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Alojamento conjunto

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1 Clarisse Nunes|Pediatria|6º período 
ALOJAMENTO CONJUNTO 
Quando um bebê nasce, tem-se até 2 horas para definir o 
que será feito com ele, se vai ficar com a mãe, se vai para 
UCI, UTI ou alojamento conjunto 
SÉRIE HISTÓRICA 
1940 – surgiram trabalhos questionando a separação que o 
sistema berçário impunha a mãe e seu RN 
1943 – Gesell et al. usa a expressão ‘’rooming in’’ 
(alojamento conjunto) 
1948 – Jackson afirma que a separação da mãe e do RN 
negligencia as necessidades psicológicas essenciais da mãe e 
do seu filho, durante a internação ambos devem estar juntos 
1977 – Segre et al. publicam um trabalho que demonstram 
as vantagens do aleitamento conjunto 
1999 – Hagyman relata que na Hungria 95,6% das 
maternidades ofereciam o sistema de AC 
Oslislo e Kaminski (Indonésia) – enfatizam que a separação 
da mãe e RN é uma das principais causas de distúrbios de 
lactação 
Figueira et al. – salientam a colocação do RN no AC com a 
mãe 
Atualmente – Lei 8 .069 de 13 de julho de 1990, é dito que 
se deve manter o AC, possibilitando ao RN a permanência 
junto a mãe 
DEFINIÇÃO 
O alojamento conjunto é ‘’rooming in’’. Consiste na 
assistência hospitalar prestada a puérpera e ao RN juntos e 
simultaneamente. Segundo o MS é o local onde a mulher e 
o RN sadio, logo após o nascimento, permanecem juntos em 
tempo integral até a alta. A mãe também deve estar sadia, 
senão o bebê não vai para o ALCON. 
Umas das vantagens é que possibilita a prestação de todos 
os cuidados assistenciais, bem como orientação a mãe sobre 
a saúde do binômio mãe-filho. A mãe fica 24 horas com o 
filho, então ajuda nos seus cuidados. Não existe melhor 
informante sobre as condições do bebê do que a mãe, que 
está o tempo todo com o bebê. 
O objetivo principal é proporcionar e fortalecer o vínculo 
mãe-filho e estimular o aleitamento materno. 
RESOLUÇÕES 
1983 – Resolução nº 18/INAMPS, dirigida aos hospitais 
públicos e conveniados: estabeleceu normas e tornou 
obrigatória a permanência do filho ao lado da mãe, 24 H/dia 
através do sistema de ALCON 
1985 – publicado o programa de reorientação da assistência 
obstétrica e pediátrica com as normas básicas de sistema de 
ALCON 
1986 – Portaria do MEC: tornou obrigatório o ALCON nos 
hospitais universitários 
1993 – Portaria nº 1016/GM/MS de 26/08/1993 com 
atualização das normas 
2016 – Portaria nº 2068/GM/MS de 21/10/16 com 
atualização das normas 
PÚBLICO ALVO 
1. Mães - na ausência de patologia que possibilite ou 
contraindique o contato com o RN 
2. Recém-nascidos – com boa vitalidade (APGAR 
9/10), capacidade de sucção (ou dieta por sonda 
/copinho plena) e controle térmico a critério de 
elemento da equipe de saúde 
3. RN com acometimentos sem gravidade – por 
exemplo icterícia com fototerapia, em tratamento 
com ATB 
RECURSOS PARA IMPLANTAÇÃO 
HUMANOS 
Médicos – 1 obstetra para 20 mães 
1 pediatra para 20 crianças 
Enfermeiros – 1 enfermeiro para 20 binômios 
 1 auxiliar para 8 binômios 
Assistente social 
Psicólogo 
Nutricionista 
FÍSICOS 
Enfermarias - 6 binômios (melhor funcionamento), área de 
5 m2 para cada (leito materno e berço), 2 metros de distância 
mínima entre os berços 
Patologias que contraindicam contato: sepse, 
eclampsia, varicela, etc 
Boa vitalidade: RN com mais de 1800 g e mais 
de 34 semanas 
 
2 Clarisse Nunes|Pediatria|6º período 
MATERIAIS 
Enfermaria – para cada binômio deve haver cama, mesa de 
cabeceira, berço, cadeira de material de asseio. Lavatório e 
recipiente com tampa para recolhimento de roupa usada 
(hamper) 
VANTAGENS 
1. Estimular e motivar o aleitamento materno de 
acordo com as necessidades da criança tornando a 
amamentação mais fisiológica e natural 
2. Favorecer a precocidade, intensidade, assiduidade 
do aleitamento materno e sua manutenção por 
tempo mais prolongado 
3. Fortalecer os laços afetivos entre mãe e filho, 
através do relacionamento precoce 
4. Permitir a observação constante do RN pela mãe, o 
que a faz conhecer melhor seu filho e possibilitar a 
comunicação imediata de qualquer anormalidade 
5. Diminuir o risco de infecção hospitalar 
6. Manter intercâmbio biopsicossocial entre mãe e 
criança e os demais membros da família 
7. Oferecer condições à enfermagem de promover o 
treinamento materno através de demonstrações 
praticas dos cuidados indispensáveis ao RN e 
puérpera 
8. Facilitar o encontro da mãe com o pediatra por 
ocasião da visita médica para o exame do RN, 
possibilitando troca de informações entre ambos 
9. A amamentação precoce provoca contração do 
útero e seus vasos (profilaxia das hemorragias pós-
parto) pela liberação de ocitocina 
NORMAS GERAIS 
1. A adoção do AC não representa a extinção do 
berçário. Será necessário nos casos: RN que 
apresentem riscos na sua adaptação à vida 
extrauterina; condições patológicas e cujas mães 
não possam prestar cuidados ao RN 
2. Não é um método de assistência utilizado para 
economizar pessoal de enfermagem, pois tem alto 
conteúdo educativo que deve ser considerado 
prioritário 
3. Exame do RN deve ser feito em seu próprio berço 
ou no leito materno 
4. Cuidados higiênicos dos RN devem ser feitos no AC 
5. As visitas serão diárias e a presença do pai deve ser 
estimulada e facilitada, inclusive com alargamento 
de horário 
6. Realizar visita diária as puérperas esclarecendo, 
orientando e dando segurança a mãe quanto ao seu 
estado e ao de seu filho 
7. Ministrar as mães palestras e aulas abordando 
conceitos de higiene, controle de saúde e nutrição 
VISITA NO 1º DIA DE VIDA 
҉ Avaliação do grau de ligação mãe-bebê 
҉ Avaliação da amamentação: posicionamento e 
sucção do RN, avaliação do colostro 
҉ Tirar dúvidas existentes, de preferência 
acompanhando uma mamada 
҉ Caso necessário, deverá realizar exame das mamas 
҉ Verificar funções eliminatórias do RN: a primeira 
diurese deve ocorrer, no máximo, em 24 horas de 
vida; a primeira evacuação de mecônio em até 48 
horas após o nascimento 
҉ Exame clínico completo, com ênfase em: 
Sopros cardíacos: podem surgir a partir do segundo 
dia de vida com a diminuição fisiológica da pressão 
na artéria pulmonar (pedir parecer do 
cardiologista). Também pode ser feito o teste do 
coraçãozinho (aferir oximetria de pulso do RN) 
Fratura de clavícula: pode não ser notada no 
primeiro exame 
Luxação congênita de quadril: mais comum nos 
partos pélvicos, realizar manobra de ortolani 
Icterícia: hiperbilirrubinemia, fazer fototerapia, 
bilirrubina > 20 tem muito risco de impregnação 
cerebral 
Exame ocular: teste do olhinho, catarata congênita 
e glaucoma 
VISITA NO 2º DIA DE VIDA 
Após 36 a 48 horas de vida, podemos dar alta ao RN se: 
҉ Existe boa relação mãe-bebê 
҉ A amamentação transcorre sem problemas 
҉ O RN não apresenta nenhuma morbidade que o 
coloque em risco 
҉ Peso > 2000 g ou > 1900 g com ganho ponderal 
diário > 20 g/dia, por pelo menos três dias 
ALTA HOSPITALAR 
Na portaria é recomendado internação de 24 horas ao RN de 
parto normal, porém seria perdido diagnóstico de algumas 
patologias (ex. icterícia) e realização de testes (como o teste 
do pezinho que é feito com 48 horas e teste do coraçãozinho 
com 36 horas). Então, não deverão ser dadas altas antes de 
48 horas, considerando o alto teor educativo inerente ao 
sistema de alojamento conjunto. É um período importante 
para detecção de patologias neonatais. 
ORIENTAÇÕES DE ALTA HOSPITALAR 
҉ Instruções de alta 
 
3 Clarisse Nunes|Pediatria|6º período 
҉ Resumo de alta, caso o RN tenha apresentado 
algum problema durante a permanência na 
maternidade 
҉ Comprovante de vacinação contra hepatite B 
҉ Declaração de nascimento vivo, necessária para 
fazer certidão de nascimento 
҉ Procurar posto de saúde mais próximo para 
acompanhamento de puericultura, 1º consulta com 
7 dias de vida 
҉ Orientar que após o banho, o coto umbilical deve 
ser seco com gaze e limpocom álcool. Limpar 
sempre que molhar o umbigo do bebê 
҉ Orientar amamentação exclusiva sob livre 
demanda 
ALOJAMENTO CONJUNTO TARDIO 
Recém nascidos patológicos são acompanhados até a alta do 
tratamento clínico. 
Patologias mais comuns: 
҈ Sepse precoce presumível – 7 dias 
҈ Sífilis congênita – 10 dias 
҈ TORCH (Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovirus, e 
vírus Herpes simples) – tempo suficiente para o RN 
fazer transfontanela, fundoscopia, em média 5/6 
dias 
҈ HIV – só fica internado se houver alguma 
complicação, em média 72 horas. Se precisar tomar 
niverapina a internação é de 7 dias 
҈ Icterícias neonatais – até baixar os níveis de 
bilirrubina 
MÉTODO MÃE-CANGURU 
Proposto por Rey e Martinez para solucionar a pouca 
disponibilidade de equipamentos – 2 a 3 RN em uma mesma 
incubadora, tinham alta taxa de mortalidade por infecções 
cruzadas. 
O método canguru consiste em manter o RN de baixo peso 
em contato pele a pele, na posição vertical junto ao peito dos 
pais. Deve ser orientada, segura e acompanhada de suporte 
assistencial por uma equipe de saúde adequadamente 
treinada 
População a ser atendida: 
҈ Gestantes de risco para o nascimento de crianças 
de baixo peso 
҈ RN de baixo peso 
҈ Mãe, pai e família do RN de baixo peso 
 
1º ETAPA 
UTI, UCI - estabilidade clínica, nutrição parenteral plena 
(peito, sonda ou copo), peso mínimo 1250 g 
 
2º ETAPA 
ALCON canguru, sucção ao seio materno ou complemento e 
peso mínimo de 1600 g 
 
3º ETAPA 
Ambulatório, acompanhar até o peso de 2500 g 
TRIAGEM NEONATAL 
Regulamentada pela Portaria GM/MS nº 822 de 06 de junho 
de 2001: ‘’ Considerando a necessidade de ampliar o acesso 
à Triagem Neonatal no País e buscar a cobertura de 100% 
dos recém-nascidos vivos, cumprindo assim os princípios de 
equidade, universalidade e integralidade que devem pautar 
as ações de saúde’’ 
Art. 1º Instituir, no âmbito do SUS, o Programa Nacional de 
Triagem Neonatal / PNTN. Que compreende as seguintes 
patologias: Fenilcetonúria; Hipotireoidismo Congênito; 
Doenças Falciformes e outras Hemoglobinopatias e Fibrose 
Cística. 
Art. 2º Estabelecer as seguintes Fases de Implantação do 
Programa Nacional de Triagem Neonatal: 
- Fase I - Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito 
- Fase II - Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito + 
Doenças Falciformes e outras Hemoglobinopatias 
- Fase III - Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, 
Doenças Falciformes e outras Hemoglobinopatias + Fibrose 
Cística 
DADOS SOBRE O PNTN 
FASES DOENÇAS TRIADAS ANO DA 
UNIVERSALIZAÇÃO 
I Fenilcetonúria e 
Hipotireoidismo 
Congênito 
2006 
II Fenilcetonúria e 
Hipotireoidismo 
Congênito + 
Doenças 
Falciformes e 
outras 
Hemoglobinopatias 
 
2013 
 
4 Clarisse Nunes|Pediatria|6º período 
III Fenilcetonúria, 
Hipotireoidismo 
Congênito, 
Doenças 
Falciformes e 
outras 
Hemoglobinopatias 
+ Fibrose Cística 
 
2014 
IV Fenilcetonúria, 
Hipotireoidismo 
Congênito, 
Doenças 
Falciformes e 
outras 
Hemoglobinopatias 
+ Fibrose Cística 
+Hiperplasia 
adrenal congênita 
+ deficiência de 
biotinidase 
2014 
 
PROPOSTA DO NOVO MARCO NORMATIVO DO 
PNTN 
Prevê a inclusão de mais dois componentes – triagem 
auditiva e triagem ocular - constituído assim a Triagem 
Neonatal Integrada. Pois atualmente só é feito de forma 
gratuita o teste do pezinho. 
TESTE DO PEZINHO 
A Triagem Neonatal, também conhecida como o teste do 
pezinho é um meio de se fazer o diagnóstico precoce de 
diversas doenças congênitas assintomáticas no período 
neonatal, permitindo a prevenção contra as sequelas que 
podem causar se instaladas no organismo humano. A coleta 
nunca deve ser feita num período inferior a 48 horas de 
amamentação e nunca superior a 30 dias, sendo o ideal 
entre o 3º e o 7º dia de vida. As doenças triadas são: 
fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença 
falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, 
hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. 
TESTE DA ORELHINHA 
Deve ser feito nos bebês para avaliar a sua qualidade 
auditiva logo ao nascer. Avalia a condução do som através 
do ouvido do bebê e também analisa as funções da orelha 
interna, diagnosticando precocemente vários tipos de 
surdez. 
TESTE DO CORAÇÃOZINHO 
Não tem na triagem neonatal e nem na triagem neonatal 
integrada. Triagem para cardiopatia congênita, porém se der 
negativo não afasta cardiopatia. É feita a aferição da 
oximetria do RN no membro direito. 
No estado do Amazonas é lei, todas as maternidades 
estaduais devem realizar o teste.

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