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FICHAMENTO DO LIVRO - DOS DELITOS E DAS PENAS

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FICHAMENTO DO LIVRO “DOS DELITOS E DAS PENAS” 
Milena Vitória de Sousa Gomes 
REFERÊNCIA 
BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas. Ed.Ridendo Castigat Mores, 2001. 
 
I. INTRODUÇÃO 
Segundo Beccaria, as vantagens da sociedade devem ser repartidas entre todos de formas 
iguais, e para evitar abusos e atrocidades a solução são boas leis. Entretanto, o que se observa 
ao longo da história é que as leis na maioria das vezes foram apenas frutos de uma pequena 
minoria, e não, uma obra sensata com o objetivo de dirigir ações para o bem estar da maioria. 
Diante disso, a obra busca indicar os princípios mais gerais, e as faltas e erros mais comuns, 
visto que, existem diversas variedades de crimes, com inúmeras circunstâncias de tempo e lugar 
que seria impossível descrever cada um deles. Assim, o autor se contenta em contribuir de 
alguma forma para salvar da morte algumas pessoas, vítimas da tirania ou da ignorância. 
II. ORIGEM DAS PENAS E DIREITO DE PUNIR 
É apenas no coração do homem que estão os princípios fundamentais do direito punir. E os 
indivíduos cansados de viver no meio de temores, sacrificaram uma parte de sua liberdade para 
usufruir do resto com mais segurança, e a soma de todas essas porções de liberdades, 
sacrificadas pelo bem geral, formou-se a soberania da nação. E o administrador do depósito e 
dos cuidados dessas liberdades foi proclamado o soberano do povo. 
Entretanto, não é suficiente apenas o depósito é necessário que sejam criadas formas de 
protegê-lo, e esses meios foram as penas estabelecidas contra os infratores das leis. No entanto, 
as penas que ultrapassam a esse depósito da salvação pública são injustas por sua natureza. 
III. CONSEQUÊNCIAS DESSES PRINCÍPIOS 
Segundo Beccaria, “[...] a primeira consequência desses princípios é que só as leis podem 
fixar as penas de cada delito [...]” (p.10). Diante disso, pode-se observar uma relação com as 
fontes do direito penal, visto que, a fonte imediata é a lei. Apenas ela pode proibir ou impor 
condutas sob ameaça de sanção. Ademais, o trecho que fala sobre o magistrado não poder 
infligir uma pena que não esteja estatuída pela lei, relaciona-se com o Princípio da Legalidade 
presente no ordenamento jurídico brasileiro, fixado na Constituição em seu Art. 5°, XXXIX, o 
qual preconiza que “não há crime, nem pena, sem lei anterior que os defina”. 
Bem como, a segunda consequência para Beccaria, é que o soberano só poderá fazer leis 
gerais, e não julgar se alguém as violou. Relacionando com o sistema brasileiro, o ordenamento 
possui o princípio da separação dos poderes previsto no art. 2° da Constituição, pelo qual 
constitui como harmônicos e independentes entre si os poderes Legislativos, Executivos e 
Judiciário. Nesse sentido, cada poder possui sua função e sua esfera de atuação sem adentrar 
ou interferir de forma arbitrária nos outros poderes. 
E no caso de delito, existem duas partes: o soberano que afirma o contrato social ter sido 
violado, e o acusado que nega. Nesse caso, no sistema brasileiro os “acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” (Art. 5º, 
LV, CF/88), como também que exista entre eles um terceiro que decida sobre a contestação, 
isto é, o magistrado. Assim, de acordo com a Constituição Brasileira “ninguém será processado 
nem sentenciado senão pela autoridade competente” (Art. 5º, LIII, CF/88). 
IV. DA INTERPRETAÇÃO DAS LEIS 
Diante dos princípios estabelecidos, Beccaria destaca que os juízes não podem ter o direito 
de interpretar as leis, pois não são legisladores. Como também, que o espírito de uma lei não 
pode ser resultado da boa ou má lógica de um juiz, visto que, cada homem tem sua maneira 
própria de ver as coisas à sua volta. E deixar a vida de um cidadão à mercê de um falso 
raciocínio, ou do mau humor do juiz, é inviável. No ordenamento brasileiro, existe o princípio 
da determinação taxativa – determina que a norma penal incriminadora deve ser clara, certa e 
precisa para evitar dúvidas ou ambiguidades, bem como evitar interpretações arbitrárias. 
V. DA OBSCURIDADE DAS LEIS 
Segundo Beccaria, o texto das leis deve estar nas mãos do povo, para que os homens 
meditando nos crimes e na certeza das penas, diminuirão a prática de cometer delitos. Como 
também, precisam ser escritas em uma língua comum ao povo, para evitar que os indivíduos 
fiquem sempre à mercê de um pequeno número de homens depositários e intérpretes das leis. 
Diante disso, ele destaca o importante papel da imprensa para tornar públicas as leis para todos 
os indivíduos e não apenas para alguns particulares. E que a diminuição dos crimes cometidos 
na Europa, era mérito do papel desenvolvido pela imprensa. 
VI. DA PRISÃO 
Neste capítulo, Beccaria destaca que os magistrados encarregados de fazer leis, ferem o 
direito da sociedade, isto é, a segurança pessoal. Logo, o direito de prender discricionariamente 
os cidadãos, de tirar a liberdade do seu inimigo sob pretextos funestos e deixar livres os que 
eles protegem, é um erro. O sistema brasileiro, possui o princípio constitucional da igualdade 
fixado no caput do art. ° da Constituição – garantindo que todos os indivíduos são iguais perante 
a lei. Assim, previne que os indivíduos sejam bem tratados ou mal tratados apenas de acordo 
com a vontade e os interesses dos magistrados, pois todos possuem o direito de serem tratados 
de forma igual, independente das predileções dos aplicadores da Lei. 
Para Beccaria, as penas poderão ser mais brandas, à medida que as prisões não forem uma 
horrível mansão de desespero e de fome. Não devendo, também, deixar nenhuma nota de 
infâmia sobre o acusado que teve juridicamente sua inocência reconhecida. Entretanto, lançam 
de forma indistinta na mesma masmorra, o inocente suspeito e o criminoso convicto, apenas 
para reforçar a ideia de força e poder, e não o desejo de justiça. 
VII. DOS INDÍCIOS DO DELITO E DA FORMA DOS JULGAMENTOS 
Vale destacar, o papel dos indícios do delito que segundo Beccaria, se eles não se sustentam 
por si só, o número de provas nada acrescenta nem diminui a probabilidade do fato, merecendo 
pouca consideração, logo, destruindo uma única prova, derruba todas as outras. Assim, no 
ordenamento jurídico brasileiro, existe o princípio da culpabilidade – pelo qual define que 
nenhum resultado pode ser atribuído a quem não o tenha produzido por dolo ou culpa, atribui-
se esse princípio à vontade do agente de querer o resultado ilícito. 
Diante disso, o autor destaca que as provas devem ser independentes e quanto mais 
numerosas forem, mais será provável o delito, visto que, a falsidade de uma prova não 
influência sobre a certeza das outras. As provas podem ser divididas em: perfeitas e imperfeitas. 
As primeiras demonstram de forma positiva que é impossível o acusado ser inocente, sendo a 
única prova perfeita suficiente para autorizar a condenação. E as imperfeitas, não excluem a 
possibilidade da inocência do acusado, e para condenar mediante elas, é necessário um número 
muito grande para valerem uma prova perfeita. 
VIII. DAS TESTEMUNHAS 
Para Beccaria, é importante determinar em toda boa legislação de maneira exata o grau de 
confiança que deve ser concedido às testemunhas e a natureza das provas necessárias para 
constatar o delito, medindo o grau de confiança pelo interesse que o indivíduo possui de dizer 
ou não dizer a verdade. Como também, a confiança das testemunhas podem ser medidas de 
acordo com as proporções de ódio ou da amizade que ela possui com o acusado. Devendo 
também, observar os crimes mais atrozes com mais prudência, por exemplo, as acusações de 
magia e as ações gratuitamente cruéis, visto que, as possibilidades de existirem calúnias e 
precipitação sobre esses casos é bem maior. 
IX. DAS ACUSAÇÕES SECRETAS 
Para Beccaria,as acusações secretas tornam os homens falsos e pérfidos. Visto que, o 
suspeito de ser um delator, é considerado entre os outros concidadãos como um inimigo. E o 
fato de tentarem escondê-los da sociedade, faz com que eles sejam dissimulados a si mesmos. 
Desse modo, o autor condena as acusações secretas, pelos males que acarretam. 
 
X. DOS INTERROGATÓRIOS SUGESTIVOS 
Para os jurisconsultos da época, só se deve interrogar sobre a maneira pela qual o crime foi 
cometido e sobre as circunstâncias, não podendo, contudo, permitir questões diretas que exijam 
do acusado uma resposta imediata. Sendo proibida pelas leis da época os interrogatórios 
sugestivos. Devendo o juiz ir somente ao fato de forma indireta, e nunca em linha reta. Evitando 
sugerir ao acusado uma resposta que o salve ou que ele próprio se acuse. Assim, o silêncio de 
um criminoso perante o juiz, é para a sociedade um escândalo e para a justiça uma ofensa. 
XI. DOS JURAMENTOS 
Segundo Beccaria, com o passar do tempo os juramentos tornam-se apenas uma simples 
formalidade sem consequências. Logo, os juramentos são inúteis, visto que, não é o juramento 
que irá fazer o acusado dizer a verdade, isto é, contribuir de boa-fé para sua própria destruição. 
Desse modo, conclui-se que todas as leis opostas aos sentimentos naturais do homem são inúteis 
e vãs. 
XII. DA QUESTÃO OU TORTURA 
A aplicação da tortura pela maioria dos governos para arrancar dele a confissão do crime, 
esclarecer contradições, descobrir os cumplices de outros crimes, é uma barbárie, segundo as 
ideias defendidas por Beccaria em sua obra. Assim, no ordenamento jurídico brasileiro, garante 
que ninguém será submetido a tortura ou tratamento desumano. (Cap. I, Art. 5º, III, CF/88) 
Ademais, Beccaria destaca que nenhum homem poderá ser considerado culpado antes da 
sentença do juiz. O sistema brasileiro possui o Princípio da presunção de Inocência garantida 
pelo art. 5°, inciso LVII da Constituição, pelo qual o indivíduo não será considerado culpado 
até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. O autor também destaca que um crime 
cometido, que não há remédio, só pode ser punido pela sociedade para impedir que os outros 
homens cometam outros semelhantes. No Brasil, podemos ver semelhança nas funções da pena, 
pelo qual a prevenção geral – tem como objetivo intimidar e evitar que os cidadãos ao verem a 
sanção sendo aplicada cometam novos delitos, buscando contribuir para que os indivíduos 
respeitem as disposições legais, desestimulando a prática criminosa. 
Sobre as torturas, o autor destaca que muitas vezes é um meio seguro de condenar um 
inocente fraco e de salvar um criminoso robusto. E o resultado de terrível barbárie é 
completamente injusto, pois varia de homem para homem dependendo da sua força e grau de 
sensibilidade, de maneira que o mais fraco mesmo inocente, desistirá e se entregará primeiro 
para que sejam cessados seus tormentos. Possuindo o inocente posição pior que o culpado, pois 
está submetido a posições que possuem tudo contra si, logo, se confessa o crime, é punido por 
algo que não cometeu e sendo absolvido, só será depois de sofrer tormentos que não merecia. 
Contrário da posição ocupada pelo culpado, que possui para si um conjunto favorável. 
XIII. DA DURAÇÃO DO PROCESSO E DA PRESCRIÇÃO 
Para o autor, quando o delito é constatado e as provas são certas, é justo conceder o tempo 
e os meios de justificar-se. No Direito processual brasileiro, existe o princípio do contraditório 
e da ampla defesa, o qual garante que ambas as partes tenham o direito de serem ouvidas, bem 
como, pela ampla defesa, o direito de se justificarem. Bem como, devido exclusivamente às leis 
fixar o espaço de tempo que deve existir para a investigação das provas do delito, e para o 
acusado defender-se. 
Ademais, para Beccaria distingue-se os delitos em duas espécies, sendo as primeiras os 
crimes mais atrozes e na segunda os crimes mais hediondos do que o homicídio. O sistema 
brasileiro também constitui penas mais severas para crimes hediondos e possui também 
distinção entre crimes. 
Segundo o autor, para crimes maiores e mais raros, deve-se diminuir a duração da instrução 
e do processo, pois a inocência do acusado é mais provável do que o crime. E em relação aos 
delitos menores e mais comuns, deve-se prolongar o tempo dos processos, porque a inocência 
do acusado é menos provável. 
XIV. DOS CRIMES COMEÇADOS; DOS CÚMPLICES; DA IMPUNIDADE 
Neste capítulo, o autor destaca que as leis não podem punir a intenção, e que a ação do 
início de um crime que prova a sua vontade de cometê-lo, merece um castigo menor do que o 
que seria aplicado se o crime tivesse sido cometido. No ordenamento jurídico brasileiro também 
não se punem os atos preparatórios, isto é, não se pune a intenção, vontade do agente, etc. É 
preciso que essa vontade interna se exteriorize no mundo real. Como também, os crimes que 
foram cometidos antes da consumação do crime, possuem a maior possibilidade de redução da 
pena, enquanto que aqueles cometidos mais próximos à consumação possuem essa 
possibilidade reduzida. 
Ademais, ele destaca que é importante tais atitudes para prevenir até mesmo as primeiras 
tentativas de crimes, o direito penal brasileiro simpatiza com esse pensamento, visto que, pune 
o crime tentado no seu art. 14 inciso II do Código penal. Para Beccaria, se as leis punissem de 
forma mais severa os executantes do crime do que os simples cúmplices, seria mais difícil 
encontrar entre eles um que quisesse executá-lo, porque o risco seria maior em virtude da 
diferença das penas. No sistema brasileiro, existe o princípio da pessoalidade – pelo qual 
nenhuma pena passará da pessoa do condenado, ou seja, a pena é pessoal e intransferível, sendo 
cumprida apenas pelo agente do crime. 
Alguns tribunais da época, ofereciam impunidade ao cúmplice de um grande crime que traz 
os seus companheiros, para Beccaria tal atitude era perigosa, pois introduz os crimes de 
covardia e a esperança de impunidade entre os indivíduos. No Brasil, existe a delação premiada 
– pela qual o agente terá redução da pena ao delatar seus comparsas, podendo chegar até mesmo 
à isenção total da pena. E o Código Penal no seu art. 159, parágrafo 4° garante que se o crime 
for cometido em concurso, e o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação 
do sequestrado, terá sua pena reduzida. 
XV. DA MODERAÇÃO DAS PENAS 
Neste capítulo Beccaria, conclui que diante das verdades expostas evidenciam que o fim 
das penas não pode ser atormentar um ser sensível, muito menos fazer que um crime não 
cometido seja cometido. Ademais, ele destaca que os castigos têm o fim de impedir o culpado 
de ser nocivo futuramente à sociedade e desviar os outros cidadãos do crime. O sistema 
brasileiro assemelha-se a essas ideias, nas funções sociais da pena, que possui caráter 
preventivo especial – punir o agente que cometeu o delito, e o preventivo geral – é prevenir 
através da punição dos infratores, que os indivíduos não cometam novos crimes. 
Segundo o autor, quanto mais atrozes forem os castigos, tanto mais audaciosos serão os 
culpados para evitá-los. Acumulará os crimes, para subtrair-se a pena merecida pelo primeiro. 
Assim, no sistema brasileiro existe o princípio da Subsidiariedade – pelo qual a norma mais 
ampla, ou mais grave, prevalece a menos ampla. E o Princípio da Consumação – que durante o 
iter criminis de um delito existem outros delitos que se caracterizam como meios de preparação, 
o resultado final mais grave absolverá os demais. Para Beccaria, para que o castigo produza 
frutos é necessário que o mal causado por ela seja maior que o bem retirado pelo culpado no 
crime. 
XVI. DA PENA DE MORTE 
A pena de morte, segundo Beccaria não se apoia em nenhum direito. Logo, para a maioria 
dos que assistem a execução de um criminoso,o suplício do acusado é apenas um espetáculo, 
enquanto que para a minoria é um objeto de piedade e indignação. Assim, o legislador deve pôr 
limites ao rigor das penas, quando o suplício não se torna mais do que um espetáculo e parece 
ordenado mais para ocupar a força do que para punir o crime. No ordenamento brasileiro, existe 
o princípio da Intervenção Mínima, o qual limita o poder discricionário do Estado, e delimita o 
direito penal como último recurso para ser utilizado para a resolução de conflitos sociais. 
Assim, para o autor a alma resiste mais a violência das dores extremas, porém, passageiras, 
do que ao tempo e a continuidade do desgosto. E ele compara a pena de morte e a escravidão 
perpetua, na primeira todas as forças são reunidas em um só momento, enquanto que na 
escravidão ficam espalhados durante todo o curso da sua vida. Desse modo, para ele a vantagem 
da pena da escravidão para a sociedade é que amedronta mais aquele que testemunha do que 
aquele que sofre. 
XVII. DO BANIMENTO E DAS CONFISCAÇÕES 
Neste capítulo, Beccaria destaca que aquele que perturba a tranquilidade pública, e não 
obedece às leis, deve ser excluído da sociedade, isto é, banido. No Direito penal brasileiro, 
relacionando-se a esse ideal defendido pelo autor, existe a Teoria Subjetiva do Direito penal – 
pelo qual, confere ao Estado a exclusividade de colocar em prática as punições elencadas para 
as condutas criminosas, ou seja, apenas o Estado é o titular do direito de punir (art. 1°, CF/88) 
Para ele, a perda dos bens é uma pena maior que a do banimento. No Brasil, o confisco é 
disciplinado pelo art.91 do Código Penal como forma de expropriação em favor do Estado dos 
instrumentos e produtos dos crimes. Segundo Beccaria, as confiscações podem fazer o homem 
de bem um criminoso, visto que, o levam ao crime, reduzindo-o à indigência e ao desespero. 
Ademais, a família inteira do acusado será coberta por horrores da miséria pelo crime do seu 
chefe, no sistema brasileiro através do princípio da pessoalidade do crime, evitar tais risco a 
sociedade, logo a punição não deve passar da pessoa do agente, logo, a família não pode sofrer 
punições pelo crime cometido por seu chefe. 
XVIII. DA INFÂMIA 
Neste capítulo, o autor descreve que a infâmia é sinal de improbação pública, que priva o 
culpado da consideração, da confiança que a sociedade tinha nele. Como também que os efeitos 
da infâmia não dependem apenas das leis, visto que, a vergonha que a lei inflige se baseia na 
moral ou na opinião pública. Para ele a verdadeira política não é outra coisa, senão a arte de 
dirigir para o mesmo fim os sentimentos imutáveis do homem. 
XIX. DA PUBLICIDADE E DA PRESTEZA DAS PENAS 
Para Beccaria, quanto mais pronta for a pena e mais de perto seguir o delito, mais útil e 
justa ela será. Ademais, a perda da liberdade já sendo uma pena, só deve preceder a condenação 
na medida que a necessidade o exige. Assim, o cidadão detido só deve ficar na prisão o tempo 
necessário para a instrução do processo, e os detidos mais antigos têm o direito de serem 
julgados em primeiro lugar. Bem como, o acusado só deve ser preso na medida que for 
necessário para impedir de fugir ou de ocultar as provas do crime. No Brasil, existe como 
instrumento processual a prisão preventiva regulada pelo art. 313 do Código Penal que poderá 
ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da 
instrução criminal, para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência 
do crime, e também para assegurar o cumprimento de medida protetiva de urgência. 
Segundo o autor, a maior parte dos que assistem ao suplício de um acusado de crime 
monstruoso não experimentam nenhum sentimento de terror, pois jamais imaginam poder 
merecer tal grave castigo. Ao contrário da punição pública dos pequenos delitos comuns, que 
lhe causam uma impressão salutar a qual os afastará de grandes crimes. 
XX. QUE O CASTIGO DEVE SER INEVITÁVEL – DAS GRAÇAS 
Para o autor, o que previne os crimes com mais segurança não é o rigor do suplício, mas a 
certeza do castigo. Diante disso, ele destaca que ao se abster de punir um delito pouco 
importante, quando o ofendido perdoa. É um ato de benevolência, porém, um ato contrário ao 
bem público, logo, um particular pode não exigir a reparação do mal que foi lhe feito, porém, 
o perdão concedido não pode destruir a necessidade do exemplo, visto que, é útil e eficaz para 
a prevenção de novos crimes. Pois, ao deixar que um crime perdoado não tenha o castigo como 
consequência necessária, nutre entre os cidadãos a esperança da impunidade. 
XXI. DOS ASILOS 
Neste capítulo Beccaria defende novamente que o melhor meio para impedir o crime é o 
castigo certo e inevitável, e que os asilos, representam um abrigo contra a ação das leis, como 
convidam ainda mais ao crime do que as penas que tentam evitá-lo. Para ele, um crime só deve 
ser punido no país onde foi cometido, para que o exemplo da pena produza frutos para aquela 
sociedade. 
XXII. DO USO DE PÔR A CABEÇA A PRÊMIO 
Segundo o autor, o governo que põe a cabeça de um criminoso a prêmio, revela fraqueza, 
pois quem tem força para defender-se não compra socorro de outrem. Para uma nação a boa fé 
e confiança recíproca são cruciais, entretanto, quando atitudes como essas são permitidas, o 
legislador entra em contradição, e semeia desconfiança em todos os todos corações. Assim, as 
nações apenas serão felizes quando a moral estiver ligada à política. Entretanto, as leis que 
recompensam a traição acendem entre os cidadãos uma guerra oculta, e com isso, estão sempre 
em oposição entre a união da política e da moral. 
XXIII. QUE AS PENAS DEVEM SER PROPORCIONADAS AOS DELITOS. 
O interesse de todos, segundo Beccaria, é não apenas que se cometam poucos crimes, mas 
que os delitos mais graves sejam cada vez mais raros. Diante disso, deve-se haver uma 
proporção entre os delitos e as penas, isto é, os meios para impedir os crimes devem ser mais 
fortes à medida que o delito é mais contrário ao bem público, logo, não deve ser aplicado 
castigos menores para os maiores crimes, para evitar que os indivíduos optem por sempre 
praticarem o crime maior. 
 
XXIV. DA MEDIDA DOS DELITOS 
A medida dos delitos é o dano causado à sociedade. Com isso, a grandeza do crime não 
depende da intenção do agente, pois varia de pessoa para pessoa dependendo das impressões e 
disposições impostas a ela, logo, se fosse punível a intenção seria necessária uma nova lei para 
cada crime, e não apenas um Código particular para cada cidadão. Bem como, muitas vezes 
com a melhor das intenções, um indivíduo causa grandes males à sociedade, enquanto que, 
outro indivíduo faz grandes serviços com a vontade de prejudicar. Ademais, diversos outros 
jurisconsultos utilizam-se de outros meios para definir a gravidade do crime, como a dignidade 
da pessoa ofendida, a ofensa à Divindade, etc. Porém, são ineficazes e desproporcionais, 
devendo o meio para medir a gravidade do delito, o grau do dano que é causado à sociedade. 
XXV. DIVISÃO DOS DELITOS 
Para Beccaria, existem crimes que estão diretamente ligados à destruição da sociedade, 
outros que atingem o cidadão em sua vida, e outros que são atos contrários ao que a lei prescreve 
ou proíbe, tendo em vista o bem público. Ademais, ele destaca que as ideias mudam com o 
tempo, e que diversas coisas deixam de sobreviver dependendo dos lugares ou dos climas. Em 
relação ao sistema brasileiro, vale destacar, por exemplo, que essa mudança de ideias ocorre 
também no âmbito jurídico, pelo qual por muito tempo o adultério era considerado um crime, 
entretanto, com o passar dos tempos, esse entendimento mudou – não existindo punição para 
esse crime. 
XXVI. DOS CRIMES DE LESA-MAJESTADE 
Os crimes de lesa-majestade foram postos na classe dos grandes crimes, pois ofendem à 
sociedade. Ademais, eledestaca que todos os delitos são nocivos à sociedade, entretanto, nem 
todos tendem imediatamente a destruí-la. Assim, é preciso julgar as ações morais por seus 
efeitos positivos e levando em consideração o tempo e o lugar. 
XXVII. DOS ATENTADOS CONTRA A SEGURANÇA DOS PARTICULARES 
E, PRINCIPALMENTE, DAS VIOLÊNCIAS. 
Os crimes de atentados contra a segurança dos particulares vêm depois dos crimes que a 
atingem a sociedade ou o soberano. Logo, sendo essa segurança o objetivo último de todas as 
sociedades humanas, devem os crimes cometidos contra ela serem punidos com as penas mais 
graves. Entre eles, estão os crimes contra a vida, contra a honra e outros contra os bens. 
Ademais, ele destaca a importância das penas para pessoas de alta linhagem serem iguais aos 
dos últimos dos cidadãos, logo, a igualdade civil é anterior a todas as distinções de honras e 
riquezas. Assim, a igualdade perante as leis impede os inconvenientes das distinções e tornam 
as leis mais respeitáveis, destruindo toda a esperança de impunidade entre os cidadãos. 
XXVIII. DAS INJÚRIAS 
As injúrias pessoais, contrárias à honra, segundo Beccaria devem ser punidas pela infâmia. 
No sistema brasileiro existem os crimes contra a honra, são eles: a calúnia – dizer de forma 
mentirosa que alguém cometeu um crime (art. 138 CP), difamação – é tirar a boa fama ou 
crédito de alguém, atribuindo a outrem um fato específico negativo (art.139 CP) e injúria – é 
atribuir palavras ou qualidades ofensivas a alguém, expondo defeitos, por exemplo, que 
desqualificam a pessoa atingindo sua moral e honra (art.140 CP) 
XXIX. DOS DUELOS 
Os duelos são vistos por diversas sociedades como uma espécie de honra, e o cidadão que 
recusa um duelo se torna desprezível para os outros cidadãos, com uma vida solitária e 
desprezível. Assim, para Beccaria a melhor forma de impedir um duelo, é punir o agressor – 
aquele que iniciou o conflito, e declarar inocente aquele que sem procurar a espada se viu 
constrangido a defender a própria honra. 
XXX. DO ROUBO 
Para Beccaria, um roubo cometido sem violência deveria ser punido apenas com uma pena 
pecuniária, sendo justo que quem rouba o bem de outrem seja despojado do seu. Entretanto, se 
o crime de roubo é apenas um delito cometido por uma classe de homens infortunados, as penas 
pecuniárias apenas multiplicaram os roubos, aumentando o número de indigentes – arrancando 
o pão de uma família inocente, para dá-lo a um rico talvez criminoso. Assim, o roubo 
acompanhado de violência é justo juntar à servidão as penas corporais, pois não se deve aplicar 
a mesma pena de roubo com astúcia para o roubo com violência, pois são delitos absolutamente 
diferentes. No sistema brasileiro, existe o crime de latrocínio, sendo uma forma qualificada do 
crime de roubo quando a violência empregada resulta em morte, ou seja, um crime mais grave 
garantido pelo art. 157 parágrafo 3° do Código Penal, possuindo uma pena maior do que o 
roubo propriamente dito. 
XXXI. DO CONTRABANDO 
Para Beccaria, o contrabando é um delito que ofende o soberano e a nação, mas a pena não 
deveria ser infamante, pois é um dos delitos que os homens não consideram nocivos aos seus 
interesses, não excitando a indignação pública. Segundo ele, o contrabando é um delito gerado 
pelas próprias leis, bem como, ressalta que a tentação de o exercer é cada vez mais forte, à 
medida que há mais facilidade em cometer esse delito. Assim, não deve ficar impune, logo os 
impostos são partes essenciais e difíceis em uma boa legislação merecendo uma punição 
proporcional ao delito cometido. No ordenamento brasileiro, o contrabando e o descaminho são 
classificados como delitos, no art. art. 334, CPP/41, porém são considerados tipos penais 
distintos, o contrabando é classificado como a importação ou exportação de mercadoria 
proibida, e o descaminho é iludir no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido 
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. 
XXXII. DAS FALÊNCIAS 
Segundo Beccaria, o legislador que quer proteger a segurança do comércio, deve dar recurso 
aos credores sobre a pessoa dos seus devedores, quando estes abrem falência. Entretanto, deve-
se observar com muita prudência o indivíduo que realmente está falido, e aquele que finge de 
forma fraudulenta. Devendo o falido de boa-fé ser tratado com menos rigor. No Direito 
Empresarial brasileiro existe a Lei de Falência que regula como quais empresas podem decretar 
falência e quais são os trâmites legais. 
XXXIII. DOS DELITOS QUE PERTURBAM A TRANQUILIDADE PÚBLICA 
A terceira espécies de delitos classificados por Beccaria são os delitos que perturbam 
particularmente o repouso e a tranquilidade pública: as querelas, os tumultos de pessoas, e os 
discursos fanáticos. No ordenamento brasileiro, art. 42 do LCP regulamentam a perturbação do 
trabalho ou sossego alheio, passível de prisão simples, de 15 dias a 3 meses ou multa. 
XXXIV. DA OCIOSIDADE 
Segundo Beccaria, as pessoas ociosas e inúteis não dão à sociedade nem trabalho nem 
riquezas, atitudes que são contrárias ao fim político do estado social. São pessoas que não 
possuem motivos para aumentar as comodidades da vida, e que são indiferentes à prosperidade 
do Estado, apenas se inflamam com paixão por opiniões que lhes agradam, mas que podem ser 
perigosas. 
XXXV. DO SUICÍDIO 
O suicido é um delito que não pode ser submetido a nenhuma pena propriamente dita, pois 
essa pena só poderia recair sobre um corpo insensível ou sobre inocentes. Logo, se a pena é 
aplicada à família inocente, ela é tirânica e odiosa. No sistema brasileiro, também adota essa 
teria, não sendo punível o delito de suicídio, como também, não há punição para a família 
inocente, logo, o crime é pessoal – Princípio da Pessoalidade, somente nos casos em que houver 
participação de outrem, induzindo ou incentivando a prática delituosa é que haverá punição. 
XXXVI. DE CERTOS DELITOS DIFÍCEIS DE CONSTATAR 
Segundo o autor os crimes que são difíceis de provar, porém, são bastantes frequentes são: 
o adultério, a pederastia, e o infanticídio. Para ele, o adultério é produzido pelo abuso de uma 
necessidade anterior à sociedade, no entanto os outros delitos são efeitos das paixões do 
momento do que pelas necessidades da natureza. Assim, o crime de adultério é mais fácil 
preveni-lo do que reprimi-lo quando já cometido. No sistema Brasileiro, o crime de adultério 
já foi fixado no Código Penal, entretanto, foi revogado em 2005 pela Lei 11.106. 
A pederastia é punida pelas leis da época com enorme severidade e torturas atrozes. E o 
infanticídio que segundo Beccaria resultado de uma cruel alternativa, impulsionada por 
fraqueza, ou que não resistiu aos esforços da violência. No Brasil, o crime de infanticídio é 
fixado pelo art. 123 do Código penal, tendo como pena – detenção, de 2 a 6 anos. 
XXXVII. DE UMA ESPÉCIE PARTICULAR DE DELITO 
Neste capítulo, Beccaria ressalta que não escreveu sobre os espantosos espetáculos que 
foram cometidos em razão do fanatismo, levando inúmeras pessoas às fogueiras cobrindo os 
lugares públicos de turbilhões de fumaça negra e cinzas humanas. Destacando que apenas falará 
sobre os crimes que pertencem ao homem natural e que violam o contrato social, silenciando 
sobre essas outras espécies de delitos. 
XXXVIII. DE ALGUMAS FONTES GERAIS DE ERROS E DE INJUSTIÇAS NA 
LEGISLAÇÃO. 
Segundo Beccaria, as falsas ideias que os legisladores fizeram da utilidade são umas das 
principais fontes fecundas de erros e injustiças. Podendo considerar contrárias ao fim da 
utilidade das leis, as que proíbem o porte de armas, pois apenas desarmam o cidadão pacifico. 
Desse modo, tais leis apenas multiplicam os assassínios, pois entregam o cidadão sem defesa 
aos criminosos, assim, essas leis são apenas ruído das impressões tumultuosas que não servem 
para prevenir os delitos, massão feitas simplesmente pelo vil sentimento de medo. 
Ademais, ele destaca que a diferença entre o estado de sociedade e o estado de natureza, é 
que o homem selvagem só faz mal a outrem quando ver nisso alguma vantagem para si, 
enquanto que, o homem social é às vezes levado, por leis viciosas, e prejudicam outrem sem 
proveito algum. 
XXXIX. DO ESPÍRITO DE FAMÍLIA 
Outra fonte de injustiças na legislação, segundo Beccaria, é o espírito da família. Visto que, 
para ele o espírito de família é limitado pelos mais insignificantes pormenores, enquanto que o 
espírito público, é ligado aos princípios gerais e vê os fatos com visão segura conseguindo tirar 
as consequências úteis dos fatos para o bem da maioria dos indivíduos. 
Ademais, a moral particular inspira submissão e medo, enquanto que a moral pública anima 
a coragem e o espírito de liberdade. Assim, o homem guiado pela primeira limita seu bem-estar 
ao círculo estreito de indivíduos, enquanto que, a moral pública estende a felicidade sobre todas 
as classes da humanidade. 
 
XL. DO ESPÍRITO DO FISCO 
Neste capítulo, Beccaria destaca que houve um tempo que todas as penas eram pecuniárias, 
sendo os julgamentos apenas um processo entre o fisco que percebia o preço do crime, e o 
culpado que devia pagá-lo, fazendo-se disso um negócio civil, como se tratasse apenas uma 
querela particular e não do bem público. Nesse sistema, quem se confessasse culpado pela 
própria confissão, era devedor do fisco, e a arte do juiz era obter essa confissão da maneira mais 
favorável aos interesses do fisco. Excluindo cuidadosamente da instrução de um processo as 
investigações e as provas, que esclarecendo os fatos poderiam favorecer o acusado e prejudicar 
as pretensões do fisco. Um sistema repleto de iniquidades terríveis que assolaram quase toda a 
Europa no século XVIII, pois o cidadão era considerado culpado, antes de provar que era 
inocente. 
XLI. DOS MEIOS DE PREVENIR CRIMES 
Para Beccaria, o ideal é prevenir os crimes do que os punir, sendo uma boa legislação aquela 
que proporciona aos homens o maior bem-estar possível e preserva-os de todos os sofrimentos 
que se lhes possam causar. Assim, o meio mais eficaz de prevenir crimes é fazer leis simples e 
claras, protegendo de forma igual cada membro da sociedade. Como também, afastando do 
santuário das leis a sombra da corrupção, interessando aos magistrados apenas conservar a 
pureza do depósito que a nação lhes confia, pois quando o soberano dá muito aparato e 
autoridade à magistratura, e ao mesmo tempo fecha todo acesso aos lamentos do fraco, que se 
julga oprimido, os súditos passam a temer mais aos magistrados do que as leis, aumentando o 
poder dos juízes. Outro meio de prevenir os crimes é recompensando a virtude, e aperfeiçoando 
a educação. Diante disso, ele conclui que o método incerto da autoridade imperiosa deve ser 
abandonado, pois apenas produz uma obediência hipócrita e passageira. 
XLII. CONCLUSÃO 
Por fim, Beccaria conclui que as penas para não ser apenas um ato de violência contra o 
cidadão, deve ser essencialmente pública, pronta, necessária, proporcionada ao delito e 
determinada pela lei.

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