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Farmacologia - conceitos iniciais, vias de administração, lipossolubilidade, pKa, distribuição, redistribuição e excreção dos fármacos, farmacodinâmica.

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Farmacologia 
Luiza Barbosa 
CONCEITOS GERAIS: 
Farmakon: droga / logos: estudo. 
Pode ser definida como o estudo de 
substâncias que interagem com sistemas 
vivos por meio de processos químicos. 
Farmacologia médica: ciência das 
substâncias usadas para prevenir, 
diagnosticar e tratar doenças. 
Toxicologia: ramo da farmacologia que lida 
com os efeitos indesejáveis de produtos 
químicos sobre sistemas vivos. 
• Farmacocinética: 
o Caminho que o medicamento 
faz no organismo (absorção, 
distribuição, biotransformação 
e excreção); 
o “O que o corpo faz com a 
droga”. 
• Farmacodinâmica: 
o Efeito fisiológico no organismo 
(mecanismo de ação); 
o “O que a droga faz no corpo”. 
• Farmacotécnica: 
o Desenvolvimento de produtos 
farmacêuticos. 
• Farmacognosia: 
o Obtenção, isolamento e 
purificação de princípios ativos 
a partir de substâncias 
naturais. 
• Farmacoterapêutica: 
o Uso de medicamentos para 
tratamento de doenças. 
Terapias alternativas/complementares: 
Fitoterapia: Medicamentos obtidos a partir 
de plantas medicinais, derivados de droga 
vegetal (extrato, tintura, óleo, cera e 
outros), sem a utilização de substâncias 
ativas isoladas. 
Homeopatia: Medicamentos que se baseiam 
no princípio da similitude, com finalidade 
preventiva e terapêutica, obtida pelo 
método de diluições seguidas de 
dinamizações. 
Biotecnologia: 
“Medicamentos biológicos são moléculas 
complexas de alto peso molecular obtidas a 
partir de fluidos biológicos, tecidos de 
origem animal ou procedimentos 
biotecnológicos por meio de manipulação ou 
inserção de outro material genético 
(tecnologia do DNA recombinante) ou 
alteração dos genes que ocorre devido à 
irradiação, produtos químicos ou seleção 
forçada” (ANVISA). 
• Anticorpos monoclonais, 
hemoderivados, vacinas etc. 
Farmacologia atual: 
 
Definições: 
Farmacologia 
Luiza Barbosa 
Droga: Qualquer substância, exceto 
alimento, capaz de modificar sistemas 
fisiológicos ou estados patológicos (OMS). 
• Natural: 
o Extraída de fontes 
animais/minerais/vegetais 
(extração de p.a.). 
• Sintética: 
o Sintetizada em laboratórios 
por processos químicos. 
Remédio: substância ou recurso de que se 
usa para combater uma moléstia. Tudo que 
elimina uma inconveniência ou um mal. 
(Terapia, exercícios, massagem, 
medicamento.). 
Medicamento: produto farmacêutico, obtido 
ou elaborado (a partir de um ou mais 
fármacos) com finalidade profilática, 
curativa, paliativa ou para fins diagnósticos. 
Fármaco: substância química conhecida e 
estrutura química definida (princípio ativo), 
dotada de propriedade farmacológica. 
“IFA”. 
Placebo: a palavra placebo, de origem latina, 
faz parte do verbo agradar e, em 
farmacoterapia, refere-se à ação do 
medicamento que não é decorrente de sua 
atividade farmacológica. Esta atividade 
depende da confiança depositada pelo 
paciente no medicamento ou substância que 
lhe é administrada. Na terapêutica que 
precedeu a época atual, predominava 
placeboterapia. O placebo puro é 
representado por uma substância química 
inerte, mas na qual o paciente tem fé. Por 
outro lado, mesmo as drogas potentes 
possuem efeito placebo ao lado de sua ação 
farmacológica e, às vezes, pode atingir até 
35% da ação total da droga. 
Propriedades da “droga ideal”: 
• Efetividade: produz efeito real, 
funcionar; 
• Seletividade: atuar em local 
específico; 
• Reversibilidade: interromper ação; 
• Fácil administração: sabor? 
Densidade? Via? Etc.; 
• Mínimas interações: interações com 
outras drogas, nutrientes etc.; 
• Isenta de efeitos adversos: reações 
indesejáveis decorrentes do uso. 
Denominações: 
Medicamento: 
• Nome químico: nome que descreve os 
elementos químicos e estrutura da 
substância – ácido 2-acetobenzóico; 
• Nome genérico: denominação 
universal, curta e de pronúncia mais 
fácil. Não é propriedade de nenhuma 
empresa – ácido acetilsalicílico; 
• Nome comercial: criado pela empresa 
que desenvolveu o medicamento, 
legalmente registrado – aspirina, 
AAS, melhoral. 
Medicamento referência: elaborado pela 
empresa que desenvolveu o medicamento e 
patenteou. “De marca”. 
Medicamento genérico: apresentam a mesma 
fórmula que o medicamento de referência. 
Medicamento similar: apresentam mesmo 
princípio ativo que o de referência, mas pode 
deferir em características relativas 
Farmacologia 
Luiza Barbosa 
(adjuvantes, excipientes, tamanho, validade 
etc.). 
Biodisponibilidade: “indica a 
velocidade e a extensão de absorção 
de um princípio ativo em uma forma de 
dosagem, a partir de sua curva 
concentração/tempo na circulação 
sistêmica ou sua excreção na urina”. 
(ANVISA). 
Bioequivalência: “consiste na 
demonstração de equivalência 
farmacêutica entre produtos apresentados 
sob a mesma forma farmacêutica, contendo 
idêntica composição qualitativa e 
quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que 
tenham comparável biodisponibilidade, 
quando estudados sob um mesmo desenho 
experimental.” (ANVISA). 
Intercambialidade: 
 
 
Pesquisa e desenvolvimento: 
Pós comercialização: 
 
VIAS ADMINISTRATIVAS: 
Fórmula farmacêutica: é a composição 
(componentes que formam o medicamento). 
Deve ser redigida segundo o nome genérico 
dos componentes acompanhado de sua 
respectiva quantidade. 
Forma farmacêutica: forma pela qual o 
medicamento se apresenta. Ex.: comprimido, 
drágea, supositório, solução injetável etc. 
• Desenvolvimento farmacotécnico de 
medicamentos. 
Farmacologia 
Luiza Barbosa 
o Características físicas, 
químicas e biológicas das 
substâncias ativas e 
adjuvantes – 
COMPATIBILIDADE. 
Objetivos: 
• Garantir doses exatas e seguras; 
• Proteger o fármaco contra 
influências externas (umidade, 
oxigênio); 
• Proteger o fármaco contra o ácido 
gástrico (revestimento entérico); 
• Ocultar sabor/odor desagradáveis; 
• Permitir ação controlada de 
fármacos; 
• Possibilitar a administração do 
fármaco pela via adequada; 
• Garantir a presença do fármaco no 
local de ação. 
Escolha da FF – desenvolvimento e uso: 
• Propriedades físico-quimicas; 
• Idade; 
• Velocidade/tempo de ação; 
• Doença/estado do paciente; 
• Vias de administração. 
Tipos de FF: 
• Sólidas; 
• Semi-sólidas; 
• Liquidas; 
• Gasosas. 
SÓLIDAS: 
• Cápsula (CAP): 
FF sólida na qual o(s) princípio(s) ativo(s) 
e/ou os excipientes estão contidos em 
invólucro solúvel duro ou mole, de formatos 
e tamanhos variados, usualmente contendo 
uma dose única do princípio ativo. 
Normalmente é formada de gelatina, mas 
pode também ser de amido ou de outras 
substâncias. 
o CAP DURA, CAP DURA LIB 
PROL, CAP DURA LIB 
RETARD, CAP MOLE, CAP 
MOLE LIB PROL, CAP MOLE 
LIB RETARD. 
• Comprimido (COM): 
FF sólida contendo uma dose única de um ou 
mais princípios ativos, com ou sem 
excipientes, obtida pela compressão de 
volumes uniformes de partículas. Pode ser 
de uma ampla variedade de tamanhos e 
formatos, apresentar marcações na 
superfície e ser revestido ou não. 
o COM, COM LIB PROL, COM 
EFEV, COM MAST, COM 
ORODISP, COM REV, COM 
REV LIB PROL, COM REV LIB 
RETARD... 
o Drágea. 
 
 
 
• Pó (PO): 
Farmacologia 
Luiza Barbosa 
FF sólida contendo um ou mais princípios 
ativos secos e com tamanho de partícula 
reduzido, com ou sem excipientes. 
o PO, PO EFEV, PO SUSP, PO 
SOL INJ, PO SUSP INJ, PO 
LIOF SOL INJ, PO LIOF 
SUSP INJ... 
• Supositório (SUP): 
FF sólida de vários tamanhos e formatos, 
adaptada para introdução no orifício retal, 
vaginal ou uretral do corpo humano, 
contendo um ou mais princípios ativos 
dissolvidos ou dispersos numa base 
adequada. Os supositórios fundem-se, 
derretem ou dissolvem na temperatura do 
corpo. 
• Óvulo (OVL): 
FF sólida de dose única que pode ter vários 
formatos, mas que é usualmente ovóide. 
Contém um ou mais princípios ativos 
dispersos ou dissolvidosem uma base 
adequada. Adaptado para introdução no 
orifício vaginal, fundem-se, derretem ou 
dissolvem na temperatura do corpo. 
LÍQUIDAS: 
• Solução (SOL): 
FF líquida límpida e homogênea, que contém 
um ou mais princípios ativos dissolvidos em 
um solvente adequado ou numa mistura de 
solventes miscíveis. 
o SOL GOT, SOL INJ, SOL INF, 
SOL SPR... 
• Suspensão (SUS): 
FF líquida que contém partículas sólidas 
dispersas em um veículo líquido, no qual as 
partículas não são solúveis. 
o SUS GOT, SUS INJ, SUS 
SPR... 
• Xarope (XPE): 
FF aquosa caracterizada pela alta 
viscosidade, que apresenta não menos que 
45% de sacarose ou outros açúcares na sua 
composição. Os xaropes geralmente contêm 
agentes flavorizantes. 
• Emulsão (EMU): 
FF líquida de um ou mais princípios ativos que 
consiste em um sistema de duas fases que 
envolvem pelo menos dois líquidos imiscíveis 
e na qual um líquido é disperso na forma de 
pequenas gotas (fase interna ou dispersa) 
através de outro líquido (fase externa ou 
contínua). Normalmente é estabilizada 
através de um ou mais agentes 
emulsificantes. 
SEMI-SÓLIDAS: 
• Creme (CREM): 
FF semi-sólida que consiste de uma emulsão, 
formada por uma fase lipofílica e uma fase 
aquosa. Contém um ou mais princípios ativos 
dissolvidos ou dispersos em uma base 
apropriada e é utilizado normalmente para 
aplicação externa na pele ou nas membranas 
mucosas. 
• Emplasto (EMPL): 
FF semi-sólida para aplicação externa. 
Consiste em uma base adesiva contendo um 
ou mais princípios ativos distribuídos em 
uma camada uniforme num suporte 
Farmacologia 
Luiza Barbosa 
apropriado feito de material sintético ou 
natural. Destinado a manter o princípio ativo 
em contato com a pele, atuando como 
protetor ou como agente queratolítico. 
• Gel (GEL): 
FF semi-sólida com um ou mais princípios 
ativos, que contém um agente gelificante 
para fornecer firmeza a uma solução ou 
dispersão coloidal (um sistema no qual 
partículas de dimensão coloidal – 
tipicamente entre 1 nm e 1 mm – são 
distribuídas uniformemente através do 
líquido). Um gel pode conter partículas 
suspensas. 
• Pomada (POM): 
FF semi-sólida para aplicação na pele ou nas 
membranas mucosas, que consiste em 
solução ou dispersão de um ou mais 
princípios ativos em baixas proporções em 
uma base adequada. 
• Pasta (PAST): 
Pomada contendo grande quantidade de 
sólidos em dispersão (pelo menos 25%). 
FF e vias de administração: 
VIA ORAL: 
 
VIA SUBLINGUAL: 
VIA RETAL: 
 
 
 
 
VIA PARENTAL: 
Farmacologia 
Luiza Barbosa 
VIA INTRAVENOSA/ENDOVENOSA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIA INTRAMUSCULAR: 
 
 
VIA SUBCUTÂNEA: 
 
 
VIA INALATÓRIA: 
 
 
VIAS TÓPICAS E TRANSDÉRMICA: 
 
FARMACOCINÉTICA: 
• Farmacocinética: “movimento do 
fármaco”: 
o Absorção; 
o Distribuição; 
o Metabolização; 
o Eliminação; 
o Biodisponibilidade; 
o Compartimentalização. 
• Farmacodinâmica: “ação do fármaco”: 
o Interação fármaco-receptor: 
Mecanismo de ação: 
▪ Agonismo: 
• Parcial; 
• Total ou pleno; 
• Inverso. 
▪ Antagonismo: 
• Competitivo; 
• Não competitivo; 
• Reversível; 
• Irreversível. 
 
 
 
 
 
Farmacologia 
Luiza Barbosa 
 
 
Absorção: 
Sempre envolve etapas: passagem por 
barreiras biológicas – para que o fármaco 
seja absorvido, ou seja, para que passe do 
sítio de administração para o compartimento 
sanguíneo, precisa passar por membranas. 
Movimento no mesmo sentido – 
compartimento tecidual para o sanguíneo – 
seta única – para o sangue. 
• Grande influência da lipossolubilidade 
e do pKa do fármaco. 
Lipossolubilidade: 
Se uma droga tem maior facilidade de 
atravessar membranas, ela consegue ser 
absorvida de uma forma mais fácil e rápida. 
Portanto, drogas com alta lipossolubilidade 
serão mais absorvidas rapidamente e 
completamente – grande parcela do que foi 
administrado será absorvido. 
• A partição do fármaco para o 
ambiente lipofílico da membrana 
plasmática é favorecida; 
• Um maior gradiente de concentração 
transmembrana favorece a entrada 
da molécula (passagem do 
compartimento 1 para o 
compartimento 2). 
 
Quando não é lipossolúvel, a absorção será 
mais lenta, mas ocorrerá. A diferença está 
na facilidade e rapidez. 
A lipossolubilidade envolve todos os 
processos que envolve a passagem por 
membrana – distribuição e eliminação. 
A lipossolubilidade pode afetar a via de 
administração pela qual ela pode ser 
veiculada. Por exemplo, cremes podem ser 
utilizados para reposição hormonal – isso é 
possível por causa da lipossolubilidade, 
hormônios esteroides são feitos a partir do 
colesterol, que é totalmente lipossolúvel, 
Farmacologia 
Luiza Barbosa 
então hormônios derivados do colesterol 
também são muito lipossolúveis, 
atravessando as barreiras cutâneas, 
chegando na circulação sanguínea e sendo 
distribuído de forma rápida e potente. 
Então, quando é muito lipossolúvel, pode-se 
até ser administrado por via tópica, não só 
oral. 
pKa: 
pKa significa a constante de dissociação 
acida de uma substância. É uma indicação de 
como uma dada substância se comporta em 
diferentes pH. Define o comportamento 
ácido ou básico – em um determinado 
compartimento, quanto da molécula estará 
com carga e quanto sem. 
Diferentes compartimentos biológicos 
possuem diferentes pH, por isso a 
importância. Dependendo de onde a molécula 
está, ela estabelece equilíbrio diferente – 
forma mais ou menos neutra. 
Quando o pKa for muito distante do pH, 
tem-se alta ionização. Quando forem 
próximos, pouca ionização. Quando forem 
idênticos, tem-se exatamente 50/50 – a 
mesma quantidade na forma molecular, 
neutra e ionizada. 
A absorção é mais favorecida quanto maior 
for a concentração do fármaco na sua forma 
MOLECULAR (neutra) – na sua forma 
neutra, ela é mais lipossolúvel, tendendo a 
ser mais bem absorvida. 
A eliminação renal é mais favorecida quanto 
maior for a concentração do fármaco 
ionizado no interior dos túbulos renais. 
• Absorção: grande influência da 
lipossolubilidade e do pKa do fármaco. 
O principal sítio de absorção é o 
intestino. 
• A característica mais importante 
para a absorção é a superfície de 
contato e natureza do epitélio, em 
detrimento do pKa do fármaco e do 
pH do fluido em cada compartimento. 
A absorção estomacal é muito mais 
lenta, simplesmente porque o 
estomago não foi feito para absorver 
e sim para digerir, mesmo que haja 
compatibilidade de pH, devido à 
formação das paredes do estômago, 
ou seja, da natureza do epitélio, que é 
constituída por musculatura lisa. Pode 
ter absorção gástrica, mas é muito 
menos comparada com a absorção que 
terá no intestino. No intestino, a 
absorção é mais rápida, mesmo 
quando o pH é desfavorável, porque a 
célula do epitélio intestinal é colunar, 
com núcleo basal, com 
microvilosidades em forma de escova 
na membrana, clássico tipo celular 
com função de absorver – aumenta 
superfície de contato. 
Lembrando... 
Absorção: grande influência do pKa e da 
lipossolubilidade; o principal sítio de 
absorção é o intestino e a característica 
mais importante para a absorção é a 
superfície de contato, em detrimento do pKa 
do fármaco e do pH do fluido em cada 
compartimento. 
Biodisponibilidade é o quanto a droga está 
disponível para exercer o seu efeito. A via 
Farmacologia 
Luiza Barbosa 
que apresenta maior biodisponibilidade é a 
via intravenosa, se partir do pressuposto 
que se tem vias de administração que 
consegue levar muita droga diretamente 
para o sítio de ação e outras não, já que joga 
uma quantidade de droga diretamente e 
toda a quantidade entra e fica disponível no 
sítio. Em contrapartida, na via oral, o pico 
plasmático é mais baixo, demora mais para 
agir e se ingerir 100mg, eles não chegam 
total, não se tem esses 100 na circulação, 
então, a biodisponibilidade seriamenor. 
Graficamente e matematicamente, a 
biodisponibilidade é representada pela 
área/curva (AUC), porque quando se fala de 
biodisponibilidade não importa somente o 
quanto da droga chega, mas também o 
quanto dela vai embora. Por exemplo, a área 
da curva da via intravenosa não é 
necessariamente diferente da curva das 
outras vias, pois ao mesmo tempo que o 
fármaco é absorvido rapidamente, ele 
também é eliminado rapidamente – é muito 
biodisponível, mas essa biodisponibilidade 
acaba rápido. 
Há a janela terapêutica ou índice 
terapêutico, que é representado pela 
distância entre a concentração mínima 
efetiva e a concentração mínima tóxica. 
Algumas drogas possuem uma janela 
terapêutica grande, o que é um indicativo 
que é uma droga segura – a amplitude é uma 
indicação de segurança da droga. Esse é o 
caso da grande maioria das drogas livres de 
prescrição. 
Uma série de substâncias possuem o índice 
terapêutico super estreito, como as drogas 
que precisam de prescrição. Qualquer 
mudança de dose, de biodisponibilidade, 
pode causar um aumento ou redução da 
concentração plasmática de forma que não 
chegue ao limiar plasmático ou passe o limiar 
de toxicidade e se torne tóxico. A 
toxicidade pode ser desde manchas pelo 
corpo, fototoxicidade, alucinação, sudorese 
aumentada, boca seca. 
Distribuição: 
 
Farmacologia 
Luiza Barbosa 
➢ Via intravenosa: fármaco direto na 
circulação – coração direito – coração 
esquerdo – grande circulação – 
tecidos. 
➢ Via transdérmica e subcutânea: 
absorção no tecido subcutâneo entra 
já na circulação – coração direito – 
coração esquerdo – grande circulação 
– tecidos. 
➢ Via muscular: absorção no tecido 
muscular – coração direito – coração 
esquerdo – grande circulação – 
tecidos. 
➢ Via sublingual: não passa pelo fígado 
também, absorvida na mucosa – 
coração direito – coração esquerdo – 
grande circulação – tecidos. 
➢ Via oral: dissolve o envelope, é 
absorvida no intestino delgado, a 
concentração absorvida passa pelo 
fígado, que já da uma metabolizada 
inicial, depois, via artéria hepática, o 
fármaco acompanha: coração direito – 
coração esquerdo – grande circulação 
– tecidos. 
➢ Via retal: absorção local, parte da 
absorção sofre primeira passagem, 
outra vai diretamente. 
➢ Via inalatória: absorção super rápida, 
é a 2° após a intravenosa. O tecido 
pulmonar é muito vascularizado. A 
droga chega em partículas finas, a 
superfície de contato é muito grande, 
então dos pulmões ela já vai para o 
coração esquerdo – grande circulação 
– tecidos. 
A principal diferença é se vai para o fígado 
ou não. A especificidade da via oral e parte 
da retal é essa. As vias que não passam pelo 
fígado são chamadas de parenterais. 
A droga foi absorvida, do compartimento 
sanguíneo vai para os compartimentos 
teciduais. São 4 compartimentos: 
plasmático, celular, intersticial e 
intracelular, mas podemos pensar somente 
em 2 – sanguíneo e tecidual. 
Dependendo das propriedades químicas da 
molécula, ela tem um perfil de 
compartimentalização diferente. Por 
exemplo: 
• Moléculas com alta afinidade por 
proteínas plasmáticas (ex.: ácidos) 
tendem a permanecer no 
compartimento plasmático. Baixo 
volume de distribuição (Vd). 
• Moléculas lipofílicas difundem-se com 
facilidade entre os compartimentos. 
Alto volume de distribuição (Vd). 
A acidez e a lipofilicidade dos fármacos 
afetam o Vd: 
 
Drogas básicas costumam ficar neutras no 
compartimento sanguíneo, portanto, pode 
mais facilmente atravessar nos tecidos. 
Assim como as lipofílicas, se tem afinidade 
por membranas, pode mais facilmente 
atravessar do sangue para o tecido. 
Farmacologia 
Luiza Barbosa 
Ao contrário, drogas ácidas ou muito 
hidrossolúveis tendem a ficar no 
compartimento sanguíneo. As ácidas vão 
ionizar e ligar a proteínas plasmáticas e 
hidrossolúveis por não interagir com 
transportadores ou trocadores de 
membrana, também tendem a concentrar 
mais no sangue. 
O Vd modifica a meia-vida plasmática da 
droga – uma droga com alto Vd terá meia 
vida mais longa. 
Clinicamente, o Vd é um parâmetro 
importante para o cálculo da dose de ataque 
de uma droga, quando necessária – se sabe 
que a droga tem baixo Vd, pode-se aumentar 
a dose inicial para induzir a distribuição de 
forma mais completa, mais rápida. Depois, 
mantem o volume de distribuição com a 
dosagem normal de manutenção. 
• Doses de manutenção são menos 
dependentes de Vd e mais 
dependentes da taxa de eliminação da 
droga (o clearance, CL). 
Redistribuição do tecido muscular e adiposo: 
➢ Drogas lipofílicas tendem a se 
concentrar em compartimentos 
teciduais, principalmente adiposo; 
➢ A compartimentalização é 
proporcional ao tempo de infusão, 
levando a altas taxas de 
redistribuição após redução ou 
interrupção da infusão; 
➢ Altas taxas de redistribuição ao 
compartimento plasmático prolongam 
os efeitos da droga (ex.: sedação 
prolongada após interrupção da 
infusão com propofol). 
Quando se tem a formação dessas reservas, 
quando cessa o tratamento, o paciente tem 
efeito residual. A droga começa aos poucos 
a ser redistribuída no sangue. 
Por isso pacientes obesos precisam de 
dosagens maiores de anestésicos, já que 
parte da droga está sendo 
compartimentalizada no tecido adiposo e não 
distribuída no local de ação necessário. 
Assim, a concentração de anestésico vai 
continuar alta, já que vai ocorrer a 
redistribuição, por isso o paciente demora a 
acordar, demora a voltar com a função 
entérica, ficando constipado por mais dias, 
muita secura na boca e todos os efeitos 
colaterais da anestesia. 
Distribuição do fármaco ligado à proteína: 
O grau de ligação de um fármaco à proteína 
plasmática, vai interferir no quanto será 
distribuído. Se está muito ligado às 
proteínas, vai distribuir menos, porque está 
efetivamente aprisionada no compartimento 
sanguíneo, não está disponível para ser 
distribuída. Não significa que a droga ligada 
não tem efeito, ele será menor, porém, 
suficiente. A metabolização e eliminação 
também será menor, tende a ter meia-vida 
mais longa, porque vai pouco para o fígado 
ser metabolizada e pouco para os rins ser 
excretada. 
Efeito 
menor, 
porém, com 
maior 
durabilidade. 
 
Farmacologia 
Luiza Barbosa 
Quando se tem muita droga livre, tem muita 
disponibilidade para ir para os tecidos, 
portanto, tem um efeito super alto, mas 
também está muito disponível para ser 
metabolizada no fígado e eliminada no rim. 
Efeito maior, mais 
potente, porém, 
com menor 
durabilidade. 
 
 
 
Diferentes drogas possuem diferentes 
afinidades às proteínas plasmáticas. A 
varfarina tem ligação de 98% às proteínas, 
supondo que o paciente que toma a varfarina, 
apresente dor de cabeça no dia e tome 
aspirina. A aspirina é jogada na circulação do 
paciente, quando chegar no compartimento 
sanguíneo, começa a remover a varfarina, 
desligando a varfarina. O problema é que se 
remove a varfarina da proteína plasmática, a 
varfarina vai estar livre, aumentando a 
distribuição, assim, o efeito vai ser muito 
maior. O aumento do anticoagulante não é 
bom, o paciente sofre o risco de ter 
hemorragia. 
Eliminação: 
Metabolização (biotransformação): 
processo químico pelo qual a molécula da 
droga é convertida em outra coisa – 
rearranjo químico, pode perder/ganhar 
grupos funcionais, conjugada a outras 
moléculas – é quimicamente modificada e 
transformada em derivados chamados de 
metabolitos. 
A grande maioria das drogas é, pelo menos 
um pouco, metabolizada. 
• Realizada principalmente pelo fígado; 
• Envolve reações de fase I e fase II; 
Reações de fase I: 
o Introdução de um grupo 
funcional (funcionalização) que 
torne a molécula mais polar (-
OH, -NH2, -SH). 
o Reações de fase I podem 
produzir metabólitos mais 
ativos, inativos e/ou tóxicos.Reações de fase II: 
o Conjugação de um grupo 
substituinte ao fármaco, 
gerando um metabólito inativo. 
• Principal objetivo: transformação do 
fármaco me metabólitos mais polares 
que facilitam a excreção renal – 
tornar mais hidrossolúvel para 
facilitar que seja jogada fora pela via 
renal. 
Circulação porta hepática: comunicação 
direta intestino – fígado. Primeira passagem 
hepática. 
Toda droga que chega por via oral, vai para 
o fígado, sofrendo metabolização no fígado 
antes de ir para o tecido. 
Se a molécula de um fármaco é alterada, a 
sua ação também é. O problema da 
metabolização de primeira passagem é que a 
molécula já pode ter sido quimicamente 
modificada de forma a perder a sua função 
– perda de dose durante as etapas, por isso 
na via oral as dosagens são maiores. 
Farmacologia 
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➢ A dose oral de um fármaco que sofre 
extenso metabolismo de primeira 
passagem deve ser alta. 
➢ A biodisponibilidade desse fármaco 
será baixa. 
A via mais biodisponível é a inalatória, não 
passa pela primeira passagem. Em termos de 
segurança, a via oral é a mais segura. 
Enzimas microssomais: 
Oxidases de função mista ou mono-oxidase 
• Enzimas (principalmente) hepáticas 
responsáveis em grande parte pelas 
reações de fase I. 
• Diversas enzimas codificadas por 
aprox. 40 genes. 
• Principais: superfamília das enzimas 
do complexo citocroma P450 
(CYP450). 
A expressão destas enzimas é largamente 
afetada por polimorfismos individuais 
(pequenas variações genéticas), bem como 
pela presença de fármacos. 
➢ Indução: alguns fármacos podem 
aumentar a produção ou retardar a 
degradação de enzimas 
metabolizadoras. Ex.: rifampicina, 
etanol, carbamazepina, fenobarbital, 
griseofulvina etc. 
O álcool segue uma cinética de ordem zero – 
a eliminação ocorre em taxa constante, 
diferente dos fármacos (ordem um). 
Enquanto aquela quantidade X de álcool está 
sendo metabolizada, as enzimas estão 
ocupadas, não estando disponíveis para 
metabolizar o fármaco. Ao mesmo tempo, 
ele está induzindo outras enzimas e 
aumentando a metabolização de fármacos Y. 
➢ Inibição: alguns fármacos podem 
bloquear a atividade das enzimas 
metabolizadoras. Ex.: alopurinol, 
cloranfenicol, cimetidina, quinidina, 
cetoconazol, gestodeno, 
dietilcarbamazina, eritromicina, 
ritonavir etc. 
Pro-fármacos: 
Algumas moléculas são administradas na 
forma inativa e convertidas em metabólitos 
ativos por meio da biotransformação. 
Moléculas podem ser metabolizadas e 
biotransformadas por diferentes vias ao 
mesmo tempo. Uma molécula pode sofrer 
ação de 4 enzimas diferentes, que vão 
transformar em 4 derivados diferentes. O 
paracetamol é metabolizado por 3 vias 
distintas: duas são mais comuns que 
produzem metabolitos solutos em água, que 
não são tóxicos e irão ser eliminados. A 3° 
via é especial, que funciona em baixa 
quantidade normalmente, em torno de 10% 
do paracetamol total é convertido nesse 
derivado tóxico. Nessa concentração baixa, 
o metabólito não vai ser tóxico, só que o que 
acontece é que se tem excesso de 
paracetamol circulante, satura as vias 
normais. Então, quando satura as 2 vias, 
sobra a via especial, que começa a trabalhar 
muito mais que o normal, produzindo muito 
mais do derivado tóxico, que, ao acumular, 
causa necrose hepática. 
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Excreção: eliminação de fato da droga. 
• Vias principais: renal, hepatobiliar e 
pulmonar. 
• A excreção por via renal é geralmente 
muito maior do que as demais. 
• A eliminação pulmonar é comum para 
anestésicos voláteis. 
Via biliar: 
➢ Metabolização hepática; 
➢ Transporte ativo para os capilares 
biliares; 
➢ Eliminação nas fazes; 
➢ Alta taxa de reabsorção intestinal. 
O fármaco vai ser metabolizado no fígado, 
porém, muitas vezes as substâncias não 
podem ser metabolizadas de forma que a 
tornem muito hidrossolúvel. Então, quando 
uma molécula, mesmo após a 
biotransformação, ainda permanece muito 
lipossolúvel, ela vai ter dificuldade em ser 
jogada fora pelos rins, porque os rins são 
basicamente água e o epitélio renal também 
é ciliado, muito parecido com o intestinal, as 
células são colunares ciliadas, já que o rim 
foi feito para reabsorver as coisas. Se tem 
uma substância que permanece lipossolúvel 
nos rins, essa substância vai tender a voltar 
para o sangue, ser reabsorvida. Então, uma 
molécula que tem baixa eliminação renal, 
devido ao seu caráter lipossolúvel, vai ter 
também a tendencia de se 
compartimentalizar para a bile. A substância 
lipossolúvel tem afinidade pela bile por ela 
ser feita de sais e água, papel de emulsificar 
gordura no intestino. Significa que aquela 
substância tem afinidade por gordura. Se a 
molécula não foi convertida em derivados 
hidrossolúveis, ela vai ter afinidade pela 
bile. Então, ela vai pelo capilar biliar ser 
transportada e compartimentalizada na bile. 
A molécula estando na bile, a bile vai ser 
jogada no intestino e a molécula vai junto, 
tendendo a ser eliminada pelas fezes. Só que 
existe um problema importante em relação 
ao que vai acontecer com a molécula, porque 
a molécula é muito lipossolúvel, por isso foi 
para a bile. Jogou uma molécula lipossolúvel 
de volta para o intestino – ela é reabsorvida, 
vai voltar para o sangue, circular de novo, 
pode voltar para o sítio ativo, pode acumular 
nos tecidos, depois, chega no fígado e o 
processo repete. A eliminação desse tipo de 
molécula lipofílica é lenta demais, porque 
essa recirculação é recorrente. 
Via renal: 
➢ Metabolização hepática; 
➢ Filtração glomerular; 
➢ Eliminação na urina; 
➢ Taxa de reabsorção depende das 
características do fármaco (pKa). 
A molécula sofre metabolização hepática, 
convertendo o fármaco em metabólitos 
hidrossolúveis, que vão ser filtrados no 
túbulo renal e a molécula tende a ficar no 
túbulo renal e ser eliminada. Tem molécula 
saindo do túbulo renal e voltando para o 
sangue – esse processo de reabsorção 
tubular vai acontecer dependente de 
características do fármaco também 
(lipossolubilidade e pKa). Se a molécula for 
bem lipossolúvel, vai tender a atravessar o 
epitélio tubular e voltar para o sangue. Se 
for hidrossolúvel, esse metabolito fica 
aprisionado no túbulo, tendendo a ser mais 
eliminado. 
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Secreção: transporte (ativo) da molécula do 
sangue para o túbulo renal. 
Reabsorção: passagem da molécula do lúmen 
tubular para o sangue. 
Fatores que alteram a excreção renal: 
• Alteração da ligação a proteínas 
plasmáticas (alteração da filtração); 
• Inibição da secreção tubular 
(aumento do tempo que o fármaco 
permanece no sangue); 
• Alteração do fluxo e/ou pH urinários. 
Quando se tem no túbulo renal moléculas 
50/50 – metade neutras, metade ionizadas, 
tem-se equilíbrio de processo. Algumas vão 
ser reabsorvidas, outas ficam. 
Quando se tem grande porção ionizada e 
menos da forma neutra, tem-se maior 
eliminação e menor reabsorção. 
Quando se tem mais na forma neutra, tem 
muita reabsorção e pouca eliminação. 
Epitélio renal é feito para reabsorver, as 
melhores moléculas para reabsorver são as 
neutras. 
Farmacodinâmica: 
A base da farmacodinâmica é a interação 
fármaco-receptor. 
“Um fármaco não agirá, a menor que esteja 
ligado.” – frase que resume toda 
farmacodinâmica. 
Fármaco + receptor = efeito 
 Relação dose-resposta; 
seletividade; afinidade; enzimas; 
transportadores; proteínas estruturais. 
Fármaco: Natureza química (pKa – carga 
elétrica, lipofilicidade); tamanho e 
estrutura. 
Efeito: agonismo (resposta + ou -) e 
antagonista (resposta 0). 
Quando a molécula agonista se liga ao 
receptor, causa uma perturbação do sistema 
químico, muda a energia do sistema, então, a 
proteína vai buscar uma nova conformação. 
Ao sofrer uma mudança conformacional 
(mudança deestrutura tridimensional), isso 
vai predispor ela a interagir com outras, 
podendo ativar uma segunda, que ativa uma 
terceira, quarta, quinta... Ao final, sempre 
se tem a proteína efetora, que vai produzir 
um mediador, fará algo, em algum lugar da 
cascata. Ao longo da cascata, tem-se o 
processo de sinalização, são os chamados 
segundos mensageiros. 
A troca do fármaco tem 2 motivos: 
toxicidade crônica se instala ou o tecido 
gera resistência – não somente ao receptor. 
Ele pode se tornar resistente de várias 
formas: conforme sofre efeito do fármaco 
de forma corriqueira, o tecido vai falar 
chega – nenhuma célula/tecido gosta de ser 
hiper estimulado. A célula vai aos poucos 
ficando refratária, considerando o estímulo 
afisiológico. Então, ela começa a endocitar 
os receptores – não ficando disponível na 
membrana para se ligar ao fármaco. Se o 
receptor já for intracelular, começa a 
degradar ou vesicular – ficando indisponível 
no citoplasma também. Se tem menos 
receptores, a resposta cai. Se a resposta 
química cai, a resposta clínica também – 
perda gradual de efeito da droga. Acontece 
muito em tratamentos de diabetes, 
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hipertensão, artrite reumatoide – doenças 
que precisam de tratamento contínuo. 
Pequenas doses geram resposta 
significativa, mas chega uma hora que a 
resposta fica no platô e não aumenta mesmo 
frente ao aumento de dose – por N motivos, 
o principal sendo a quantidade de 
receptores. Ao chegar em um patamar de 
resposta tal que é correspondente, por 
exemplo, à estimulação da maioria dos 
receptores. Se já tem droga ligada a todos 
os receptores, não consegue por aumento de 
dose ter aumento de resposta. 
O inibidor competitivo, o antagonista, tem 
uma certa similaridade estrutural ao 
agonista – tem uma porção cilíndrica. Devido 
a alguma parte da sua estrutura (parte 
cilíndrica) pode interagir na mesma parte em 
que o agonista se ligava no receptor. Quando 
se liga no sítio, a estrutura do receptor não 
se modifica, o antagonista se liga e não gera 
resposta – ele faz o contrário, se liga e 
impede que mude de forma, já que impede 
que o agonista se ligue. Então, quando ele se 
liga, nada acontece. A curva graficamente do 
antagonista seria sem resposta – linha reta 
no 0. O objetivo é ocupar o sítio, impedindo 
que o agonista se ligue e gere resposta. 
Considerando o agonista como uma molécula 
fisiológica, a acetilcolina. Ao se ter excesso 
de Ach, a resposta estará super alta, porque 
tem muito mais Ach que o fisiológico, tendo 
muito mais receptor, gerando muita 
resposta. O paciente é tratado usando um 
antagonista para o receptor de Ach – ele se 
liga no sítio e ocupa, impedindo que Ach em 
excesso gere resposta. Se o grande excesso 
está impedido, a resposta se normaliza. A 
utilidade do antagonista, a nível clínico, é 
diminuir uma resposta que está elevada. 
A curva de interação do A (agonista) com B 
(antagonista) demora a começar a subir e 
chega na resposta máxima – o que está 
acontecendo é que precisa de mais dose para 
o efeito. O antagonista sendo fisiológico e o 
agonista o fármaco – o antagonista se liga e 
bloqueia a proteína, o gráfico mostra que 
conforme aumenta a concentração de 
agonista na presença de antagonista, vai 
chegar uma hora que terá agonista em 
concentração suficiente para deslocar o 
antagonista. O antagonista ligou e bloqueou 
o sítio, o agonista em baixa dose não 
consegue se ligar – não tem efeito. O 
agonista começou a entrar, tendo 
concentração suficiente para retirar o 
antagonista e os agonistas se ligam e geram 
efeito. Se o antagonista for irreversível, não 
existem concentrações suficientes de 
agonista que mudariam isso. 
Os ativadores alostéricos são os que se 
ligam em outros sítios da proteína e causam 
mudanças conformacionais, de forma que 
favoreça a ligação com o agonista. As vezes, 
o ativador alostérico pode mudar a 
conformação de forma que o antagonista 
perca a afinidade e favoreça mais ainda o 
agonista. O inibidor alostérico modifica a 
proteína de forma a prejudicar o agonista, 
faz com que ele se ligue com menor 
adfinidade, causando redução da resposta. 
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Dizer que um receptor tem atividade 
constitutiva significa que a função/ativação 
de um receptor está associada a manutenção 
da homeostase. Todo receptor 
farmacológico, toda proteína que será 
ativada farmacologicamente tem uma função 
biológica e esses receptores estão todos em 
um certo momento ativos. 
➢ Receptores são parte integrante de 
processos bioquímicos em condições 
de homeostasia; 
➢ A estabilização do receptor na sua 
forma ativa (agonismo) determina a 
mudança do padrão bioquímico celular 
(resposta); 
➢ A estabilização do receptor na sua 
forma inativa (antagonismo) bloqueia 
a resposta associado a ele em 
condições normais. 
Agonista total: capacidade de gerar a 
resposta máxima. 
Agonista parcial: não gera a resposta 
máxima. 
Agonista inverso: se liga ao receptor e causa 
mudança conformacional, de forma que seja 
gerada uma resposta inversa à convencional. 
Atividade: 
1- Qual dos compostos do gráfico A 
pode ser um agonista total? 
O agonista total é o 1 – único que chega na 
resposta máxima. 
2- Qual dos compostos do gráfico A 
pode ser agonista parcial? 
Todos os outros: 2,3,4,5, por não gerarem 
resposta máxima. 
3- No gráfico A, qual é o mais potente? 
E o mais eficaz? 
O mais potente é o 1 – potência é a maior 
resposta, a que atinge potencialmente a 
maior resposta é a mais potente. O mais 
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eficaz é o que tem maior capacidade de 
gerar a sua resposta, portanto, é o 3 – com 
pouca droga, tem muito receptor ativado. 
Tipos de antagonistas: 
1) Competitivo (antagonista compete 
pelo mesmo sítio de ligação do 
agonista) 
a. Reversível; 
b. Irreversível. 
Ou seja, pode ser capaz de ser desligado ou 
fica na proteína para sempre. Sabe-se se é 
reversível ou não por meio da adição do 
agonista. 
 
Fármacos irreversíveis não precisam de 
somente uma dose para toda a vida, porque 
toda e qualquer molécula tem sua meia vida. 
Então, o tempo todo a célula está destruindo 
proteínas e produzindo novas. Quando uma 
proteína é bloqueada da forma irreversível, 
ela se deforma, “levantando uma 
sinalização”, que a faz ser destruída e uma 
nova proteína é produzida. Depois, toma-se 
outra dose para bloquear novamente a 
proteína. 
 
 
 
2) Não competitivo (antagonista e 
agonista se acoplam em sítios 
diferentes da proteína). 
 
Moduladores alostéricos: modulam o efeito 
de agonistas e antagonistas 
ortostéricos, ligando-se em um 
sítio distinto do receptor alvo. 
MECANISMOS DE 
SINALIZAÇÃO: 
Os receptores intracelulares: 
ativação por genes lipossolúveis 
que atravessam facilmente a membrana 
plasmática (1). 
 
Do 2 ao 5: fármaco que não entra na célula, 
mas se interage com a proteína de 
membrana. 
2 – Receptores transmembrana com função 
enzimática: Interação do ligante com a face 
extracelular do receptor, ativando a função 
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enzimática da porção intracelular da 
proteína. 
3 – Receptores transmembrana acoplados a 
tirosinoquinases: Interação do ligante com a 
face extracelular do receptor, ativando a 
função enzimática de outa proteína 
associada. 
4 – Canais iônicos ligante – ou voltagem – 
regulados: Interação do ligante com a face 
extracelular do canal acusa a sua abertura, 
ou modifica a voltagem transmembrana. 
5 – Receptores acoplados à proteína G: 
Interação do ligante com a face 
extracelular do receptor causa o 
recrutamento de proteínas G e proteínas 
associadas. A formação de um complexo 
sinalizador ativa segundos mensageiros que 
transduzem o sinal intracelular.

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