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RADIOTERAPIA Introdução à Radioterapia - Parte II Prof. Aguinaldo Silva aguinaldo.silva@uniceplac.edu.br http://www.cnen.gov.br/cnen_99/educar/apostilas/apostilas.htm ❏ Aspectos históricos RT; ❏ Aparelhos de RT; ❏ 2D-RT; ❏ 3D-RT; ❏ MLC; ❏ Teleterapia; ❏ Diagramas de volume de tratamento. 2 AO FINAL DESTA AULA PRENDERÁ Antes do surgimento dos raios X, a medicina tinha poucas opções para o tratamento do câncer. O cenário mudou rapidamente após a descoberta dos raios X em 1895 por Wilhelm Conrad Roentgen. Em 1896 foi realizado por Emil Herman Grubbe o primeiro tratamento utilizando raios X para tratar uma paciente com câncer de mama. Nascia a teleterapia. 3 ASPECTOS HISTÓRICOS Emil H. Grubbe (1875 - 1960) No mesmo ano, Henri Becquerel iniciou os trabalhos sobre a radioatividade e a pesquisar fontes naturais de radiação. Em 1898, Marie Curie e Pierre Curie descobriram o rádio como fonte de radiação. Em 1900, o rádio foi o primeiro elemento radioativo utilizado para fins terapêuticos. 4 Henri Becquerel (1852 – 1908) Marie Curie (1867 – 1934)Pierre Curie (1859 – 1906) ASPECTOS HISTÓRICOS 5 ASPECTOS HISTÓRICOS 6 ASPECTOS HISTÓRICOS Em 1903, Alexander Graham Bell propôs a inserção de pequenas quantidades de radio dentro de um tumor maligno com objetivo de eliminar as células malignas. Nascia a braquiterapia, uma modalidade de radioterapia que utiliza a aplicação de fontes radioativas próximas ao tumor. 7 Alexander Bell (1847 – 1922) ASPECTOS HISTÓRICOS Nos anos 1930, em pesquisas no Instituto do Radium (Paris, França), Irene Curie e Frédéric Joliot, descobriu que alguns materiais não radioativos, quando irradiados por materiais radioativos naturais, passavam também a emitir radiação. Este fenômeno foi batizado posteriormente de radioatividade artificial. Começava, então, a era da produção artificial de materiais radioativos em laboratório para pesquisas e aplicações na medicina. 8 ASPECTOS HISTÓRICOS Aparelho de raios X (RX Superficial) usado para tratamento de epitelioma da face, 1915. 9 ASPECTOS HISTÓRICOS Teleterapia técnica na qual utiliza-se o emprego da radiação de forma externa (longe do paciente). As distâncias mais usadas na atualidade são de 80 cm para os equipamentos de raios X antigos e de cobaltoterapia (estão em desuso) ou de 100 cm para todos os aceleradores lineares mais novos. 10 TELETERAPIA Raios X de Diagnóstico: 50 a 120 keV essa é a faixa de energias de fótons na qual predomina o efeito fotoelétrico, que fornece o máximo contraste de tecidos moles. Raios X Roentgenterapia (RX Superficial): 30 a 200 keV Raios X de Ortovoltagem: 200 a 500 keV Raios X de Sobretensão: 500 a 1000 keV Raios X de Megavoltagem: 1 a 25 MeV (na prática, energias nominais acima de 15 MeV são incomuns na prática clínica). 11 APARELHOS DE TELETERAPIA Na década de 1940, avanços tecnológicos aliados ao desenvolvimento clínico da radioterapia contribuíram para o desenvolvimento de técnicas mais eficientes de tratamento (cobalterapia, betatron e aceleradores lineares). A invenção de reatores nucleares tornou possível a produção de novos elementos radioativos com aplicações na medicina, dentre eles o Cobalto-60 (Co-60) e o Césio-137 (Cs-137). Esses elementos foram muito usados em radioterapia com o advento da construção de equipamentos de tratamento que os utilizavam como fontes encapsuladas. 12 APARELHOS DE TELETERAPIA Betatrons (1940-1950): eram aceleradores de elétrons utilizados para o tratamento de tumores superficiais. Logo foram substituídos por aceleradores lineares com feixes de fótons, que possibilitaram a irradiação dos pacientes com campos maiores em um tempo menor. 13 BETATRONS A partir da década de 1950, o cobalto-60 era amplamente utilizado em máquinas de teleterapia (cobalterapia), que produziam um feixe de raios gama direcionado ao corpo do paciente para matar o tecido tumoral. 14 COBALTOTERAPIA A invenção de equipamentos de teleterapia com fontes de Irídio-192, Césio-137, Rádio-226 ou Cobalto-60 possibilitou tratamento de tumores mais profundos. Entretanto, os equipamentos que utilizavam Cobalto-60 foram os que prevaleceram, porque suas características físicas (T1/2= 5,27 anos; raios γ = 1,25 MeV) eram mais eficientes para os tratamentos. 15 Fonte de Co-60 Blindagem de Pb COBALTOTERAPIA Os equipamentos de Co-60 logo foram substituídos por aceleradores lineares com feixes de fótons (1950), que possibilitaram a irradiação dos pacientes com campos maiores em um tempo menor. 16 Criança de 2 anos sendo tratada de retinoblastoma. Acelerador linear na década de 1950. ACELERADOR LINEAR Henri Kaplan (1918 – 1984) Os primeiros aceleradores lineares só forneciam feixes de fótons. Somente no final da década de 1960, a indústria disponibilizou aceleradores lineares com feixes de fótons e elétrons. 17 ACELERADOR LINEAR Fábrica Varian em Jundiaí-SP Em parceria com o Ministério da Saúde, a Varian promete disponibilizar 50 máquinas para tratamentos de câncer no Brasil até o final de 2019 e completar 100 até o fim de 2021. 18 Atualmente, existem 5 técnicas de radioterapia externa (teleterapia): 1. Radioterapia Convencional (2D-RT); 2. Radioterapia Conformada Tri-dimensional (3D-RT); 3. Radioterapia com Modulação da Intensidade dos Feixes “IMRT” (Intensity Modulated Radiation Therapy). 19 TELETERAPIA Radioterapia Convencional (2D-RT) Os primeiros tratamentos radioterápicos eram realizados de maneira bidimensional (2D), com base em uma imagem radiográfica. A desvantagem desta técnica é a impossibilidade de visualização do volume alvo e dos tecidos normais. Com isso, a entrega de dose é realizada em grandes volumes, com maior potencial de complicações e impossibilidade de aumentar, em muitas situações, a dose de radiação empregada. Utilização de 4 campos: AP, PA e laterolaterais. 20 TELETERAPIA 21 TELETERAPIA Radioterapia Convencional (2D-RT) Baseado nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) não é recomendável o emprego da 2D-RT em regiões onde há órgãos normais e sujeitos a complicações pela radiação. Portanto, regiões como crânio, pescoço, tórax, abdome e pelve devem receber radiação de forma segura, ou seja, através de planejamentos que utilizam exames de imagem para visualização da distribuição de dose e sistema computadorizados que calculam a quantidade de dose por volume de tecido normal. 22 TELETERAPIA 23 TELETERAPIA 24 TELETERAPIA Radioterapia Conformada Tri-dimensional (3D-RT) O planejamento da radioterapia foi revolucionado pela habilidade em poder delinear o tumor e as estruturas normais do corpo em 3 dimensões, com a utilização da CT, com ou sem fusão de imagens de ressonância magnética e, também, pelo indispensável auxilio da informática, através dos modernos sistemas de planejamento 3D. Vantagens: ✔ Visualização de imagens em 3D; ✔ Imagem do Campo de Tratamento - BEV (Beam’s Eye View); ✔ Radiografia Digitalmente Reconstruída – DRR (Digitally Reconstructed Radiograph); ✔ Histograma de Dose-volume – DVH (Dose-volume Histogram) 25 TELETERAPIA 26 TELETERAPIA 27 TELETERAPIA 28 TELETERAPIA 29 30 TELETERAPIA 31 TELETERAPIA 32 TELETERAPIA Colimadores de Múltiplas Lâminas MLC – (Multileaf Collimator) são dispositivos responsáveis por limitar o feixe que é feito de "folhas" individuais de um material com alto número atômico (tungstênio), que pode se mover independentemente dentro e fora do caminho de um feixe de radioterapia para moldar e variar sua intensidade. 33 TELETERAPIA 34 TELETERAPIA https://docs.google.com/file/d/12wcWbJGqkUJEHsqMmpXmDfa5FbCebCnR/preview O processo de determinação do Volumes de Tratamento consiste de várias etapas. A definição destes volumes, são fundamentais e devem ser determinados antesde iniciar o planejamento para que a dose que será prescrita seja efetivamente entregue na área tumoral e poupando o máximo as áreas adjacentes. 35 NORMAS INTERNACIONAIS GTV (Gross Tumor Volume) - Volume tumoral; CTV (Clinical Target Volume) - Volume alvo clínico; PTV (Planning Target Volume) - Volume de Planejamento; ITV (Internal Target Volume) – Volume tratado; IV (Irradiated Volume) – Volume irradiado; OAR (Organ at Risk) – Órgãos de risco; PORV (Planning Organ at Risk Volume) – Volume de planejamento dos órgãos de risco. 36 DIAGRAMAS DE VOLUME DE TRATAMENTO 4/7/2020 37 DIAGRAMAS DE VOLUME DE TRATAMENTO O GTV (Gross Tumor Volume) - Volume tumoral corresponde ao volume palpável, visível ou clinicamente demonstrável e extensão do crescimento maligno. 38 DIAGRAMAS DE VOLUME DE TRATAMENTO CTV (Clinical Target Volume) - Volume alvo clínico corresponde ao volume de tecido que contém um GTV visível e doença maligna microscópica subclínica. 39 DIAGRAMAS DE VOLUME DE TRATAMENTO PTV (Planning Target Volume) - Volume de Planejamento é uma definição de volume que leva em conta (margem) o efeito de todas as variações geométricas: movimento de órgãos ou incerteza da sua posição com a finalidade de assegurar que a dose prescrita seja realmente absorvida no CTV. 40 DIAGRAMAS DE VOLUME DE TRATAMENTO O PTV é usado para seleção apropriada do feixe e garantir que a dose prescrita seja realmente entregue no CTV. O PTV leva em conta variações relativas ao posicionamento diário do paciente, movimentação do órgão, erros associados ao equipamento (incertezas na posição da estativa rotatória, mesa, colimador), mudança na geometria do paciente (ganho ou perda de peso). 41 DIAGRAMAS DE VOLUME DE TRATAMENTO OAR (Organ At Risk) – Órgãos de risco correspondem a tecidos normais próximos a área tratada cuja sensibilidade pode influenciar significativamente o tratamento, planejamento e a dose prescrita. É definido para que a dose não ultrapasse os limites toleráveis. 42Medula espinhal DIAGRAMAS DE VOLUME DE TRATAMENTO PORV (Planning Organ At Risk Volume) Volume de planejamento dos órgãos de risco quaisquer movimentos dos OAR’s uma margem também deve ser considerada levando em conta a movimentação e posição no interior do paciente. 43 DIAGRAMAS DE VOLUME DE TRATAMENTO TV (Treatment Volume) - Volume Tratado, o ideal é que a dose deveria ser liberada somente no PTV, mas devido às limitações das técnicas de tratamento isso não é alcançado e permite a definição do volume tratado ou ainda a área que efetivamente recebeu a dose prescrita. IV (Irradiated Volume) - Volume irradiado é o volume de tecido que recebe uma dose considerada significativa em relação a tolerância dos tecidos normais. Esse volume depende da técnica de tratamento utilizada. 44 DIAGRAMAS DE VOLUME DE TRATAMENTO 45 DIAGRAMAS DE VOLUME DE TRATAMENTO 46 DIAGRAMAS DE VOLUME DE TRATAMENTO 47 48 49 PENSAMENTO... 50 FIM
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