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Sistema Endócrino Luiza Barbosa Trabalho sinérgico entre glândulas e hormônios. A coordenação das funções do organismo é realizada por mediadores químicos. O que define um tecido para ser chamado de glândula é que, além de secretar algo, ele tem que ter um formato próprio e estar muito bem cercado de uma quantidade surreal de vasos. Porque, se falar de sistema endócrino, tem que lembrar que tudo que a glândula secretar de um jeito ou de outro tem que parar no corpo. Principais glândulas endócrinas: hipófise, tireoide, paratireoide, suprarrenais, ilhotas, pancreáticas e gônadas. Hormônios produzidos pelo tecido adiposo – ele não é uma glândula, mas algumas células acabam produzindo hormônio. Hipotálamo não é glândula, é região de sistema nervoso – complexo de neurônios. Funções: • Balanço hídrico e iônico; • Regulação do equilíbrio do cálcio e do fosfato – hormônios que cuidam do metabolismo ósseo (PTH, calcitonina, vitamina D); • Regulação do balanço energético das demandas metabólicas celulares (insulina, GH, cortisol, glucagon, T3, T4); • Coordenação das respostas contrarreguladoras hemodinâmicas e metabólicas do hospedeiro ao estresse (luta ou fuga – adrenalina, noradrenalina e cortisol); • Regulação da reprodução, do desenvolvimento, do crescimento e do processo de envelhecimento (hormônios sexuais, GH, T3, T4, cortisol, declínio do GH). Qualquer falha endócrina se manifesta como patologia, como: gigantismo, nanismo, hipertireoidismo, cretinismo (ausência dos hormônios tireoidianos durante a gestação, não permitindo que o sistema nervoso e reprodutor se desenvolva corretamente), síndrome de Cushing. Remédios não curam essas patologias, apenas controlam, tentam amenizar os efeitos colaterais para dar qualidade de vida, tentar simular as condições do corpo. Diagnóstico: 1) Exame físico; 2) Exames bioquímicos; 3) Exames de imagem; 4) Anamnese completa. Hormônios: ➢ Definição: substâncias químicas que regulam as funções metabólicas de outras células do organismo; ➢ Produção: células endócrinas; ➢ Transporte: no sangue de forma livre ou ligados a proteínas plasmáticas (proteínas carreadoras – são Estrutura química e biossíntese de hormônios. Secreção hormonal, transporte e depuração de hormônios no sangue. Sistema Endócrino Luiza Barbosa necessárias porque as vezes o hormônio é lipossolúvel, estando atrelado a uma proteína plasmática, não tendo força osmótica, não alterando viscosidade plasmática); ➢ Atuação: células alvo; ➢ Degradação: pelo fígado (fezes) e excreção renal (urina). Cada hormônio tem um tempo para ser degradado e eliminado. Esse tempo formará a meia vida do hormônio (tempo necessário para uma dosagem de hormônio ser reduzida pela metade). Forma de ação dos hormônios: Alguns são capazes de alterar o DNA – alterar o ritmo de síntese de uma determinada proteína. É muito fácil falar disso ao pensar nos hormônios sexuais. Alguns são capazes de alterar função enzimática. T3 tem um grande papel nas enzimas que produzem o ciclo de ATP e de calor, por isso pacientes com hipertireoidismo está sempre quente, com um pouco de tremor essencial por ter muita sinapse, da mesma forma que a ausência dos hormônios tireoidianos causam baixa temperatura nos pacientes. Outros hormônios vão ativar proteínas de membrana, estimulando proteína G – modulando o transporte de membrana por meio de um segundo mensageiro. Um exemplo de um hormônio que faz essa atuação é a insulina (se liga no receptor de membrana e a resposta celular é a migração dos GLUT’s, que captam glicose), a adrenalina causando vasoconstrição (se liga à musculatura lisa vascular, abre canais de sódio e cálcio, estimula o músculo a contrair), acetilcolina reduzindo a FC (se liga a um receptor, proteína G permitindo entrada de mais potássio). Nem todo hormônio entra na célula, porém cada hormônio tem uma forma de agir diferente no nosso corpo. As 3 formas: altera DNA, altera ação enzimática e estimula proteína G. O problema do diabético tipo 2 é que ele tem uma resistência à insulina, ou seja, ela não consegue se ligar muito bem no seu receptor. Tem insulina no diabético tipo 2, porém a resposta celular não existe ou existe de maneira reduzida. O diabético tipo 1 tem uma doença autoimune que destrói as células produtoras de insulina pancreáticas, não produzindo insulina, ou seja, não produz o ligante, por isso é insulinodependente. A síndrome metabólica começa com sobrepeso/obesidade. Quando estamos com tecido adiposo em excesso, o corpo produz marcadores, o principal deles é a resistina, que mexe com o perfil inflamatório. As IL do inflamatório são capazes de alterar sensibilidade dos receptores de insulina. Então, só a partir dessa alteração que temos na síndrome metabólica o início da resistência à insulina, porém o paciente ainda não é diabético. Se a síndrome metabólica for tratada com medicamentos + atividade física, a ponto de conseguir reduzir o sobrepeso/obesidade, a sensibilidade volta sozinha. Pacientes com síndrome metabólica possuem resistência a Sistema Endócrino Luiza Barbosa fazer atividade física, por serem hipertensos, terem variações de colesterol, por isso normalmente optam somente pelo tratamento farmacológico. Isso é um problema, porque os medicamentos vão perdendo dose-eficácia. Alguns hormônios têm uma única função no corpo: induzir a produção de outro hormônio – induzindo a atividade secretória. O TSH induz a glândula tireoide a produzir T3 e T4. Os hormônios hipofisários, a maioria deles, são indutores, como LH e FSH. Existem tumores hiper secretores – quando está muito próximo de glândula, mesmo sem receber estímulo, ela começa a secretar hormônio, da mesma forma que existem tumores que inibem os hormônios. Um exemplo é a acromegalia – gigantismo que ocorre na idade adulta, pessoa que tem uma alteração não esquelética, mas que as cartilagens começam a crescer, orelha, nariz, queixo, dentes afastam, mãos ficam inchadas. Classificação química e transporte: Hormônios esteroides: • Estrutura química similar ao colesterol; • São lipossolúveis; • Difundem-se facilmente através das membranas celulares; • Podem estar livres (em baixíssima quantidade) ou associados a uma proteína carreadora – a albumina é uma grande proteína carreadora de esteroides. Para cada esteroide tem uma proteína carreadora específica, as quais sempre serão chamadas de globulinas; • O esteroide livre consegue permear a membrana e conseguir uma resposta celular, então, ele está livre, mas assim que chegar a uma célula que precisa nele, ele se liga ao receptor e gera resposta; • O esteroide ligado a proteína somente irá produzir resposta ao se soltar da proteína. Papel da proteína carreadora: ➢ Enquanto o hormônio está preso na proteína carreadora, ele não sofre ação enzimática, por isso aumenta a meia vida do hormônio; ➢ Quando ele está livre ou solto é uma atividade dinâmica, sempre que está precisando de resposta celular, enzimas fazem com que desacoplem de proteínas, quando já está em excesso a quantidade de hormônios, se liga a proteína. O colesterol vai sofrer ações enzimáticas e dessas ações, os hormônios esteroides surgem. Se faltar colesterol, isso será produzido. Pacientes com anorexia, será visto que os hormônios sexuais estão baixos, devido ao pouco colesterol, que não da conta do trabalho fisiológico. O mesmo acontece com a lipoaspiração seguida de dieta, que detonaos hormônios femininos. Ou seja, hormônios sexuais dependem de colesterol. Hormônios não-esteroides: • Não são lipossolúveis. Sistema Endócrino Luiza Barbosa • Não conseguem atravessar facilmente as membranas celulares; • Podem ser divididos em: o Proteicos ou peptídicos; o Aminas (origem no aminoácido tirosina). Um hormônio proteico ou peptídico tem aa ou resíduos de aa, podem ter de 3 até 200 aa, que é o caso do GH. A insulina, glucagon, ADH, são hormônios peptídicos. São pequenos resíduos do hormônio que interagem com os receptores. Hormônios proteicos/peptídicos são livres no plasma, são hidrossolúveis. Por isso, não precisam de proteínas transportadoras. Um hormônio lipossolúvel possui maior tempo de meia vida, ou seja, os esteroides possuem maior meia vida que os peptídeos. Alguns esteroides têm meia vida de dias dependendo da quantidade de carbonos em sua estrutura química, enquanto os peptídeos duram horas. Os hormônios tireoidianos são lipossolúveis e as catecolaminas são hidrossolúveis. As aminas são hormônios produzidos a partir de um único aa. Geralmente, esse aa é a tirosina. Tirosina + 4 moléculas de iodo formam o hormônio tireoidiano T4. Tirosina + 3 moléculas de iodo formam o T3. ➢ Hormônios produzidos e liberados pela tireoide: tiroxina e triiodotironina; ➢ Hormônios produzidos e liberados pela medula adrenal: adrenalina e noradrenalina (além de hormônios são grandes neurotransmissores). VALE REFORÇAR: Hormônios peptídicos e as catecolaminas (aminas) são hidrossolúveis e são transportados dissolvidos no plasma; Hormônios esteroides e tiroidianos (aminas) circulam no sangue em grande parte ligados às proteínas plasmáticas. Hormônio livre + proteína de ligação – complexo hormônio-proteína. Todo hormônio tem o seu ritmo circadiano ou ritmo biológico. Esse ritmo é formado por picos e vales. Esses picos e vales são as interações entre componentes nutricionais, neurais, ambientais e até mesmo hormonais. Durante as refeições, por exemplo, o cortisol cai, enquanto em jejum ele aumenta. Os hormônios respondem muito à estimulação chamada de feedback. Existe uma interação muito grande do hipotálamo, da adeno-hipófise e da glândula periférica e sempre que o hormônio da glândula periférica estiver muito alto ou muito baixo, haverá uma interpretação disso no hipotálamo e ocorrerá um feedback para reestabelecer esse hormônio. Diversos hormônios trabalham para manter o hormônio da glândula mais periférica no seu basal ou no pico. Controle da liberação hormonal: Alguns hormônios vão ser secretados por controle neural: alguns não precisam respeitar o feedback, dependendo do que Mecanismos de ação dos hormônios. Controle por feedback da secreção hormonal. Sistema Endócrino Luiza Barbosa estou sentindo ou passando fisiologicamente, neurônios levam à secreção hormonal: dor, emoção, excitação sexual, medo, lesão, estresse e modificações do volume plasmático podem modular a secreção hormonal. Exemplo 1: adrenalina. Exemplo 2: liberação da aldosterona que aumenta o volume plasmático em resposta a postura ereta. O controle cronológico é outra forma de liberação hormonal, podendo estar atrelado a dias, a exposição ambiental (luz), idade. Um exemplo é a produção de melatonina – caiu a luz, não importa se quer ou não dormir, o corpo começa a secretar melatonina. Tanto que, em uma aula presencial, com as luzes apagadas, passando um filme, começa a dar sono – resposta à informação que a luz está baixa. Por isso é muito ruim dormir em ambiente com muita luz. Além da melatonina, o GH também somente é produzido nas fases profundas de sono. Alguns nutrientes e íons são capazes de modular glândulas endócrinas. Os principais são glicose modulando insulina e glucagon e cálcio modulando PTH e calcitonina. Ou seja, se glicose e cálcio estão alto ou baixos, uma glândula específica vai ser estimulada. Nesse caso, fica um alerta: não existe feedback negativo. Se comer 10x carboidrato por dia, 10x o pâncreas vai produzir insulina. Muita insulina ou leva o receptor a diminuir a sua expressão ou leva o receptor a diminuir a sua sensibilidade. Por isso que há muito tempo existem lendas sobre quantas vezes devemos comer durante o dia, mas o problema não se resume a isso, mas sim ao que será consumido. Dosagem hormonal: as concentrações dos hormônios nos líquidos biológicos são medidas por imunoensaios. Os níveis dos hormônios podem ser medidos em amostras de plasma, soro, urina ou outras amostras biológicas (fezes, cabelo), porém a dosagem de hormônios nessas regiões é muito pequena. Na dúvida, faz a dosagem plasmática. Sempre que um paciente tiver seus hormônios e os seus reguladores aumentados no plasma, o problema pode estar relacionado à sensibilidade do receptor. Deve-se também analisar função renal e hepática do paciente, lembrando dos mecanismos de eliminação e conversão. REVISÃO: Hormônios: “substância química produzida por uma célula ou um grupo de células e liberada no sangue para o seu transporte até um alvo distante, onde exerce seu efeito em concentrações muito baixas”. Tem como função a comunicação entre órgãos das alterações que ocorreram no organismo. Já conseguem exercer efeitos fisiológicos mesmo em baixas concentrações. É produzido por: • Glândulas endócrinas; • Células endócrinas isoladas (hormônios do sistema endócrino difuso); • Neurônios (neuro-hormônios); • Células do sistema imune (citocinas). Sistema Endócrino Luiza Barbosa MECANISMOS DE AÇÃO HORMONAL E CONTROLE POR FEEDBACK: Um hormônio só consegue ter efeito numa célula, se ela apresentar seu receptor específico. Mecanismo de chave e fechadura. Existem 2 tipos de receptores: Receptores de membrana são para hormônios hidrossolúveis, porque são hormônios que não conseguem atravessar a membrana plasmática das células. Existem 4 tipos de receptores de membrana, não só de hormônios, mas também para citocinas, ácidos graxos. São eles: • Receptor acoplado a canal: toda vez que a molécula se liga ele abre ou fecha o canal. • Receptor acoplado a proteína G: tem uma porção extracelular que a molécula se liga e uma intercelular com a proteína G; • Receptor enzimático: tem uma porção extracelular que tem a ligação com a molécula e uma intracelular associada a uma enzima, então quando se liga ao receptor, ocorre a ativação de uma enzima; • Receptor integrina: responsável por quando a molécula se ligar nele, alterar a conformação, o citoesqueleto, da célula. Quando se pensa em hormônio, fala-se do acoplado a proteína G e enzimático. Para que um hormônio que tem receptor de membrana se ativar, ele precisa ter seu receptor específico, depois gerar seu segundo mensageiro, que será responsável por uma cascata de sinalização, até chegar na resposta celular. A insulina se liga ao seu receptor específico, quando se liga, ocorre a ativação de uma enzima (receptor enzimático) que é responsável por gerar um segundo mensageiro. Esse segundo mensageiro irá ativar várias outras proteínas, até que a GLUT4 seja ativada e vai se translocar do citoplasma para a membrana da célula e captar a glicose disponível para dentro da célula. Segundos mensageiros: RECEPTORES ACOPLADOS À PROTEÍNA G: Porção extracelular que ocorre a ligação com o ligante e porção intracelular acoplada à proteína G que contém 3 subunidades. Sistema Endócrino Luiza Barbosa Quando o hormônio se liga ao seu receptor acoplado à proteína G, ela se desprende desse receptor e uma das subunidades da proteínaserá responsável por ativar uma enzima. Essa enzima é responsável por gerar o segundo mensageiro. No exemplo, a enzima é a adenilato-ciclase, gerando o AMPc como o segundo mensageiro, que ativa a proteína- cinase A que fosforila outras proteínas que geram outros sinais para a célula. Hormônios com receptores acoplados à proteína: RECEPTORES LIGADOS A ENZIMAS: Um hormônio que tem o receptor ligado a enzima, ativa a enzima ligada ao receptor. Como exemplo, a leptina – tem um receptor de membrana que é do tipo aliado a enzima. Toda vez que a leptina se liga ao seu receptor ela vai ativar uma enzima intracelular. A ativação dessa enzima é responsável por gerar o segundo mensageiro, que vai ser responsável pela ativação de outras proteínas até chegar ao efeito biológico. Ou seja, o hormônio se liga ao receptor, ativando uma enzima, gerando o segundo mensageiro, igual todo receptor de membrana. A insulina tem o receptor de membrana do tipo ligado a enzima. Receptores intracelulares são de hormônios lipossolúveis, ou seja, que conseguem atravessar a membrana plasmática e assim chegar a se ligar no receptor que estará ou no citoplasma ou no núcleo, depende do hormônio. O T3 tem um receptor nuclear – entra na célula por difusão e se liga a ele. A ação dos hormônios lipossolúveis depende da sua interação com o DNA, toda vez que vai ter seu efeito, precisa se ligar ao seu receptor específico, formando um complexo hormônio-receptor, que irá ligar uma porção do DNA ativando ou inibindo a transcrição dos genes, modulando a transcrição de genes, alterando a produção de proteínas. Então, o mecanismo de ação de hormônios lipossolúveis envolve a alteração da expressão gênica. Toda vez que o complexo hormônio-receptor se liga nessa porção do DNA, ativa-se a transcrição de genes, aumentando as proteínas específicas. CONTROLE POR FEEDBACK: Pode ser positivo ou negativo. O positivo estimula para que ocorra ainda mais a mesma ação e o negativo quando o resultado pede para que seja finalizada a ação. CONTROLE POR MÚLTIPLAS VIAS: Quando a secreção é influenciada por vários fatores. CASO CLÍNICO 1: Ângela chega à clínica e você acompanha a enfermeira até a sala de exames para obter sinais vitais de Ângela. Dr. Ubiratan entra na sala de exames e pergunta a Ângela o que a está incomodando. Ângela diz ao médico que está com frio, cansada, fatigada e, simplesmente não se sentindo à altura de suas atividades normais. Ela também ganhou cerca de 10kg, embora tenha monitorado conscientemente sua ingestão de alimentos. Ângela não consegue entender o que está errado – ela passou pela menopausa um ano atrás, mas ela insiste que a maneira como ela está se sentindo não está relacionada a essa Sistema Endócrino Luiza Barbosa mudança; ela também não mudou mais nada sobre sua rotina normal. Dr Ubiratan escuta Ângela e então examina seus ouvidos, olhos e garganta; ele também escuta os pulmões e coração de Ângela e apalpa seu pescoço e abdômen. Todos os sinais vitais de Ângela e o resultado inicial do exame estão dentro da faixa normal. Dr Ubiratan pede alguns exames de sangue: Exames alterados: T4, T3 e FSH baixos. Restante está normal. Conclui-se que Ângela possui hipotireoidismo. Como o médico percebeu, nos exames, que não é uma doença auto imune, realizou exames de imanges para descobrir o motivo do hipotireoidismo, assim, Dr Ubiratan descobre que Ângela possui um tumor na adeno-hipófise, justificando a queda de TSH. As concentrações de TRH estarão aumentadas, para sinalizar para a adeno- hipófise trabalhar – vai estar aumentado por uma ausência de feedback negativo. O TSH não faz feedback, quem faz são os hormônios tireoidianos. O TRH que sinaliza para o TSH que estimula a tireoide a produzir T3 e T4. Esse tipo de hipotireoidismo é chamado de secundário, porque o problema foi na adeno- hipófise. CASO CLÍNICO 2: Frank se tornou bodybuilding e passou a fazer uso de esteroides por indicação de alguns colegas os quais disseram que Frank só teria um aumento expressivo se fizesse uso desta droga. Ele começou a se interessar por anatomia e fisiologia humana e começou a estudar sobre testosterona. Seu livro fornece informações úteis sobre regulação deste hormônio. Frank logo aprendeu que testosterona é necessária para os testículos produzirem esperma, os gametas masculinos. Também é responsável para manter os padrões masculinos de pelos e músculos do corpo e distribuição de gordura. A adeno-hipófise estimula o FSH e o LH, que possuem receptores nos testículos. Ou seja, a adeno-hipófise produz dois hormônios que atuam nos testículos com funções diferentes: • LH afeta os testículos de duas maneiras. Primeiro é necessário para manter o número e o tamanho das células Leydig, que produzem testosterona. Segundo, estimula as vias responsáveis pela síntese de testosterona. • FSH atua principalmente nas células Sertoli, que fornecem suporte para a espermatogênese (produção de esperma). Sistema Endócrino Luiza Barbosa Quando a testosterona chega na quantidade adequada, ocorre o feedcack negativo, para que não tenha aumento exagerado. Então, a testosterona avisa para o hipotálamo e adeno-hipófise para pararem de produzir testosterona. • A superprodução de testosterona é eviada por um ciclo de feedback negativo, pelo qual a testosterona atua no hipotálamo e na adeno- hipófise para suprimir a liberação de GnRH (hormônio que sai do hipotálamo e estimula adeno-hipófise), bem como LH e FSH, respectivamente. Porém, como o Frank está usando esteroides, ele está inserindo testosterona exógena nele. Depois, Frank notou que estava com atrofia testicular. Qual a relação entre a testosterona com os hormônios esteroides que ele está utilizando, poderia contribuir para a atrofia? Por excesso de feedback negativo – causando atrofia por inutilização dos testículos para produção endógena. EIXO HIPOTÁLAMO – HIPOFISÁRIO: O hipotálamo controla a hipófise. Dependendo da situação, a adeno-hipófise controla hipotálamo. A adeno-hipófise é a glândula fundamental, pois só não controla pâncreas e paratireoide. A adeno-hipófise está exatamente abaixo do quiasma óptico. Por isso, um tumor de hipófise pode causar cegueria – aumentando de tamanho e comprimindo o quiasma. A adeno-hipófise tem tamanho menor que um grão de ervilha – muito pequena. A hipófise precisa se relacionar com o hipotálamo. No caso da adeno, a comunicação dela com o hipotálamo é feita por vasos. É possível encontrar um hormônio hipotalâmico, liberado no sistema porta- hipofisário na corrente sanguínea? Os hormônios saem do hipotálamo e vão para a glândula adeno-hipófise, se tiver um hormônio que não foi para a glândula, a concentração na corrente sanguínea será muito baixa, nem sendo possivel dosar, até porque o tempo de meia vida é muito curto. Se a artéria que chega na hipófise sofrer obstrução, o paciente pode sofrer alteração no produto que chega na periferia , ou seja, o vaso que vai dar origem ao sistema porta- hipofisário vai estar obstruído, então os hormônios periféricos estarão prejudicados? Sim, vai prejudicar muito a comunicação hipotálamo-hipófise. Se essa obstrução chegar a 100%, a hipófise sofrerá necrose e não tem regeneração. O hipotálamo é formado por corpos de neuronios, que são sensiveis ao estresse, temperatura, niveis hormonais, a quantidade de luz, fome, sede e é neste momento que os corpos de neuronio começam a trabalhar. Sempre que são excitados, vao liberar um neuro-hormônio, o qual vai precisar ser lançado no sistema porta-hipofisário e vai ser responsavel pela estimulaçao da adeno- hipófise. Exemplos de neuro-hormônios: • GHRH;• GnRH; Eixo hipotálamo hipofisário Sistema Endócrino Luiza Barbosa • Somatostatina; GHRH e GnRH, possuem o RH em comum – sempre que estiver venod um neuro- hormônio hipotalâmico com RH, ele vai ser capaz de estimular a hipófise a liberar hormônios. A somatostatina é um hormônio produzido pelo hipotálamo e células delta do pâncreas, mas vai falar que no final dela aparece um IH, que é um fator de inibição. Ela também é chamada de GHIH. O IH não é excitatório, mas inibitório. Neurônios do núcleo arqueado são estimuladis a noite, ou durante um jejum prolongado ou exercício físico muito pesado e estes neurônios quando estão sendo estimulados liberarm GHRH. O GHRH vai ser lançado na trama vascular, vai chegar até a hipófise e vai estimular as células somatotróficas. Após esse estímulo, essas células liberam o GH na corrente sanguínea. Qual o papel do GHRH? Estimular liberação do GH na adeno-hipófise, nas células somatotróficas. A somatostatina é um fator de inibição do GH. Ela é produzida no pâncreas no período pós-prandial: não está mais em jejum, e também é produzida na presença de luz no núcleo periventricular. Ela também consegue inibir outra porçao da adeno- hipófise: as células tireotróficas. Ou seja, tem-se inibição também dos hormônios tireoidianos. O núcleo paraventricular é o produtor de TRH (liberador de tireotrofina). Ele é produzido quando temos oscilação de temperatura e a noite. O TRH estimula a glândula adeno-hipófise a produzir TSH. O TSH vai atuar estimulando a glândula tireoide a produzir T3 e T4. Então: hipotálamo – TRH – adeno-hipófise – TSH – tireoide – T3 e T4. O T3 quando apresentar aumetado vai ser um fator de inibição de hipotálamo e hipófise. A somatostatina pode inibir TSH. Estresse e muita luz podem estimular uma região próxima ao núcleo paraventricular, liberando CRH (liberador da corticofrina). A corticotrofina estimula a produção hipofisária de ACTH – hormônio adenocorticotrófico. Ele age no córtex das glândulas suprarrenais e vai finalizar o eixo de produção do cortisol. Toda vez que se tem pico de estresse, precisa-se de CRH, ACTH, o que resultou em cortisol nas glândulas adrenais. O horário de pico de cortisol começa 5 da manhã até as 9h. O cortisol atua no glicogênio hepático, ajuda a quebrar ele. O cortisol e o GH mantém a glicemia no lugar. Núcleo ou área pré-óptica do hipotálamo tem-se a produção do GnRH (liberador das gonadotropinas). Vai aginar nas células gonadotróficas, estimulando a produção de FSH e LH, os quais, nos homens agem nos testículos e nas mulheres no ovário e útero. O que faz o hipotálamo liberar o GnRH é: noite, existem linhas que dizem que estímulos visuais estão fazendo este eixo começar a rodar muito mais rápido nas crianças. Esse eixo é inibido pelo GNIH – fator hipotalâmico produzido quando estradiol e testosterona estão muito altos. Sistema Endócrino Luiza Barbosa Todos os hormônios da adeno- hipófise e hipotalâmicos são peptídeos – hidrossolúveis e meia vida curta. A prolactina é também produzida na adeno-hipófise. O hipotálamo libera dopamina para que a prolactina seja liberada. O principal estímulo que o SN capta para produzir dopamina é a sucção. Existem 2 tumores que cercam a adeno-hipófise: hiper-secretores e inibitórios. Tem tumor que estimula a célula a produzir hormônio e existem tumores que prejudicam que esses hormônios cheguem ao capilar. A maioria dos tumores são hiper- secretores. As células que produzem GH estão muito perto das que produzem prolactina, então, se tem um tumor hiper- secretor de GH, os dois sujeitos (homem e mulher) podem ter um crescimento abrupto de glândula mamária e sensação que está saindo leite. Homem com desenvolvimento abrupto de glândula mamária ou é excesso de testosterona que está virando hormônio feminino – estrógeno ou é tumor hiper- secretor de GH. OS EFEITOS DOS HORMÔNIOS: O GH, na grande maioria dos tecidos, não tem nem receptor. Ao passar pelo fígado, é convertido no hormônio mais potente do corpo – IGF-1 (fator de crescimento semelhante a insulina). Ele tem muitos receptores na matriz óssea e na maioria dos tecidos, garantindo um crescimento linear, o qual tem seu fim ao chegar na maturação óssea. GH – vai para o fígado – converte em IGF-1 – promove crescimento linear. Se a criança nasce já com problema hepático, pode ter alteração no seu crescimento. Não adianta dar GH para ela, se o IGF-1 tem maior alteração na matriz óssea. Considerando uma criança em desenvolvimento, os maiores picos de GH estão a noite, secretado em maior quantidade no sono REM – momento que a pessoa está dormindo e seus olhos estão se movimentando lateralmente (direita para esquerda), é o estágio mais profundo, normalmente a pessoa está sonhando. O excesso de GH leva ao quadro de gigantismo e a deficiência gera nanismo. Dependendo de fator genético, a estatura também pode ser aumentada ou reduzido. Nesses casos, GH externo adiantaria para estimular o crescimento e inibidor de GH não adiantaria, porque normalmente o gigantismo é por um tumor hipofisário. CRH cai no sistema porta-hipofisário, se liga em células específicas da adeno- hipófise e tem-se a secreção de ACTH. O ACTH cai na corrente sanguínea, vai na glândula suprarrenal e estimula cortisol. Tem-se feedback negativo do cortisol, ou seja, ele mesmo inibe a sua produção. Assim como a presença de glicose também inibe. O desmame de cortisona é feito para que o eixo hormonal volte a agir. Porque se tirar cortisona de uma vez, a pessoa não acorda no outro dia ou acorda em um estado de sonolência muito alto. O excesso de cortisol causa: • Retenção hídrica; Sistema Endócrino Luiza Barbosa o Aumenta a produção de proteínas carreadoras que alteram a osmolaridade plasmática, retendo líquido e alterando pressão. • Atrofia muscular; • Aumento da pressão; • Fragilidade dos vasos capilares; • Mobilização de gorduras. Síndrome de Cushing. O cortisol altera o organismo de forma diferente em homens e mulheres e em diferentes faixas etárias. Deficiência de cortisol: • Perda hídrica; • Diminui pressão; • Fraqueza; • Desmaios. Doença de Addison. Nos dois casos (falta e excesso) não adianta somente dosar cortisol, é um conjunto de testes para o tratamento. O hipotálamo produz TRH, que estimula a glândula adeno-hipófise a produzir TSH, que estimula a tireoide a produzir T3 e T4. O T3 também tem grande poder inibitório de hipotálamo e hipófise. Só tem feedback porque os hormônios da periferia estão oscilando no plasma. O paciente que começa a desenvolver hipotireoidismo tem um bócio muito grande, porque se tem muito TSH estimulando a tireoide, esse excesso de estímulo causa hipertrofia e hiperplasia. Então, as vezes o bócio são as celulas da tireoide aumentando de tamanho por excesso de estímulo de TSH. Se o TSH está estimulando muito, T3 e T4 estão em níveis baixos ou a glândula adeno-hipófise está apresentando um tumor hiper-secretor de TSH. T3 e T4 são hormônios amina – lipossolúveis. Excesso de produção de TSH: • Produção de hormônios; • Hipertrofia da tireóide; • Hiperplasia da tireóide. Bócio. O excesso ao longo do tempo, pode fazer com que a tireóide não produza mais T3 e T4. Baixa quantidade de TSH: • Baixa estimulação da tireóide. Hipotireoidismo. NEUROHIPÓFISE: 1- O neuro-hormônio é produzido e armazenado nos corpos celulares dos neurônios; 2- As vesículas são transportadas ao longo do axônio; 3- As vesículas contendo neuro- hormônios são armazenadas na neuro- hipófise; 4- Os neuro-hormônios são liberadosno sangue. BALANÇO HÍDRICO: Conforme vamos envelhecendo, menor é a constituição de água no corpo. O balanço Neurohipófise. ADH. Caso clínico de diabetes insipidus Sistema Endócrino Luiza Barbosa hídrico é o ganho e a perda de água – quando os dois são equivalentes. Podemos ganhar água através da ingestão de comidas e bebidas e do metabolismo celular. Através da transpiração, respiração, urina, fezes, perde-se água. Quando se fala de um indivíduo com sede, o balanço hídrico já está desregulado, com a perda superior à ganha. Enquanto que um indivíduo com edema tem o ganho superior à perda. A regulação do balanço hidríco ocorre de 2 formas: Na desidratação, o volume de sangue reduz. Consequentemente, a pressão arterial também reduz. Essa redução, assim como o volume, pode ser detectada por receptores de volume atriais e barorreceptores carotideos e aórticos, que vão desencadear ativações de diversos sistemas com objetivo de restabelecer o balanço hídrico. O primeiro sistema é o SC, ativando com o objetivo de aumentar o DC, aumentar a FC e realizar a vasoconstrição, aumentando a resistência periférica e assim, a PA. Outro sistema é o comportamental, causando sede no indivíduo. Reestabelecendo a quantidade de volume, também se restabelece a PA, porém, não adianta consumir e perder, por isso, sinaliza-se para os rins pararem de eliminar água através da urina e reabsorvê- la. Em uma situação de excesso hídrico, como em um edema ou hipertensão, em que o indivíduo tem aumento na concentração de sódio, o que faz com que ocorra um acúmulo de líquido sanguíneo, responsável por aumentar a pressão arterial, ocorrendo ao contrário da primeira situação. O volume e a pressão elevados são detectados por receptores específicos de volume atriais, células endócrinas nos átrios e Sistema Endócrino Luiza Barbosa barorrecepores carotídeos e aórticos. Quando tem a sinalização desses receptores, o SC é ativado, com o obejtivo de diminuir o DC, para diminuir PA e fazer vasodilatação. Além disso, o objetivo renal é aumentar a excreção de sais e água para reduzir o volume e consequentemente reduzir a PA. Então, por isso que o indivíduo hipertenso tem como queixa a urina frequente, porque é uma forma do organismo de reestabelecer a pressão, sendo os diuréticos uns dos medicamentos comumente utilizados para tratamento da hipertensão. Existem também os receptores osmóticos, responsáveis por detectar as variações de osmolaridade do sangue e da urina. Osmolaridade é a quantidade, o número de partículas dissolvidas em uma solução. No sangue, quantas partículas de sódio dissolvido no sangue e na urina, o quanto de produtos residuais de ureia e creatina dissolvidas na urina. • Osmolalidade = partículas por Kg de solução. • Osmolaridade = partículas por L de solução. Osmolaridade = n° de partículas/volume da solução. Os rins possuem participação do balanço hídrico. São formados por néfrons, responsáveis pela filtração de sangue e produção de urina. Eles são subdividos em porções – no túbulo distal e coletor, pode-se sofrer influência hormonal. HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH): O ADH tem como função principal regular a reabsorção de água pelos rins, tendo ação renal no ducto coletor. O ADH é um peptídeo, portanto é hidrossolúvel, não dependedo de transportador. Assim, o tempo de meia vida é menor (15 min), é facilmente eliminado pela urina. Por isso, não é fácil dosar ADH. Se é peptídeo, seu receptor é de membrana. O receptor ativa a produção do AMPc, o segundo mensageiro. Situações de maior secreção de ADH: Sistema Endócrino Luiza Barbosa 1) Redução da PA, detectada por barorreceptores, que vão emitir sinais pro hipotálamo para maior produção de vasopressina; 2) Redução do volume sanguíneo, que é detectada por receptores de estiramento atrial, que sinaliza para os hormônios hipotalâmicos secretarem mais vasopressina; 3) A osmolalidade maior, ativando osmorreceptores que também estimulam vasopressina. Essas situações estimulam o ADH pois ele tem o objetivo de preservar a água no corpo, estimular a reabsorção de água – manter o balanço hídrico. O local de ação do ADH é no ducto coletor, então quando se ligam aos seus receptores no ducto coletor, favorecem o aumento da osmolaridade da urina. Então, na situação 1, é a situação onde se tem aumento da secreção da vasopressina, que estimula a reabsorção de água. Então, a urina chega na osmolaridade de 100, ficando mais concentrada enquanto passa no ducto coletor, podendo chegar até a 1200 mOsM. Já no indivíduo que não tem ação da vasopressina (2), quando a urina passa no ducto coletor, ela sai com a mesma osmolaridade, pois não há a ação da vasopressina no ducto coletor. As células do ducto coletor possuem receptores de vasopressina, porém, na ausência desses receptores, a célula não sinaliza nada para a vasopressina. A vasopressina se liga aos seus receptores específicos de membrana, ativando o segundo mensageiro (AMPc). A partir da ativação do segundo mensageiro, tem-se a cascata de sinalização celular, que culmina no efeito biológico final – fazer com que as aquaporinas armazenadas em vesículas sejam translocadas até a membrana apical das células do ducto coletor. A função das aquaporinas é captar a água que seria eliminada pela urina, para voltar para a corrente sanguínea. A função da vasopressina é aumentar a captação de água via aumento da quantidade de aquaporinas na Sistema Endócrino Luiza Barbosa membrana apical das células do ducto coletor. CASO CLÍNICO 1: Paciente do sexo masculino, J.S., 48 anos, branco, com obesidade severa, procurou auxílio médico em um cardiologista, em dezembro de 2006, queixando-se de intensa excreção urinária, calor excessivo e, por conseguinte, sede exagerada. Também apresentava taquicardia, elevação da pressão arterial (180mmHg – 110mmHg), desidratação, mucosas secas e disfunção erétil. O volume urinário excretado era de aproximadamente 14L/dia, com ingestão hídrica de 13L/dia. Apesar do grande volume hídrico ingerido, relatava sentir “abstinência por líquidos”. A noctúria era outro sintoma característico, fazendo-o despertar até dezoito vezes por noite, realizando a reposição do volume perdido, a cada meia hora. - Com o relato, propõe-se alguns possíveis diagnósticos: PA alta, diabetes insipidus, hipertireoidismo, diabetes mellitus. ➢ Intensa excreção urinária: poliúria; ➢ Sede exagerada: polidipsia. Médico solicitou alguns exames: De acordo com a glicemia, o paciente não tem diabetes mellitus, a glicemia está normal. O sódio está alterado, assim como a osmolaridade do plasma e a osmolaridade urinária. O principal íon ligado à osmolaridade do plasma é o sódio. A osmolaridade urinária está alterada, mas o valor de referência que está ali não deve ser usado, pois a unidade está diferente, o certo seria 300mOsm/L – paciente continua com alteração. Por esses resultados, sabe-se que o balanço hídrico não está adequado. Existem 2 doenças que podem levar a esse desiquilíbrio: diabetes insipidus ou polidipsia primária. Para diferenciar as duas condições, faz-se o teste de restrição hídrica, o qual o paciente é internado e fica de jejum absoluto, medindo a acda hora o peso corporal, volume de urina, osmolalidade da urina, osmolalidade do plasma e o sódio plasmático. Se a osmolalidade da urina for superior a 300mOsm/L não é diabetes insipidus. Resultado do teste de restrição hídrica: Conclui-se que o paciente possui diabetes insipidus, porque a osmolaridade urinária não alterou com o teste de restrição. Diabetes insipidus: classificação por etiologia:• Central (neuro-hipofisário ou neurogênico): quando o problema está no hipotálamo ou na neuro-hipófise. Redução na secreção de ADH. Sistema Endócrino Luiza Barbosa o Causas: idiopático (maior causa), trauma, cirurgia, tumores da região hipotalâmia ou encefalopatia. • Renal (nefrogênico): problema na ação do hormônio nos rins. Resistência à ação do ADH. o Causas: hereditário, fármacos (lítio), secundário a hipercalcemia. Para descobrir qual o tipo de diabetes insipidus é preciso administrar DDAVP (desmopressina), que é um hormônio sintético, análogo ao ADH. Resultado da administração: Com isso, conclui-se que o paciente possui diabetes insipidus central, porque recebeu ADH e respondeu, regulou os valores de osmolaridade plasmática e urinária. Se respondeu, não tem resistência, então, o problema não está no rim. Por isso, o tratamento de diabetes insipidus central é administrar desmopressina. O tratamento renal é mais complexo, porque não tem nenhuma droga que melhore a resistência ao ADH, o tratamento é tentar regular o balanço hídrico, com dieta hiposódica, por exemplo. TIREOIDOPATIA I: CASO CLÍNICO 1: Paciente de 46 anos, sexo feminino, natural e procedente de Campinas – SP. QD: cansaço e fraqueza há 6 meses. Resumo clínico: paciente conta que há cerca de 1 ano iniciou quadro de tristeza, angústia, com dificuldade de manter relações profissionais e pessoais. Há 6 meses iniciou quadro de fraqueza intensa acompanhado de sonolência e letargia (vontade de não fazer nada). Antecedentes familiares: mãe e tias com “problemas” de tireóide. Antecedentes pessoais: DPI, alterações menstruais frequentes, “dificuldade de memória”. Ao exame físico: consciente, orientada, descorada (++/4+), eupnêica, anictérica, acianótica, afebril. FC = 62bpm PA = 90x60mmHg FR = 12 ipm Tireóide: impalpável; MV+ bilateralmente s/ RA (murmúrio ventricular sem ruído adventicio); BRNF s/ sopros; Abdome: plano indolor a palpação, sem VMG, RHA+; Extremidades: sem edemas, pulsos + simétricos; Pele: xerósica (seca). Efeito dos hormônios tireoideanos e paratireoideanos. Caso hiper e hipotireoidismo. Sistema Endócrino Luiza Barbosa Ao laboratório: • Hemograma: discreta anemia (porque a medula óssea para produzir globulos vermelhos precisa de hormonios tireoidianos); • Uréia/creatinina: normais (não tem alteração renal); • Sódio: pouco diminuído (porque a excreção de liquidos no paciente é um pouco prejudicada, o sistema renina angiotensina aldosterona fica prejudicado. Ao reter liquido, dilui o sódio. Ao diluir o sódio, acaba tendo ele mais baixo no sangue – está diluido em meio a tanta retenção líquida. SRAA está exarcebado e retem água.); • Potássio: normal; • Glicose: normal. Lembrando: O hipotálamo é uma zona feita de neurônios, que é uma zona neuronal; a qual produz hormônios – no caso da tireoide, o importante é que produza o TRH. Esse TRH é conhecido como hormônio liberador da tireotrofina. TRH ganha circulação na hipófise, a circulação porta-hipofisária e vai preencher a região chamada de adeno-hipófise (hipófise anterior). Nessa hipófise anterior estimula um tipo de célula especializada chamada tireotrofos, as quais são especialistas em receber informação desse TRH, começando a produzir outro hormônio, o TSH – tireotrofina – hormônio estimulador da tireóide. Esse TSH vai ganhar circulação corpórea e atingir a tireóide, onde tem células chamadas tirócitos, as quais, quando estimuladas pelo TSH, irão produzir os hormônios tireoidianos – T3 e T4 – eles vão para a circulação e, ao mesmo tempo, irão também para a hipófise e hipotálamo, fazendo uma inibição dos tireotrofos de continuarem produzindo TSH. T3 e T4 vão no hipotálamo e inibem os neuronios de produzirem TRH. Isso se chama mecanismo de feedback negativo – quando se tem muita produção de hormônio, você vai no órgão produtor dele e inibe a produção. Causas e classificação: Quando se tem alteração no hipotálamo, é classificado hipotiroidismo terciário. O que pode causar essa alteração são, geralmente, tumores hipotalâmicos, que destróem o hipotálamo e, consequentemente, os neurônios que produziriam o TRH, choques violentos (traumas), como bater a cabeça em um acidente de moto, isquemia (é difícil, pois é uma zona muito inervada) e inflamações/infecções. Quando o problema está na hipófise, é hipotiroidismo secundário. Pode ser causado por tumor, trauma, isquemia, inflamação (auto-imunidade), infecção. Baixo TSH, baixo T3 e T4 e alto TRH, pois os hormônios tireoidianos não estão mandando feedback negativo para o hipotálamo. Quando há destruição na tireóide, se tem o hipotireoidismo primário. Causado por: auto- imunidade (mais comum), tiroidectomia (cortou a tireóide para retirar um tumor), drogas (mais raro um pouco), falta de iodo (em zonas endêmicas – norte de Minas, sul da Bahia), iatrogênico (resultado da ação Sistema Endócrino Luiza Barbosa médica, resultado de tratamento ou intervenção). Como os hormônios tireoidianos não estão sendo produzidos, não há inibição do hipotálamo e da hipófise, não tem o mecanismo de feedback negativo, por isso tem aumento de TRH e TSH. Qualquer célula do corpo humano tem receptor para hormônio tireoidiano, então, tem ação do hormônio tireoidiano em toda parte do corpo. Quando o T4 circula pelo plasma, ele é carregado por uma proteína carregadora, TBG, esta proteína ajuda muito a carregar, levar pelo sangue e ao mesmo tempo proteger de anticorpos que possa destrui-lo do sangue e leva ele até a celula. Quando chega na célula, perde a proteína, e entra sozinho, já que a proteína não pode entrar no citoplasma. Ao entrar no citoplasma, ele vai sofrer ação de uma enzima chamada desiodase selênio-cisteína, que liberta um iodo dele, virando T3. É necessário tirar esse iodo porque o T3 é que é o hormônio biologicamente ativo, para encaixar no receptor e agir. No citoplasma, o T3 se liga a uma proteína de ligação, que tem a capacidade de transportar ele para dentro do núcleo. Ao entrar no núcleo, o T3 encontra no DNA um receptor proteico, que é o receptor de T3, onde ele irá agir. O DNA, estimulado pelo T3, irá induzir RNAm à síntese proteica, que terá resposta hormonal. Ação hormonal: há a síntese de proteína para tudo – crescimento, desenvolvimento SNC, cardiovascular (débito cardiaco, fluxo sanguineo tecidual, frequencia cardiaca, força de contração), metabolismo (consumo de O2, Na-K ATPase, lipólise, glicogenólise, taxa metabólica basal). Sintomas: Diminuição do metabolismo: • Mal-estar; • Adinamia; • Hipotermia; • Depressão; • Alteração da atenção; • Alteração da memória; • Obstipação intestinal; • Hiporreflexia; • Cabelos grosseiros, secos e quebradiços; • Madarose lateral (madarose é a queda do pelo da sobrancelha); • Edema periorbital; • Pele seca (xerósica). Obesidade? A obesidade causada por hipotireoidismo é rara. A ingestão de hormônios tireoidianos não faz com que o paciente com hipotireoidismo perca peso. O problema de uma obesidade não tem relação com hormônio tireoidiano, mas tem relação com o comportamento dos pacientes. O mais comum é o inchaço, que ao ser tratado, a face melhora. Sintomas dermatológicos: • Mixedema; o Língua; o Corda vocal; o Faces; o Membros inferiores; • Pele xerósica. Exame físico: Sistema Endócrino Luiza Barbosa • Alterações físicas descritas; • Bradicardia; • Hipotensão/hipertensão (pode ter hipertensão pela dificuldade de secretar líquidos, podendo causar aumento da pressão e hipotensão por as células não conseguirem produzir pressão, por isso é difícil definir por pressão); • Bradipnéia – a maior parte dospacientes idosos morrem por causa de insuficiência respiratória; • Hiporreflexia. Diagnóstico: Achados laboratoriais: • Sódio: diminuído; • Discreta anemia. Tratamento (de qualquer tipo): Extremamente simples, com reposição hormonal: • Levotiroxina (T4): 1,2 a 1,7 µg/Kg/dia Idoso: 1,0 a 1,5 µg/Kg/dia Sempre em jejum – 30min antes da refeição. Regula sempre seguindo o TSH, ele tem que ficar normal. Colhe-se de 30 em 30 dias. Se TSH estiver alto, aumenta-se a dose (+- 25mcg) e se estiver baixo, diminui-se a dose. TIREOIDOPATIA II: CASO CLÍNICO 2: Paciente de 26 anos, sexo feminino, natural e procedente de São Paulo – SP; QD: nervosismo e insônia há 6 meses. Resumo clínico: conta que há 6 meses tem dificuldade para dormir e aumento da ansiedade. Há 3 meses iniciou quadro de alteração constante do humor. Conta que atualmente notou incomodação nos olhos, inchaço no pescoço e tremores com suor nas mãos. Antecedentes familiares: mãe com hipotireoidismo. Antecedentes pessoais: asma na infância. Ao exame físico: consciente, corada, hidratada, dispnêica (+/4+). FC = 112 bpm; PA = 14x100mmHg; FR = 15 ipm Tremores de extremidades. Tudo isso é excesso de metabolismo celular. Ao laboratório: • Hemograma: normal; • Uréia/creatinina: normal; • Sódio: normal; • Potássio: normal; • Glicose: normal. Os exames normalmente estão todos normais. Definição e termos: Tireotoxicose: estado clínico resultante de AÇÃO excessiva de hormônios tireoidianos. Pode ser qualquer causa. Hipertireoidismo: produção e secreção em excesso de hormônios tireoidianos pela tireóide. A causa é a tireóide. Sistema Endócrino Luiza Barbosa Portanto: O hipertireoidismo é um tipo de tireotoxicose. TIREOTOXICOSE: • Distúrbios não associados à hiperfunção tireoidiana: o Excessiva liberação de T3 e T4. 1- Tireoidite subaguda; 2- Fonte extratireoidiana de hormônios; 3- Tireotoxicose factícia; 4- Tecido tireoidiano ectópico; 5- Metástase funcionante de carcinoma folicular; o Secundário à drogas: amiodarona e iodo. HIPERTIREOIDISMO: • Distúrbios associados à hiperfunção tireoidiana: o Estimulação anormal da tireóide. 1- Doença de Graves (forma mais comum: 70 – 90%); 2- Tumor trofoblástico. o Autonomia tireoidiana intrínseca: 1- Adenoma hiperfuncionante (doença de Plummer: 5%); 2- Bócio multinodular tóxico. BASEDOW-GRAVES: Sintomatologia: Aumento do metabolismo: • Taquicardia – pela FC as vezes consegue saber se o hipertireoidismo está compensado, muito descompensado, pouco ou moderadamente; • Tremores de extremidades; • Hipercinese; • Hipertensão; • Hipertemia (“calor irradiado”); • Labilidade emocional; • Diarréia; • Sudorese; • Bócio difuso. Achados laboratoriais: Função tireoidiana: a) TSH baixo; b) T4 livre aumentado. O feedback negativo diminui o TSH, já que aumentou o T4. Tratamento: Engloba qualquer tipo de hipertireoidismo. 3 tipos: clínico, cirúrgico e iodoterapia. Para todos os tipos de hipertireoidismos pode-se usar B-bloqueadores, que bloqueiam a ação adrenérgicas – diminuem FC, tremores, labilidade emocional e hipertemia. É contra-indicado em asmáticos, porque pode levar o paciente a ter um broncoespasmo. A) Clínico: Metimazole (tiamazol) 5mg/10mg (1x ao dia); Propiltiouracil (PTU) 100mg (3x ao dia) é a única das duas que não é teratogênica – mal formação do feto. Então, mulher grávida só pode tomar PTU, não pode tomar tiamazol. Sistema Endócrino Luiza Barbosa Inibem a peroxidase tireoidiana – que ajuda a formar hormônios tireoidianos, se bloqueia a enzima, não forma mais hormônios. B) Cirúrgico: Tiroidectomia total; Tiroidectomia subtotal – risco de recidiva. 3 complicações graves: • Continua com hipotireoidismo; • Paciente pode ter lesão laringio recorrente – se bifar ele nerva a corda vocal, o paciente fica rouco e não melhora nunca mais e se bifar dos dois lados, não tem abertura para respirar; • Pode tirar as paratireóides. C) Iodoterapia: Com iodo 131 (altas doses). Riscos: recidiva, teratogenia em 1 ano (não pode ficar grávida no ano seguinte da iodoterapia). PARATIREÓIDE/PARATORMÔNIO: Não tem nada haver com a tireóide, com hiper ou hipotireoidismo. São 4 glândulas depositadas no tecido tireoidiano. As glândulas são estimuladas ou inibidas pelo cálcio. Toda vez que tem baixo cálcio no sangue, estimula a paratireóide a produzir o paratormônio e toda vez que tem alto cálcio no sangue, inibe a paratireóide de produzir o PTH. Ao produzirem o PTH, elas são grandes reguladoras do cálcio. O PTH altera concentrações de cálcio e fosfato. Quando altera concentração de cálcio, altera de fosfato também. O PTH tem tendencia hipercalcemiante, de aumentar o cálcio no sangue. PTH: • Diminui excreção renal de cálcio (não deixa sair cálcio pela urina); • Aumenta excreção renal de fosfato; • Aumenta e absorção óssea de cálcio; • Aumenta absorção intestinal de cálcio. Age no rim, diminuindo excreção de cálcio na urina e aumenta excreção de fosfato, no osso absorve cálcio e joga na circulação e no intestino absorve todo cálcio do leite. Ou seja, tendencia hipercalcemiante. Ao diminuir cálcio plasmático, é estimulo para paratireoide secretar PTH. Secretando no sangue, o PTH age em varios pontos: • Liberação óssea de cálcio; • Rins reabsorvem cálcio e secretam fosfato; • Intestinos absorvem cálcio. Ao aumentar cálcio plasmático, o PTH é inibido. Tendência metabólica: • Hipercalcemia; • Hipofosfatemia; • Hipocalciúria; • Hiperfosfatúria. “emia” = plasma; “úria” = urina. Adenohipófise. Caso clínico: tumor de hipófise cossecretor de prolactina e GH. Sistema Endócrino Luiza Barbosa ADENOHIPÓFISE – GH e prolactina: Quando se fala de prolactina, a síntese não é setimulada pelo hormonio produzido pelo hipotálamo, mas sim é inibida. O hipotálamo produz um hormonio com a função de inibir a produção de prolactina, enquanto os outros hormonios podem ser regulados positivamente pelo hipotálamo. O GH tem síntese estimulada pelo hormonio hipotalamico GHRH, mas também pode sofrer inibição pela somatostatina, também produzida no hipotálamo. Hormônio do crescimento – GH: O crescimento não depende somente do GH, outros hormonios podem influenciar, como os da tireoide, a insulina, os hormonios sexuais. Não so tem essa regulaçao hormonal, como a dieta também é importante para que ocorra o crescimento. Não adianta ter regulaçao hormonal efetiva, se não tiver substratos para que o crescimento tecidual ocorra. O estresse crônico também influencia – aumento de cortisol é responsavel por uma falha de crescimento. A genética também influencia, principalmente no que se diz respeito à estatura. O GH pertence à classe dos hormônios que são peptídeos. Com isso, sabe-se que o receptor desse hormônio está localizado na membrana. Se é uma proteina, logo, é hidrossolúvel, não conseguindo atravessar a membrana plasmatica, por isso os receptores se localizam na membrana. Além de ser receptor de membrana, é receptor com atividade enzimática – do tipo com atividade enzimática. Porque toda vez que se liga ao receptor, ativa uma enzima chamada tirosina-cinase. O tempo de meia vida é curto – 18 minutos. O transporte do hormônio é através da acoplagem a uma outra proteína – GHBP. Por ser proteína, espera-se que seja transportado de forma livre, então parte é transportada de forma livre e outra parte acoplado a uma proteína. A função desse hormônio é estimular o crescimento tecidual. Além do crescimento tecidual, o GH também é responsável por aumentar a concentração de glicose no sangue, porque causa uma leve resistência à insulina. O GH é regulado atravésdo hipotálamo, mas também por meio do mecanismo de feedback negativo. As concentrações de GH sofrem regulação tanto via produção hormonal do hipotálamo, quanto por mecanismo de feedback negativo. O GH é estimulado pelo GHRH (hormônio produzido pelo hipotálamo)., mas não produz somente esse hormônio. O hipotálamo também produz a somatostatina, responsável por inibir a secreção de GH. A somatostatina é produzida em outros tecidos também e o objetivo geral dela é regular as concentrações de determinados hormônios. A produzida pelo hipotálamo, regula GH, no pâncreas ela é produzida com a função de regular as concentrações de glucagon e insulina. As concentrações de GH também são reguladas pelo IGF (fator de crescimento semelhantes a insulina), que são produzidos principalemtne pelo figado, quando o órgão recebe estimulo do GH. Quando a Sistema Endócrino Luiza Barbosa adenohipófise secreta GH, ele pode agir de forma direta: vai no tecido ósseo, se liga ao receptor e estimula o crescimento ou de forma indireta: vai nos tecidos, estimula a produção de IGFs e por meio deles, tem estimulo ao crescimento dos tecidos. A forma principal é via IGF. Através do aumento da concentração dos IGFs tem a regulaão de GH por meio de feedback negativo – aumentou IGF inibe secreção de GH e a produção de GHRH no hipotálamo. O que faz com que o hipotálamo “de preferencia” a produção de GHRH ou somatostatina são vários fatores. Um deles é o ritmo circadiano. Durante o dia, o maior pico de GH é a noite, durante o sono profundo. Os indivíduos que não dormem a noite, não vão ter o pico de GH, eles possuem o pico de GH no momento que vão dormir a tarde. O GH precisa do sono profundo – REM. Outros fatores podem influenciar a concentração, como a grelina. Ela tem como função estimular a secreção de GH. É um hormônio produzido pelo estômago, com função de estimular o centro da fome. Quando se está de jejum, estimula-se a secreão de grelina, para que ela sinalize para o SNC que está na hora do indivíduo comer, porém, ela não tem só essa função, ela também regula as concentrações de GH – de forma direta, estimulando a produção na adenohipófise, quanto indireta, estimulando produção de GHRH no hipotálmo. Ela estimula a produção porque o GH está relacioando a regulação do metabolismo de macronutrientes. O GH é responsavel por aumentar as concentracoes de glicose, então, a grelina estimula o GH para evitar que a glicemia reduza – manutenção da glicemina no periodo de jejum. O GH aumenta as concentrações de glicose através de causar resistencia à insulina e por meio do estimulo da gliconeogênese – sintese de glicose através de outros substratos para aumentar a produção de glicose. Se tem aumetno da glicemia, o pacnreas secreta mais insulina, mas isso não quer dizer que ela consiga agir, já que o GH cria essa resistência. O GH estimula a lipolise, com objetivo de degradar mais triaglicerol e fornecer mais gliceorl para a gliconeogenese. No metabolismo de proteinas, o GH tem como função estimular a sintese proteica, é um hormonio anabólico quando se pensa em proteínas. Ele aumenta o transporte de aa – tenod mais substratos para realizar a sintese proteica, aumenta a transcrição e tradução – processos que tem como objetivo aumetnar a sintese proteica e também reduz o catabolismo de proteínas. Então: aumenta sintese proteica, aumenta lipólise e aumenta a síntese de glicose. • Outro hormônio também regula o GH, que é o cortisol. Quando ele está em altas concentrações, ele reduz as concentrações de GH, por isso o estresse crônico pode levar uma Sistema Endócrino Luiza Barbosa deficiência no crescimento e desenvolviemnto na adolescência. Mas, baixas concentrações de cortisol também estão relacionadas a menor produção de GH. A fadiga adrenal é quando tem desregulação da secreção de cortisol – quando se devia ter hipersecreção, tem hipo. Acreditam que é decorrente do estresse crônico. Essa desregulação também está relacionada ao balanço do GH, por isso muitos tem dificuldade de ganhar massa muscular – está com desbalanço hormonal muoto grande que a secreção de GH está afetando, não tendo estimulo de sintese proteica. Depois de uma refeição, aumenta-se a glicose no sangue, diminuindo a secreção de GH pela adenohipófise, para que não haja maior aumento da glicemia, para não ter hiperglicemia, já que o GH também aumenta o nivel de glicose no sangue. Então, após uma refeição, tem uma menor secreção de GH. E ao contrário – se tem hipoglicemia, aumenta a produção de GH. CASO CLÍNICO 1: Homem de 40 anos, referenciada à consulta de endocrinologia por obesidade de grau III (IMC 40,4 Kg/m2). Apresentava-se normotenso (122/70mmHg). Tinha ainda os diagnósticos de dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2. Queixa-se de cefaleias intensas e frequentes. Teve diagnóstico de infertilidade há poucos dias. À observação, apresentava apenas discreto aumento do volume dos lábios e alargamento do nariz, embora o doente negasse alteração dos mesmos. Solicitado exames de sangue e tomografia axial computorizada cranioencefálica (TAC- CE): Solicitou-se um teste de tolerância a glicose com dosagem de GH: • 75g de glicose anidra, ingeridos em, no máximo, 5 minutos. Em crianças, a dose é de 1,75g/kg de peso, até máximo de 75g. • Colher amostras de sangue em tubo com fluoreto para medida da glicemia plasmática e em tubo seco para dosagem do GH sérico, IGF-1 e insulina. • Os tempos de coleta são: jejum (0) e 30,60,90 e 120 minutos após a ingestão de glicose. • Amostras coletadas: GH, glicemia e insulina no jejum e nos tempos 30,60,90 e 120 minutos. Coleta de IGF-1 no jejum (0). Esse teste contribui para o diagnostico de hipersecreção de GH. CASO CLÍNICO 1 (adrenal): Sistema Endócrino Luiza Barbosa Paciente de 39 anos, sexo feminino, natural e procedente de Araçoiaba da Serra – SP. QD: Fraqueza e emagrecimento há 6 meses. Resumo clínico: Paciente conta que há 12 meses iniciou tratamento medicamentoso para onicomicose com fluconazole. Conta também que há 6 meses iniciou quadro de fraqueza, dificuldade de realização de atividades diárias e emagrecimento acompanhado de náuseas e vômitos. AF: Pai e mãe hipertensos. AP: Asma na infância. Hábitos e vícios: Tabagista 10 maços-ano. Ao exame físico: Consciente, orientada, corada, desidratada (++/4+). FC = 110 bpm; PA = 70x40 mmHg; FR = 12 ipm. Prostrada. MV+ bilateralmente s/ RA; BRNF s/ sopro; Abdome: sem alterações. Pele: hiperpigmentação. Ao laboratório: • Uréia e creatinina normais; • Sódio diminuído; • Potássio aumentado; • Glicemia diminuída. ADRENAL: Dividida em córtex e medula. Córtex: 80% - controlado pelo eixo hipotálamo-hipófise (ACTH). Medula: 20% - controlada pelo sistema nervoso simpático. O córtex é dividido em 3 zonas celulares, com células mais específicas para produzirem hormônios: • Zona glomerulosa: mineralocorticóides – aldosterona. A aldosterona altera água, sódio e potássio. • Zona fasciculata: glicocorticóides – cortisol, corticosterona, cortisona. Têm ação primordial na glicemia do paciente. • Zona reticularis: androgênios – dehidroepi-androsterona (DHEA) Produzem hormônios masculinizantes. GLICOCORTICÓIDES: Mexem com o metabolismo glicogênico, estimulam a gliconeogênese. Diminuem a captação periférica de glicose (sobrando mais no sangue), ao mesmo tempo, inibe a secreção de insulina pelo pâncreas. A tendência é fazer uma hiperglicemia. No tecido muscular: • Aumenta a contratilidade e performance muscular – aumenta acetilcolina na junção neuromuscular e aumenta a bomba Na/K – ATPase cardíaca e receptores B adrenérgicos. O excesso de cortisolcomeça a diminuir a síntese proteica, causando catabolismo Glândulas suprarrenais. Eixo e caso: hiperaldosteronismo Sistema Endócrino Luiza Barbosa proteico muscular – a pessoa fica cada vez mais atrofia. Isso significa que não se deve utilizar glicocorticóides para aumentar o tecido muscular. No sistema vascular e renal: • Aumenta a sensibilidade da musculatura lisa vascular aos agentes pressóricos (catecolaminas e angiotensina II) – o paciente com excesso de cortisol pode ficar hipertenso. • Diminui a dilatação mediada por óxido nítrico. No osso e tecido conectivo: • Efeito hipocalcemiante: diminui absorção intestinal de cálcio e reabsorção renal de cálcio. • Inibe atividade osteoblástica – redução de ganho de massa óssea e perda mineral óssea – osteoporose; • Inibe síntese de colágeno – fragilidade capilar e afinamento da pele. Função hormonal: • Vasoconstrição; • Elevação da glicemia; • Contratilidade e performance muscular; • Ação antinflamatória e imunosupressora. MINERALOCORTICÓIDES: Vêm do SRAA. Quando a pressão cai ou o sódio fica baixo, o rim sente, ativando a renina para o sangue. Assim, ela pega o peptídeo angiotensinogênio em angiotensin I, que tem poder vasoconstritor, já tentando corrigir a pressão baixa. Mas, a enzima conversora de angiotensina transforma em I para II, que é um dos maiores vasoconstritores. Mas, a angiotensina II também vai na suprarrenal e estimula o córtex a produzir aldosterona, a qual vai no rim e faz reabsorver sódio e água e excretar o potássio. O cortisol, através de uma enzima, se transforma em cortisona, que também cabe no receptor de aldosterona, podendo também exercer um efeito mineralocorticóide. Função hormonal: • Retenção de sódio e água; • Excreta potássio. ANDROGÊNIOS: • DHEA: hormônio androgênico adrenal circulante + abundante; • DHEA: facilmente conjugado a DHEA-S; • Síntese estimulada pelo ACTH; • Conversão nos tecidos periféricos a: Potentes androgênios e estrogênios. Função hormonal: • Virilização; • Pilificação; • Libido; • Anabolização dos músculos. INSUFICIÊNCIA DA SUPRARRENAL: É a deficiência glandular que resulta em diminuição dos hormônios produzidos pela suprarrenal. Sistema Endócrino Luiza Barbosa No hipotálamo, o CRH (hormônio liberador de corticotrofina) estimula a adeno-hipófise a produzir ACTH (corticotrofina), o qual estimula o córtex da adrenal a produzir cortisol. Se não tiver cortisol, pode ser defeito adrenal, hipotalâmico ou na hipófise. O cortisol faz feedback negativo, tanto no hipotálamo, quanto na hipófise. • Primária: Doença de Addison – o problema está no córtex da suprarrenal. As 3 zonas do córtex foram alteradas, tendo queda nos 3 hormônios. o Doença rara; o Prevalência: 4 a 11 casos/100.000 habitantes; o Mulheres > Homens; o Incidência: 0,8 casos por 100.000 habitantes. CAUSAS DA 1°: ➢ Tuberculose – microbactéria destrói todo o córtex da adrenal; ➢ Adrenalite auto-imune – algumas pessoas desenvolvem anticorpos contra o próprio córtex; ➢ AIDS; ➢ Paracoccidiodes brasilienses (fungo); ➢ Drogas – as que inibem síntese de hormônio suprarrenal (imidazólicos, mitotano) e o aumento do metabolismo (fenitoína, barbitúricos, rifampicina). • Secundária: engloba qualquer deficiência de ACTH – que vem da hipófise. Pode ser por: Falta de CRH (disfunção do hipotálamo); Disfunção da hipófise anterior. o Doença não tão rara assim; o Prevalência: 15 a 28 casos/100.000 habitantes. A aldosterona não diminui, pois quem controla ela é a renina – não tem a ver com ACTH. Ou seja, quando se tem alteração secundária, só diminui corticóides e androgênios. CAUSAS DA 2°: ➢ Uso crônico de glicocorticóides seguido de retirada, em situações de: o LES, vasculites, asma brônquica etc. O uso crônico de glicocorticóides inibe o eixo hipófise-hipotálamo – bloqueia secreção de CRH e ACTH. ➢ Síndrome de Sheehan – parto complicado, com uma hemorragia grande, causando vasoespasmo, causando isquemia da hipófise. Sem hipófise, perde-se o ACTH. ➢ Tumores pituitários e hipotalâmicos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 1- DEFICIÊNCIA DE GLICOCORTICÓIDES Astenia, perda de peso, anorexia, náuseas e vômitos, hipotensão. 2- DEFICIÊNCIA DE MINERALOCORTICÓIDES: Hipotensão. Sistema Endócrino Luiza Barbosa 3- DEFICIÊNCIA DE ANDRÓGENOS ADRENAIS: Redução da pilificação, redução da libido e atrofia muscular. MANIFESTAÇÕES LABORATORIAIS: • Hipoglicemia; • Hiponatremia; • Hipercalemia – provoca uma acidose junto; • Acidose metabólica leve- quando o potássio está alto, isso é tóxico. O organismo tem defesa contra hipercalemia, colocando potássio dentro da célula, onde ele não faz mal. Toda vez que entra um íon +, obrigatoriamente deve sair outro +, saindo o H+. Colocando H+ no plasma, causando acidose. Por isso toda hipercalemia causa acidose no plasma. • Hiperpigmentação na pele – se o problema for primário da glândula adrenal. Algo aconteceu no córtex, como uma tuberculose, destruindo-o. Assim, não tem mais cortisol, não conseguindo fazer feedback negativo na hipófise nem no hipotálamo. Se não tem inibição, tem hipersecreção de ACTH. O problema é que o organismo não produz ACTH de forma pura, é sempre junto de outros hormônios – na molécula POMC (pró- opiomelanocortina). O ACTH vem de forma de POMC, que possui endorfina e MSH como hormônios em conjunto. O MSH estimula o melanócito, produzindo melanina. TRATAMENTO: • Insuficiência adrenal crônica: o Prednisona 5mg VO às 8h; o Fludrocortisona • Retornos periódicos; • Uso de cartão de identificação. CASO CLÍNICO 2 (adrenal): Paciente do sexo feminino de 36 anos, trata hipertensão arterial desde os 27 anos, em tratamento regular. PA = 180x110mmHg; Câimbras e fraqueza em membros inferiores. Em uso: anlodipino 10mg cedo, captopril 25mg 8/7h, metil-dopa 250mg 8/8h. Aos exames laboratoriais: • Hemograma normal; • Ureia e creatinina normais; • Sódio normal; • Potássio baixo. Paciente jovem + HAS + baixo potássio, já preocupa. Paciente jovem com HAS não tem causa genética, normalmente é algum tumor. Com as 3 características, ascende a luz para hiperaldosteronismo primário – a suprarrenal está produzindo mais aldosterona que devia, retendo muita água e sódio e excretando muito potássio, aumetando a pressão. O hiperaldosteronismo primário é causado pela produção autônoma de aldosterona pelo córtex adrenal. Causas: • Hiperplasia adrenal; • Adenoma adrenal; • Carcinoma adrenal. Pâncreas endócrino: efeitos metabólicos da insulina e do glucagon. Caso: diabetes mellitus Sistema Endócrino Luiza Barbosa Produtores de aldosterona. Os sinais e sintomas incluem: • Fraqueza episódica; • Elevação da pressão arterial. Laboratorialmente: • Hipopotassemia. Caracterizado por HAS com baixos níveis de renina plasmática e altos níveis plasmáticos de aldosterona. Aldosterona – muito alta / renina – baixa. Melhor – relação: aldosterona/renina. Tratamento: • Cirúrgico – em geral, são tumores benignos e curáveis. Como é um problema primário, era para o sódio estar aumentado. Porém, continua normal, porque ele retém sódio e água. A água, é retida ainda mais que o sódio, então, o sódio é diluído, ficando numa posição normal. Pâncreas é uma glândula mista, uma porção secreta e produz hormônios, enquanto outra é responsável pela secreção de enzimas. A porção endócrina é formada por ilhotas de Langerhans – 60% são células beta (insulina amilina), 25% células alfa (glucagon) e 10% célula delta (somatostatina). INSULINA: síntese celular – células beta. É um hormônio proteico, tendo seu transporte livre, assim, o tempo demeia vida também é curto (6 minutos). A depuração pode ocorrer no fígado, através da insulinase. A célula beta sintetiza insulina pelos mecanismos de transcrição e tradução. DNA, ocorre transcrição, pré-pró-insulina, com a cadeia A e B, ligados pela cadeia C, porém ela não tem efeito fisiológico. Vai migrar para o complexo de Golgi onde ocorre uma mudança de estrutura, conectando A e B sem a cadeia C, gerando a pró-insulina. É secretada do golgi para o citoplasma, em forma de grânulos, ocorrendo a quebra da cadeia C, gerando a insulina. Nos grânulos, as moléculas se organizam em formas de hexámeros. INSULINA: secreção; Existem vários fatores que estimulam a secreção de insulina: • Hiperglicemia; • Acetilcolina; • GIP, CCK, gastrina, secretina; • Glucagon. Assim como existem fatores que inibem: • Norepinefrina; • Somatostatina; • Leptina. O aumento da concentração de glicose é captado pelo transportador GLUT-2, sendo metabolizada pelas células beta, gerando ATP. O aumento de ATP é responsável por fechar os canais de potássio, e isso causa uma despolarização da membrana, a qual emite um sinal para que os canais de cálcio se abram, permitindo o influxo desse íon Pâncreas endócrino: efeitos metabólicos da insulina e do glucagon. Caso diabetes mellitus Sistema Endócrino Luiza Barbosa para o citoplasma da célula. O aumento de cálcio faz com que os grânulos se desloquem, permitindo que a insulina chegue à corrente sanguínea. INSULINA: mecanismos de ação; Precisa se ligar ao seu receptor de membrana, que é do tipo enzimático, ou seja, toda vez que se liga, tem a ativação de uma enzima, chamada tirosino-cinase. Como o próprio nome diz, a enzima é responsável pela fosforilação de aa de tirosina, presentes no receptor ou em outras proteínas, como a proteína do substrato dos receptores de insulina (IRS). Depois da fosforilação, existe uma série de reações para que chegue à forma da insulina. A fosforilação tem como objetivo: • Síntese de lipídio; • Síntese de proteínas; • Crescimento e expressão gênica; • Síntese de glicose; • Estimular o transporte de glicose, a captação, via transportadores de glicose – GLUT. Além disso, a insulina estimula a captação de glicose pela célula, estimulando o deslocamento dos GLUT do citoplasma para a membrana, para que ela seja captada. Tem vários tipos de GLUT, podendo ser dependentes ou não de insulina. O GLUT-4, é um transportador insulino dependente – ele depende da insulina para aparecer, enquanto que GLUT-1,2,3 não dependem da insulina, quando tem diferença de concentração, eles transporam glicose. Independentes de insulina: ➢ GLUT – 1 e 3: cérebro; ➢ GLUT-2: hepatócitos, pâncreas, mucosa intestinal e rins. Insulino-dependentes: ➢ GLUT-4: músculo, coração e tecido adiposo. ISULINA: funções; • Maior captação de glicose nas células: GLU-4; • Menor glicemia; • Aumenta a formação de glicogênio; • Diminui licogenólise: inibe a fosforilase hepática; • Diminui gliconeogênese: estimula gliconeogênio fosforilase e glicogênio sintase; • Diminui lipólise: inibe lipase hormônio sensível; • Aumenta a síntese proteica: aumenta captação de BCAA e ativa transcriçaõ; • Diminui o catabolismo proteico: inibe gliconeogênse; • Aumenta a deposição de gordura: captação de glicose, ativa lipogênese hepática (excesso), ativa lipoproteína lipase. INSULINA: tecido adiposo e músculo; Sistema Endócrino Luiza Barbosa INSULINA: fígado; Excesso de glicose – formação TAG (VLDL): se tem muita glicose, aumenta secreção de insulina, ligando ao seu receptor no tecido adiposo, iniciando a transcrição de RNAm de enzimas que participam da síntese de ácidos graxos – aumentam, de forma indireta, a quantidade de enzimas que favorecem a síntese de ácidos graxos. GLUCAGON: síntese celular – células alfa; Produzido nas células alfa, hormônio polipeptídico com 29aa. Sua produção é semelhante a qualquer hormônio polipeptídico – transcrição do gene, gerando a forma pré pro, depois essa forma vai gerar o pró hormônio e depois tem o glucagon. GLUCAGON: mecanismo de ação; Diferente da insulina, tem receptor de membrana acoplado à proteína G, se liga ao seu receptor, ativa a proteína G, que ativa outra enzima. Fatores estimulantes: • Jejum; • Diminuição da concentração sanguínea de glicose; • Aumento da concentração sanguínea de aminoácidos. Fatores inibidores: • Insulina; • Somatostatina. GLUCAGON: funções; Favorece o catabolismo, a degradação. O glucagon estimula a quebra do glicogênio hepático para disponibilizar mais glicose para o sangue. O glucagon é estimulado perante a hipoglicemia. O aumento tem como objetivo reestabelecer a glicemia. Estimula glicogenólise, estimula proteólise (pega os substratos aa para utilizar na gliconeogênese), estimula a lipólise (pega os substratos para gliconeogênese, os ácidos graxos são utilizados para síntese de corpos cetônicos). • Aumenta a glicemia; • Aumenta a formação de glicogênio; • Aumenta a glicogenólise: ativa glicogênio fosforilase hepática e inibe glicogênio sintase; • Aumenta gliconeogênese: frutose 1,6 bifosfatase, piruvato quinase; • Aumenta lipólise: inibe triacilglicerol lipase; • Diminui a deposição de gordura: lipólise (ativa). O glucagon também é controlado por mecanismo de feedback: Sistema Endócrino Luiza Barbosa CASO CLÍNICO 1: ➢ “George? O que você está fazendo acordada?” Mark perguntou, enquanto George tropeçava de seu dormitório para a área comum. Eram 2h30 e, como sempre, Mark havia deixado seus estudos para o último minuto. ➢ “Tenho que fazer xixi de novo..” disse George meio grogue, caminhando com dificuldade em direção ao banheiro. ➢ Quando George saiu do banheiro, Mark perguntou: “Não é a terceira vez esta noite? Você realmetne deveria beber menos água antes de dormir”. ➢ “Não consigo evitar, estou louco de sede ultimamente”, respondeu George. ➢ As sobrancelhas de Mark franziram ligeiramente. “Cara, você está se sentindo bem? Você tem ido para a cama bem mais cedo nas últimas duas semanas. Eu sinto que dificilmente vejo você além do banheiro!” ➢ “Eu não sei, cara. As coisas têm estado estranhas ultimamente. Eu definitivamente tive problemas para ficar acordado na aula. E, quero dizzer, eu sempre fui um cara com um grande apetite, mas nas últimas semanas eu tenho comido uma tonelada”. ➢ “Isso é estranho!”, respondeu Mark. “Já pensou em ir aos Serviços de Saúde?” ➢ “E dizer a eles o quê?” disse George em um tom irritado. “Que eu preciso fazer xixi muito? Não soa exatamente como uma emergência médica”. Sintomas: polúria, polidipsia, hiperfagia. Diagnóstico possível: diabetes, excesso de sódio, infecção urinária, hipertensão arterial, problema renal. Exames ou perguntas: glicemia de jejum, hemoglobina glicada, perguntaria se tem histórico familiar, peso, composição corporal, hábito alimentar, tabagismo, exercícios. Exames: • Glicemia; • Insulina; Sistema Endócrino Luiza Barbosa • HOMA-IR – cálculo feito através do resultado da glicemia e insulina, que tem relação com o quadro de resistência à ação da insulina. • Hemoglobina glicada (HbAc); • Peptídeo C; • TOTG (teste oral de tolerância à glicose). Depois de falar com George em uma visita inicial, os Serviços de Saúde pedem que ele volte mais tarde naquela semana, no início da manhã (sem tomar café da manhã) para verificar seus níveis de glicose no sangue e na urina e realizar um teste de tolerância à glicose oral. Anamnese: • Obesidade grau II; • Dislipidemia; • Medicamentos: sinvastatina; • Ex-tabagista. Diagnóstico final: diabetes mellitus tipo 2. Alguns indivíduos obesos desenvolvem um processo
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