próprio 
paciente. O exame acaba sendo mais 
efetivo quando realizado por um 
médico. 
➢ Exames e procedimentos 
laboratoriais: necessita de algum 
equipamento, como o colposcópio, o 
exame para mamografia, a endoscopia 
e colonoscopia. 
➢ Marcadores tumorais: exames de 
sangue podem indicar marcadores 
funcionais – substâncias 
naturalmente produzidas pelo corpo 
indicando variação, e nãonaturalmente produzidas. A vantagem 
é que muitas vezes se alteram com 
massas pequenas. 
Métodos citológicos e histológicos: 
➢ Materiais: esfregaços citológicos, 
biopsia de tecido e aspiração com 
agulha fina. 
Exame físico + exame de imagem + exames 
clínicos laboratoriais + Citopatologia. 
o Esfregaços citológicos 
(Papanicolau): exame 
microscópico de um esfregaço 
com o propósito de detectar 
células anormais. Além da 
avaliação do colo do útero, 
pode ser realizado para outras 
secreções orgânicas, incluindo 
a drenagem do mamilo, lavagens 
anais, líquido pleural ou 
peritoneal e lavagens gástricas. 
➢ Biópsia de tecido – remoção de 
uma amostra de tecido para 
estudo microscópico. 
o Biópsia de excisão: remoção 
completa da neoplasia; 
o Aspiração por agulha fina. 
➢ Imuno-histoquímica – marcação 
com Ac específicos. 
o Características das 
neoplasias (ajuda no 
prognóstico e escolha do 
tratamento); 
o Identificar origem das 
metástases (detecção 
imunoquímica e antígenos 
específicos de tecidos ou 
órgão pode ajudar a 
identificar a origem da 
neoplasia). 
➢ Microarrays (perfil de expressão 
genética): nível de expressão de 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
milhares de genes para 
determinar perfil molecular. 
o Diagnóstico de malignidade; 
o Prognóstico e escolha de 
tratamento; 
o Detecção de residual (pós 
tratamento); 
o Diagnóstico de pré-
disposição hereditária. 
Classificação do câncer: 
• Graduação: características 
histológicas ou celulares da neoplasia. 
Grau I; 
Grau II; 
Grau III; 
Grau IV. 
Aumento da anaplasia OU perda da 
diferenciação. 
• Estadiamento: de acordo com a 
propagação clínica da doença. 
Sistema TNM (Classificação de tumores 
malignos – UICC): 
T: características (extensão e distribuição) 
do tumor primário; 
N: características dos linfonodos drenantes 
(próximo à neoplasia); 
M: presença ou ausência de metástases. 
Determinar o curso da doença e auxiliar na 
seleção de um plano de tratamento ou de 
manejo adequados. 
 
 
IMUNOLOGIA DOS TUMORES: 
Experimentos em animais mostraram que o 
sistema imunológico tem uma participação 
importante em tentar controlar o 
crescimento do tumor. 
Ao administrar carcinógeno em animais 
imunodeficientes e em imunocompetentes e 
observar, foi possível ver que os 
imunodeficientes desenvolviam câncer. À 
medida que passa o tempo da administração 
do carcinógeno, mais tumor surge nos 
imunodeficientes, enquanto poucos 
imunocompetentes desenvolvem. Com isso, 
percebe-se que o SI é importante no 
controle do desenvolvimento tumoral e que o 
SI não é suficiente sozinho para controlar 
esse desenvolvimento, porque senão, os 
imunocompetentes não teriam desenvolvido. 
Pacientes transplantados precisam receber 
o tratamento com imunossupressores, para 
que diminuam as chances de possuírem 
tumores, já que os transplantados possuem 
mais chances de desenvolverem que um 
paciente não transplantado. 
Existe a possibilidade de o SI eliminar um 
tumor no início de seu desenvolvimento, 
sendo possível ver, mesmo que de maneira 
complicada, a célula de memória contra um 
câncer do passado. As principais células 
responsáveis por essa eliminação são aa 
células NK e linfócito T-CD8. À medida que 
o tumor vai crescendo, se não é eliminado, 
pode passar por um processo chamado de 
edição imunológica – se você sofre uma 
pressão seletiva do sistema imune, algumas 
células resistentes serão selecionadas. 
Assim, células, por exemplo, que pararão de 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
expressar MHC de classe I, não 
apresentando antígenos para linfócito T 
CD8 citotóxicos ficando mais resistente a 
morte por esses linfócitos. Se diminui a 
expressar de MHC estará mais sujeito à 
morte pelas células NK, mas, além de 
diminuir a expressão de MHC, libera várias 
citocinas imunossupressoras, outras 
moléculas que têm interação com a 
superfície e suprime resposta imunológica. 
Quando essas células tumorais passam pela 
edição e pela imunossupressão, esse tumor 
pode escapar do SI. 
Organização imunológica dos tumores: 
Os tumores podem apresentar: 
• Pouca infiltração de linfócitos 
(exclusão imune); 
• Muita infiltração de linfócitos – 
quanto mais linfócitos citotóxicos, 
melhor o prognóstico; 
• Desenvolvimento de estrutura 
linfoide terciária (TLS). 
Tumores quentes: com alta infiltração de 
linfócitos T-CD8, tem resposta imunológica 
antitumoral funcional, melhor prognóstico. 
Podendo variar de paciente para paciente e 
tumor para tumor. 
Tumores frios: baixa infiltração de 
linfócitos, pior prognóstico. 
Antígenos tumorais: 
Quando se pensa em tumor, ele expressa 
vários antígenos, produção de proteínas que 
serão degradadas e apresentadas para MHC 
classe I ou II (quando o tumor tiver) – 
produz proteína X, ela é quebrada e é 
apresentada. 
Os tumores são heterogêneos – as células 
tumorais são heterogêneas quanto à 
expressão de antígenos, podendo ter células 
que apresentam antígenos normais na 
superfície. Esses antígenos possuem alta 
capacidade de ativar o SI – antígenos novos 
(produtos de mutação) são mais 
imunogênicos. 
Ativação de linfócitos T: 
Células dendríticas – captação de antígenos 
tumorais – ativação de linfócitos T. 
➢ Apresentação por MHC classe II – 
ativação de linfócitos CD4+; 
➢ Apresentação cruzada por MHC 
classe I – ativação de linfócitos T 
CD8+. 
Linfócitos T reguladores: podem matar 
células imunológicas e impedir que essas 
células funcionem, podem gerar energia, 
fazer com que percam atividade imunológica 
e produzir citocinas imunossupressoras que 
diminuem a resposta imunológica como um 
todo, seja dos linfócitos T, seja das 
apresentadoras de antígeno, ou seja, 
provocam imunossupressão no local do 
tumor. Se fizesse uma imunohistoquímica, 
visse que tem bastante linfócito T, ao 
analisar se são citotóxicos ou reguladores e 
ver que se tem mais regulador, sabe-se que 
o prognóstico do paciente é ruim. 
• Linfócitos T CD8 são os principais 
efetores contra tumores; 
• Principais funções: 
o Citotoxicidade; 
o Produção de citocinas 
inflamatórias. 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
Células NK: principais funções – 
• Citotoxicidade; 
• Produção de citocinas inflamatórias. 
A principal diferença entre a célula NK e o 
linfócito T citotóxico é que a NK é ativada 
quando se tem pouco MHC na superfície da 
célula alvo. Enquanto a célula T precisa ver o 
MHC, a NK não precisa ver. Se no início do 
tumor, ele começar a diminuir a expressão 
de MHC, eles podem ser sujeitos à morte 
pelas células NK. É importante contra o 
tumor principalmente nas fases iniciais. 
Linfócitos B: são menos eficientes contra os 
tumores se comparados com os T. Principais 
funções: 
• Fagocitose de células tumorais – 
produz anticorpos que irão opsonizar 
as células tumorais que vão ser 
fagocitadas; 
• Ativa o complemento – o anticorpo 
pode ativar; 
• Citotoxicidade ativada pelo anticorpo. 
Podem contribuir com o desenvolvimento 
tumoral também, induzindo: 
• Linfócitos T reguladores; 
• Macrófagos M2 (supressores); 
• Células MDSC – célula supressora 
mieloide (supressoras). 
Macrófagos: podem ser M1 ou M2. Se é M1 
pode ativar os linfócitos, fagocitar células 
tumorais e matar o tumor. Mas, 
infelizmente, a maior parte presente nos 
tumores é M2, porque o ambiente tumoral 
converte de M1 para M2. O M2 tem várias 
funções supressoras, libera fatores de 
crescimento, fatores que estimulam a célula 
a invadir tecidos e fazer metástase, então, 
ele é ruim no tumor. 
Células MDSC: células mieloides, 
supressoras, vão suprimir a resposta imune. 
Podem bloquear linfócito T efetor, células 
NK, induzem a conversão de macrófago M1 a 
M2, indução de diferenciação do linfócito T 
regulador. 
Evasão imune e progressão tumoral: 
Os tumores possuem mecanismos de evasão 
imune: 
• Exclusão de linfócitosT; 
• Seleção de células tumorais pouco 
imunogênicas – baixa capacidade de 
ativar o SI. 
• Inibição de ativação de células 
imunes; 
• Inibição de recrutamento de células 
imunes; 
• Indução de apoptose de células 
imunes; 
• Perda da expressão de antígenos; 
• Perda da expressão de MHC; 
• Expressão de moléculas 
imunossupressoras, como o PD-L1. 
Imunoterapia – bloqueadores de checkpoint: 
Boa parte dos pacientes não respondem 
bem, justamente por os tumores serem 
heterogêneos. 
Pode-se usar anticorpos para bloquear a 
interação de PD-L1 das células tumorais com 
PD-1 dos linfócitos T, diminuindo a chance do 
tumor impedir que as células T funcionem. 
Então, se administrar anti PD-1 ou anti PD-
L1, ajuda o paciente a reverter o 
crescimento tumoral, ou bloqueá-lo, 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
Do outro lado, tem-se o anti CTLA-4, 
molécula importante para ativação das T 
naives durante a apresentação de antígeno 
pelas células apresentadoras. Então, se põe 
um anticorpo contra o CTLA-4, impede que 
ele funcione e favorece a ativação dos 
linfócitos T naive, podendo mais facilmente 
se tornar células efetoras e matar aquele 
tumor. 
O problema dessas terapias é a 
possibilidade de gerar uma doença 
autoimune no paciente. 
Vacinas de neoantígenos: ao usar pacientes 
com melanoma, cada um teve a biopsia com 
seu tumor e fizeram sequenciamento gênico, 
vendo que cada paciente tinha mutações 
especificas no seu tumor. Os pesquisadores 
geraram as proteínas mutadas que 
correspondiam aos genes mutados dos 
pacientes, a partir das proteínas, 
selecionaram os peptídeos e fizeram uma 
formulação vacinal. As vacinas eram 
compostas de peptídeos, representando as 
regiões mutadas do câncer de cada paciente, 
isso é medicina de precisão. 
Terapia por CAR T CELL: modifica uma 
célula T de forma que reconheça os 
antígenos sem o MHC. 
TERAPIA ANTICANCERÍGENA: 
Uma célula, aparentemente normal, sofre 
influência de um agente carcinogênico, 
causando uma alteração no DNA, nos 
mecanismos de reparo e na sequência, 
prejudicando a regulação do ciclo celular, 
fazendo com que a célula perca o controle do 
ciclo, se dividindo sem parar, formando a 
massa tumoral. Como a massa é um tecido, 
precisa de nutrição e oxigenação, tendo a 
formação de vasos, criando uma 
comunicação com o resto do corpo, 
aumentando a chance da massa tumoral se 
desprender do tumor e criar um êmbolo, cair 
na corrente sanguínea e parar em um outro 
tecido. 
Em termos de combate ao tumor, existem 
estratégias de combate. 3 abordagens 
principais: 
• Excisão cirúrgica; 
• Irradiação; 
• Tratamentos fisiológicos. 
Essas 3 abordagens possuem 3 objetivos, de 
prejudicar a: 
• Sobrevivência; 
• Migração; 
• Proliferação. 
Quais são os tipos de terapia contra o 
tumor? 
• Curativa: consegue controlar 
completamente o tumor; 
• Adjuvante: após o procedimento 
cirúrgico, com o objetivo de 
esterilizar células residuais locais ou 
circulantes – geralmente é para evitar 
novos focos, metástase; 
• Neoadjuvante ou prévia: indicada 
para reduzir o tumor, visando uma 
complementação terapêutica ou 
radioterápica – por exemplo, tem 
casos que se faz a cirurgia e depois 
entra com a quimioterapia, e tem 
casos que se faz o contrário, depende 
do tumor, tamanho, local; 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
• Paliativa: não tem finalidade curativa. 
Usada para melhorar a qualidade da 
sobrevida do paciente – já não tem 
mais chance de cura. 
Em relação à ação: 
1- Ciclo inespecífico: agem nas células 
independentes de estar no ciclo 
proliferativo; 
2- Ciclo específico: agem nas células que 
se encontram em proliferação; 
3- Fase específico: agem em fases 
específicas do ciclo celular. 
Como podemos classificar – em relação às 
classes: 
1- Agentes alquilantes e compostos 
relacionados; 
2- Antimetabólitos e inibidores da 
dihidrofolato redutase; 
3- Agentes antimitóticos; 
4- Inibidores das topoisomerases; 
5- Inibidores da atividade hormonal e 
agentes correlatos; 
6- Novos fármacos. 
 Como agem geralmente: 
A maioria dos fármacos anticâncer, 
sobretudo os citotóxicos, afetam 
apenas um aspecto característico da 
biologia da célula cancerosa – a 
divisão celular. 
Não tem nenhum efeito inibidor 
específico na invasividade, na perda 
de diferenciação ou na tendência para criar 
metástases. 
Em muitos casos, a ação antiproliferativa 
deriva de ação durante a fase S do ciclo 
celular, e o dano resultante ao DNA inicia a 
apoptose. 
Quais os efeitos tóxicos derivados da 
terapia antiproliferativa? 
Alvo: tecidos normais em divisão rápida; 
• Toxicidade à medula óssea 
(mielossupressão), com queda na 
produção de leucócitos e, portanto, 
queda na resistência a infecções; 
• Comprometimentos da cicatrização; 
• Perda de pelos/cabelos (alopecia); 
• Dano ao epitélio gastrointestinal 
(incluindo membranas da mucosa 
oral); 
• Depressão do crescimento em 
crianças; 
• Esterilidade; 
• Teratogenicidade; 
• Carcinogenicidade – porque muitos 
fármacos citotóxicos são 
mutagênicos. 
Agentes alquilantes e compostos 
relacionados: 
Principal mecanismo é de prejudicar a 
ligação de DNA. 
 
 
 
 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
Mostardas nitrogenadas – representantes: 
Todos esses medicamentos possuem um 
grupo em comum, N ligado a, pelo menos, 2C. 
Têm medicamentos com o mesmo mecanismo 
de ação, porque as moléculas têm o grupo 
farmacofórico, que é aquele que se repete 
nas moléculas e é como o esqueleto central, 
importante para a ação da molécula. 
A reação química ocorre da seguinte forma: 
o nitrogênio vai atrair os elétrons, 
quebrando e liberando o cloro, que é 
eletronegativo. Com isso, precisa estabilizar 
o N, fazendo 3 ligações, mas as ligações são 
instáveis, precisando de elétron. Ele vai 
atras do elétron nos H das bases 
nitrogenadas do DNA, prejudicando a 
ligação dessas bases entre si, prejudica a 
constituição do DNA. 
Mecanismo de ação das mostardas 
nitrogenadas e nitrosureia: 
• Os agentes alquilantes têm grupos 
que formam ligações covalentes com 
substituintes celulares; 
• Um íon carbono é o intermediário 
reativo; 
• A maioria tem dois grupos alquilantes 
e pode entrecruzar o DNA; 
• Isso provoca replicação defeituosa e 
quebra da cadeia. 
 
 
Ativação da ciclofosfamida: 
Como muitos medicamentos, ela é 
metabolizada pelo fígado. A CYP’s hepática 
são cadeias de enzimas que ajudam a 
metabolizar fármacos, ajudam a 
transformar os fármacos. Quando se tem 
uma mostarda nitrogenada, como a 
ciclofosfamida, sofre uma ação hepática e 
pode se isomerizar e dar origem a outras 
moléculas, que são outros metabolitos. Uma 
molécula de ciclofosfamida pode ter vários 
caminhos no corpo e dar origem a várias 
moléculas, como a mostarda de fosforamida, 
que é toxica, que vai causar a ação nas 
células. Mas, em compensação, existem 
metabolitos que serão inativos, como o 4-
cetociclo-fosfamida e carboxi-fosfamida. 
São vários que caminhos que podem levar a 
inativação da molécula, que causam 
prejuízos, como ter que aumentar a dose, 
não chegar aonde quer no tratamento, não 
ter a eficácia desejada. 
 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
Problemas dos agentes alquilantes: 
• Todos os agentes alquilantes 
deprimem a função da medula óssea 
e causam perda de cabelo, 
transtornos gastrointestinais e 
cistite hemorrágica; 
• Com o uso prolongado, ocorrem dois 
outros efeitos adversos: depressão 
da gametogênese (sobretudo nos 
homens), levando à esterilidade, 
aumento no risco do desenvolvimento 
de leucemia não linfocítica aguda e 
outas malignidades. 
Outro agente alquilante são os compostos de 
platina. O mecanismo é basicamente o 
mesmo. O problema é que platina em excesso 
é tóxico, nosso corpo não tem platina, 
podendo ter acúmulo em altas doses e 
causar complicações, nas regiões de 
gametas, tumor pulmonar,no ovário e 
bexiga. Pode causar nefrotoxicidade – 
prejudica o rim, além da parte endócrina, a 
porção excretora – moléculas que eram para 
ser excretadas são acumuladas, complicando 
mais ainda a vida do paciente. 
Antimetabólitos e inibidores da 
dihidrofolato redutase: 
O folato é importante para síntese de DNA, 
por isso a reposição de ácido fórico na 
gestante, já que ajuda no desenvolvimento e 
fechamento do tubo neural. O ácido fórico 
precisa ser obtido de 2 formas: dieta ou 
através de bactérias intestinais. É 
importante para manutenção do tamanho das 
hemácias. Quando se tem deficiência de 
folato e b12, tem-se uma hemácia muito 
maior, um mega eritrócito, que se chama 
anemia megaloblástico – não é causada pela 
deficiência de ferro, mas pela ausência de 
folato. O folato é obtido e, ao entrar na 
célula, para incorporar no DNA e ajudar na 
síntese de nucleotídeos precisa ser 
metabolizado em 2 moléculas pela mesma 
enzima, que é a dihidrofolato. Sem a 
dihidrofolato não se tem a formação do 
tetrahidrofolato, que é importante para 
ajudar na síntese dos nucleotídeos que serão 
incorporados no DNA. O metotrexato inibe 
a dihidrofolato redutase, não tendo 
tetrahidrofolato, prejudicando a síntese de 
importantes nucleotídeos para o DNA, por 
isso o metotrexato é o antimetabólito. 
Problemas – metotrexato: 
• Via oral, via intramuscular, via 
intravenosa, subcutâneo ou intratecal 
(consiste na injeção de substâncias no 
canal raquideano, diretamente no 
espaço subaracnoide, evitando assim 
a barreira hematoencefálica); 
• O fármaco apresenta baixa 
lipossolubilidade e, assim, não 
atravessa prontamente a barreira 
hematoencefálica – menos chance de 
trazer efeitos adversos a nível de 
SNC, em compensação, redução da 
eficácia em tumores de SNC; 
• Captado, de forma ativa, nas células 
pelo sistema de transporte do folato 
e é metabolizado em derivados de 
poliglutamato, que ficam retidos na 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
célula por semanas (ou até mesmo 
meses) na ausência do fármaco 
extracelular – aumento de um 
metabolito toxico que pode ficar 
retido na célula, mas pode-se ter 
excesso de poliglutamato sendo 
formado em tecidos saudáveis e 
aumentar a toxicidade nesses tecidos 
e aumentar os efeitos adversos desse 
metotrexato. 
Outros antimetabólitos: 
• Análogos das purinas: 
mercaptopurina, tioguanina, 
cladribina, clofarabina, fludarabina, 
pentostatina e nelarabina; 
o Mercaptopurina: convertida em 
nucleotídeo falso; 
o Trifosfato de fludarabina: 
inibe a DNA polimerase e é 
mielossupressora; 
o Pentostaina: inibe a adenosina 
desaminase – uma via crítica no 
metabolismo da purina; 
o Prejudica a produção de 
energia e formação de DNA. 
• Análogos das pirimidinas: flouracila, 
gencitabina, citarabina. 
o Citarabina inibe a DNA 
polimerase. DNA polimerase 
serve para formar a cadeia do 
DNA, se prejudicar essa 
enzima, já prejudica o processo 
todo. 
Mecanismos de ação: incorporação ao DNA e 
RNA: 
• Interferência na transcrição do RNA; 
• Quebra de fitas de DNA; 
• Interferência no alongamento da 
cadeia; 
• Interferência na síntese do DNA. 
 Agentes antimitóticos: 
 Inibem a mitose, basicamente a produção 
da fibra do fuso mitótico. No processo de 
divisão celular, na metáfase, tem-se a 
separação desse material genético, que se 
dá pela formação das fibras do fuso 
mitótico. Então, os medicamentos, no caso 
esses alcaloides da vinca são extraídos da 
flor. Vários alcaloides que inibem a formação 
do microtúbulo ou o microtúbulo será 
disponibilizado, mas não conseguirá ser 
despolimerizado. Ou seja, alguns 
medicamentos inibem a polimeração dos 
microtúbulos e outros inibem a 
despolimerização dos microtúbulos. 
Os alcaloides da vinca: 
• Derivam da Catharanhus roseus; 
• Os principais membros do grupo são 
vincristina, vimblastina e vindesina; 
• A vinflumina (um alcaloide da Vinca 
fluorado) e a vinorelbina são 
alcaloides de vinca semissintéticos 
com propriedades semelhantes; 
Mecanismos de ação: 
• Ligam-se à tubulina e inibem a 
polimerização dos microtúbulos; 
• Impedem a formação do fuso nas 
células em divisão; 
• Originam a parada na metáfase; 
• Seus efeitos manifestam-se apenas 
durante a mitose; 
• Também inibem outras atividades 
celulares que requerem o 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
funcionamento microtubular, como a 
fagocitose de leucócitos e a 
quimiotaxia, bem como o transporte 
axonal em neurônios. 
Problemas: 
Vincristina: atividade mielossupressora 
muito leve, neurotóxico, comumente causa 
parestesias (alterações sensoriais), dor 
abdominal e fraqueza. 
Vimblastia: menos neurotóxica, mas causa 
leucopenia; 
Vindesina: mielotoxicidade e 
neurotoxicidade moderadas; 
Todos os membros do grupo podem causar 
alopecia reversível. 
Inibidores da topoisomerase: 
Topoisomerase (ou DNA girasse) são 
enzimas que reduzem o estresse de tensão 
do DNA espiralado, permitindo que regiões 
do DNA se desenrolem tornando-se 
disponíveis para a ocorrência dos processos 
celulares (replicação, recombinação, reparo 
e transcrição do DNA); 
Elas podem ser do tipo I ou II; 
Fármacos antineoplásicos podem 
agir formando um complexo DNA-
fármaco-topoisomerase, inibindo 
a ação da enzima e induzindo 
roturas na sequência de DNA. 
Estes fármacos podem ser divididos em: 
• Inibidores da topoisomerase I: 
camptotecinas; 
o Ex: topotecano, irinotecano; 
o A camptotecina foi isolada da 
árvore Camptotcheca 
acuminata; 
o Ligam-se ao complexo DNA-
topoisomerase I impedindo a 
ação da enzima topoisomerase 
I; 
o Efeitos adversos: diarreira 
grave, disfunção hepática. 
• Inibidores da topoisomerase II: 
antraciclinas e epipodofilotoxinas. 
Inibidores da atividade hormonal e 
agentes correlatos: 
Muito utilizados em câncer de mama, de 
testículo e usam muito de forma inadequada, 
sem indicação médica, causando muitos 
problemas. São três grupos: 
• Análogos aos hormônios: substituição 
da molécula, mas como não é a 
molécula, causam problemas; 
• Antagonistas: faz papel contrário do 
hormônio; 
• Inibidores da aromatase: prejudica o 
ciclo hormonal, ação antitumoral. 
 
Essa terapia é feita em tecidos sensíveis a 
hormônios (mama, útero, próstata), podem 
ser hormonodependentes. Raramente levam 
à cura, mas de fato retardam o crescimento 
do tumor. Presença de receptores de 
esteroides nas células malignas, 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
crescimento inibido por agonistas ou 
antagonistas hormonais, hormônios ou seus 
análogos, que possuem ações inibidoras em 
tecidos específicos, podem ser usados no 
tratamento de tumores desses tecidos. 
Glicocorticoides (prednisona, prednisolona, 
dexametasona): ajuda a prejudicar a 
proliferação de linfócitos, usada no 
tratamento de leucemias. É utilizado 
também como anti-inflamatório, mas 
dependendo da dose, tem efeito 
imunossupressor. 
Dexametasona: diminuição da pressão 
intracraniana (ação anti-inflamatória). 
Tratamento de pacientes com tumores 
cerebrais. 
Atenuam alguns dos efeitos secundários dos 
fármacos anticâncer, tais como náuseas e 
vômitos. O mecanismo não é totalmente 
compreendido, inibição da síntese das 
prostaglandinas e/ou inibição da liberação 
de opioides endógenos, da inibição 
serotoninérgica no trato gastrointestinal e 
diminuindo impulsos parassimpáticos. 
Estrógenos: dietilestilbestrol e 
etinilestradiol. 
Tratamento paliativo de tumores 
prostáticos andrógenos-dependentes. 
Estrógenos aumentam o SHBG (globulina 
ligadora de hormônios sexuais), que é uma 
molécula que se prende à testosterona, 
reduzindo as taxas desses hormônios livres 
no sangue. 
Andrógenos: precursores de estrógenos, os 
hormônios sexuais femininos. O primeiro e 
mais bem conhecido andrógeno é a 
testosterona. 
Progestógenos: megestrol, noretisterona e 
medroxiprogesterona. São moduladores 
seletivosdos receptores da progesterona 
(MSRP). Utilizados no tratamento do câncer 
do endométrio. Assim como a progesterona, 
têm efeito antiproliferativo possivelmente 
devido à inibição da expressão gênica do 
receptor estrogênico (B) e pela supressão 
de fatores de crescimento, da angiogênese 
e por promoverem a apoptose. Mecanismo de 
ação não completamente elucidado. 
Análogos do hormônio liberador de 
gonadotrofina: pode fazer uma ação muito 
menor que a do hormônio original. Pode ou 
não acontecer, porque nos mecanismos de 
feedback inibe-se quando se há excesso 
hormonal, se usa-se análogos do hormônio, 
gera excesso da estrutura, avisando a 
hipófise que não precisa mais produzir, 
dessensibilizando a hipófise. Prejudicando a 
secreção de LH, mexendo na secreção de 
estrógeno, progesterona. Indicação para 
câncer de próstata – dependente de 
testosterona. 
Análogos da somatostatina: importante na 
proliferação celular, se tem falta, prejudica 
a proliferação. Possuem boa ação no 
pâncreas, em tumores gástricos. 
O tamoxifeno é competidor de estrógeno, 
então ele vai antagonizar o estrógeno, 
principalmente no tecido mamário. Tendo, 
assim, uma redução do tumor. 
A aromatase é importante na síntese de 
colesterol e hormônios sexuais, se inibe ela, 
inibe a síntese de vários hormônios, tendo 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
uma ação mais sistêmica, mas tem prejuízos 
porque afeta mais hormônios, tendo mais 
efeitos adversos proeminentes. 
O antiandrógenos é muito importante para 
controlar testosterona, porque prejudica a 
ação, importante para câncer de próstata. 
Pode ser usado em monoterapia ou em 
combinação. 
Novos fármacos: 
São os anticorpos monoclonais, que são 
proteínas produzidos em laboratório. 
• Ligação do anticorpo com seu alvo 
ativa o mecanismo imune do 
hospedeiro; 
• Lise celular mediada pelo 
complemento ou por células T killer; 
• Outros anticorpos monoclonais 
fixam-se e inativam os fatores de 
crescimento ou seus receptores nas 
células cancerosas; 
• Inibindo, assim, a via de sobrevivência 
e promovendo apoptose; 
• Prospecto de terapia altamente 
específica, sem muitos dos efeitos 
adversos da quimioterapia 
convencional; 
• Alto custo. 
Exemplos: 
Rituximase, se liga ao CD20, que está 
presente no linfócito B, então, quando se 
tem problemas dos linfócitos, a rituximase 
se liga e ajuda na eliminação do linfócito B. 
Mecanismos de resistências aos 
antineoplásicos: 
• Deleção ou hiperexpressão de uma 
enzima chave no processo; 
• Inativação do processo de apoptose 
(perda do gene p53); 
• Hiperexpressão de uma bomba de 
efluxo geral dos fármacos. 
NEOPLASIAS PULMONARES: 
TBL neoplasias pulmonares: 
1) Letra D – apenas I e III. 
I: As neoplasias pulmonares podem ser 
agrupadas em 2 grandes grupos, sendo eles: 
câncer de pulmão de células não pequenas e 
câncer de pulmão de células pequenas. 
II: O câncer de pulmão de células pequenas 
é o mais frequente dentre os cânceres de 
pulmão na população mundial – está errado, 
porque o câncer mais frequente de todos os 
pulmonares são os de não pequenas, em 
particular o adenocarcinoma. 
III: Pessoas diagnosticadas com câncer de 
pulmão de células pequenas tem uma grande 
chance de apresentarem metástase no 
momento do diagnóstico. 
 A incidência de câncer de pulmão 
varia em todo o mundo, algumas regiões, 
como a América do Norte, Europa, China, são 
locais com alta incidência, se comparada com 
outras regiões. Isso provavelmente 
acontece devido à alguns hábitos, como 
tabagismo, principalmente na Europa, na 
França, que é uma região com o tabagismo 
bem acentuado. 
 Cerca de 80% a 85% dos cânceres 
de pulmão são NSCLC. Os principais subtipos 
do NSCLC são adenocarcinoma, carcinoma 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
celular escamoso e carcinoma de células 
grandes. Esses subtipos, que partem de 
diferentes tipos de células pulmonares, são 
agrupados como NSCLC porque seu 
tratamento e prognóstico (perspectiva) são 
muitas vezes semelhantes. 
 Cerca de 10% a 15% de todos os 
cânceres de pulmão são SCLC. Esse tipo de 
câncer de pulmão tende a crescer e se 
espalhar mais rápido que o NSCLC. Cerca de 
70% das pessoas com SCLC apresentam 
metástase no momento em que são 
diagnosticadas. Uma vez que esse câncer 
cresce rapidamente, ele tende a responder 
bem à quimioterapia e radioterapia. 
Infelizmente, para a maioria das pessoas, o 
câncer voltará em algum momento. 
 
2) Letra D – todas estão corretas. 
I: O adenocarcinoma é o tipo de câncer de 
pulmão de células não pequenas mais comum 
em não fumantes. 
II: O carcinoma de células escamosas é 
frequentemente associado ao tabagismo. 
III: O carcinoma de células grandes 
apresenta aspecto indiferenciado e rápida 
progressão. 
 Subcatergorias de câncer de pulmão 
de células não pequenas (NSCLC): 
• Exposição à fumaça de cigarro – 
modificações em série vistas 
principalmente no carcinoma de 
células escamosas: hiperplasia – 
metaplasia – displasia – carcinoma. 
• O adenocarcinoma acomete fumantes 
e é o mais frequente em não 
fumantes. A progressão do 
adenocarcinoma é menos 
compreendida. Surgimento a partir de 
hiperplasia adenomatosa atípica. 
• Carcinoma de células grandes 
apresenta aspecto indiferenciado. 
Tende a crescer e se espalhar 
rapidamente, o que pode dificultar no 
tratamento. 
3) Letra B – o câncer de pulmão é a 
principal causa de morte por câncer 
entre homens e mulheres, 
representando cerca de 25% de 
todas as mortes por câncer no mundo. 
A letra C poderia confundir, mas a poluição 
não é o principal fator de risco para câncer 
de pulmão, mas o tabagismo sim. Porém, está 
existindo uma queda no número de fumantes, 
o que, consequentemente, faz com que o 
número de casos e mortes também 
diminuam. Sobre a letra D, a idade 
frequente de se ver câncer de pulmão é, em 
média, 70 anos – à medida que se vai 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
envelhecendo e entrando em contato com a 
fumaça do cigarro, por exemplo, pode-se ter 
um acúmulo de mutações, além disso, as 
células imunológicas começam a perder a 
sensibilidade, o SI vai perdendo a eficiência. 
 Números do câncer de pulmão: 
• O câncer de pulmão é o segundo 
câncer mais comum em homens e 
mulheres (perde apenas para o câncer 
de pele); 
• Um número muito pequeno de pessoas 
diagnosticadas tem menos de 45 anos. 
A idade média das pessoas quando 
diagnosticadas é de cerca de 70 anos; 
• O câncer de pulmão é a principal causa 
de morte por câncer entre homens e 
mulheres, sendo responsável por 
quase 25% de todas as mortes por 
câncer. A cada ano, mais pessoas 
morrem de câncer de pulmão do que 
câncer de cólon, mama e próstata 
combinados; 
• Novos casos de câncer de pulmão 
continuam a diminuir, em parte porque 
as pessoas estão parando de fumar. O 
número de mortes também vem 
diminuindo devido às pessoas pararem 
de fumar e pelos avanços na detecção 
e tratamentos precoces. 
4) Letra A – apenas a I está correta. 
I: O tabagismo é o principal fator de risco 
para o desenvolvimento do câncer de pulmão, 
principalmente o de células pequenas. 
II: A exposição ao gás radônio não pode ser 
considerada um fator de risco, visto que a 
concentração desse gás na atmosfera é 
muito baixa. 
III: A poluição atmosférica pode ser 
considerada um fator de risco muito alto, 
visto que a frequência de câncer de pulmão 
em indivíduos que moram em cidades 
poluídas é muito maior do que em indivíduos 
de cidades menos poluídas. 
 Alguns fatores de risco para câncer 
de pulmão: 
• O tabagismo é o principal fator de 
risco para câncer de pulmão. 
Acredita-se que cerca de 80% das 
mortes por câncer de pulmão 
resultam do tabagismo e esse número 
é provavelmente ainda maior para o 
câncer de pulmão de pequenas células 
(SCLC). É muito raro alguémque nunca 
fumou ter SCLC. 
• Exposição ao gás radônio é a segunda 
principal causa de câncer de pulmão, e 
é a principal causa entre não 
fumantes. Dentro de caso, o gás pode 
ser mais concentrado, isso pode 
aumentar o risco de câncer de pulmão. 
• Nas cidades, a poluição do ar 
(especialmente perto de estradas 
fortemente traficadas) parece 
aumentar ligeiramente o risco de 
câncer de pulmão. Estima-se que 
cerca de 5% de todas as mortes de 
câncer de pulmão podem ser devido à 
poluição atmosférica. 
5) Letra C – mudanças genéticas 
relacionadas ao câncer de pulmão são 
geralmente adquiridas durante a vida, 
em vez de herdadas. 
A letra A e B estão erradas, porque 
mutações que super ativam os proto 
oncogenes, que passa a ser considerado um 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
oncogênese e dessa forma que pode virar 
câncer. A perda de função dos genes que 
pode levar ao câncer. Sobre a letra D, pode-
se ter mutações por erro de replicações, 
causando câncer. 
6) Letra B – um diagnóstico precoce 
contribui para uma melhor sobrevida 
dos pacientes, aumentando a chance 
de que os tumores sejam detectados 
antes de sofrerem metástase. 
A letra A está errada, porque o câncer não 
causa sintomas frequentes e nem bem 
determinados. A Letra C diz sobre dor 
óssea, mudanças no sistema nervoso e 
icterícia – tais não são sintomas frequentes 
em pacientes precoces, isso já está 
relacionado à metástase. Quanto à letra D, 
se são cânceres de células pequenas, no 
diagnóstico já apresenta metástase na 
grande maioria dos pacientes. 
 Métodos de diagnóstico: RX, 
tumografia, pet scam. 
 Sinais e sintomas: 
• A maioria dos cânceres não causam 
sintomas até se espalharem. Sintomas 
notados precocemente ajudam no 
diagnóstico do câncer em um estágio 
mais inicial, quando é mais provável 
que o tratamento seja eficaz. 
• Sintomas mais comuns: tosse que não 
cessa ou piora, tossir sangue ou 
apresentar catorro cor de ferrugem, 
dor no peito que muitas vezes é pior 
com respiração profunda, tosse ou 
riso, rouquidão, perda de apetite, 
perda de peso inexplicável, falta de 
ar, cansaço ou fraqueza, bronquite e 
pneumonia recorrente. 
• Cerca de 70% das pessoas com SCLC 
apresentam metástase no momento 
em que são diagnosticadas. Dor óssea, 
mudanças no SN e icterícia estão 
associados a processos metásticos do 
câncer de pulmão. 
7) Letra A – apenas a I está correta. 
I: Tumor localizado: não há sinais de que o 
cânccer tenha se espalhado para fora do 
pulmão. A taxa de sobrevivência relativa é 
boa. 
II: Tumor distante: o câncer se espalhou 
para fora do pulmão, para os linfonodos. A 
taxa de sobrevivência é mediana. 
III: Tumor regional: o câncer se espalhou 
para partes do corpo como cérebro, ossos, 
fígado ou outro pulmão. A taxa de 
sobrevivência relativa é bem reduzida. 
As definições da II e III foram trocadas de 
nome, no lugar da II, apresenta-se a 
definição de tumor regional e na III a 
definição de tumor distante. 
 Taxa de sobrevida: 
• Tumor localizado: não há sinais de que 
o câncer tenha se espalhado para fora 
do pulmão. 
• Tumor regional: o câncer se espalhou 
para fora do pulmão, para estruturas 
próximas ou linfonodos. 
• Tumor distante: o câncer se espalhou 
para partes distantes do corpo, como 
o cérebro, ossos, fígado ou outro 
pulmão. 
 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
 
8) Letra B – apenas a II está correta. 
I: A presença de metástase é um fator 
decisivo para a sobrevida dos pacientes e 
não pode ser influenciada por outros fatores 
– a metástase é um ponto muito importante, 
mas idade, estado imunológico e estado 
nutricional também podem contribuir. 
II: Pacientes com tumores apresentando 
diferentes tipos de mutações podem 
apresentar sobrevidas diferentes, mesmo 
que tenham metástase. 
III: A melhora na eficiência dos 
tratamentos pode contribuir para o aumetno 
na taxa de sobrevivência de pacientes com 
câncer de pulmão, exceto para aqueles que 
apresentam metástase – tem melhorado a 
qualidade de vida de todos os pacientes, 
independente da presença ou não da 
metástase. 
 Tratamentos possíveis para câncer 
de pulmão: 
• Remoção cirúrgica (mais indicada para 
NSCLC); 
• Radioterapia; 
• Quimioterapia; 
• Terapia direcionada (ex.: 
bloqueadores de EGFR para 
adenocarcinoma); 
• Imunoterapia com anti-CTLA4 
e anti-PD1 (testes clínicos com 
resultados promissores). 
 Além de retardar a 
progressão tumoral, os 
tratamentos tem como objetivo 
melhorar a qualidade de vida do 
paciente. 
 Surgimento de resistência ao 
tratamento é comum nos pacientes – 
combinações ou trocas de 
tratamentos podem ser testadas. 
NEOPLASIAS RENAIS: 
Neoplasias renais – caso clínico: 
Parte 1: Uma mulher obesa de 56 anos de 
idade apresenta-se ao pronto socorro com 
história sugestiva de cólica biliar, incluindo 
desconforto epigástrico após uma refeição 
pesada. A história médica pregressa inclui 
colelitíase, hipertensão (tratada com um 
inibidor da enzima conversora da angiotesina 
– ECA) e dislipidemia (tratada com uma 
estadina). Ela é ex-fumante, consome 
bebidas alcoólicas socialmente e não tem 
nenhuma história familiar significativa. 
Durante a palpação do abdome, ela 
apresenta dor no quadrante superior 
direito, mas não há outros achados 
relevantes no exame físico. 
 Existem sinais/sintomas específicos 
para suspeita de neoplasias renais? 
Os sintomas descritos e o exame físico não 
dá nenhum indicativo de neoplasia renal, 
sendo mais propenso a conduzir o 
diagnóstico para confirmar suspeita de 
litíase. Nesse caso, para concluir o 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
diagnóstico, solicita-se exame de imagem 
(ultrassonografia abdominal, ressonância 
magnética etc.) e dosagem de marcadores 
tumorais. 
• A maioria dos CCRs é descoberta 
incidentalmente em exames de 
imagem realizadas por razões 
urológicas ou não. 
Houve um aumento na disponibilidade e no 
aperfeiçoamento dos métodos de imagem 
ajudando a detectar precocemente os 
tumores renais. 
• Há um nítido predomínio do gênero 
masculino, que representa cerca de 
2/3 dos casos. 
• A falta de sintomas apresentados 
levaram a um aumento na 
porcentagem de tumores renais 
incidentais. 
• Alterações laboratoriais mais comuns 
também são observadas, como: 
elevação da velocidade de 
hemossedimentação (VHS), 
hipercalcemia, hemoglobina < 10 em 
mulheres e >12 em homens, 
eritrocitose, trombocitose e 
fosfatase alcalina elevada. 
Apesar das grandes ocupações terapêuticas, 
as doenças renais ainda apresentam elevada 
taxa de morbimortalidade. 
Os sinais e sintomas mais comuns 
apresentados são: 
• Hematúria; 
• Dores lombares ou nos flancos; 
• Massa palpável; 
• Emagrecimento; 
• Febre; 
• Sudorese noturna; 
• Hipertensão. 
As síndromes paraneoplásicas e alterações 
sistêmicas ocorrem em 20% dos pacientes 
com CCR, tendo como características, 
disfunção hepática, anemia, caquexia e 
perda de peso. 
 O diagnóstico pode ser obtido por 
exames de imagem simples, como radiogafia 
e urografia excretora (UE). 
Na radiografia simples quando observad a 
presença de uma mass renal parenquimatosa 
calcificada, ocorre a suspeita de uma 
possível neoplasia maligna. 
É importante ressaltar que, para a detecção 
de tumores renais e de qualquer alteração 
parenquimatosa deve-se usar: 
• A TC, pela capacidade de acessar a 
densidde tecidual e vascularização de 
massas renais, possibilita a 
diferenciação entre cistos e nódulos 
sólidos, além de euxiliar na 
progamação cirúrgica de tumores. 
• A RM consiste em um método de 
diagnóstico alternativo à TC, sendo 
especialmente indicada em casos em 
que haja lesões duvidosas em 
pacientes com rim único ou com 
necessidades de repetidos exames de 
seguimento. 
Parte 2: A paciente realizou uma 
ultrassonografiaabdominal e retornou com 
o seguinte resultado: 
Exame de imagem: uma ultrassonografia 
abdominal demonstra a presença de cálculos 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
na vesículo biliar sem obstrução e uma massa 
renal incidental de 5cm no lado esquerdo. 
 Qual o próximo passo para definição 
do diagnóstico? 
Agora, realiza-se uma biópsia por agulha 
fina. 
 Os carcinomas renais podem se 
apresentar em diferentes subtipos 
histológicos. 
Esse tipo de neoplasia renal é constituída 
por um grande número de subtipos 
histológicos associados a mutações 
genéticas, com diferentes características 
clínicas e que apresentam sensibilidade ao 
tratamento. 
As neoplasias renais são um dos exemplos de 
doenças heterogêneas. 
A classificação histológica das CCR é de 
extrema importância, uma vez que a 
determinação dos subtipos histológicos tem 
significativas implicações prognósticas e 
terapêuticas. 
• Carcionama Renal Medular (1% dos 
casos): 
Trata-se de um 
tumor também mais 
raro, mas agressivo, 
com características 
bem similares as do 
Carcinoma Renal de 
Células Claras. 
Macroscopicamente: lesões infiltrativas 
que promovem obstrução e dilatação de 
cálices. São lesões hipovascularizadas. 
Histologicamente: arranjo de células 
irregulares, acentuado pleomorfismo e 
núcleos hipercromáticos. 
➢ Altamente agressivo. 
• Carcinoma Papilar (10 a 15% dos 
casos): 
É pequeno e pouco palpável. Tem a 
possibilidade de bloquear a urina, obstrução 
das vias urinárias e causar dor. 
Macroscopicamente: lesões neoplásicas 
císticas, usualmente com conteúdo 
hemorrágico e projeções sólidas papilíferas 
murais hipovascularizadas. 
Histologicamente: células organizadas em 
arranjo fusiforme, podendo apresentar 
áreas de hemorragia interna e alterações 
císticas. 
➢ Melhor prognóstico que CCRcc. 
• Carcinoma Renal Cromófobo (4 a 5% 
dos casos): 
São células cancerígenas que levam esse 
nome por não 
aparecer nos exames 
sem cor alguma. 
Macroscopicamente: 
lesões são 
hipervascularizadas 
em relação ao córtex 
renal, possuem 
pseudocápsula e área de cicatriz central. 
Necrose pode ocorrer nas lesões volumosas. 
Histologicamente: grandes células pálidas, 
com citoplasma reticulado e halos 
perinucleares (só observadas se coradas). 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
➢ Menos agressivo que CCRcc e 
melhor prognóstico de todos os 
subtipos. 
 
• Ductos Coletores (1% dos casos): 
É tipo de câncer raro que se origina em uma 
das estruturas do rim, chamado Tubo de 
Bellini. Macroscopicamente: lesões 
heterogêneas, hipovascularizadas, com sinal 
de hemorragia, necrose, componente cístico 
e calcificação. Histologicamente: arranjo de 
células 
irregulares, 
infiltrativas, 
na parede 
dos ductos 
coletores, 
com 
acentuada 
desmoplasia. 
➢ Altamente agressivo e prognóstico 
ruim. 
• Carcionam Renal de Células Claras 
(70 a 90% dos casos): 
Originado geralmente no tubo contorcido 
proximal. Macroscopicamente: lesão sólida, 
amarelada, com 
graus variáveis 
de necrose, 
hemorragia e 
degenaração 
cística internas. 
Calcificações 
tumorais também 
podem ser 
encontradas. Histologicamente: lesões 
apresentam células claras devido ao seu 
conteúdo citoplasmático rico em lipídios e 
glicogênio. 
➢ Variante mais comum dos CCR. Na 
maioria dos casos é do tipo 
esporádico (95%). 
➢ Se origina no epitélio dos túbulos 
contornados proximais (córtex 
renal) e apresenta crescimento 
predominantemente expansivo. 
Parte 3: A paciente foi encaminhada para 
fazer uma biópsia da massa tumoral 
encontrada na ultrassonografia e laudo 
anatomopatológico revelou: lesão sólida, 
amarelada, com graus variáveis de necrose, 
hemorragia e degeneração cística internas. 
Histologicamente as lesões apresentam 
células claras devido ao seu conteúdo 
citoplasmático rico em lipídeos e glicogênio. 
 Qual o subtipo histológico que a 
paciente apresenta? 
Carcinoma Renal Convencional (de Células 
Claras). 
Parte 4: A paciente retorna ao atendimento 
já com os exames de imagem e 
anatomopatológicos realizados. Qual o 
próximo passo para manejo dessa paciente? 
Realizar o estadiamento clínico, podendo ser 
usado o sistema TNM. 
 O estadiamento clínico é 
estabelecido a partir de dados do exame 
físico e dos exames complementares 
pertinentes ao caso. É uma estimativa da 
extensão da doença com base nos resultados 
do exame físico, exames de imagem (raios X, 
tomografia computadorizada etc) e biópsia 
de tumor. Para alguns tipos de câncer, os 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
resultados de outros exames, tais como os 
de sangue, também são utilizados no 
estadiamento. 
 O estágio clínico é uma parte 
fundamental do diagnóstico para decidir o 
melhor tratamento a ser iniciado. É também 
a linha de base utilizada comparativa para 
ver se a doença responde ao tratamento. 
O estadiamento patológico baseia-se nos 
achados cirúrgicos e no exame 
anatomopatológico do órgão. É estabelecido 
após o tratamento cirúrgico e determina a 
extensão da doença com maior precisão, 
podendo ou não coincidir com o 
estadiamento clínico e não é aplicável a 
todos os tumores. 
 Estadiar uma neoplasia maligna 
necessita de conhecimentos básicos sobre o 
comportamento biológico do tumor. Um 
processo de estadiamento bem conduzido 
leva a condutas terapêuticas corretas e 
favoráveis ao paciente. 
O critério de estadiamento preconizado pela 
UICC é denominado sistema TNC de 
classificação dos tumores malignos: 
Estágios do CCR: 
➢ Estágio I: Tumor confinado ao rim 
com até 7cm. 
➢ Estágio II: Tumor confinado ao 
rim >7cm. 
➢ Estágio III: Tumor com invasão de 
grandes veias ou suprarrenal, ou 
todos os tecidos perirrenais, ou 
com metástase em linfonodos 
regionais. 
➢ Estágio IV: Tumor que atravessa a 
fáscia de Gerota ou metástase a 
distância, ou extensão para órgãos 
vizinhos (exceto suprarrenal). 
Parte 5: O estadiamento da paciente foi 
realizado pelo sistema TNM e concluiu-se: 
T2, N1, M0. Utilizando o material “BMJ: 
Carcinoma de células renais”, em qual 
classificação do estágio a paciente se 
encontra? 
No estágio III. 
Parte 6: Após o estadiamento clínico da 
paciente pelo sistema TNM, qual o tipo de 
tratamento sugerido? Utilize o artigo da 
BMJ para consulta. 
Nefrectomia total (radical). 
 Tratamento: 
O carcionam de células renais é tratado 
principalmente com cirurgia – 
NEFRECTOMIA (radical ou parcial). 
• A cirurgia ainda é a base para doença 
localizada e as taxas de cura podem 
ser muito altas para tumores de 
estágio 1 (>90%). 
Fatores de risco nas neoplasias 
renais: 
• Tabagismo; 
• Sexo masculino; 
• Idade (55-84 anos); 
• Afrodescendentes; 
• Obesidade; 
• Hipertensão; 
• Histórico familiar de CCRs. 
CÂNCER COLORRETAL: 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
Pólipos intestinais, são estruturas teciduais 
mais comuns no cólon, embora possam 
ocorrer no esôfago, estômago ou intestino 
delgado. Tudo que é pólipo ainda é 
considerado benigno. 
➢ Podem ser pedunculados ou 
sésseis; 
➢ Podem ser classificados em 
neoplásicos ou não neoplásicos. 
Pólipos colônicos não neoplásicos podem ser 
classificados como inflamatórios, 
hamartomatosos ou hiperplásicos. 
• Pólipos inflamatórios: se forma 
devido a ciclos crônicos de lesão e 
cicatrização (tecido mucosal 
inflamado); 
• Pólipos hamartomatosos: crescimento 
desorganizado, semelhantes a 
tumores, compostos de células 
maduras. 
o Os pólipos juvenis são o tipo 
mais comum de pólipos 
hamartomatosos. Eles podem 
ser esporádicos ou sindrômicos 
(maior susceptibilidade ao 
desenvolvimento de 
adenocarcinoma de cólon). 
• Pólipos hiperplásicos colônicos: são 
proliferações epiteliais comuns 
tipicamente descobertos na sexta e 
sétima décadas de vida. 
O pólipo neoplásico mais comum é o adenoma,que tem o maior potencial de evoluir para 
câncer. 
Adenomas: 
➢ São pólipos benignos que dão 
origem à maioria dos 
adenocarcinomas colorretais; 
➢ A maioria dos adenomas não evolui 
para adenocarcinoma; 
➢ São caracterizados pela presença 
de displasia epitelial; 
➢ 50% dos adultos ocidentais acima 
dos 50 anos podem apresentar 
adenomas – colonoscopia de 
vigilância é importante; 
➢ Podem ser pedunculados ou 
sésseis; 
➢ Pequena proporção pode abrigar 
câncer invasivo no momento da 
detecção; 
➢ Tamanho (0,3 – 10cm de diâmetro) 
– característica mais importante 
que se correlaciona com o risco de 
malignidade; 
➢ Displasia de alto grau é fator de 
risco para o câncer. 
Polipose Adenomatosa Familiar: 
Polipose adenomatosa familiar (PAF) – 
doença autossômica dominante. Surgimento 
de inúmeros adenomas colorretais na 
adolescência. 
➢ Causada por mutações do gene de 
polipose adenomatosa coli (APC); 
➢ 10% dos casos – mutação em genes 
de reparo de DNA; 
➢ Maior parte dos pacientes com 
PAF não tratada evoluem para 
adenocarcinoma colorretal. 
Câncer Colorretal Não Polipose Hereditário: 
➢ Também conhecido como síndrome 
de Lynch; 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
➢ Indivivíduos apresentam maior 
incidência de câncer quando 
jovens: cólon, endométrio, 
estômago, ovário, ureteres, 
cérebro, intestino delgado, trato 
hepatobiliar e pele; 
➢ Mutações herdadas em genes 
relacionados ao reparo DNA; 
➢ Adenomas serrilhados sésseis 
evoluem para adenocarcinoma 
mucinoso – produz muco. 
Adenocarcinoma Colorretal: 
➢ 1,8 milhões de novos casos e 
900.000 mortes em 2018; 
➢ Terceiro câncer mais 
diagnosticado (câncer de pele e 
pulmão são os mais frequentes) e 
segundo que mais mata (perde 
para o câncer de pulmão) 
 Incidência e mortalidade: 
• Neoplasia maligna mais comum no 
trato gastrointestinal; 
• Incidência tem seu pico aos 60-70 
anos de idade; 
• Menos de 20% dos casos ocorrem 
antes dos 50 anos. 
Fatores que contribuem para 
incidência: 
• Dieta inadequada (carne processada e 
pouca fibra); 
• Gordura visceral – obesidade; 
• Susceptibilidade genética; 
• Maior expectativa de vida; 
• Bebida alcoólica; 
• Fumo; 
• Sedentarismo. 
Principais sinais e sintomas: 
• Sangramento oculto nas fezes; 
• Mudanças nos hábitos intestinais; 
• Cólicas; 
• Perda de peso; 
• Anemia ferropriva. 
➢ Os dois fatores prognósticos mais 
importantes são profundidade de 
invasão e presença ou ausência de 
metástases linfonodais. 
As metástases podem envolver linfonodos 
regionais, pulmões e os ossos, mas, por causa 
da drenagem portal, o fígado é o local mais 
comum de lesões metastáticas. 
 A principal forma de evolução é a 
partir de adenomas que são esporádicos, ou 
seja, surgiram novas mutações no indivíduos. 
Entre iniciar e evoluir pode demorar de 10 a 
20 anos, mas a partir do momento que se 
transforma em câncer, o tempo diminui, por 
isso a colonoscopia é tão importante. 
Pode vir a partir do pólipo hiperplásico, ou a 
partir de uma inflamação, como a colite, 
podendo induzir displasia que evolui para um 
câncer – é muito menos frequente, mas pode 
acontecer. 
No cólon normal, pode-se ter mutação no 
gene APC, podendo ter mutação. Pode ter 
perda homozigota de genes supressores de 
tumor, ou seja, ter mutação no outro alelo 
do APC, se tem mutação nos 2 alelos, pode-
se ter carcinoma. Pode-se ter mutação em 
vários genes. 
➢ Sequência adenoma-carcinoma: 
responde por até 80% dos 
tumores de cólon esporádicos. 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
➢ Principal causa – inativação do 
gene APC por mutação e/ou 
epigenética. 
➢ Inativação de p53 está presente 
em 70-80% dos cânceres de cólon 
(fases tardias). 
NEOPLASIAS HEPÁTICAS: 
TBL neoplasias hepáticas: 
1) Letra A – apenas a I está correta. 
I: Hemangiomas cavernosos são tumores 
benignos que podem apresentar risco ao 
paciente quando perfurados. 
II: A hiperplasia nodular focal pode 
aparecer principalmente em mulheres, em 
resposta ao estrógeno e apresenta risco de 
malignidade – não é a principal das mulheres 
nos benignos, seria o adenoma de células 
hepáticas. E não tem malignidade. 
III: O adenoma de células hepáticas são 
mais comuns em homens e não apresentam 
risco de malignidade – é mais comum em 
mulheres e podem evoluir, podendo ter 
risco. 
 As lesões benignas mais comuns no 
fígado são os hemangiomas cavernosos. Sua 
perfuração em um procedimento de biópsia 
percutânea cega pode causar hemorragia 
intraperitoneal grave. 
Hiperplasia nodular focal: 
➢ Mais comum em mulheres em idade 
reprodutiva, nas quais há 
proliferação celular em resposta 
aos estrógenos; 
➢ Não apresentam risco de 
malignidade. 
Adenomas: 
➢ Tumores benignos que geralmente 
ocorrem em mulheres em idade 
fértil (adenomas inflamatórios), 
associação com o uso da pílula 
anticoncepcional; 
➢ Podem se romper e causar 
hemorragia intraperitoneal grave; 
➢ Adenomas com mutação em B-
catenina (10-15%) são mais comuns 
em homens e tem potencial de se 
tornar um carcinoma 
hepatocelular. 
2) Letra B – A alteração de pequenas 
células é uma forma de displasia 
hepática e pode ser considerada uma 
lesão pré-maligna. 
A letra A está errada, porque não 
apresentam diferentes características. A 
letra D é na verdade a hepatite viral crônica. 
3) Letra C – apenas I e III estão 
corretas. 
I: Nódulos displásicos podem ser 
considerados a principal via para o 
surgimento de carcinoma hepatocelular. 
II: Nódulos displásicos são mais comuns em 
doença hepática aguda – é a crônica. 
III: Uma forma inicial de diferenciação 
entre nódulos displásicos e cirróticos é o 
tamanho dos mesmos. 
 Formas de displasia hepatocelular: 
• Alteração de grandes células; 
• Alteração de pequenas células 
(diretamente pré-malinga). 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
Mais comuns no contexto de hepatite viral 
crônica. 
 Nódulo displásico: 
➢ Principal precursor do carcinoma 
hepatocelular; 
➢ Maior do que nódulos cirróticos (1-
2cm de espessura). 
4) Letra D – A maior parte dos casos de 
carcinoma hepatocelular em países 
ocidentais acontece no contexto da 
cirrose. 
Letra A – carcinoma hepatocelular é em 
paises em desenvolvimento, por 
apresentarem maior número de epidemias de 
hepatites virais e HIV. Letra B, a incidência 
está em pessoas mais novas. Letra C as 
hepatites virais que são mais comuns em 
países africanos. 
5) Letra B – apenas I e II estão 
corretas. 
I: O carcinoma hepatocelular pode se 
desenvolver a partir de nódulos displásicos 
de alto grau em fígados cirróticos. 
II: Infecção crônica por HBV ou HCV e 
exposição à aflatoxina são os principais 
fatores de risco para o carcinoma 
hepatocelualr em indivíduos mais novos. 
III: Uma característica importante do 
carcinoma hepatocelular é a sua estabilidade 
genômica, representada pela presença de 
anomalias cromossômicas númericas e 
estruturais – uma característica do 
carcinoma hepatocelular é a INStabilidade 
e alterações pontuais nos genes, não nos 
cromossomos. 
6) Letra C – Mutações no oncogene B-
catenina podem contribuir para o 
surgimento do carcinoma 
hepatocelular ao aumentar a 
proliferação celular. 
Carcinoma hepatocelular – segunda 
maior causa de morte por câncer no 
mundo. 
 Principais fatores de risco: 
➢ Infecção crônica por HBV e HCV; 
➢ Abuso de álcool; 
➢ Síndrome metabólica; 
➢ Doença hepática gordurosa não 
alcoólica (esteato-hepatite não 
alcoólica); 
➢ Cirrose (pode ser causada por 
fatores acima + inflamação). 
 Principais mutações: 
➢ Ativação constante da 
telomerase; 
➢ Ativação constante da B-catenina; 
➢ Inativação de p53. 
 Principais tratamentos: 
➢ Ressecção cirúrgica; 
➢ Abalação por radiofrequência; 
➢ Quimioembolização 
(micropartículas com 
quimioterápico); 
➢ Inibidor de quinases(sorafenibe); 
➢ Transplante. 
7) Letra D – todas estão corretas. 
I: O carcinoma hepatocelular pode se 
apresentar como tumor isolado, multifocal e 
difusamente infiltrante. 
Neoplasia 
Luiza Barbosa 
II: O carcinoma hepatocelular tem forte 
propensão a invadir canais vasculares. 
III: O carcinoma hepatocelular pode se 
apresentar histoloficamente com células 
bem diferenciadas ou indiferenciadas. 
8) Letra C – A cirurgia pode ser curativa 
em casos de tumores pequenos, 
embora não previna o surgimento de 
novos tumores em fígados 
cronicamente doentes. 
Diagnóstico do carcinoma 
hepatocelular: 
1- Ultrassom; 
2- Exame radiológico 
(hipervascularização atrial); 
3- Biópsia. 
 Estadiamento: Barcelona Clinic Liver 
Cancer (BCLC) algorithm. Leva em 
consideração aspectos tumorais e função 
hepática. 
O TNM aqui não é uma boa ideia, porque é 
necessário observar a funcionalidade 
hepática, por isso se usa o BCLC, 
acrescentando mais uma observação. 
Carcinoma hepatocelular: 
• Sintomas em fases mais tardias 
(limita sobrevida dos pacientes); 
• Tumores pequenos apresentam 
grande chance de cura por cirurgia; 
• Quimioembolização e ablação também 
podem curar o paciente; 
• Pacientes em risco (cirróticos) – 
vigilância por ultrassom. 
Metástases intra-hepáticas extensas são 
características e, ocasionalmente, longas 
massas semelhantes a serpentes de tumor 
invadem a veia porta (com oclusão da 
circulação portal) ou a veia cava inferior, 
estendendo-se até o lado direto do coração. 
 Prevenção: 
• Instrução sobre consumo excessivo 
de álcool; 
• Instrução sobre dieta e exercícios 
físicos; 
• Instrução sobre o uso de 
preservativos; 
• Vacinação contra HBV; 
• Tratamento contra HCV. 
Outros fatores que podem levar ao 
carcinoma hepatocelular: 
• Hemocromatose hereditária 
(autossômica recessiva): 
Acúmulo de ferro – toxicidade hepática – 
cirrose – carcinoma hepatocelular. 
Pode ser tratada por flebotomia e uso de 
quelantes de ferro – diminui acúmulo de 
ferro e progressão da doença. 
• Deficiência de a-antitripsina (inibidor 
de protease) (autossômica recessiva): 
Mutação – a-antitripsina mal formada – 
acúmulo nos hepatócitos – tóxico. 
Deficiência de a-antitripsina no sangue 
causa enfisema pulmonar (proteases geram 
dano pulmonar).

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