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1. Caracterizar a formação das plaquetas (formação, desenvolvimento e degradação) 1.1. Local de produção (medula) 1.2. Células progenitoras (megaloblasto, promegacariocito, megacariocito) 1.3. Regulação da formação e degradação 1.4. Relação com o baço? 2. Descrever a histologia das plaquetas e dos megacariocitos e suas funções 3. Descrever as vias da cascata de coagulação 3.1. Descrever os fatores de coagulação 3.2. Relação com o fígado e vitamina K 3.3. Relacionar com estrogênio e menopausa 3.4. Relacionar com AINES e cascata do ácido araquidônico 3.5. Descrever as fases (ativação, adesão e agregação,) 3.6. Relacionar vitamina C e escorbuto 3.7. Relacionar com plaquetopenia e plaquetose 4. Descrever os componentes do coagulograma 4.1. Relação com: sexo e idade (contagem de plaquetas) 4.2. Relação com diabetes? Pode ser dividida em megacariocitopoiese e trombocitopoiese. A trombopoese ocorre na medula óssea, baço, também pode ocorrer nos pulmões, onde alguns megacariócitos maduros residem após deixar a medula óssea. Megacariocitopoiese é o processo pelo qual os megacariócitos sofrem proliferação e maturação a partir da célula progenitora da medula óssea. Ocorre em tecidos hematopotiéticos, sobretudo a medula óssea. E sob a influência de fatores de transcrição e citocinas, as células progenitoras mielóides se diferenciam em unidades formadoras de colônias de megacariócitos (CFU-Meg), que se desenvolvem em megacarioblastos para, em seguida, gerarem megacariócitos: • Fator estimulador de colônias de granulócitos e macrófagos (GM-CSF): estimula a formação de granulócitos, macrófagos e megacariócitos, in vivo e in vitro; estimula células leucêmicas mielóides; • IL-3: apresenta ação estimulante sobre as unidades formadoras de várias linhagens celulares (CFU-GEMM, CFU-E, CFU-Meg); o gene que regula sua síntese se encontra no cromossomo 5; • IL-4: junto com IL-1, aumenta a formação de CFU-Meg; • IL-6: tem ação estimuladora sobre as unidades de formação dos megacariócitos (CFU-Meg); também tem ação sobre a proliferação e diferenciação do hepatócito, produção de proteínas de fase aguda (como a proteína C) e inibe o crescimento de fibroblastos; • IL-11: estimula a stem cell, células B e megacariócitos; • Trombopoetina (TBO): produzida pelas células do rim, fígado, baço e medula óssea, estimula a formação de megacariócitos por meio do receptor CD34+. Uma vez formados, os megacarioblastos (célula grande de cerca de 30 μm de diâmetro com o núcleo não lobular) passam por endomitoses sucessivas (cromossomos se replicam), porém não ocorre cariocinese (divisão do núcleo) nem citocinese, o que ocorre sob a estimulação da trombopoetina (TPO) a ploidia aumenta de 8n para 64n e a célula se torna um megacariócito produtor de plaquetas E por fim, o Megacariócito é uma célula com 50 a 70 μm de diâmetro com um núcleo multilobular complexo e grânulos azurófilos dispersos (tanto o núcleo quanto a célula aumentam de tamanho proporcionalmente à ploidia) Obs.: a regulação da TPO ocorre de duas maneiras: • LIGAÇÃO A receptores c—MPL NAS PLAQUETAS E NOS MAGACARIÓCITOS: quando isso ocorre a TPO não é reciclada. • DESTRUIÇÃO PLAQUETÁRIA: a medida que as plaquetas envelhecem, perdem ácido siálico. Isso expõe resíduos de galactose que se acolam ao receptor de Ashwell-Morell no fígado. Isso dá origem a um sinal, via JAK2, para a produção de mais TPO e consequente produção de plaquetas. Obs.: As plaquetas também tem receptores para c-MPL para Trombopetina e removem-na da circulação. Por esse motivo, o nível de TPO mostra-se elevado quando há trombocitopenia por falta de produção de plaquetas (aplasia), mas diminuído em pacientes com trombocitose. Ao se ligar com o receptores c—MPL, a TPO aumenta o número e o ritmo de diferenciação dos Megacariócitos. Ela promove: a. Formação de grânulos específicos das plaquetas; b. Desenvolvimento das membranas de demarcação do megacariócito; c. Expressão de proteínas específicas na membrana plaquetária, como as GP IIB/IIIA e GP IB/IX/V, que atuam co-mo receptores, respectivamente, do fibrinogênio e do Fator De Von Willebrand; d. Formação das Plaquetas a partir do citoplasma dos Megacariócitos. Outras citocinas não conseguem esses efeitos na maturação do megacariócito, caso a TPO esteja deficiente. Elas atuam sinergicamente com a trombopoetina, no desenvolvimento do megacariócito: IL-3: é sintetizada por Linfócitos T, Natural-Killer, Células Mieloides e Macrófagos. De modo geral, estimula a Hematopoese como um todo. Atua nos estágios mais precoces da megacariocitopoese e quase não influencia nos estágios mais tardios; em contraste, a TPO atua desde o início da maturação, tendo sua atividade amplificada conforme as linhagens mais maduras de megacariócitos se desenvolvem. IL-6, IL-11: atuam sinergicamente com a IL-3 e TPO durante todo o processo, mas com uma influência bem menor. Fator Inibidor Da Leucemia (LIF): estimula o crescimento da CFU-Meg por ação da IL-3, o que leva a um aumento na quantidade de precursores megacariocíticos e consequentemente na quantidade de Plaquetas circulantes. Trombocitopoiese é o processo de formação de plaquetas a partir de megacariócitos maduros e sua liberação para a circulação, ele ocorre na medula óssea e em outros locais de hematopoiese (p. ex. no baço) e também pode ocorrer nos pulmões, onde alguns megacariócitos maduros residem após deixar a medula óssea. As plaquetas desprendem-se dos megacariócitos maduros diretamente no sangue por fragmentação citoplasmática ou pela constrição periódica de pseudópodes citoplasmático megacariocitícos, a partir disso, pequenos pedaços do citoplasma separam-se das regiões periféricas do megacariócito por extensos canais de demarcação de plaquetas: as membranas que revestem esses canais originam-se por invaginação da membrana plasmática; consequentemente, os canais estão em continuidade com o espaço extracelular e o desenvolvimento continuado e a fusão das membranas de demarcação de plaquetas resultam na separação completa dos fragmentos citoplasmáticos para formar plaquetas individuais. Cada megacariócito pode originar de 1.000 a 3.000 plaquetas; - Possuem meia-vida é de aproximadamente 7 a 10 dias em indivíduos sadios; - Mesmo não tendo núcleo e não podendo se reproduzir, assemelham-se no seu funcionamento à uma célula completa. O baço e o fígado são responsáveis pela captação e destruição das plaquetas, por macrógafos. O baço também interfere diretamente no número de plaquetas circulantes: • Esplenectomia: a remoção cirúrgica do baço, ou de parte dele, causa aumento do número de plaquetas circulantes; • Esplenomegalia: o aumento do baço pode causar o sequestro excessivo de plaquetas, levando à diminuição do número de plaquetas na circulação Prostaglandinas Após o estímulo da plaqueta por ação de um agonista, forma-se o ácido aracdônico, que se converte em dois endoperóxidos lábeis - PGG2 e PGH2 - por ação da enzima cicloxigenase. Em seguida, atua a tromboxane sintetase, que converte aqueles endoperóxidos no produto mais estável, o tromboxane A2. Este é um potente agente agregante. Por outro lado, a PGI2 (ou prostaciclina) formada pela célula endotelial atua como inibidora da agregação plaquetária. Cálcio Atua em vários pontos da atividade plaquetária: • Facilita a ligação do fibrinogênio à superfície plaquetária. • Estimula a modificação de forma das plaquetas (formação de pseudópodos). • Promove a centralização dos grânulos plaquetários durante a formação dos pseudópodos e a secreção de substâncias que tornam as plaquetas grudentas. Isto facilita a agregação de uma célula à outra. Nucleotídeos Cíclicos O e-AMP exerce papel inibidor das funções plaquetárias, tais como amudança de forma, a centralização dos grânulos após o estímulo, a agregação, a secreção e a ligação do fibrinogênio à membrana. Admite-se que o efeito inibidor do e- AMP está na dependência da diminuição dos íons Ca++, pois este nucleotídeo promove a eliminação do Ca++ de reserva contido nos grânulos densos e no sistema tubular denso (STD), local de síntese do tromboxane A2. Por sua vez, o tromboxane A2 exerce papel importante no fluxo do cálcio no STD. O nível e-AMP também depende da regulação exercida pela enzima catalisadora do ATP plaquetário - a adenílciclase - , que, por sua vez, é regulada pelas G proteínas da membrana plaquetária. Verifica-se, assim, que a regulação da função plaquetária é um mecanismo complexo e suas diversas etapas estão inter-relacionadas. Estruturalmente, as plaquetas podem ser divididas em 4 zonas Zona periférica: consiste na membrana celular coberta por glicocálice, que é composto por glicoproteínas, glicosaminoglicanos e diversos fatores de coagulação adsorvidos do plasma (V, XI e fibrinogênio) e é por meio dessa zona que a plaqueta interage com outras células e parede dos vasos. Zona estrutural: compreende os microtúbulos, os filamentos de actina e miosina e proteínas de ligação à actina. Formam uma rede de sustentação da membrana plasmática: 8-24 microtúbulos dispostos circunferencialmente residem como um feixe imediatamente abaixo da rede de filamentos de actina → são responsáveis pela manutenção do formato discoide da plaqueta. A contração da actina e miosina depende do dispêndio de energia e cálcio (participação do AMPc e GMPc), e é responsável pela liberação de material dos grânulos: a partir da mudança de forma da plaqueta com o movimento das organelas para a zona central e pela retração do coágulo. Zona de organelas: ocupa o centro da plaqueta e consiste em: mitocôndrias, peroxissomos, partículas de glicogênio e pelo menos 4 tipos de grânulos: • Grânulos α: mais numerosos (300 a 500 nm de diâmetro), possuem papel importante na fase inicial do reparo dos vasos, coagulação do sangue e agregação plaquetária; contêm principalmente: o Fatores de crescimento (PDGF, PF4, TGF-β), fatores plaquetários (PF 1 ao 5), fatores de coagulação (V, VIII,, XIII, fibrinogênio, proteína S), proteínas de adesão (fibronectina, trombospondina, FvW, vitronectina), plasminogênio, PAI; • Grânulos δ (corpos densos): menores, mais densos e menos numerosos, são responsáveis por facilitar a adesão das plaquetas e a vasoconstrição na área do vaso lesionado; contêm principalmente: o ADP, ATP, serotonina e histamina; • Grânulos γ: são semelhantes aos lisossomos encontrados em outras células e contêm várias enzimas: o Hidrolases, colagenases, hialuronidases e elastases, fosfatase, ácida, glucosaminidase, galactosidase; o Catalase em peroxissomos; • Grânulos ℓ: funcionam na reabsorção de coágulos durante os estágios finais do reparo dos vasos. Zona de membrana: consiste em dois tipos de canais de membrana: • Sistema canalicular aberto (OCS/SCA): é um remanescente do desenvolvimento dos canais de demarcação das plaquetas, simplesmente uma membrana que não participou na subdivisão do citoplasma do megacariócito. Com efeito, são invaginações da membrana plasmática para dentro do citoplasma que permitem a passagem de grânulos α e corpos densos no momento da desgranulação; • Sistema tubular denso (DTS/STD): contém material eletrodenso originário do REL do megacariócito que serve como local de armazenamento de Ca2+ ; sua liberação é estimulada pelo IP3, resultando em ↑[Ca2+] intracelular, fosforilação da cadeia leve da miosina e contração dos microfilamentos. Também é o local de produção do TXA2. Estão envolvidas em diversos aspectos da hemostasia (controle do sangramento), funcionando na vigilância contínua dos vasos sanguíneos, na formação do coágulo sanguíneo e no reparo do tecido lesionado • Quando um vaso sanguíneo é lesionado ou rompido, o tecido conjuntivo do subendotélio exposto no local lesionado promove estimula a plaqueta, que inicia o mecanismo de secreção; • A adesão das plaquetas ao local lesionado desencadeia sua desgranulação e a liberação de: • Serotonina: é um potente vasoconstritor que causa a contração das células musculares lisas vasculares, reduzindo com isso o fluxo sanguíneo local ao nível da lesão; • ADP + tromboxano A2: responsáveis pela maior agregação das plaquetas em um tampão plaquetário hemostático primário. A massa de plaquetas agregadas interrompe então o extravasamento de sangue; • Ao mesmo tempo, as plaquetas ativadas liberam seus grânulos α e δ, que contêm entre outras substâncias fatores de coagulação como o fator tromboplástico plaquetário (PF3) e mais serotonina; • O glicocálice proporciona uma superfície de reação para a conversão de fibrinogênio solúvel em fibrina: o A fibrina forma uma trama frouxa sob o tampão inicial e é subsequentemente estabilizada por ligações cruzadas covalentes que produzem uma densa agregação de fibras; • As plaquetas e as hemácias são aprisionadas nessa trama; • O tampão plaquetário inicial é transformado em um coágulo definitivo conhecido como tampão hemostático secundário por fatores teciduais adicionais secretados pelo vaso sanguíneo lesionado; • Após o coágulo definitivo ser formado, as plaquetas causam a retração do coágulo, provavelmente como uma função da actina e da miosina encontradas na zona estrutural da plaqueta: permite o retorno do fluxo sanguíneo normal através do vaso; • Finalmente, após ter desempenhado a sua função, o coágulo é lisado pela plasmina: enzima fibrinolítica que circula no plasma em uma forma inativa conhecida como plasminogênio e é ativado pelo ativador do plasminogênio tecidual (TPA) derivado principalmente das células endoteliais: Uma forma sintética de TPA está sendo atualmente usada como tratamento de emergência para minimizar o dano causado por coágulos que levam a acidentes vasculares cerebrais; As enzimas hidrolíticas liberadas dos grânulos λ ajudam nesse processo; Um papel adicional das plaquetas é ajudar no reparo de tecidos lesionados além do próprio vaso e o fator de crescimento derivado de plaquetas (pdgf) liberado pelos grânulos α estimula as células musculares lisas e os fibroblastos a se dividir e permite o reparo do tecido Obtém energia via: • Glicólise anaeróbica: (assim como as demais células sanguíneas) a fim de conseguir a energia necessária de que precisam para: manter o equilíbrio osmótico, regular os níveis de AMPc, permitir que algumas proteínas permaneçam fosforiladas e manter a conformação dos fosfolipídios da membrana; • Fosforilação oxidativa: diferentemente de outras células de origem hematopoiética, pois possuem mitocôndrias; • Grânulos de glicogênio: são um reservatório de energia para a plaqueta; A glicólise anaeróbica é responsável pela metabolização de 85% da glicose plaquetária, os restantes 15% são utilizados pela derivação da hexose monofosfato e pela fosforilação oxidativa e como não possuem núcleo, não são capazes de sintetizar RNA mensageiro → não é capaz de produzir proteína, assim, quando alguma proteína plaquetária é inibida, a deficiência nessa proteína irá perdurar até o final da vida daquela plaqueta. Obs.: característica metabólica importante e peculiar das plaquetas é o fato dessas células possuírem um metabolismo próprio do ácido araquidônico (AA), no qual se produz apenas tromboxano A2: • Não há via de síntese de prostaciclina; • O metabolismo do AA é deflagrado no momento da ativação plaquetária: o Os mesmos estímulos que desencadeiam a ativação da fosfolipase C (principalmente IP3) também induzem a ativação da fosfolipase A2, que atua sobre a fosfatidilcolina e a fosfatidiletanolamina formando AA; o O AA sofre ação da enzima ciclooxigenase formando os endoperóxidos PGG2 e posteriormente PGH2;o A PGH2 é metabolizada pela tromboxano-sintetase, formando tromboxano A2; o A ação da fosfolipase A2 sobre a fosfatidilcolina gera um produto residual chamado fator ativador plaquetário (PAF), conhecido quimicamente como acetil-gliceril-éter- fosforilcolina (AGEPC), que tem um importante efeito agregador e ativador plaquetário. O termo hemostasia significa prevenção de perda sanguínea, e sempre que um vaso sanguíneo é seccionado ou rompido por diversos fatores, é provocada hemostasia por meio de múltiplos mecanismos: a. Constrição vascular do vaso lesionado; b. Formação de um tampão plaquetário na região de lesão; c. Formação do coágulo sanguíneo, presente em lesões mais intensas que as habituais, é composto por uma malha de fibras de fibrina que cursam em todas as direções e que retêm plaquetas, células sanguíneas e plasma; as fibras de fibrina aderem às superfícies lesadas dos vasos sanguíneos e, desse modo, o coágulo sanguíneo fica aderido a qualquer abertura vascular, impedindo a continuação da perda de sangue. d. e eventual crescimento do tecido fibroso no coágulo para o fechamento permanente do orifício do vaso causado pela lesão vascular. O Mecanismo Hemostático inclui três processos que ocorrem ao mesmo tempo no organismo: 1. Hemostasia Primária: que estanca o sangramento pela formação do trombo ou tampão plaquetário; 2. Hemostasia Secundária: que evita o ressangramento, pela formação de uma rede adesiva de fibrina que consolida o trombo, este que passa a se chamar de coágulo. 3. Fibrinólise Constrição Vascular Imediatamente após um corte ou ruptura do vaso sanguíneo, o trauma da própria parede vascular faz com que a musculatura lisa dessa parede se contraia, e esse mecanismo reduz de forma instantânea o fluxo de sangue pelo vaso lesado. A contração resulta dos seguintes mecanismos: 1. espasmo miogênio local, por ativação do mecanismo de reflexo miogênico; 2. fatores autacoides locais liberados pelos tecidos traumatizados e pelas plaquetas; 3. e reflexos nervosos ativados por impulsos nervosos dolorosos ou por impulsos sensoriais, originados no vaso traumatizado ou nos tecidos vizinhos. Além disso, para os vasos menores, as plaquetas são responsáveis por grande parte da vasoconstrição através da liberação de um potente vasoconstritor e agregador plaquetário, o TROMBOXANO A2. Tampão Plaquetário O reparo plaquetário das aberturas vasculares depende de várias funções importantes da própria plaqueta. Quando as plaquetas entram em contato com a superfície vascular lesada, especialmente com as fibras de colágeno da parede do vaso, alteram inúmeras de suas características de forma drástica: • As plaquetas começam a se dilatar, assumindo formas irregulares com inúmeros pseudópodes que se projetam de suas superfícies. • E suas proteínas contráteis se contraem fortemente, provocando a liberação de grânulos que contêm vários fatores ativos que se ligam ao colágeno expostos pelos tecidos e a proteínas, especialmente o fator de von Willebrand que vaza do plasma para o tecido traumatizado. • Há também liberação de grande quantidade de ADP e suas enzimas formam o tromboxano A2 (TXA2); ambas substâncias atuam na ATIVAÇÃO E AGREGAÇÃO plaquetária. Portanto, a parede vascular lesada ativa um número sucessivamente maior de plaquetas que atraem cada vez mais plaquetas, formando assim o tampão plaquetário; entretanto, esse tampão inicial ainda possui consistência difusa e pouco compacta. A seguir, durante o processo subsequente de coagulação do sangue, são formados filamentos de fibrina, os quais se prendem de forma muito firme às plaquetas, construindo o tampão plaquetário compacto final. Formação do Coágulo Sanguíneo Esse coágulo começa a se desenvolver entre 15 a 20 segundos, se o trauma da parede vascular for grave, e entre 1 a 2 minutos, se o trauma for muito pequeno por substâncias ativadoras produzidas pela parede vascular traumatizada, pelas plaquetas e pelas proteínas sanguíneas que se aderem à parede do vaso lesado iniciam o processo de coagulação. Assim que o coágulo se forma, ele pode seguir um entre dois cursos: a) Pode ser invadido por fibroblastos que, subsequentemente, formam um tecido conjuntivo por todo o coágulo→ geralmente coágulo formado em pequeno orifício e é continua até a completa organização do coágulo em tecido fibroso (aprox. 1-2 semanas). b) Ou o coágulo pode se dissolver. : a formação do tampão plaquetário no sítio de Injúria Vascular requer a integridade de três sistemas: ADESÃO, ATIVAÇÃO E AGREGAÇÃO. 1) Com a LESÃO endotelial, elementos da matriz extracelular que compõe o subendotélio são expostos à circulação sanguínea. Além da lesão vascular, estímulos inflamatórios como citocinas e LPS bacteriano induzem a expressão do fator tecidual na célula endotelial, resultando na ativação da cascata de coagulação sanguínea. 2) Assim, e as plaquetas irão ADERIR ao subendotélio. O colágeno da membrana basal e do estroma extravascular é o principal substrato para a adesão plaquetária. A adesão se inicia mediante à presença das Glicoproteínas Ia/IIa (GP Ia/IIa) VI (GP IV). A Ligação Colágeno-GP VI, além de participar do fenômeno de adesão, transmite os primeiros sinais de ativação plaquetária. 3) Elas serão ATIVADAS principalmente pela liberação dos conteúdos dos grânulos plaquetários: trombina, ADP, tromboxano A2, serotonina, colágeno, adrenalina, PAF. Ao se ligarem aos seus receptores específicos de membrana, os agonistas ativam a proteína Gq, que induz a cascata de sinalização via Fosfolipase C→ hidrolisa o Pip-2 → em segundos mensageiros: IP3 e DAG. DAG: alteração da conformação do receptor glicoproteico GP IIb/IIIa, tornando possível a ligação de proteínas de adesão necessárias para o fenômeno de agregação plaquetária, tais como o FVW e o fibrinogênio. IP3: por outro lado, se liga em receptores de membrana do sistema tubular denso da plaqueta, promovendo a mobilização de cálcio intracelular, o qual participa de diversas fases da hemostasia envolvendo as plaquetas, tais como a ativação do sistema contrátil actina-miosina, resultando na mudança da forma discoide para esférica e liberação do conteúdo dos grânulos plaquetários. Além disso, o aumento do Ca+2 intracelular promove a ativação da Fosfolipase C, que libera o Ácido Araquidônico da Membrana Fosfolipídica. Este ácido liberado é então substrato para as Enzimas Cicloxigenases (COX1, COX2 e Peroxi-dase), que desencadeiam a síntese das Prostaglandinas. A Enzima Tromboxano Sintetase age sobre a Prostaglandina, realizando assim a síntese do Tromboxano A2 (TXA2). O TXA2 age como um potente Agregador de Plaquetas (maior descoberto até agora) e vasoconstritor. 4) Uma vez ativadas, elas passam a expressar em sua superfície o receptor GP IIb/IIIa. 5) Em seguida, ocorre o fenômeno conhecido como AGREGAÇÃO plaquetária, onde as plaquetas juntam-se umas às outras através de proteínas de adesão, como o fator de von Willebrand (FVW), por meio da interação com o receptor plaquetário GP Ib/V/IX. 6) Nesse processo, o Fator De Von Willebrand (FVW) e o fibrinogênio se ligam ao receptor GP IIb/IIIa e formam pontes entre plaquetas adjacentes, culminando com a formação do TROMBO FIRME, bem aderido, e com várias camadas compactas de plaquetas, conseguindo “estancar” o sangramento em curto espaço de tempo. Observação! Uma plaqueta em repouso tem receptores de GPIIb/IHa que não ligam fibrinogênio, VWF nem outros ligantes. A estimulação de uma plaqueta leva a um aumento de moléculas de GPHb/IIIa, permitindo, assim, a ligação cruzada da plaqueta via VWF e pontes de fibrinogênio. Obs.: Após a ativação das plaquetas pelos mecanismos de adesão, ativação e agregação, a função desses fragmentos celulares deve ser inibida após a finalização da injúria tecidual; a inibição da ativação plaquetária ocorre por meiodo AMPc, em que a prostaciclina (PGI2) liberada pelas células endoteliais ativa a enzima adenilil-ciclase, aumentando a formação do AMPC (proteína Gs). O aumento do AMPc irá inibir a liberação de cálcio do sistema tubular denso para o citoplasma, impedindo a ação de diversas enzimas envolvidas no mecanismo de ativação plaquetária. Além disso, as próprias plaquetas contribuem diretamente para a CONTRAÇÃO DO COÁGULO pela ativação da trombostenina da actina e da miosina plaquetárias, que são proteínas contráteis causadoras de forte contração das espículas plaquetárias presas às fibrinas. Esse efeito também auxilia a compressão da malha de fibrina até um volume menor; essa contração é auxiliada e acelerada pela trombina e pelos íons cálcio, liberados dos reservatórias de cálcio nas mitocôndrias e retículo endoplasmático das plaquetas. Com a retração do coágulo, as bordas de abertura do vaso sanguíneo são tracionadas, contribuindo ainda mais para a hemostasia. O fluxo sanguíneo tem papel fundamental na hemostasia, sendo capaz de influenciar a dinâmica da formação do trombo, pois a velocidade do sangue é menor próximo à parede do vaso quando comparada ao centro, onde é maior. Isto cria camadas justapostas com diferentes velocidades de fluxo sanguíneo, o que gera uma espécie de atrito entre elas, denominado shear stress. Em condições normais, o FVW circulante não interage com as plaquetas; entretanto, com a lesão vascular em vigor, o FVW liga-se ao colágeno exposto na matriz extracelular (M.E.C.) subendotelial e sob condições de elevado shear stress, sofre mudanças em sua conformação, expondo o seu sítio de ligação para o receptor plaquetário GP Ib/V/IX localizado na membrana da plaqueta. Caso a lesão vascular ocorra em vasos com baixo shear stress, o colágeno exposto pela M.E.C. subendotelial é capaz de mediar a adesão plaquetária através da interação com os receptores plaquetários GP Ia/IIa e com o receptor GPVI. Outros elementos proteicos adesivos da matriz extracelular endotelial, tais como fibronectina, trombospondina e laminina também interagem com as plaquetas circulantes durante a lesão vascular, se ligando principalmente aos receptores integrinas localizados na membrana plaquetária. Curiosidade! O Ácido Acetilsalicílico (AAS) tem como efeito inibir a Cicloxigenase (COX), sendo que nas Plaquetas, isso diminui a produção de Tromboxano, um tipo de lipídio que favorece a Agregação Plaquetária, consequente-mente diminui a possibilidade de formação de coágulos. Nisso o AAS diminui a Viscosidade Sanguínea, sendo que a viscosidade está relacionada a resistência de um liquido em fluir e não está relacionada com a densidade que é a relação massa/volume. Importante! Fator von Willebrand (VWF): é sintetizado por células endoteliais e megacariócitos e armazenado nos corpúsculos de Weibel-Palade das células endoteliais e nos grânulos OL, apesar da maior parte ser continuamente secretada. Está envolvido na: • Adesão dependente das plaquetas à parede vascular e a adesão das plaquetas à outras plaquetas (agregação). • Também transporta o fator VIII da coagulação. • Pode ser liberado sob a influência de: estresse, exercício, adrenalina e infusão de desmopressina (I-diamino- 8-D-arginina vasopressina; DDAVP). O VWF liberado está em forma de multímeros grandes que são, em seguida, clivados no plasma para multímeros menores e monoméricos pela metaloprotease específica plasmática ADAMTS- 1 3 do AMPC (proteína Gs). O aumento do AMPc irá inibir a liberação de cálcio do sistema tubular denso para o citoplasma, impedindo a ação de diversas enzimas envolvidas no mecanismo de ativação plaquetária. O sistema de coagulação é representado por um conjunto de proteínas plasmáticas que, inicialmente, estão inativas (zimogênios), as quais ativam umas às outras numa sequência determinada. Tal processo faz com que o número de moléculas ativadas aumente exponencialmente (por exemplo: um fator ativa 10 moléculas de outro fator, e cada uma dessas ativa mais 10, e assim por diante – efeito de “cascata”). Desse modo, até mesmo pequenos estímulos Pró- Coagulantes podem resultar na produção de uma quantidade maciça de Fibrina. 1) Os monômeros de Fibrina se polimerizam e formam uma “rede” em volta do Plug Plaquetário, acumulando também Hemácias e Leucócitos: é o chamado Trombo Vermelho, geralmente formado na Circulação Venosa. 2) O Trombo Branco é composto quase que exclusivamente por Plaquetas (pouca Fibrina), e predomina na Circulação Arterial. Dentre os Fatores de Coagulação, apenas o Fator VIII não é sintetizado no Fígado. É interessante destacar que alguns Fatores de Coagulação necessitam de Modificações Pós-Sintéticas para funcionar adequadamente. Estamos nos referindo aos FATORES “DEPENDENTES DE VITAMINA K”, que constituem o chamado Complexo Protrombínico. São eles: *Os Fatores II, VII, IX, X; *As Proteínas C e S; E no que consiste esta modificação? A Vitamina K é necessária à Carboxilação dos resíduos de Ácido Glutâmico dessas moléculas. O Fosfolipídio Plaquetário (Fosfatidilserina) serve como um “gancho” no qual se prendem os Fatores de Coagulação com Resíduos Carboxilados. Desse modo são formadas Enzimas Multimoleculares imprescindíveis para a cascata de coagulação: a Tenase (X-ase, ou Ativador do Fator Dez, “Factor Ten”) e a Protrombinase (Ativador da Protrombina). Curiosidade! Os Cumarínicos, cujo principal exemplo é o Warfarin, inibem a Reação de Carboxilação Dependente de Vitamina K. O resultado final é o bloqueio na formação das Tenases (Intrínseca e Extrínseca) e da Protrombinase. Mas por que se formam Complexos Enzimáticos na superfície das Plaquetas? Existem duas razões: (1) a velocidade da Reação de Coagulação aumenta milhares de vezes na presença dessas Enzimas Multimoleculares; (2) a formação do Coágulo deve ser restrita ao sítio de Injúria Vascular, o que será facilitado se a Coagulação se processar na superfície do Trombo Plaquetário. As células endoteliais constituem a superfície interna dos vasos sanguíneos e estão em contato com o subendotélio, que é uma matriz extracelular composta por uma série de proteínas de adesão, como o colágeno, laminina, fibronectina, vitronectina e trombospondina. As células endoteliais contêm estruturas intracelulares específicas, denominadas corpúsculos de Weibel-Palade, que são organelas que armazenam proteínas, contendo caracteristicamente o Fator de Von Willebrand (FVW) e a P- selectina. O endotélio vascular é um elemento central da hemostasia primária, à medida que produz diversos fatores que modulam a função plaquetária, a coagulação, a anticoagulação e a fibrinólise. Esse endotélio influencia o tônus vascular e a função plaquetária pela liberação das seguintes substâncias: 1 Óxido Nítrico (NO): é o mais importante vasodilatador proveniente do endotélio vascular, também possuindo uma potente função de inibidor da função plaquetária. A síntese de NO ocorre pela ação da enzima óxido nítrico sintetase, a partir do aminoácido L-arginina. Essa síntese de NO é estimulada por diversos agentes, tais como o ADP, bradicinina, substância P e agonistas muscarínicos. 2 Prostaciclina (PGI2): é uma substância com potente ação vasodilatadora liberada pelo endotélio vascular, além de possuir importante ação de inibidor da função plaquetária. A PGI2 é um eicosanoide derivado do ácido araquidônico sintetizado nas células endoteliais. 3 Fator de Ativação Plaquetária (PAF): é uma molécula de estrutura fosfolipídica que promove a vasoconstrição e a adesão de leucócitos no endotélio vascular, além de ativar a função plaquetária. 4 Endotelina: as proteínas endotelinas compreendem uma família de peptídeos produzidos por diversos tipos celulares em todo o organismo. O endotélio sintetiza a endotelina-1, que promove a elevação do cálcio intracelular e aumento dotônus contrátil da musculatura lisa, resultando em vasoconstrição. A célula endotelial íntegra também está envolvida em vários mecanismos reguladores da geração de trombina e, consequentemente, da formação do coágulo de fibrina. Esse papel do endotélio vascular, denominado propriedade anticoagulante endotelial e mediada por substâncias anticoagulantes, impede que ocorra a coagulação normal do sangue circulante na ausência de lesão vascular. Essas substâncias anticoagulantes são as seguintes: 1 Glicosaminoglicanos: as células endoteliais sintetizam e expressam glicosaminoglicanos, como o Heparan- sulfato e o Dermatan-sulfato, os quais potencializam a atividade de substâncias inibidoras de serino proteases, como a antitrombina e o cofator II da heparina. A antitrombina é um potente inibidor de serino proteases, como a trombina e o fator Xa. 2 Componentes da Via da Proteína C: as células endoteliais sintetizam e expressam componentes essenciais para ativação e função da proteína C, uma proteína anticoagulante natural sintetizada pelo fígado. A trombomodulina (TM) é uma proteína produzida pelas células endoteliais que, ao formar um complexo com a trombina, ativa a proteína C. Essa proteína C ativada, então, promove a proteólise dos cofatores Va e VIIIa ativados e, assim, inibe a formação de trom-bina. A proteína S, sintetizada tanto pelo fígado como pelas células endoteliais, exerce a função de cofator da proteína C na inativação dos cofatores Va e VIIIa. 3 Inibidor da Via do Fator Tecidual (TFPI): o TFPI é uma proteína inibidora da ativação da coagulação dependente do fator tecidual, ao interagir com o fator Xa. Ao formar o complexo TFPI-fator Xa, este se liga ao complexo inicial da cascata de coagulação, denominado fator tecidual-fator VIIa, resultando na geração de um complexo quaternário que não possui atividade catalítica. Em circunstâncias normais, as plaquetas não interagem com o endotélio vascular. Da mesma forma, em condições de integridade vascular, o Fator Tecidual localizado nas camadas média e adventícia da parede do vaso não fica expostos ao sangue circulante e, portanto, não pode iniciar os eventos de ativação da hemostasia. Quando ocorre lesão vascular, entretanto, o fator tecidual e os elementos da matriz extracelular que compõe o subendotélio vascular são expostos ao sangue circulante, iniciando a formação de um trombo na parede do vaso sanguíneo. Nesse processo, as plaquetas aderem-se ao subendotélio, são ativadas e agregam-se umas às outras, através de proteínas de adesão, tais como o fator de von Willebrand (FVW) e o fibrinogênio. O fator tecidual, ao ser expresso, inicia a ativação da cascata de coagulação por meio da formação de um complexo com o fator VIIa, formando o complexo fator tecidual-fator VIIa, o que culmina na geração de trombina e de fibrina. Além da lesão vascular, estímulos inflamatórios como citocinas e LPS bacteriano induzem a expressão do fator tecidual na célula endotelial, resultando na ativação da cascata de coagulação sanguínea. O endotélio vascular também possui importante papel na fibrinólise do coágulo final compacto rico envolto por uma forte malha de fibrina. Ao sintetizar substâncias de propriedades fibrinolíticas - como o Ativador Tecidual Do Plasminogênio (t-PA), que forma um complexo com o plasminogênio na superfície do coágulo de fibrina, ativando o plasminogênio em plasmina que, então, degrada a rede de fibrina -, o endotélio vascular contribui para a retração do coágulo de fibrina quando este já não é mais necessário. Por outro lado, a célula endotelial também secreta o inibidor do ativador de plasminogênio (PAI-1), principal inibidor da ação do t-PA; esse mecanismo representa o equilíbrio entre o papel do endotélio em contribuir para a formação da rede de fibrina, e o seu papel em degradá-la por ativação da fibrinólise. Obs.: O colágeno da camada média é uma proteína que inicia a adesão das plaquetas e ativa o fator XII (FXII), que inicia a via intrínsica da cascata de coagulação, ao mesmo tempo em que ativa a fibrinólise; A exposição do subendotélio leva também à ativação do fator tissular (FT), considerado o principal iniciador da coagulação. Adesão plaquetária É a primeira etapa da hemostasia e ocorre em torno de 1 a 3 segundos após a lesão vascular. Quando a integridade do sistema vascular é rompida, o subendotélio é exposto e as plaquetas interagem com os componentes da matriz extracelular da parede do vaso sanguíneo. A plaqueta apresenta diversos receptores de adesão, entre eles o complexo glicoprotéico Ib (GPIbα, GPIbβ, GPIX e GPV), que a liga ao FvW → possibilita a adesão de outras plaquetas circulantes na superfície vascular: • GPIb atua como receptor para o FvW, formando uma ponte entre a plaqueta e endotélio e fixando a superfície plaquetária; essa ligação produz um canal na membrana plasmática que permite o influxo de Ca2+ , o qual posteriormente irá ativar a GPIIb/IIIa (cálcio dependente); • Ib/IX/V permitem a imobilização do FvW no local do vaso lesado; • Forma-se uma monocamada de células que cobrirá o tecido exposto; Essa adesão plaquetária é responsável por induzir uma rápida transdução de sinal, desencadeando uma série de eventos que sustentarão a adesão e a subsequente agregação plaquetária via receptor GpIIb/IIIa: • Ativação plaquetária; • Mudanças no citoesqueleto: a plaqueta modifica a sua forma através do rearranjo do citoesqueleto, passando de discoide para irregular graças à emissão de pseudópodes; • Contração e secreção dos conteúdos granulares Ativação plaquetária Na membrana externa, AGONISTAS PLAQUETÁRIOS promovem a ativação das plaquetas ao se ligam aos seus receptores específicos: • Agonistas plaquetários: ADP, trombina, epinefrina, fator de ativação plaquetária (PAF), tromboxano e colágeno; Esses agonistas se ligam à receptores específicos, levando à ativação da PROTEÍNA G, gerando: fosfolipase C → hidrolisa o fosfatidilinositol 4-difosfato (PIP-2) → gerando diacilglicerol (DAG) e o trifosfato de inositol (IP3); O DAG ativa a proteína quinase C (PKC), que leva à fosforilação de diversos substratos, inclusive da p47-phox, que contribuem para a secreção plaquetária de substâncias contidas nos grânulos densos e mudança de forma e agregação plaquetária e o IP3 provoca ↑Ca2+ intraplaquetário; • O ↑Ca2+ intraplaquetário gera: Estímulo para a síntese do tromboxano A2 (TXA2), o que ocorre a partir de uma série de reações: o ↑Ca2+ intraplaquetário → estimula a fosfolipase A2 (PLA2) → hidrolisa fosfolipídeos da membrana (particularmente fosfatidilcolina e fosfatidiletanolamina) → liberação do AA → substrato para as enzimas cicloxigenases (COX1, COX2 e peroxidase) → síntese das prostaglandinas PGG2 e PGH2 → sofre ação da tromboxano sintetase → síntese do TXA2; O TXA2 age como um potente agregador de plaquetas e vasoconstritor; Produz a fosforilação da cadeia leve de miosina: • Com a actina, também promove a mudança da forma das plaquetas; • Ao interagir com a actina, promove contração e compressão dos constituintes do citosol, ajudando na secreção de substâncias. Após a ativação, as plaquetas secretam o conteúdo dos GRÂNULOS DENSOS: ADP, cálcio, ATP, GTP e serotonina: • Serotonina: é um potente vasoconstritor que causa a contração das células musculares lisas vasculares, reduzindo com isso o fluxo sanguíneo local ao nível da lesão; • ADP: aumenta a adesão plaquetária e contribuem para a formação posterior de um agregado plaquetário pela ligação ao fibrinogênio; • E também a secreção dos α-GRÂNULOS, que se fundem para a membrana plasmática e liberam o seu conteúdo após a ativação das plaquetas: Contêm as moléculas adesivas, fator de crescimento, fibrinogênio, FvW, fibronectina e trombospondina, que promovem a adesão e a agregação adicional. Durante a fase de secreção ocorretambém a liberação de fator plaquetário 3 (PF3), um fosfolipídio de membrana que promove a ativação de fatores plaquetários → plaqueta passa a atuar na COAGULAÇÃO DO SANGUE. Agregação plaquetária As plaquetas ligam-se umas as outras, levando a formação da “teia plaquetária” É o resultado da ligação do fibrinogênio à GPIIb/IIIa: • O fibrinogênio se encontra solúvel no plasma e a GPIIb/IIIa está presente na membrana fosfolipídica da plaqueta; no entanto, GPIIb/IIIa é cálcio-dependente, e apenas se liga ao fibrinogênio após a plaqueta sofrer a alteração para a forma de pseudópode (influxo de Ca2+); • Essa reação de agregação plaquetária é auto-catalítica ativando outras plaquetas, levando à formação do tampão hemostático primário Algumas proteínas de coagulação estão presentes nas plaquetas, como o fator Va: • Liberado pelos grânulos α, serve como receptor para o fator Xa; • Forma o complexo VaXa, que ativa a protrombina (fator II) → trombina; • A trombina é responsável pelo > estímulo à conversão do fator V em Va, gerando ainda mais trombina; A Ativação do fator Xa na membrana das plaquetas também é importante etapa do início da coagulação, que exige ainda a ação de fatores IXa, VIIIa e de Ca2+ ; Plaquetas atuam na fase de contato da coagulação: com a liberação de ADP ocorre ativação do fator XII (fator contato), em presença de Fator IX e também participam da fase de estabilização do coágulo mediante a presença de fator XIII (fator estabilizador da fibrina), que contribui para a formação da rede de fibrina; O fibrinogênio (fator plaquetário 5) encontrado nos grânulos α, apesar de ser diferente do encontrado no plasma, parece atuar na fase de agregação das plaquetas Tem atividade do fator V; encontrando-se adsorvido à superfície da membrana, assim como nos grânulos α Também denominado fator ativador de fibrinogênio; parece intensificar a reação entre trombina e fibrinogênio, induzindo a agregação plaquetária Relacionado à capacidade das plaquetas de acelerarem o consumo de protrombina, formação de trombina e formação de fibrina; torna-se ativo apenas depois da estimulação plaquetária Também chamado fator anti-heparina; encontrado nos grânulos α Possui atividade de fibrinogênio; encontrado em grânulos α e na membrana Também denominado antiplasmina plaquetária Ainda conhecido como co-tromboplastina plaquetária A coagulação consiste em uma cadeia de reações que têm por finalidade a transformação do fibrinogênio em fibrina, sendo o ponto mais importante do mecanismo de coagulação; nessa conversão participam: • Fatores de coagulação: enzimas ativas que se formam a partir de proenzimas ou fatores inativos; • Ca2+ ; • Fosfolipídios presentes nas membranas e tecidos; • Proteínas que atuam no processo (procoagulantes) circulam no plasma, participando da formação de trombina, enzima importante na transformação do fibrinogênio em fibrina Mecanismo de ativação A coagulação ocorre em três etapas essenciais: 1 Em resposta à ruptura do vaso sanguíneo ou a problemas relacionados ao próprio sangue, ocorre uma complexa cascata de reações químicas e enzimáticas dentro da circulação sanguínea, com a participação de mais de uma dúzia de fatores de coagulação sanguínea, tendo como resultado efetivo a formação do complexo de substâncias ativadas, denominado ativador da protrombina; 2 O ativador da protrombina catalisa a conversão da protrombina em trombina; 3 A trombina atua como uma enzima que converte fibrinogênio em fibras de fibrina, a fibrina infiltra os agregados de plaquetas nos locais de lesão vascular e converte os tampões primários e instáveis em tampões hemostáticos firmes e estáveis. As reações mediadas por superfície ocorrem no colágeno exposto, no fosfolipídio plaquetário e no fator tecidual. Os fatores de coagulação são precursores de enzimas ou cofatores e todas a enzimas, exceto o fator XIII, são seriana- proteases, com função de hidrolisar ligações peptídicas dependentes de serina como centro ativo. Assim, o fator limitador da coagulação sanguínea é usualmente a formação do ativador da protrombina, e não as reações subsequentes além desse ponto, pois essas etapas terminais normalmente ocorre com muita rapidez para a formação do coágulo sanguíneo. As plaquetas também possuem papel importante na conversão da protrombina em trombina, pois grande parte da protrombina se fixa, logo no início dos eventos de hemostasia, aos receptores de trombina presentes nas plaquetas já ligadas ao tecido lesado. O fibrinogênio e a protrombina são proteínas plasmáticas sintetizadas em sua maior parte pelo fígado , e a protrombina é utilizada de forma contínua por todo o corpo para a ativação da coagulação sanguínea; por se tratar de uma proteína instável, a protrombina pode se dividir facilmente em compostos menores, um dos quais a trombina, necessária para catalisar a transformação de fibrinogênio em fibras de fibrina. A vitamina K é requerida pelo fígado para a ativação normal da protrombina, bem como para a formação de alguns outros fatores de coagulação. O fibrinogênio é uma proteína de alto peso molecular e, devido a sua grande dimensão molecular, pouca quantidade de fibrinogênio normalmente sai dos vasos sanguíneos para os líquidos intersticiais, e como o fibrinogênio é um dos fatores essenciais para o processo de coagulação, os líquidos intersticiais não coagulam. A trombina é uma enzima proteica com fracas capacidades proteolíticas, atuando sobre o fibrinogênio na remoção de quatro peptídeos de baixo peso molecular de cada molécula dessa proteína, formando os monômeros de fibrina, os quais possuem capacidade automática de se polimerizar com outros monômeros de fibrina para formar as fibras de fibrina. Portanto, muitas moléculas de monômeros de fibrina se polimerizam, em questão de segundos, em longas fibras de fibrina que constituem o retículo do coágulo sanguíneo. Nos estágios iniciais da polimerização, os monômeros de fibrina são mantidos unidos por fraca ligações de hidrogênio não covalente, e as fibras recém-formadas não possuem ligações cruzadas entre si; por conseguinte, o coágulo resultante é muito fraco e pode facilmente se romper. Entretanto, após isso, ocorre outro processo que fortalece enormemente o retículo de fibrina; esse processo envolve a substância denominada Fator Estabilizador De Fibrina (Fator XIII), presente em pequenas quantidades nas globulinas normais do plasma, mas que é liberada também pelas plaquetas retidas no coágulo. A mesma trombina que causa a formação das fibras de fibrina também ativa o Fator Estabilizador Da Fibrina (Fator XIIIa); a seguir, essa substância ativada atua como enzima para criar ligações covalentes entre um número crescente de monômeros de fibrina, bem como ligações cruzadas entre as fibras adjacentes de fibrina, aumento a força da malha. As plaquetas são necessárias para a retração do coágulo, pois estas se prendem às fibras de fibrinas de tal modo que, na verdade, elas ligam fibras diferentes. Ainda mais, as plaquetas retidas no coágulo continuam a liberar substâncias pró-coagulantes, sendo uma das mais importantes o fator estabilizador da fibrina, que cria mais ligações cruzadas entre as fibras de fibrina adjacentes. Além disso, as próprias plaquetas contribuem diretamente para a contração do coágulo pela ativação da trombostenina da actina e da miosina plaquetárias, que são proteínas contráteis causadoras de forte contração das espículas plaquetárias presas às fibrinas. Esse efeito também auxilia a compressão da malha de fibrina até um volume menor; essa contração é auxiliada e acelerada pela trombina e pelos íons cálcio, liberados dos reservatórias de cálcio nas mitocôndrias e retículo endoplasmático das plaquetas. Com a retração do coágulo, as bordas de abertura do vaso sanguíneo são tracionadas, contribuindo ainda mais para a hemostasia.Assim que o coágulo sanguíneo começa a se formar, ele normalmente se estende, em questão de minutos, para o sangue ao seu redor. Ou seja, o coágulo por si só desencadeia um círculo vicioso de feedback positivo para promover mais coagulação. Uma das causas mais importantes desse feedback positivo é o fato da ação proteolítica da trombina permitir que ela atue sobre vários dos outros fatores de coagulação, além do próprio fibrinogênio. Por exemplo, a trombina tem efeito proteolítico direto sobre a própria protrombina, tendendo a convertê-la em mais trombina, e essa também atua sobre alguns dos fatores de coagulação responsáveis pela formação do ativador da protrombina, como os fatores VIII, IX, X, XI e XII, além de amplificar a própria agregação plaquetária. Obs.: A coagulação pode ser realizada por duas vias Via intrínseca Via extrínseca Mais complexa, e ocorre mais lentamente (vários minutos) Tem menos estágios e ocorre mais rapidamente (segundos) se o trauma for grave Assim denominada pois seus fatores estão em contato direto ou no próprio sangue, não sendo necessária uma lesão externa (endotélio áspero ou danificado, proporcionando contato entre as plaquetas e as fibras de colágeno) É capaz de gerar trombina a partir do fator tissular (FT ou tromboplastina), que se liga ao fator VII, transformando-o em fator VIIa, capaz de ativar o fator X (Xa). Consiste em proteínas que circulam sob forma inativa ou precursora (zymogen), que formam 2 grupos: Enzimas (serina protease): fatores XII, XI, X, IX, VII, II, XIII e Cofatores: V, VIII, cininogênio de alto peso molecular (HMWK) As vias intrínseca e extrínseca se encontram em uma determinada fase e seguem uma via comum que culmina na formação de fibrina Os mecanismos mais complexos que iniciam a coagulação são desencadeados por trauma da parede vascular ou dos tecidos adjacentes, trauma ao sangue ou contato do sangue com as células endoteliais lesionadas ou com o colágeno e outros elementos teciduais por fora do vaso sanguíneo. Cada um desses casos leva à formação do Complexo Ativador de Protrombina que, por sua vez, provoca a conversão da protrombina em trombina e todas as etapas subsequentes da coagulação. Considera-se, em geral, que o ativador da protrombina seja formado por duas vias, que acabam por convergir entre si: pela via intrínseca, que começa no próprio sangue; e pela via extrínseca, que começa com o trauma da parede vascular e dos tecidos vizinhos. Tanto na via extrínseca como na via intrínseca, uma série de diferentes proteínas plasmática, denominadas fatores de coagulação sanguínea, possuem papel primordial. Em sua maioria, esses fatores são formas inativas de enzimas proteolíticas que, quando convertidas a suas formas ativas, possuem ações enzimáticas que causam as sucessivas reações em cascata da coagulação. Via Extrínseca A via extrínseca para o desencadeamento da formação do ativador de protrombina começa com o trauma da parede vascular ou com o trauma dos tecidos extravasculares que entram em contato com o sangue, levando às seguintes etapas: 1 Liberação do Fator Tecidual: o tecido traumatizado libera complexo de diversos fatores, chamado fator tecidual ou tromboplastina tecidual. Esse fator é composto, de modo especial, por fosfolipídios das membranas dos tecidos junto com complexos lipoproteicos, que atua principalmente como enzima proteolítica. 2 Ativação do Fator X: o fator tecidual ativa o Fator VII da coagulação e se junta com o Fator VII ativado, formando o complexo fator tecidual-fator VIIa que, em presença de íons cálcio, atua enzimaticamente sobre o Fator X para formar o Fator X ativado (Xa). 3 Efeito do Fator Xa para formar o Ativador de Protrombina: o Fator X ativado se combina imediatamente com os fosfolipídios teciduais que fazem parte dos fatores teciduais, ou com fosfolipídios adicionais liberados pelas plaquetas, além do Fator V da coagulação, formando um complexo denominado Ativador de Protrombina. 4 Em alguns segundos, em presença de Ca2+, essa combinação cliva a protrombina para formar a trombina, e o processo de coagulação prossegue de modo já explicado. De início, o Fator V no complexo ativador da protrombina está inativo, mas assim que o processo de coagulação se inicia e a trombina começa a se formar, a ação proteolítica da trombina cliva o Fator V em sua forma ativa, formando o Fator V ativado que, por sua vez, passa a ser um potente acelerador adicional da ativação da protrombina em trombina, pelo Complexo Ativador de Protrombina. Ao final da via extrínseca, conclui-se que o verdadeiro ativador da protrombina é o Fator X ativado que, por sua ação proteolítica, cliva a protrombina em trombina; essa, por sua vez, ativa o Fator V da coagulação, o qual atua como grande acelerador da atividade protease do Complexo Ativador da Protrombina. Esse mecanismo constitui um feedback positivo, em que o Fator X ativado atua sobre a protrombina para formar a trombina que, por sua vez, ativa o Fator V para amplificar a ação do Complexo Ativador de Protrombina, acelerando ainda mais a conversão de protrombina em trombina. Via Intrínseca O segundo mecanismo para o desencadeamento da formação do Complexo Ativador de Protrombina e, portanto, para a ativação da coagulação, é denominado via intrínseca da coagulação e começa com o trauma ao próprio sangue ou a exposição do sangue ao colágeno da parede vascular traumatizada, ou ainda quando o sangue entra em contato com uma superfície contendo cargas elétricas negativas. Tal processo requer ainda a presença de outros componentes do plasma: pré-calicreína e cininogênio de alto peso molecular. Como se segue: 1 Ativação do Fator XII e Liberação dos Fosfolipídios Plaquetários: o trauma ao sangue ou a exposição do sangue ao colágeno da parede vascular lesionada altera dois importantes fatores de coagulação do sangue: o Fator XII e as plaquetas. Quando o Fator XII é afetado, tal como ao entrar em contato com o colágeno, ele assume nova configuração molecular que o converte na enzima proteolítica denominada Fator XIIa. Simultaneamente, o trauma sanguíneo também lesa as plaquetas, devido à sua aderência ao colágeno, causando a liberação de fosfolipídios plaquetários que contêm a lipoproteína denominada Fator Plaquetário III, que também participa das reações de coagulação subsequentes. 2 O fator XIIa atua convertendo a Pré-Calicreína em Calicreína que atua de maneira estimulatória na ativação do Fator XII (feedback positivo) 3 Ativação do Fator XI: o Fator XIIa atua enzimati-camente sobre o Fator XI, ativando-o para a sua forma de Fator XI ativado. Essa reação necessita do cininogênio de alto peso molecular -CAPM-, e é acelerada pela molécula de pré-calicreína. 4 Ativação do Fator IX: o Fator XI ativado atua enzimaticamente sobre o Fator IX e converte-o em sua forma ativa, denominada Fator IX ativado. 5 Ativação do Fator X: o Fator IX, atuando em conjunto com o Fator VIIIa e com os fosfolipídios de membrana e com o fator plaquetário II, cliva o Fator X para a sua forma ativa, denominada Fator Xa. 6 Formação do Complexo Ativador da Protrombina: essa etapa, na via intrínseca da cascata de coagulação sanguínea, é a mesma etapa presente na via extrínseca. Ou seja, o Fator X ativado se combina com o Fator V e com as plaquetas ou com os fosfolipídios teciduais para formar o Complexo Ativador da Protrombina que, por sua vez, desencadeia a clivagem da protrombina para formar trombina, a qual cliva o Fator V para a sua forma ativa, denominada Fator V ativado, processo esse que resulta na aceleração da conversão de mais protrombina em trombina. Obs.: VIA COMUM O fator Xa se liga ao fator V, Ca2+ e fosfolipídios formando um segundo complexo que ativa o fator II (PROTROMBINA): • Xa+Va+Ca2++fosfolipídios → fator IIa (TROMBINA); O fator IIa converte FIBRINOGÊNIO EM FIBRINA,produto final da coagulação: • A fibrina formada é instável; • Pela ação do fator XIIIa (ativada pela trombina), a fibrina se torna estável e insolúvel → mantém o coágulo resistente. As vias extrínseca e intrínseca se complementam • Via extrínseca: seu mecanismo rápido permite a produção de pequenas quantidades de trombina, a qual age sobre os fatores V e VIII, acelerando a via extrínseca; • Via intrínseca: o fator XIIa Também age sobre o fator VII da via extrínseca, tornando-o mais reativo Foi proposto que a hemostasia requer substâncias procoagulantes ativadas que permaneçam localizadas no sítio da lesão para a formação de tampão plaquetário e de fibrina neste local. Neste novo modelo, o processo de coagulação sanguínea é iniciado pela exposição de FT na corrente sanguínea. Dessa forma, o FT é exposto na circulação sanguínea pela lesão endotelial e de células vizinhas ou pela ativação de células endoteliais ou monócitos. Muitas evidências sugerem que o FT está também presente no sangue em micropartículas provenientes de membranas fragmentadas de vários tipos de células, como leucócitos e células endoteliais, bem como de plaquetas. O complexo FVIIa/FT ativa não somente o fator X, mas também o fator IX. Sendo fundamental para iniciar a coagulação in vivo. Haja visto que O FT é o único iniciador da geração de trombina e formação da fibrina. Funciona por uma rede de alças de amplificação e feedback negativo que assegura a produção localizada e limitada. A geração de trombina é dependente de 3 complexos enzimáticos constituídos de Protease, Cofator, Fosfolipídios (PL) e Cálcio. OS complexos são as Vias Intrínseca (VIIa, TF, PL e Ca2+) e Via Intrínseca (IXa, VIIIa, PL, Ca2+) que convergem para formação do fator Xa e a Via Comum da Protrombinase (Xa, Va, PL e Ca2+). Fase de Iniciação: Ocorre quando células que expressam o FT em sua superfície são expostas aos componentes do sangue no sítio da lesão. O FT, uma vez ligado ao FVII presente no sangue, rapidamente o ativa em F VIIa formando o complexo F VIIa/FT (Complexo Tenase), responsável pela ativação de pequenas quantidades de FIX e FX. O FXa associado com o seu cofator, FVa, forma um complexo denominado protrombinase na superfície da célula que expressa o FT. Esse complexo transforma pequenas quantidades de protrombina (Fator II) em trombina, que são insuficientes para completar o processo de formação do coágulo de fibrina, mas são de fundamental importância para a fase de amplificação da coagulação. O FIXa atua na fase de propagação junto com fator VIIIa, formando o complexo Tenase e ativando o FX. As reações responsáveis pela iniciação da coagulação ocorram constantemente fora do espaço vascular em indivíduos saudáveis. Desse modo, a via de iniciação perma-nece continuamente ativa, gerando pequenas quantidades de fatores ativados no estado basal. Assim, pequenas quantidades de trombina são produzidas continuamente fora do espaço vascular, independente de lesão vascular. Portanto, admite-se que pequena atividade da via do FT ocorre todo o tempo no espaço extravascular. O processo da coagulação segue para a fase de amplificação somente quando há dano vascular, permitindo que plaquetas e FVIII (ligado ao fator de von Willebrand) entrem em contato com o tecido extravascular onde se aderem às células que expressam FT. Fase de Amplificação A Via Extrínseca é rapidamente inativada pelo Inibidor da Via do Fator Tecidual (FPI), que forma um complexo com o FVIIa, TF e o FXa. A pequena quantidade de trombina gerada pelas células que expressam o FT durante a iniciação possui várias funções importantes; ela pode interagir com as plaquetas e o complexo FVIII/FvW, desse modo, iniciando o processo hemostático culminando na formação de fibrina estável 1 A principal função é a ativação máxima de plaquetas: • Expõem receptores e sítios de ligação (Fator III) para os fatores da coagulação ativados. • As plaquetas alteram a permeabilidade de suas membranas, permitindo influxo de Ca2+ e efluxo de substâncias quimiotáticas que atraem os fatores da coagulação para sua superfície. • Liberam o FV parcialmente ativados. 2 Ativação de cofatores FV e FVIII na superfície das plaquetas ativadas. • O complexo FVIII/FvW é dissociado, permitindo o FvW mediar a adesão e agregação plaquetárias no sítio da lesão, o FVIIa atua na formação do complexo Tenase. 3 A Trombina também ativam o FXI a FXIa na superfície da plaqueta durante essa fase. • A ativação do FXI pela trombina na superfície das plaquetas explica porque o FXII não é necessário para a hemostasia normal. Na fase de amplificação, a Via Intrínseca, formada pelo complexo IXa e VIIIa (Complexo Tenase) na superfície do fosfolipídio e na presença de Ca2+, ativa o fator Xa suficientemente; O FXa em combinação com FVa, PL e Ca2+ forma o complexo Protrombinase, e resulta na formação explosiva de Trombina, que age no fibrinogênio para formar o coágulo de fibrina. Fase de Propagação É caracterizada pelo recrutamento de um grande número de plaquetas para o sítio da lesão e pela produção dos complexos tenase e protrombinase na superfície das plaquetas ativadas. 1 O FIXa ativado durante a fase de iniciação pode agora se ligar ao FVIIIa na superfície das plaquetas formando o complexo tenase. Uma quantidade adicional de FIXa pode também ser produzida pelo FXIa ligado às plaquetas. A quantidade de FXa deve ser produzida diretamente na superfície da plaqueta pelo complexo FIXa/FVIIIa. 2 Finalmente, o FXa rapidamente se associa ao FVa ligado à plaqueta durante a fase de amplificação, resultando na formação do complexo protrombinase, o qual converte grande quantidade de protrombina em trombina. 3 Esta é responsável pela clivagem do fibrinogênio em monômeros de fibrina, que polimerizam para consolidar o tampão plaquetário inicial. A Trombina hidrolisa o Fibrinogênio, liberando Fibrimopeptídeos A e B para formar monômeros de fibrina. Os monômeros de fibrina se unem espontaneamente para formar um polímero frouxo e insolúvel de fibrina. O fator XIIIa ativado pela trombina atua estabilizando os polímeros de fibrina com a formação de ligações covalentes cruzadas. O Fibrinogênio consiste em 2 subunidades idênticas, cada uma com 3 cadeias polipeptídicas dissimilares (α, β e γ) ligadas por pontes dissulfeto. Após a clivagem, formam-se 2 monômeros com 3 cadeias pareadas que se polimerizam. Fase de Finalização Uma vez formado o coágulo de fibrina sobre a área lesada, o processo de coagulação deve se limitar ao sítio da lesão para se evitar a oclusão trombótica do vaso. Intervêm quatro anticoagulantes naturais, o inibidor da via do fator tecidual (TFPI), a proteína C (PC), a proteína S (PS), e a antitrombina (AT). 1. O TFPI é uma proteína secretada pelo endotélio, que forma um complexo quaternário FT/FVIIa/FXa/TFPI inativando os fatores ativados e limitando a coagulação. 2. As proteínas C e S são dois outros anticoagulantes naturais, com capacidade de inativar os cofatores procoagulantes FVa e FVIIIa. A proteína C é uma glicoproteína plasmática dependente de vitamina K, cuja síntese, quando ativada, promove a proteólise dos cofatores Va e VIIIa. A proteína C (PC) é ativada pela trombina, que está ligada à proteína transmembrânica trombomodulina (TM) na superfície das células endoteliais intactas. 3. A atividade da PC é aumentada por outro cofator inibidor, também vitamina K dependente, a proteína S (PS). No plasma humano, aproximadamente 30% da PS circula como proteína livre, consistindo na fração que funciona como cofator da PC ativada. 4. Um outro anticoagulante é a antitrombina (AT), a qual inibe a atividade da trombina e outras serino proteases,tais como FIXa, FXa, FXIa e FXIIa. As células endoteliais produzem uma variedade de glicosaminoglicanos, que funcionam como sítios de ligação, de alta afinidade, para a AT, que são cruciais para uma rápida inativação da trombina. 5. A heparina é polissacarídeo conjugado com forte carga negativa. Por si própria, tem pouca ou nenhuma propriedade anticoagulante, mas quando se combina com a antitrombina III a eficácia da antitrombina para a remoção de trombina aumenta por 100 a 1.000 vezes e, dessa forma, ela atua como anticoagulante. Assim, em presença de heparina em excesso, a remoção da trombina livre do sangue circulante pela antitrombina III é quase instantânea. A heparina é produzida por várias células diferentes do corpo, mas quantidades particularmente grandes são formadas pelos mastócitos basofílicos localizados no tecido conjuntivo pericapilar Obs.: INIBIDORES DA COAGULAÇÃO→ Responsáveis por regular a quantidade de trombina formada, evitando a trombose; - São acionados ao mesmo tempo que a coagulação; São classificados em 2 grupos: • Inibidores das serinas-proteases, ou antitrombinas: podem ser heparina- dependentes (antitrombina e heparina cofator II) ou independentes (α2-macroglobulina e α1- antitripsina); • Inibidores de cofatores ativados (fatores Va e VIIIa): incluem a proteína C e a proteína S. Após a formação da fibrina, começa a ser ativado o mecanismo fibrinolítico, que procura remover o coágulo e restabelecer a circulação normal ao mesmo tempo em que há restituição do endotélio. É mais simples e também apresenta 2 vias (extrínseca e intrínseca) com uma via comum, a qual converte plasminogênio em plasmina, responsável pela lise da fibrina: • Via intrínseca: plasminogênio é ativado em plasmina pelo fator XIIa (o mesmo que inicia a via intrínseca da coagulação); • Via extrínseca: o plasminogênio sofre ação de ativadores do tecido (p.ex.: fator tissular – FT), de modo semelhante à ativação do fator VII na via extrínseca. A plasmina cinde a fibrina em pequenos fragmentos chamados produtos de degradação da fibrina (PDF): pequenos peptídeos que devem ser removidos da circulação pelo sistema reticuloendotelial, especialmente pelas células de Kupffer As proteínas do plasma contêm uma euglobulina, chamada plasminogênio que quando ativada se transforma na plasmina. A plasmina é enzima proteolítica semelhante à tripsina. A plasmina digere as fibras de fibrina e algumas outras proteínas coagulantes, como o fibrinogênio, o FV, o FVIII, a protrombina e o FXII. Assim, sempre que a plasmina é formada, ela pode causar a lise do coágulo, pela destruição de muitos dos fatores da coagulação, podendo algumas vezes causar a hipocoagulabilidade do sangue. Ativação do Plaminogênio Quando o coágulo é formado, grande quantidade de plasminogênio fica retida no coágulo junto com outras proteínas do plasma. O plasminogênio não vai se transformar em plasmina ou causar lise do coágulo até que seja ativado. Os tecidos lesados e o endotélio vascular liberam lentamente ativador potente, chamado ativador do plasminogênio tecidual (AP-t) que, alguns dias mais tarde depois que o coágulo interrompeu o sangramento, eventualmente converte o plasminogênio em plasmina, que, por sua vez, remove os restos inúteis do coágulo sanguíneo. Assim, a função especialmente importante do sistema da plasmina é a de remover diminutos coágulos de milhões de diminutos vasos periféricos que possivelmente ficariam ocluídos em locais onde não existiria outra possibilidade de desobstrução. A Vitamina K é necessária para a síntese hepática normal de 4 fatores de coagulação (FII, FVII, FIX e FX), da Proteína C e da Proteína S. Os fatores de coagulação e as proteínas são inativos na forma de polipeptídeos não-modificados após síntese proteica no ribossomos. Essas proteínas assumem atividade biológica pela sua carboxilação pós-tradução nos resíduos de ácido glutâmico aminoterminais IX a XII. Os resíduos de glutamato γ-carboxilados (mas não os resíduos de glutamato não-modificados) são capazes de ligar-se ao Ca2+. A ligação ao Ca2+ induz uma mudança de conformação nessas proteínas, que é necessária para sua ligação eficienre a superfície dos fosfolipídios. A capacidade das moléculas γ-carboxiladas de se ligar ao Ca2+ aumenta a atividade enzimática dos 4 fatores da coagulação IIa, VIIa, IXa,Xa e da Proteína Ca em 1.000x. Por conseguinte, a carboxilação dependente da Vitamina K é crucial para a atividade enzimática das moléculas. Durante a reação, a vitamina K é oxidada ao 2,3-epóxido inativo. A seguir é necessária uma enzima, a Epóxido Redutase, para converter o 2,3-epócido inativo na forma reduzida ativa da vitamina K. Sendo a regeneração da vitamina K reduzida essencial para a síntese constante dos fatores de coagulação. A deficiência de vitamina K cauda redução da formação dos fatores de coagulação pelo fígado. Essa vitamina é fator essencial para a carboxilase hepática que adiciona um grupo carboxila a radicais de ácido glutâmico a cinco dos fatores importantes da coagulação: protrombina, Fator VII, Fator IX, Fator X e proteína C. Ao adicionar o grupamento carboxila a radicais de ácido glutâmico nos fatores da coagulação imaturos, a vitamina K é oxidada, ficando inativa. Outra enzima, a epóxi redutase da vitamina K-complexo 1 (VKOR cl), reduz a vitamina K de volta à sua forma ativa. Na ausência de vitamina K ativa, a insuficiência subsequente destes fatores de coagulação no sangue pode levar a tendências hemorrágicas graves. A vitamina K é continuamente sintetizada no trato intestinal por bactérias, de modo que a deficiência de vitamina K só raramente ocorre na pessoa normal como o resultado da falta de vitamina K na dieta (exceto em neonatos, antes que sua flora intestinal se estabeleça). Entretanto, em presença de doença gastrointestinal, a deficiência de vitamina K ocorre em geral como resultado da disabsorção de gorduras pelo trato gastrointestinal. Uma das causas mais prevalentes da deficiência de vitamina K é a falha do fígado de secretar bile no trato gastrointestinal. A ausência de bile impede a digestão e a absorção adequadas de gorduras e, portanto, também deprime a absorção de vitamina K. Assim, a doença hepática causa diminuição da produção de protrombina e de outros fatores de coagulação, tanto pela disabsorção da vitamina K, quanto pela doença das células hepáticas. O uso de estrógeno exógeno induz alterações significativas no sistema de coagulação, culminando com aumento da geração de trombina: • Aumento dos fatores de coagulação (fibrinogênio, VII, VIII, IX, X, XII e XIII); • Redução dos inibidores naturais da coagulação (proteína S, antitrombina e PAI-1); - Em 2004, foi demonstrado que o tipo de estrogênio utilizado em terapia hormonal tem influencia no risco para trombose venosa: o uso de estrogênios equinos conjugados (EEC) está associado a aumento de risco para TEV comparado aos estrogênios esterificados (não disponível no Brasil) devido o EEC produzir 52% mais resistência à proteína C ativada do que os estrogênios esterificados, o que culmina em maior produção de trombina pelo EEC do que pelo último Além disso, o sistema de coagulação é alterado pelo simples passar dos anos pelo aumento de fibrinogênio, fator VII, VIII, IX, HMWK e precalicreína durante o processo fisiológico de envelhecimento; em adição, há aumento da adesividade plaquetária, da α2-antitripsina e da homocisteína e o envelhecimento também está relacionado com a redução de PGI2 pelo endotélio. Agentes antiplaquetários As classes de fármacos antiplaquetários de uso clínico corrente incluem inibidores de ciclo-oxigenase (COX) O ácido acetilsalicílico inibe a síntese de prostaglandinas e, por conseguinte, a reação de liberação dos grânulos das plaquetas, interferindo na agregação plaquetária normal. De modosucinto, a ativação de plaquetas e células endoteliais induz clivagem dos fosfolipídios de membrana pela fosfolipase A2 (FLA2) e liberação de ácido araquidônico. A seguir, o ácido araquidônico é transformado em endoperóxido cíclico (também conhecido como prostaglandina G2 ou PGG2) pela enzima COX. Nas plaquetas, o endoperóxido cíclico é convertido em tromboxano A2 (TxA2). O TxA2, ao atuar por meio dos receptores TxA2 de superfície celular, provoca vasoconstrição localizada e age como potente indutor da agregação plaquetária e da reação de liberação dos grânulos das plaquetas. Nas células endoteliais, o endoperóxido cíclico é convertido em prostaciclina (PGI2). Por sua vez, a PGI2 provoca vasodilatação localizada e inibe a agregação plaquetária e a reação de liberação do conteúdo dos grânulos das plaquetas. O ácido acetilsalicílico atua por acetilação covalente de um resíduo de serina próximo ao sítio ativo da enzima COX, inibindo, assim, a síntese de endoperóxido cíclico e de vários de seus metabólitos. Na ausência de TxA2, observa-se acentuada redução da agregação plaquetária e da reação de liberação dos grânulos das plaquetas. Como as plaquetas não contêm DNA nem RNA, essas células são incapazes de regenerar uma nova enzima COX após a inativação permanente de toda a COX disponível pelo ácido acetilsalicílico. Em outras palavras, as plaquetas tornam-se irreversivelmente “envenenadas” durante toda a sobrevida dessas células (7 a 10 dias). Apesar de o ácido acetilsalicílico também inibir a enzima COX nas células endoteliais, sua ação não é permanente nessas células, uma vez que elas são capazes de sintetizar novas moléculas de COX. Por conseguinte, a produção de prostaciclina pelas células endoteliais não é relativamente afetada pelo ácido acetilsalicílico em doses farmacologicamente baixas. Com mais frequência, o ácido acetilsalicílico é utilizado como agente antiplaquetário para evitar a trombose arterial, que resulta em ataque isquêmico transitório, acidente vascular encefálico e infarto do miocárdio. A COX-1 é a isoforma predominante da COX nas plaquetas, enquanto as células endoteliais parecem expressar tanto a COX-1 quanto a COX- 2 em condições fisiológicas. Como o ácido acetilsalicílico inibe tanto a COX-1 quanto a COX-2 de modo não seletivo, esse fármaco atua como agente antiplaquetário efetivo. Em contrapartida, os inibidores seletivos da COX-2 não podem ser usados como agentes antiplaquetários, uma vez que são inibidores fracos da COX-1. Além disso, o emprego dos inibidores seletivos da COX- 2 parece estar associado a risco cardiovascular aumentado, levando à retirada da maioria desses fármacos do mercado Observou-se que a vitamina C atua com maior intensidade na etapa pré-formação do coágulo alterando a sua estrutura, os resultados indicaram que a vitamina C inibe a formação de novos trombos e impede a progressão de trombos já formados. Os resultados revelaram redução nos valores de dímeros D com significância estatística quando tratado com vitamina C antes da formação do coágulo, e também, na primeira e na segunda hora, após ocorrer o processo de coagulação. Nos estudos utilizando pool de plasmas, diferença significativa foi observada somente na primeira hora. O peso do coágulo do sangue total apresentou redução significativa somente quando tratado com vitamina C antes do processo de coagulação, enquanto com o pool não houve diferença significativa. A morfologia do coágulo tratado com vitamina C mostrou intensa autólise na região periférica formando uma espécie de cápsula ao redor da estrutura e pequena quantidade de fibrina na região central, enquanto o coágulo tratado com solução salina apresentou moderada quantidade de fibrina em toda área observada. Concluiu-se que a vitamina C atua com maior intensidade na etapa pré-formação do coágulo, alterando a sua estrutura. No coágulo já formado, a redução na geração do Dímero D até a segunda hora sugere uma inibição do processo fibrinolítico porém, à medida que o ácido ascórbico vai perdendo sua atividade estes valores se igualaram ao controle. Mesmo havendo necessidade de maiores estudos sobre seu mecanismo de ação, estes resultados demonstraram que a vitamina C interfere no processo de coagulação, o que explicaria sua atividade na desobstrução de cateteres venosos. • Trombocitopenia: redução da concentração de plaquetas no sangue • Trombocitose: aumento da concentração de plaquetas A megacariocitopoiese é regulada pelo número de plaquetas circulantes, por meio de mecanismos de feedback positivo e negativo. Assim, a trombocitopenia é um fator estimulante a megacariocitopoioese, enquanto que a trombocitose inibe tais mecanismos Causas da trombocitose: A trombocitose pode ser primária, também denominada essencial, ou reativa, secundária a outras doenças. A primária (ou essencial) se deve a formas de doenças mieloproliferativas, como a leucemia mielógena, a policitemia vera e a mielofibrose. A reativa pode ser ocasionada por inflamações, hipoesplenismo (função diminuída do baço), deficiência de ferro, anemias regenerativas, endocrinopatias, neoplasias, terapias соm corticoides, etc. Causas da trombopenia: Trombocitopenia induzida por heparina; A síndrome dos anticorpos antifosfolípides; A coagulação intravascular disseminada (CIVD); Microangiopatias trombótica: como a púrpura trombocitopênica trombótica (PTT), síndrome hemolítica-urêmica (SHU), ou a microangipatia induzida por drogas; As doenças da medula óssea; púrpura trombocitopênica autoimune (PTI); As infecções podem causar destruição plaquetária, supressão da medula óssea ou consumo de plaquetas, em infecções virais como rubéola, varicela, parvovírus, hepatite C, e vírus Epstein-Barr pode ocorrer. Em particular, os pacientes infectador pelo HIV podem cursar com trombocitopenia. O HIV pode causar trombocitopenia por vários mecanismos, incluindo a ação direta do HIV nos megacariócitos, infecções oportunistas secundárias (por exemplo, Mycobacterium avium) e toxicidade pelos esquemas terapêuticos; Alterações plaquetárias congênitas podem ser associadas a trombocitopenias, como na anomalia de May-Eglin, associada a plaquetas gigantes no esfregaço de sangue periférico, ou na síndrome de Bernard-Soulier ou síndrome de plaquetas cinzenta; A infecção por Helicobacter pylori também tem sido associada com trombocitopenia imune; Infecções parasitárias, como na malária e babesiose; Medicações são causas frequentes de plaquetopenia, pois podem induzir a produção de anticorpos antiplaquetas; drogas potencialmente causadoras incluem antibióticos como sulfas e penicilinas, agentes antiepilépticos, como a carbamazepina e fenitoína, ranitidina, quinidina e o quinino; álcool; leucemia entre outros. http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/538457/mielofibrose+definicao+causas+sinais+e+sintomas+diagnostico+tratamento+evolucao+e+possiveis+complicacoes.htm http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/260210/conheca+mais+sobre+as+anemias.htm É uma denominação antiga, mas recorrente, e que incluem os testes: • Contagem de plaquetas; • Tempo de coagulação (desaconselhável pela Associação Internacional de Hematologia devido à pouca sensibilidade analítica); • Tempo de sangramento (também desaconselhável pela AIH devido à pouca sensibilidade analítica); • Retração do coágulo (atualmente substituídos pelos testes de agregação plaquetária); • Prova do laço; • Testes de TAP (ou TP), TTPA e TT. A hemostasia primária envolve a interação das plaquetas com componentes do endotélio vascular e com proteínas plasmáticas, como o fator de von Willebrand. Os testes relacionados à hemostasia primária são: Contagem de Plaquetas (Plaquetograma) É geralmente feita em sangue total não coagulado com EDTA, usando-se contadores automáticos das células. Estes aparelhos são capazes de avaliar ainda a distribuição do volume plaquetário, observando
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