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Cirurgia Geral Patologias Benignas do Esôfago Geovanna Siqueira Definição: O esôfago é um órgão tubular, divido em porção cervical, torácica e abdominal, de aproximadamente 25cm. Tem a função de conduzir alimentos. DIVERTÍCULOS ESOFÁGICOS São consequentes de distúrbio motor primário ou a uma anormalidade do EES ou do EEI. Divertículo Faringoesofágico (de Zenker): é o mais comum encontrado atualmente. Resultado de perda de elasticidade tecidual e tônus muscular. · Mais comum em idosos acima de 70 anos; · Maioria dos pacientes assintomáticos. Os sintomáticos apresentam: obstrução, tosse, salivação excessiva, disfagia. Conforme a bolsa aumenta é comum regurgitação de material não digerido com odor fétido; halitose, alterações da voz, dor retroesternal. · Complicações: diverticulite, pneumonia por aspiração ou abscesso pulmonar. Diagnóstico: esofagograma com bário. Tratamento: <3cm - cricomiotomia e diverticulopexia. >3cm cricomiotomia e diverticulectomia. Divertículo de Esôfago Médio: inflamações nos linfonodos exercem tração na parede do esôfago e causa formação de um divertículo verdadeiro. Podem também ser causados por acalasia, espasmo esofágico difuso. São achados incidentalmente e são assintomáticos. · Disfagia, dor torácica e regurgitação podem aparecer e são indicativas de distúrbio de motilidade primário subjacente. Diagnóstico: esofagograma com bário. É importante fazer diagnóstico de fístula concomitante. Tratamento: Divertículo > 2cm ou sintomáticos: cirurgia ou diverticulopexia. Se dor torácica grave ou disfagia e anormalidade motora: esofagomiotomia. Divertículos Epifrênicos: estão no terço distal do esôfago, até 10 cm da junção gastroesofágica. Mais comuns do lado direito e com colo grande. Maioria dos pacientes assintomáticos. · Os sintomáticos apresentam: disfagia ou dor torácica, indicando distúrbio de motilidade. Num grau mais avançado de dismotilidade: regurgitação, anorexia, perda de peso, halitose, tosse crônica. Diagnóstico: esofagograma com bário. Endoscopia para avaliar esofagite, esôfago de Barret e câncer. Tratamento: semelhante ao divertículo do esôfago médio. DISTÚRBIOS MOTORES Variam desde hipomotilidade a hipermotilidade até tipos intermediários entre eles. · Distúrbios primários: acalasia, EED (Espasmo Esofágico Difuso), esôfago quebra-nozes, EEI hipertenso e motilidade esofágica ineficaz. · Distúrbios motores secundários: resultam da progressão de outras doenças, como colagenoses e doenças neuromusculares, resultando em DMIE (Distúrbios Motores Inespecíficos do Esôfago). Acalasia: “falha em relaxar”, que se refere a qualquer esfíncter que permanece em um estado constante de tonicidade com períodos de relaxamento. É um distúrbio neurogênico. Conhecida como uma condição pré-maligna do esôfago (em um período de 20 anos, o paciente terá mais de 8% de chance de desenvolver carcinoma). · Sintomas: disfagia, regurgitação e perda de peso (tríade clássica). Azia, engasgamento pós-prandial e tosse noturna. Diagnóstico: A manometria é o padrão-ouro: EEI estará hipertenso, com pressões geralmente maiores que 35 mm Hg e não irá relaxar com a deglutição. Esofagograma: Esôfago dilatado com um estreitamento distal referido como aparência de “bico de pássaro”. A falta da bolha gástrica é um achado comum na porção superior esquerda do esofagograma e é resultante do EEI contraído, que não permite que o ar passe com facilidade para o estômago. No estádio mais avançado da doença, dilatação esofágica acentuada e megaesôfago são encontrados. O estudo radiológico torna possível distinguir os vários estágios de acometimento esofagiano. Esse estadiamento pode ser feita segundo a Classificação de Rezende: Tratamento: Esofagomiotomia cirúrgica oferece resultados superiores e é menos traumática que a dilatação com balão. A esofagectomia é considerada em qualquer paciente sintomático com: esôfago tortuoso (megaesôfago), esôfago sigmoide, falha de mais de uma miotomia ou uma estenose de refluxo sem possibilidade de dilatação. Espasmo Esofágico Difuso(EED): anormalidade motora do corpo esofágico que é mais notada nos dois terços inferiores do esôfago. · Sintomas: disfagia e dor torácica; pressão em esmagamento no tórax que poderá irradiar-se para a mandíbula, braços e parte superior das costa. Diagnóstico: esofagografia e estudos manométricos: estreitamento em bico de pássaro distal do esôfago e peristaltismo normal podem ser observados. E também contrações múltiplas simultâneas com picos de alta amplitude na manometria. Tratamento: intervenções farmacológicas ou endoscópicas são preferidas e orientações: medidas para eliminar os alimentos e bebidas desencadeadores. Episódios incapacitantes recidivantes de disfagia e dor torácica que não respondem ao tratamento clínico: cirurgia. Avaliações psiquiátrica (depressão, queixas psicossomáticas e ansiedade). Esôfago Quebra-Nozes: distúrbio de hipermotilidade, um esôfago com peristaltismo hipertenso ou contrações peristálticas de alta amplitude. · Sintomas: dor torácica e disfagia, odinofagia. Diagnóstico: queixa de dor torácica com evidencias na manometria (contrações esofágicas peristálticas simultâneas, dois desvios-padrão acima dos valores normais). Tratamento: clínico (evitar cafeína, gelados e comidas muito quentes). Bloqueadores do canal de cálcio, nitratos e antiespasmódicos podem oferecer alívio temporário. Motilidade Esofágica Ineficaz (MEI): anormalidade da contração do esôfago distal e está geralmente associada à DRGE. Pode ser secundária a lesão inflamatória do corpo esofágico devido à maior exposição ao conteúdo gástrico. · Sintomas: m refluxo e disfagia. Pirose, dor torácica e regurgitação são observados. Diagnóstico é feito por manometria. Tratamento: é a prevenção, que está associada ao tratamento efetivo da DRGE. Distúrbios Motores Inespecíficos do Esôfago: Pacientes com achados manométricos que não se enquadram em um dos padrões clássicos são colocados na categoria de distúrbios motores esofágicos inespecíficos. · Sintomas: disfagia e dor torácica e tendem a apresentar mais sintomas de refluxo e regurgitação. Diagnóstico: esofagograma com bário e manometria. Tratamento: por ser um diagnóstico por exclusão -> terapia com medicamentos e intervenções terapêuticas se necessário. PERTUBAÇÕES CIRCULATÓRIAS Síndrome de Mallory-Wess: lacerações lineares longitudinais na transição gastroesofágica, na submucosa em geral, por aumento da pressão. Pode romper vasos e causar hemorragia. Causada por vômito intensos (comum em alcóolatras e pacientes com transtornos psiquiátricos como bulimia). · Sintoma: hematêmese. Diagnóstico: endoscopia digestiva alta. Varizes de esôfago: veias submucosas dilatadas se desenvolvem em resposta à hipertensão portal, produzindo uma via colateral para a descompressão do sistema porta na circulação venosa sistêmica. Mais comuns no esôfago distal e podem alcançar tamanhos de 1 a 2 cm. A mucosa sobrejacente se torna cada vez mais tênue, ocorrendo uma lesão com trauma mínimo. · Se desenvolvem em aproximadamente 30% dos pacientes com cirrose e hipertensão portal e 30% desse grupo desenvolvem o sangramento varicoso. · Esse sangramento normalmente é volumoso, acompanhado por hematêmese e instabilidade hemodinâmica. Esofagite: normalmente causada por refluxo, intubação, irradiação, irritantes (álcool, cáusticos, térmicos, ácidos, fármacos), candidíase, herpes, citomegalovírus (imunossupressão). Tratamento: tratar a causa; supressores da secreção ácida; eletrocoagulação e cauterização com sonda térmica. · Esofagite de refluxo: tem que investigar presença de hérnia hiatal, o aumento da pressão abre o hiato esofágico. Outras causas: estenose pilórica, constipação crônica, obesidade, estenose intestinais, ascite, gravidez. Hérnia hiatal: A estrutura que com maior frequência hernia-se através do hiato esofágico é o fundo gástrico. · Sintomas: disfagia intermitente para sólidos, resultante de episódios agudos de obstrução gástrica ou esofágica, dor torácica e abdominal secundáriaà torção visceral; sangramento gastrointestinal e azia. Diagnóstico: esofagograma é o mais importante. Endoscopia, manometria e pHmetria também podem auxiliar. Tratamento: clínico. Se não funcionar: cirurgia. Cirurgia: -Técnica de Nissen: estômago faz volta de 360° no esôfago - válvula anti-refluxo. -Técnica de Toupet: volta de 180° no esôfago. -Técnica Dor: só faz pontos na parte anterior do esôfago - a que mais tem recidiva. Referências: - SABISTON. Tratado de cirurgia: A base biológica da prática cirúrgica moderna. 19.ed. Saunders. Elsevier. -Aulas da Unirg – Dr. Rodrigo Costa.
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