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processos celulares e moleculares Introdução → Os aminoácidos devido a sua degradação oxidativa contribui significamente para a produção de energia metabólica. → A obtenção de energia proveniente dos aa, depende do tipo de organismo e das suas demandas: Carnívoros: podem obter até 90% de energia proveniente de aminoácidos. Herbívoros: obtém apenas uma pequena fração de suas necessidades energéticas a partir dessa via. Microrganismos: retiram aminoácidos do ambiente e podem utilizá-lo como fonte de energia. Plantas: utilizado para biossíntese de proteínas. Raramente ou nunca oxidam aminoácidos → Em todas essas condições metabólicas, os aminoácidos perdem seu grupo amino para formar α-cetoácidos, os “esqueletos de carbono” dos aminoácidos. Os α- cetoácidos sofrem oxidação a CO2 e H2O ou, geralmente mais importante, fornecem unidades de três e quatro carbonos que podem ser convertidas, pela gliconeogênese, em glicose, o combustível para o cérebro, para o músculo esquelético e para outros tecidos. → Nos animais os aminoácidos sofrem degradação oxidativa (DO) em 3 circunstâncias metabólicas diferentes: 1. Durante a síntese e a degradação normais de proteínas celulares. Alguns aa liberados pela hidrólise de proteínas não são necessários para a biossíntese de novas proteínas e por isso sofrem a DO. 2. Quando uma dieta é rica em proteínas e os aa ingeridos excedem a necessidade do organismo para a síntese proteica, o excesso será catabolizado e aa não podem ser armazenados. 3. Durante o jejum ou no diabetes melito não controlado quando os carboidratos estão indisponíveis ou são utilizados de modo inadequado, as proteínas celulares são utilizadas como combustível. Destinos metabólicos dos grupos amino → Os aa derivados das proteínas da dieta são a origem da maioria dos grupos amino. → A maior parte dos aa é metabolizada no fígado. → Parte da amônia gerada é reciclada e utilizada em uma variedade de vias, o excesso é excretado ou convertido em ureia ou ácido úrico para excreção. → O excesso de amônia produzida em tecidos extra- hepáticos é enviado ao fígado na forma de grupos amino para conversão em sua forma de excreção. → 4 aa desempenham papel central: Glutamato (Glu); Glutamina (Gln); Alanina (Ala); Aspartato (Asp). Eles são mais facilmente convertidos em intermediários do ciclo do ácido cítrico: Glu e Gln são convertidos em α-cetoglutarato. Ala e Asp são convertidos em oxalacetato. → No músculo esquelético os grupos amino que excedem as necessidades são geralmente transferidos ao piruvato para formar Ala. Bruna Reis A. Rocha 2020.1 As aminotransferases → Chegando ao fígado a primeira etapa no catabolismo da maioria dos aa é a remoção de seus grupos α- amino, realizada por enzimas chamadas de aminotransferases ou transaminases, presentes no citosol e na mitocôndria. Nome do processo: Transaminação. → Catalisam a transferência do -NH3+ dos aminoácidos para o α-cetoglutarato gerando o Glutamato (carreador de -NH3+ para excreção ou reações biossintéticas) → O grupo α-amino é transferido para o carbono α do α-cetoglutarato, liberando o correspondente α- cetoácido. → O glutamato então funciona como doador de grupos amino para vias biossintéticas ou para vias de excreção. → Todas as aminotransferases apresentam o mesmo grupo prostético (piridoxal-fosfato ou PLP) e o mesmo mecanismo de reação. → O PLP funciona como carreador intermediário de grupos amino, no sítio ativo das aminotransferases. Ele sofre transformações entre sua forma aldeídica, o PLP pode aceitar um grupo amino, e sua forma aminada, a piridoxamina-fosfato que pode doar o seu grupo amino para um α-cetoácido. → Geralmente o grupo piridoxal-fosfato encontra-se ligado covalentemente ao sítio ativo da enzima por meio de uma ligação aldimina (base de Shiff) com o grupo E-amino de um resíduo de Lys. Destino do Glu no hepatócito → Estes grupos amino deve ser removidos do glutamato e preparados para a excreção, nos hepatócitos o glutamato é transportado do citosol para a mitocôndria, onde sofre: 1. Desaminação oxidativa. 2. Transaminação. DESAMINAÇÃO OXIDATIVA: Catalisada pela L-glutamato-desidrogenase, esta enzima está presente na matriz mitocondrial, é a única enzima que utiliza NAD+ ou NADP+ como aceptor. Então será produzida o α-cetoglutarato, e poderá ser utilizado no ciclo do ácido cítrico e para a síntese da glicose. Tem modelador (+) para o ADP modulador (-) para o GTP. Mutações que alterem o sítio alostérico para a ligação do GTP ou que causem ativação permanente da glutamato-desidrogenase levam a uma doença genética humana, denominada síndrome do hiperinsulinismo com hiperamonemia, caracterizada por níveis elevados de amônia na corrente sanguínea e hipoglicemia. TRANSAMINAÇÃO: Transaminação do Glu formando Asp (o segundo repositório de grupo α-NH+3 dos aminoácidos). A ação conjunta das transaminases (T) e da glutamato desidrogenase (GD) permite canalizar o nitrogênio da maioria dos aminoácidos para dois compostos: Asp e NH 4+ num processo chamado de transdeaminação Gln transporta amônia no sangue → A amônia é bastante tóxica e seus níveis no sangue são regulados. → Na maioria dos animais, a maior parte da amônia livre é convertida em um composto não tóxico antes de ser exporta dos tecidos extra-hepaáticos para o sangue e transportada até o fígado ou rins. → A amônia livre produzida nos tecidos combina-se com o glutamato, produzindo glutamina, pela ação da glutamina-sintetase → Essa reação requer ATP e ocorre em 2 etapas: 1. O glutamato e o ATP reagem para formar ADP e um intermediário Y-glutamil-fosfato, que então reage com a amônia, produzindo glutamina e fosfato inorgânico. 2. A glutamina é uma forma de transporte não tóxico para a amônia, normalmente presente no sangue em concentrações muito maiores que os demais aa. 3. Na maioria dos animais terrestres, a glutamina que excede as necessidades de biossíntese é transportada para o intestino, fígado e rins, para ser processada. Nestes tecidos, o nitrogênio amídico é liberado como íon amônio na mitocôndria, onde a enzima glutaminase converte glutamina em glutamato e NH+4. 4. O NH4+ do intestino e dos rins é transportado no sangue para o fígado. 5. No fígado, a amônia de todas as fontes é utilizada na síntese de ureia. 6. Parte do glutamato produzido na reação pode ser adicionalmente processada no fígado pela glutamato-desidrogenase, liberando mais amônia. Alanina e o transporte da amônia → A alanina funciona como um transportador da amônia e do esqueleto carbônico do piruvato desde o músculo (em atividade anaeróbica) até o fígado. A amônia é excretada, e o piruvato é empregado na produção de glicose, a qual pode retornar ao músculo. O chamado ciclo glicose-alanina. → O Glu pode ser convertido em Gln para transporte ao fígado ou pode transferir seu grupo α-amino para o piruvato pela ação da alanina-aminotransferase. → No citosol dos hepatócitos, a alanina- aminotransferase transfere o grupo amino da alanina para o α-cetoglutarato formando piruvato e glutamato. O Glu entra na mitocôndria, onde a reação da glutamato-desidrogenase libera NH+4 ou sofre transaminação com oxalocetato para formar asp. → Os músculos em contração vigorosa operam produzindo piruvato e lactato pela glicólise e lactato pela glicólise assim como amônia pela degradação proteica. De algum jeito esses produtos devem chegar no fígado, onde o piruvato e lactato são incorporados na glicose que volta aos músculos. E a amônia é convertida em ureia para excreção. O destino final do NH3 em ureotélicos → A maior parte dos animais terrestres é ureotélica e excreta o N amínico na forma de ureia. Nos organismos, a amônia depositada na mitocôndriados hepatócitos é convertida em ureia no ciclo da ureia. → A produção da ureia ocorre quase exclusivamente no fígado, sendo o destino da maior parte da amônia canalizada para esse órgão. → A ureia passa para a circulação sanguínea e chega aos rins, sendo excretada na urina. Ciclo da ureia → Inicia dentro da mitocôndria hepática e termina no citoplasma. FASE MITOCONDRIAL: 1. O primeiro grupo amino que entra no ciclo da ureia é derivado da amônia na matriz mitocondrial hepática. A maior parte desse NH+4 é fornecida pelas vias descritas anteriormente, o fígado também recebe parte da amônia pela veia porta. 2. Ele será utilizado imediatamente, juntamente com o CO2 (como HCO-3) produzido pela respiração mitocondrial, para formar carbamoil-fosfato na matriz. Essa reação é dependente de ATP, sendo catalisada pela carbamoil-fosfato-sintetase I, enzima regulatória. 3. O carbamoil-fosfato, que funciona como doador ativado de grupos carbamoila, entra no ciclo da ureia. FASE CITOPLASMÁTICA: 4. O ciclo tem apenas quatro etapas enzimáticas: Etapa 1: Primeiro, o carbamoil-fosfato doa seu grupo carbamoila para a ornitina, formando citrulina, com a liberação de Pi. A reação é catalisada pela ornitina- transcarbamoilase. Ela é sintetizada a partir do glutamato, em uma via com cinco etapas. A ornitina desempenha um papel aceitando material a cada volta do ciclo da ureia. A citrulina produzida no primeiro passo do ciclo da ureia passa da mitocôndria para o citosol. Etapa 2: A fonte é o aspartato produzido na mitocôndria por transaminação e transportado para o citosol. A reação de condensação entre o grupo amino do aspartato e o grupo ureido (carbonila) da citrulina forma arginino-succinato. → Essa reação citosólica, catalisada pela arginino- succinato-sintetase, requer ATP e ocorre via um intermediário citrulil-AMP. Etapa 3: O arginino-succinato é então clivado pela arginino-succinase formando arginina e fumarato; este último é convertido em malato e a seguir entra na mitocôndria para unir-se aos intermediários do ciclo do ácido cítrico. Esse passo é a única reação reversível do ciclo da ureia. Etapa 4: A enzima citosólica arginase cliva a arginina, produzindo ureia e ornitina. A ornitina é transportada para a mitocôndria para iniciar outra volta do ciclo da ureia. Interconexão dos ciclos de Krebs e Ureia → Uma vez que o fumarato produzido na reação da arginino-succinase também é um intermediário do ciclo do ácido cítrico, eles estão interconectados. → Os principais transportadores na membrana interna da mitocôndria incluem o transportador malato-α- cetoglutarato, o transportador glutamato-aspartato e o transportador glutamato-OH. Juntos esses transportadores facilitam o movimento do malato e do glutamato para dentro da matriz mitocondrial e o movimento do aspartato e do α-cetoglutarato para fora da mitocôndria, rumo ao citosol. Sistema Lançadeira Aspartato-arginino-succinato: → Diversas enzimas do ciclo do ácido cítrico, incluindo a fumarase (fumarato-hidratase) e a malato- desidrogenase, também estão presentes como isoenzimas no citosol. → Não há um transportador para levar diretamente o fumaruto para a matriz. Contudo, o fumarato pode ser convertido em malato no citosol ou o malato pode ser transportado para o interior da mitocôndria para ser utilizado no ciclo de Krebs. → O aspartato formado na mitocôndria por transaminação entre o oxalocetato e o glutamato pode ser transportado para o citosol, onde atua como doador de N na reação da ureia catalisada pela arginino-succinato-sintetase. → O NADH produzido pela glicólise, oxidação de ácidos graxos e em outros processos não pode ser transportado através da membrana mitocondrial interna. → Porém, equivalentes redutores podem entrar na mitocôndria pela conversão de aspartato em oxalocetato no citosol e utilizando o NADH para reduzir o oxalacetato em malato, que será transportado para a matriz. → Quando na mitocôndria, o malato pode ser convertido em oxalocetato ao mesmo tempo em que gera NADH. → O oxalocetato é convertido em aspartato na matriz e transportado para fora da mitoc. → Estas reações constituem este sistema, elas fornecem elos metabólicos entre as vias separadas.
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