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Fisiologia do Sistema Urinário

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Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Sistema Urinário 
 
Na fase geriátrica da vida, as doenças 
renais se tornam muito frequentes. É 
necessário então conhecer a fisiologia do 
sistema renal e observar que além da 
idade, tratamentos para parasitas, 
neoplasias, entre outros também afetam os 
rins. 
 
Os rins são estruturas pares e se localizam 
no espaço retroperitonial, ou seja, logo após 
a 13ª costela. Os rins têm papel de filtro 
no organismo, eliminando substâncias 
tóxicas e sujidades. 
Posteriormente há um sistema de coleta e 
condução da urina até que seja 
exteriorizada. Os componentes são os 
URETERES, a VESÍCULA URINÁRIA e a 
URETRA. Logo, podemos concluir que a via 
urinária superior composta dos rins possui 
um papel extremamente importante 
quando comparada a via urinária inferior. 
Rim 
É importante lembrar que uma parcela 
importante do débito cardíaco será 
direcionada aos rins. Portanto, qualquer 
problema vascular ou cardíaco que afete o 
débito cardíaco pode afetar os rins já que 
recebe 25% do volume de sangue circulado 
e é essencial que esse sangue venha com 
pressão para facilitar a filtração. 
Por conta da alta pressão presente na 
aorta, há uma ramificação (artéria renal e 
 
arteríola aferente que se conecta no 
glomérulo) que limita a pressão arterial 
vinda da aorta e permite que a pressão 
adequada chegue ao néfron. Do ponto de 
vista venoso, o sangue é devolvido a veia 
cava. 
As glândulas suprarrenais (adrenais) têm 
papel importante no sistema renina 
angiotensina aldosterona já que produz 
aldosterona que age nos túbulos dos néfrons 
reabsorvendo o sódio. 
O hilo renal engloba a artéria renal, veia 
renal e pelve renal que desemboca nos 
ureteres. Está responsável por conduzir o 
volume renal para as vias coletoras até que 
a urina seja eliminada. 
O rim é envolto por uma cápsula fibrosa e 
resistente. A região renal mais próxima da 
cápsula, ou seja, periférica, é chamada de 
córtex renal e a região interna é 
denominada medula renal. Os néfrons estão 
inseridos tanto na região cortical como na 
medular. 
 
Em cadelas, os ureteres estão muito 
próximos dos cornos uterinos e em 
castrações o cirurgião, por engano, pode 
englobar o ureter no nó cirúrgico. Por 
conta disso, a urina se acumula na pelve 
renal e volta para o cálice e pirâmides. 
Essas regiões se dilatam e há intoxicação 
dos rins causando pielonefrite e perda do 
rim. 
Dependendo do tipo de agressão, os néfrons 
não conseguem se regenerar então acabam 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
se perdendo caso forem lesionados. Se a 
lesão não ocorrer em membrana basal, 
haverá possibilidade de regeneração, mas 
caso a membrana basal seja afetada haverá 
degradação do néfron. Com isso, os néfrons 
adjacentes fazem o papel que deveria ser 
feito pelo que degenerou sendo 
denominados “super néfrons” já que 
trabalharão a mais causando sobrecarga e 
degenerações renais. 
Na geriatria, a insuficiência renal em 
caninos e felinos é a doença que mais leva 
ao óbito, perdendo apenas para neoplasias. 
O número de néfrons é diferente em cada 
espécie. Os bovinos têm milhões de néfrons, 
portanto não é comum vermos doenças 
renais em bois. Do outro lado temos os 
felinos, que têm, em média 250 mil 
néfrons e apresentam maior quantidade de 
casos de insuficiência renal. 
Funções Renais 
O papel dos rins vai muito além de filtrar 
substâncias. Ele age também absorvendo e 
secretando substâncias permitindo que haja 
equilíbrio de água corporal evitando a 
desidratação além do controle dos 
eletrólitos. 
A partir dessas informações é possível 
observar a importância de um exame de 
urina, que, em muitos casos, é esquecido 
pelos clínicos. Um exame urinário evidencia 
tudo aquilo que os néfrons identificaram 
como partículas não boas, decidindo 
eliminá-las. Quando há alguma afecção que 
atinja os néfrons, muitas substâncias que 
seriam consideradas importantes, são 
eliminadas como proteína, glicose, água em 
excesso, entre outros. 
A homeostase no organismo do indivíduo 
também é mantida pelo trabalho dos rins 
por meio do controle da pressão arterial. 
Quando mais água é eliminada, menor é o 
volume de água corporal, logo menor é a 
pressão arterial nos vasos. O equilíbrio ácido 
base também é realizado pelos rins, uma 
vez que os néfrons têm a capacidade de 
manter ou eliminar o hidrogênio ou 
bicarbonato. 
Os rins também realizam neoglicogênese 
com o objetivo de armazenar energia para 
uso próprio e para que não haja um colapso 
e consiga trabalhar por mais tempo. 
Mesmo que outros tecidos estejam 
enfrentando escassez de glicose, o rim 
estará suprido por sua reserva pessoal. 
 
Em relação a hormônios, a renina e 
eritropoetina são produzidas nos rins. A 
renina é produzida no néfron, mais 
especificamente na arteríola aferente e tem 
papel importante na ativação da cascata e 
esse sistema é importante na regulação de 
sódio, água e pressão arterial. Também há 
a contribuição da renina para a ação do 
hormônio ADH (antidiurético) que é 
produzido no hipotálamo e armazenado na 
hipófise, mas que tem ação no túbulo 
fazendo absorção de água. 
A eritropoetina é produzida no parênquima 
renal e estimula a medula óssea a produzir 
células vermelhas que são importantes para 
reposição de hemácias ajudando em 
situações de hipóxia já que na hemácia há 
hemoglobina que carreia o oxigênio para as 
células. 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
A vitamina D é ativada no ambiente renal 
que é importante para absorção de cálcio 
intestinal. 
 
Um animal nefropata com deficiência de 
eritropoetina tende a apresentar mucosas 
hipocoradas por conta da baixa produção 
da eritropoetina. 
A retenção de sujidades em forma de 
nitrogênio é vista pela ureia e creatinina. 
Animais nestas condições apresentam 
náusea e consequentemente anorexia e 
perda de massa muscular. Por conta da 
eliminação excessiva de água pelos rins há 
poliúria, polidipsia compensatória e 
desidratação necessitando de 
fluidoterapia. 
 
A seguir há diferentes amostras de urina 
coletadas de animais. À esquerda vemos o 
pior quadro, onde a urina está 
extremamente transparente enquanto o 
mais à direita há uma amostra de um 
animal menos doente, onde ainda há 
sujidades e menos água. 
 
 
Os números abaixo das amostras mostram 
a densidade urinária. Para avaliar a 
normalidade que é, para cães, de 1,030. 
Quanto mais alto for o valor, mais 
concentrada é a urina e quanto menor o 
número, menor é a densidade e maior a 
quantidade de urina perdida. 
 
ARTERÍOLA AFERENTE é ramificação da 
artéria renal que por sua vez é ramificação 
da aorta caudal. Essa estrutura precisa 
conduzir o sangue com pressão para suas 
ramificações que são os CAPILARES 
GLOMERULARES. Esses capilares são do tipo 
fenestrado o que permite a filtração do 
sangue. Partículas filtradas serão 
extravasadas para fora dos capilares e se 
misturarão ao plasma desembocando na 
CÁPSULA DE BOWMAN que tem o papel de 
receber e conduzir as partículas filtradas 
aos túbulos do néfron. 
A ARTERÍOLA EFERENTE recebe o fluido que 
sobrou da filtração e as partículas 
mantidas nos capilares direcionando esse 
volume para os capilares que circundam os 
túbulos dos néfrons denominados 
CAPILARES TUBULARES / PERITUBULARES . 
A renina, produzida no néfron, é 
armazenada em grânulos na parede da 
artéria aferente. A localização da renina é 
muito estratégica já que a arteríola 
aferente possui receptores que detectam 
menor volume de sangue chegando em 
direção ao glomérulo, ou seja, menor 
pressão, haverá estímulo para liberaçãode 
renina e início da cascata promovendo a 
homeostase. 
 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
 
 
Acima vemos um exemplar de néfron. É 
possível observar que algumas estruturas 
como a Cápsula de Bowman e Glomérulo 
estão restritamente no córtex renal 
enquanto outras como a Alça de Henle 
estão exclusivamente na medula renal. 
Isso se dá porque a medula renal é a região 
que permite que trocas ocorram a nível 
tubular. O Glomérulo tem a função 
exclusiva de filtrar o plasma sanguíneo e 
por isso está localizado no córtex renal 
enquanto os túbulos dos néfrons, quanto 
mais inseridos na medula, mais eficaz será 
sua ação de reabsorver e secretar 
substâncias não mais aproveitáveis. 
Na imagem a seguir vemos o néfron, visto 
longitudinalmente. 
 
Com essa visão, podemos observar a 
arteríola aferente desembocando no 
glomérulo em que há os capilares 
glomerulares responsáveis pela filtração do 
plasma sanguíneo. Saindo do glomérulo 
vemos a arteríola eferente que irá se 
ramificar em capilares tubulares que irão se 
entrelaçar aos túbulos do néfron 
permitindo a troca de substâncias, 
transitando do túbulo para o capilar e do 
capilar ao túbulo havendo melhor 
aproveitamento de substâncias importantes 
e secreção de sujidades. Isso é possível 
graças às bombas ATPases presentes no 
túbulo, processos de difusão, cotransporte, 
osmose e transportes de membrana que 
permitem o trânsito de substâncias. 
A quantidade de néfrons é variável 
conforme as espécies. Quanto menor a 
quantidade de néfrons, mais predisposição 
aquela espécie tem de desenvolver doenças 
renais. 
 
 
Todavia, vemos na clínica que os gatos 
têm uma melhor sobrevida quando 
comparados aos cães, se tratando de 
doenças renais. Isso se dá pelo tipo de 
néfron que tem grande influência nessa 
comparação. 
Há dois tipos de néfrons: os CORTICAIS e 
JUSTAMEDULARES. O néfron cortical está 
localizado no córtex e possui túbulos mais 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
curtos não avançando tanto para a 
medula. Já os néfrons justamedulares são 
mais compridos e com túbulos maiores, ou 
seja, há mais área disponível para trocas 
de substâncias entre capilares e túbulos. 
Os gatos, possuem prevalência de néfrons 
justamedulares, portanto, mesmo que 
desenvolvam doenças renais ainda 
conseguem manter as funções de absorção 
de água e eletrólitos quando comparados a 
outras espécies como os cães. 
 
 
 
Acima podemos ver a comparação entre os 
dois néfrons sendo o da direita cortical e o 
da esquerda justamedular. 
 
O Corpúsculo Renal, antes conhecido 
Corpúsculo de Malpigui é a estrutura 
formada pela Cápsula de Bowman e 
Glomérulo. 
 
 
Glomérulo 
Na imagem acima podemos ver a arteríola 
aferente com os grânulos de renina em sua 
parede. A arteríola aferente então se 
ramifica em capilares glomerulares que são 
fenestrados permitindo o turbilhonamento 
de sangue e extravasamento de plasma e 
substâncias para fora da fenestra. As 
substâncias caem direto na Cápsula de 
Bowman e vão direto para o túbulo 
contorcido proximal que possui vilosidades 
que aderem substâncias boas. Em casos de 
glomerulonefrite as fenestras se dilatam 
permitindo a passagem de mais partículas 
que podem ser perdidas. Lesões dos 
capilares também podem ocorrer, 
tornando-os ineficientes como fibroses. 
Poderá também haver diminuição das 
fenestras retendo partículas no leito 
vascular. 
A filtração também pode ser afetada pela 
PRESSÃO HIDROSTÁTICA (volume de água 
dentro dos vasos), ONCÓTICA / 
COLOIDOSMÓTICA (proteínas plasmáticas – 
ex: albumina) ou pela PRESSÃO EXERCIDA 
PELO CORPÚSCULO GLOMERULAR (Cápsula 
de Bowman + capilares glomerulares) que 
tem o papel de otimizar o processo de 
filtração. 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Essas três pressões trabalham de forma 
conjunta e, caso alguma delas seja afetada, 
o processo de filtração sofrerá alterações. 
Capilar Glomerular 
 
Na imagem acima podemos ver o exemplo 
de um capilar glomerular. A estrutura 
amarela semelhante a um queijo suíço 
representa o endotélio capilar, camada 
interna composta de fenestrações. A 
camada intermediária com uma coloração 
azul acinzentada representa a membrana 
basal, estrutura responsável pela viabilidade 
capilar. Já a terceira e última camada é o 
epitélio renal, onde encontramos os 
podócitos, estruturas responsáveis pela 
sustentação do capilar na Cápsula de 
Bowman. 
 
Endotélio Capilar é a primeira camada 
que reveste o vaso de dentro para fora. 
Esse capilar é repleto de fenestras e está 
em contato direto com o sangue. Há 
variabilidade no diâmetro conforme 
características de cada indivíduo e fases de 
vida dele. Entretanto, em casos de 
inflamações, as fenestras podem alargar 
permitindo a passagem de moléculas 
maiores que fisiologicamente não deveriam 
passar. Por outro lado, há casos de fibrose 
que ocasiona a oclusão das fenestras 
impedindo a passagem de substâncias e, 
consequentemente, a não filtração do 
plasma sanguíneo. 
As cargas elétricas negativas presentes no 
endotélio capilar impedem a passagem de 
proteínas já que cargas iguais se repelem. 
 
Membrana Basal é a camada 
intermediária dos capilares glomerulares e 
tem o papel nutricional e regeneração do 
néfron por ser rica em fibras colágenas e 
fibrilas proteoglicanas que também filtram 
água e pequenos solutos. Quando ocorre 
uma lesão de membrana basal, haverá 
morte do glomérulo e consequentemente 
dos néfrons. Já quando a membrana basal 
se mantém íntegra, a capacidade de 
regeneração será mantida. 
 
Epitélio Renal (podócitos) recobre a 
superfície externa do glomérulo e tem a 
função de sustentabilidade e manter a 
posição dos capilares no processo de 
filtração. São constituídos de cargas 
elétricas permitindo a atração ou repulsão 
de partículas facilitando o processo de 
filtração. 
 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
 
O processo de filtração consiste na 
passagem de plasma pelas fenestras, indo 
de encontro à membrana basal e 
posteriormente aos podócitos que estão 
separados por um espaço que é aberto por 
meio de hormônios ou proteínas que 
ativam reações químicas nos podócitos 
permitindo a abertura do espaço que antes 
estava fechado. Com a abertura do espaço, 
haverá a passagem de substâncias em 
direção ao Espaço de Bowman e 
posteriormente aos túbulos. 
As cargas elétricas negativas são 
constituintes naturais do capilar e dos 
podócitos. Isso é importante já que a 
albumina, importante proteína fisiológica 
possui carga negativa. Devido a igualdade 
de cargas, haverá repulsão impedindo a 
passagem dela pelas estruturas do capilar 
e, posteriormente seu descarte na urina já 
que no túbulo não há mecanismos que 
aproveitem essa proteína. Logo, mesmo a 
albumina tendo um peso molecular 
adequado para passar pela fenestra, sua 
carga a impede. 
A partir dessas informações, conseguimos 
perceber a importância de um exame 
urinário. Por meio da observação de 
proteínas, como albumina na urina de um 
paciente conseguimos concluir que há uma 
falha na filtração de substâncias 
evidenciando uma lesão renal. 
Além da carga negativa, o peso molecular 
das partículas também é importante 
visando sua passagem pelas fenestras dos 
capilares. Substâncias de peso molecular 
com até 7 mil a 70 mil Daltons conseguem 
passar pela fenestra e serem filtradas. 
Relação peso (Da) e filtração de partícula. 
 
A partir da análise da tabela, podemos ver 
que muitas partículas importantes 
conseguem passar pelos capilaresglomerulares. Para que essas substâncias 
não sejam eliminadas na urina, haverá 
atuação dos túbulos que realizarão 
reabsorção de algumas moléculas e secreção 
de outras. 
 
 
 
fenestras 
podócitos 
Membrana basal 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Quando o túbulo precisa reabsorver 
substâncias, é necessário que essas 
substâncias percorram um caminho 
composto por EPITÉLIO TUBULAR 
LÍQUIDO INTERSTICIAL CAPILAR 
PERITUBULAR. Esse transporte pode se dar 
por difusão, cotransporte, transporte ativo, 
osmose, entre outros. 
O túbulo contorcido proximal possui células 
com borda em escova, com o intuito de 
aderir substâncias. 
Para que haja secreção, são retiradas 
substâncias do capilar para dentro dos 
túbulos. O caminho então seria inverso: 
CAPILAR PERITUBULAR LÍQUIDO 
INTERSTICIAL EPITÉLIO TUBULAR 
direcionando essas partículas para a urina. 
A proximidade entre essas estruturas é de 
extrema importância permitindo essa 
interação. 
Agora que já entendemos essas 
informações, vamos descrever a função de 
cada estrutura especificamente para 
ampliar nosso conhecimento. 
 
Reabsorção 
O túbulo contorcido proximal possui um 
epitélio pregueado rico em microvilosidades 
garantindo a borda em escova responsável 
pela aderência de substâncias além de ser 
altamente permeável. Reabsorve 65% de 
glicose e 100% da glicose que consegue 
chegar até ele por difusão facilitada ou 
cotransporte. Aminoácidos e proteínas de 
baixo peso também são reabsorvidos, além 
de eletrólitos como cloro, bicarbonato, 
cálcio, potássio e sódio que é o mais 
absorvido dependendo da necessidade do 
organismo. É importante destacar que o 
Túbulo Contorcido Proximal é a única 
estrutura do túbulo capaz de reabsorver 
glicose, logo, se detectarmos glicose na 
urina, será possível concluir que há um 
problema nesse segmento. Todavia, há uma 
exceção de enfermidade associada com a 
presença de glicose na urina: a diabetes. 
Indivíduos com Diabetes Mellitus possui 
uma quantidade excessiva de glicose no 
sangue. Essa glicose vai para os néfrons que 
filtram e enviam para os túbulos que, por 
conta do excesso de glicose, acaba não 
conseguindo reabsorver tudo, portanto 
haverá descarte na urina. Com base nessas 
informações, é necessário um hemograma 
para detectar se há glicose excessiva no 
sangue indicando Diabetes e, se caso não 
for detectada veremos que é um problema 
tubular e novas investigações se farão 
necessárias. 
Secreção 
A secreção tem por finalidade eliminar 
partículas que não são mais necessárias 
como secreções de ácidos biliares, parte 
nitrogênica do metabolismo de proteínas, 
ureia, creatinina, catecolaminas, resquícios 
de fármacos, entre outros. 
Ao solicitarmos um exame de função renal, 
avaliaremos os valores de ureia e 
creatinina, que são resquícios do 
metabolismo proteico presentes no sangue. 
Fisiologicamente, esses metabólitos devem 
ser eliminados pelos rins. Se os valores 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
estiverem altos, mostra que a filtração está 
sendo ineficaz no processo. 
Os íons de hidrogênio também são 
secretados. Os carnívoros, geralmente, têm 
o sangue levemente ácido, então há 
acúmulo de hidrogênio que é controlado 
pelo sistema respiratório e o néfron, por 
meio da secreção de hidrogênio ou 
reabsorção de bicarbonato de sódio. 
A seguir temos um exemplo de uma célula 
com bordadura em escova, que reveste a 
parede doo túbulo contorcido próxima. Na 
região central correspondente ao meio do 
túbulo recebe substâncias que serão 
reabsorvidas e conduzidas para um capilar 
peritubular. Também há a secreção de 
substâncias para os segmentos seguintes 
que serão descartados pela urina. 
 
 
A Alça de Henle também é responsável pela 
reabsorção de substâncias, porém seus 
objetivos são diferentes do Túbulo 
Contorcido Proximal. 
Segmento Descendente 
As células que revestem a Alça de Henle, 
mais especificamente na porção 
descendente, têm a função de reabsorver 
água. Por conta disso, não há muita 
atividade metabólica, logo a célula é pobre 
em mitocôndrias. 
A célula dessa estrutura não tem 
bordadura em escova, as paredes não são 
tão próximas do lúmen que é mais 
cilíndrico contendo aquaporinas 
responsáveis pela reabsorção de água. 
 
 
 
Segmento Ascendente 
Esta porção é antagônica à porção 
descendente já que suas células são 
praticamente impermeáveis a água para 
que haja preservação de água no túbulo 
permitindo a condução até a uretra para 
que urina seja fluida. 
Por conter muitas bombas ATPases em 
suas células, sua principal função é 
reabsorver eletrólitos como sódio, cloro, 
potássio, magnésio e cálcio, além de 
secretar íons de hidrogênio. 
Acima temos um exemplo de uma célula 
65% de água e sódio é 
reabsorvido aqui 
20% de água é 
reabsorvida aqui 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
pertencente ao ramo ascendente da Alça 
de Henle. Podemos observar que é muito 
parecida com as células do túbulo 
contorcido proximal por conter as bordas 
em escova, além de ter mais atividade 
metabólica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com os anatomistas e 
embriologistas, o Túbulo Distal pode ser 
dividido em duas porções: SEGMENTO 
INICIAL e SEGMENTO DISTAL. Isso se dá por 
conta de características que diferenciam 
essas duas porções. Na porção distal há 
ação de um hormônio importante 
denominado Aldosterona além de absorver 
água e eletrólitos. Já a porção inicial atua 
com as mesmas características do ramo 
ascendente da Alça de Henle por ser 
impermeável a água e a reabsorção de 
eletrólitos. 
Porção Inicial do Túbulo Distal 
É, praticamente uma continuação da 
porção ascendente da Alça de Henle, 
mantendo a reabsorção de eletrólitos e a 
impermeabilidade a água. Todavia, há uma 
estrutura denominada MÁCULA DENSA que 
tem um papel fundamental no controle das 
reabsorções de água e de pressões. 
 
Porção Final do Túbulo Distal 
Neste segmento não há impermeabilidade a 
água, ocorrendo reabsorção de 5 a 10%. 
Há também atuação da Aldosterona que é 
produzida nas glândulas adrenais e age 
reabsorvendo sódio que atrairá água. 
Todavia, a Aldosterona tem como 
característica a secreção do potássio 
juntamente com o hidrogênio. 
 
 
Tem um papel importante na reabsorção 
de bicarbonato, evidenciando seu papel no 
equilíbrio em ácidos e bases. Além disso há 
A Furosemida é 
considerada um diurético 
de alça por impedir que 
as aquaporinas presentes 
no ramo descendente da 
Alça de Henle 
transportem água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curiosidade 
 
Fisiologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
também absorção de outros íons como 
cloro. Uma particularidade do túbulo 
coletor é a reabsorção de uma parcela da 
ureia que, junto com o sódio, tem a função 
de manter o interstício medular 
concentrado. 
Um indivíduo com insuficiência renal não 
irá eliminar os compostos nitrogenados 
(ureia e creatinina) aumentando a 
concentração desses componentes no 
sangue. Quando somente a ureia está em 
concentração elevada no sangue, não 
significa que o problema é renal, uma vez 
que o aumento do consumo de proteínas e 
problemas intestinais também induzem 
esse aumento. Por outro lado, se somente a 
creatinina está aumentada no sangue ou 
tanto a creatinina quanto ureia estão em 
concentrações elevadas, devemos sim 
suspeitar de um quadro de insuficiência 
renal já que creatinina não deve ser 
reabsorvida pelos néfrons. 
O hormônio ADH (antidiurético ou 
vasopressina) age também no túbulo 
coletor.Esse segmento possui células com 
aquaporinas (transportadores de água) que 
na maior parte do tempo ficam fechadas, 
mas o ADH tem a função de abrir as 
comportas das aquaporinas permitindo a 
reabsorção de sódio juntamente com a 
água. 
 
A Hipófise é dividida em neurohipófise e 
adenohipófise. O ADH é produzido no 
hipotálamo e fica armazenado na 
neurohipófise. É liberado então para atuar 
no túbulo coletor e agir na abertura de 
aquaporinas. Pacientes que têm alguma 
doença na neurohipófise impedindo a 
liberação de ADH não haverá a ação no 
néfron, interferindo na absorção de 5% de 
água no túbulo coletor. Podemos pensar 
que é um valor baixo, mas Indivíduos nestes 
quadros apresentam poliúria podendo 
chegar à desidratação. 
Vemos isso em pacientes com Diabetes 
Insipidus Central em que não há produção 
de vasopressina, então o túbulo coletor não 
receberá a ação desse hormônio se 
tornando ineficiente. Se o paciente neste 
quadro não tiver acesso a água, pode 
chegar à morte por desidratação. 
Quando fornecemos ADH de forma 
medicamentosa ao paciente, há melhora do 
quadro clínico. 
Há uma exceção nesse tipo de diabetes 
(Diabetes Insipidus Nefrogênico), em que o 
problema se encontra no túbulo coletor que 
não possui receptor de vasopressina, logo 
não há reconhecimento desse hormônio. 
 
O volume excretado tem os resquícios 
metabólitos como ureia, creatinina, sais 
biliares, produtos da metabolização de 
fármacos, íons como hidrogênio. É 
importante destacar que na urina não deve 
conter glicose, proteína ou vitaminas já que 
são importantes componentes para o 
organismo. 
Quando pensamos na água, 85% da água é 
reabsorvida no túbulo proximal e porção 
 
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proximal da alça de Henle concentrando o 
volume de urina. No segmento distal da 
alça de Henle há absorção de solutos e 
impermeabilidade a água havendo diluição 
dessa água. A porção final do túbulo distal 
até o túbulo coletor reabsorve água e sódio 
novamente tornando a urina mais 
concentrada. 
Quando a creatinina está alta, há sinais de 
náusea, lesões de mucosa (boca, esôfago, 
intestino). Rotineiramente, um paciente 
renal deve passar pela fluidoterapia para 
hidratar e auxiliar os néfrons a eliminar 
tóxicos. Quando não surte mais efeito há a 
realização de hemodiálise (filtração 
mecânica de sangue) buscando dar 
qualidade de vida para o paciente renal. 
 
Nessa imagem 
podemos ver que todas 
as substâncias saem do 
túbulo em direção ao 
capilar peritubular. 
Exemplos são: água, 
aminoácidos, glicose e 
vitaminas. 
 
 
Passagem de 
substância pelo túbulo 
e o que ainda for para 
o capilar é secretado 
de volta ao túbulo 
para ser eliminada. 
Um exemplo são íons 
H+. 
 
 
 Já essa imagem exemplifica 
a secreção de tóxicos e 
resquícios farmacológicos 
que chegam e já são 
destinadas ao túbulo e o que 
passa para o capilar 
peritubular é devolvido ao 
túbulo para ser excretado 
na urina. 
 
 
Aqui temos como exemplo a 
creatinina que funciona 
como um tóxico. É filtrada e 
excretada. Também pode ser 
a ureia (exceto no túbulo 
coletor em que há uma 
absorção parcial). 
 
 
 
A substância A ao 
chegar no túbulo 
vai direto para a 
urina sem ser 
reabsorvida. Sofre 
somente o processo 
de filtração. 
Podemos ter como 
exemplo a creatinina em todo o percurso e 
a ureia (com exceção do túbulo coletor). 
 
 
 
 
 
 
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Já a substância B 
sofre tanto filtração 
como reabsorção. 
Temos como exemplo 
o sódio e a ureia no 
túbulo coletor. 
 
 
A substância C cai 
no túbulo e é 
completamente 
reabsorvida pelos 
capilares 
peritubulares. 
Podemos dar como 
exemplo a glicose, 
vitamina, aminoácidos, proteínas de baixo 
peso molecular que não podem ser 
eliminados na urina. Em casos de Diabetes 
Melittus, há eliminação de glicose pela 
urina devido o excesso desse componente. 
 
A substância 
chega pela 
arteríola e uma 
parcela é 
eliminada. O que 
ainda ficou no 
leito vascular é 
eliminado para o 
túbulo. Podemos 
dar como exemplo o hidrogênio, tóxicos, 
resquícios farmacológicos, potássio que é 
eliminado no túbulo distal devido a ação da 
aldosterona. 
 
 
 
 
É um conjunto de componentes (ARTERÍOLAS 
AFERENTE E EFERENTE + MÁCULA DENSA que se 
encontra no túbulo contorcido distal + 
CÉLULAS MESANGIAIS que mantém as 
arteríolas juntas com a mácula densa 
presente no túbulo distal) atuando na 
correção da taxa de filtração, quando 
necessário. 
 
Na imagem acima podemos observar que a 
porção inicial do túbulo contorcido distal 
passa entre as arteríolas aferente e 
eferente. A porção roxa evidenciada em 4 
que está em contato com as arteríolas é a 
mácula densa. 
As células da mácula densa têm uma 
característica própria que é reconhecer e 
receber, por difusão, o sódio que chegou até 
aquela porção do túbulo. 
O reconhecimento do sódio pelas células da 
mácula densa é fundamental, uma vez que 
a informação da chegada desse 
componente será passada paras as 
arteríolas aferente (principalmente) e 
eferente que, por meio de 
neurotransmissores, farão constrição. 
 
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Se há elevada quantidade de sódio 
chegando até a mácula densa, podemos 
suspeitar de falha nos segmentos anteriores 
do túbulo ou hipertensão. 
Néfrons submetidos a quadros de 
hipertensão receberão o sangue com uma 
pressão elevada no momento de filtragem, 
o que irá danificar o glomérulo fazendo 
com que haja filtração mais rápida do que 
o ideal. Dessa forma, muitos componentes 
poderão ser perdidos já que os segmentos 
terão menos tempo para realizar 
reabsorção de substâncias. 
Já em quadros de hipotensão, os néfrons 
irão receber o sangue com uma pressão 
menor o que irá impactar diretamente na 
filtração, uma vez que é necessária uma 
pressão adequada para empurrar 
substâncias pelos capilares glomerulares. Os 
segmentos subsequentes não receberão 
quantidades adequadas de substâncias para 
que haja a reabsorção e secreção. 
Quando um paciente com insuficiência 
renal, retendo creatinina e perdendo 
quantidades exacerbadas de água por meio 
da urina é submetido a fluidoterapia 
haverá hidratação e aumento de volume e 
pressão de líquido que chegará aos néfrons, 
aumentando a taxa de filtração e 
eliminação de sujidades. 
Podemos concluir então que quando há 
desidratação haverá menor filtração 
glomerular assim como em hipertensão. 
Pacientes cardiopatas fazem tratamento 
com diuréticos que, a longo prazo, podem 
desidratar o paciente, dessa forma haverá 
menor taxa de filtração e eliminação de 
menos toxinas podendo causar danos 
renais. 
A mácula densa age promovendo 
vasoconstrição da arteríola aferente e 
eferente com o objetivo de regular a taxa 
de filtração, para que, mesmo que haja um 
equilíbrio em ambiente extra renal, os rins 
não sejam afetados. Isso contribui muito 
em casos de hipotensão, permitindo que a 
pressão aumente, mesmo que tenha menor 
volume. Com a pressão adequada haverá 
melhor capacidade de filtração e demais 
processos. 
Ao dilatar a luz das duas arteríolas a 
pressão irá diminuir e o volume irá 
aumentar. 
Todos os processos realizados na mácula 
densa é para que a filtração seja realizada 
de forma adequada, mantendo o equilíbrio 
daquele local mesmo que outras partes do 
organismo estejam em colapso. 
O poder contráctil da arteríola aferente é 
chamado Reflexo Miogênico. 
Já quando há a resposta da arteríola 
aferente que contrai dependendo da 
concentração de sódio nos túbulos renais é 
denominado Feedbacktúbulo glomerular. 
 
As células que estão presentes na parede da 
arteríola aferente são chamadas de células 
justaglomerulares, que, por meio de 
barorreceptores liberam renina e fazendo 
com que a pressão aumente. 
 
 
 
 
 
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Uma das primeiras complicações é o 
aumento das concentrações das toxinas 
urêmicas no sangue, sendo representadas 
pela creatinina e ureia. Esse aumento gera 
a sintomatologia característica. Além disso, 
também haverá acúmulo de resquícios 
farmacológicos, ácidos e fosfatos, 
principalmente o fósforo. 
Na urina desse paciente haverá mais sódio 
e água que o normal devido a falha na 
reabsorção de substâncias podendo gerar 
uma importante desidratação que irá 
descontrolar a pressão arterial. Por conta 
da não eliminação de sódio e retenção de 
bicarbonato pode gerar acidose metabólica 
levando o paciente a óbito. 
O padrão da disfunção renal é a evolução 
lenta. Quando o diagnóstico é precoce, há 
possibilidade de melhorar a qualidade de 
vida do animal, mas a cura ainda não é 
uma possibilidade. 
 
Os rins também são considerados órgãos 
endócrinos, uma vez que produz a renina 
que é armazenada na arteríola aferente, 
nas células justaglomerulares, ativando o 
Sistema Renina Angiotensina Aldosterona 
que será liberada quando houver 
diminuição da pressão. 
Outro hormônio produzido é a 
eritropoetina, produzido pelos fibroblastos e 
agem estimulando a medula óssea a 
produzir hemácias. 
A vitamina D é ativada no rim pelo 
paratormônio (PTH) e agirá atuando na 
absorção de cálcio pelo intestino. Quando 
há quadros de insuficiência renal, o cálcio 
não será absorvido, uma vez que a 
vitamina D não estará ativa. 
Sistema Renina Angiotensina Aldosterona 
(SRAA) 
No néfron, na arteríola aferente existem 
barorreceptores que detectam queda da 
pressão. Então há estímulo realizado pelas 
células justaglomerulares que farão 
vasoconstrição aumentando a pressão. 
A renina presente na arteríola aferente do 
néfron vai até o hepatócito e transforma 
Angiotensinogênio em Angiotensina I que 
ganhará circulação sanguínea até chegar 
nos pulmões, onde encontrar a ECA 
(Enzima Conversora de Angiotensina) que 
irá transformar angiotensina I em 
angiotensina II que irá atuar de três 
formas: promovendo vasoconstrição de 
arteríola eferente controlando a pressão; 
libera ADH na neurohipófise, que irá até as 
aquaporinas permitindo que haja aumento 
da reabsorção de água; estimulará a 
liberação de aldosterona pelas adrenais que 
também vai até o néfron, especificamente 
no túbulo distal, promovendo a reabsorção 
de sódio que atrairá a água aumentando o 
volume de sangue e, consequentemente a 
pressão arterial. 
A vitamina D começa a ser ativada por 
raios ultravioletas ou por meio de 
alimentos gerando o Cholecalciferol que irá 
até o fígado e por meio de uma enzima, 
haverá hidroxilação formando Calcidiol que 
 
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irá até o rim e sofre nova hidroxilação 
formando o Calcitriol). Um animal não 
necessita dos raios ultravioletas para 
começar esse processo que se iniciará pelo 
cholicalciferol e o rim irá ceder o ambiente 
para que a vitamina D fique ativa. 
Osteodistrofia Renal 
Fisiologicamente há dois íons de cálcio para 
um íon de fósforo. Quando o néfron para 
de excretar o fósforo há acúmulo desde íon 
e haverá necessidade de aumentar a 
quantidade de cálcio. Haverá então a 
reabsorção óssea para aumentar os níveis 
de cálcio no sangue. Os ossos, por sua vez, 
perderão cálcio, principalmente os ossos da 
face (mandíbula, maxila e até mesmo da 
estrutura dentária) – mandíbula de 
borracha. Os ossos desses pacientes se 
mostrarão mais fracos. 
O cálcio circulante pode calcificar tecidos, 
pulmões, néfrons etc. Já que nesse quadro 
a vitamina D não estará ativa, então não 
haverá condução de cálcio para os ossos. 
Regulação de pH 
Por meio do controle de hidrogênio e 
bicarbonato dos túbulos é a forma mais 
inteligente que os néfrons têm para 
equilibrar o pH. 
Conceitos e Definições 
Aumento de nitrogênio no sangue em 
forma de creatinina e ureia, denominamos 
azotemia podendo ser causada por 
insuficiências renais. 
Azotemia pré renal ocorre quando há 
redução do volume circulatório renal e, 
consequentemente a taxa de filtração 
glomerular também é afetada, fazendo 
com que não seja eliminada todas as 
toxinas em forma de ureia e creatinina. 
 
Azotemia renal ocorre em casos de 
disfunção renal fazendo com que haja o 
acúmulo dos compostos nitrogenados. 
 
Azotemia pós renal ocorre em pacientes 
obstruídos das vias urinárias inferiores 
fazendo com que as substâncias fiquem 
retidas, e, caso a pressão na bexiga seja 
alta, haverá uma reabsorção de toxinas 
pelos capilares sanguíneos. 
 
Ureia e creatinina são compostos 
nitrogenados tóxicos para o organismo, 
podendo causar lesões e ulcerações podendo 
chegar a necrose tecidual como necrose de 
ponta de língua, úlcera de cavidade oral, 
lesões de esôfago, estômago e intestino, 
sendo tóxica em mucosas no geral. Os 
animais apresentam-se nauseados e com 
dor por conta das lesões. Alguns animais 
podem chegar a convulsionar. 
 
Quando a azotemia começa a manifestar 
sintomas, dizemos que o paciente está em 
síndrome urêmica ou uremia (manifestação 
clínica devido ao acúmulo de nitrogênio). 
Todo paciente azotêmico pode evoluir para 
uremia, porém, todo paciente urêmico 
obrigatoriamente é azotêmico.

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