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Noções de Direito Administrativo
Prof. Luis Gustavo
www.acasadoconcurseiro.com.br
Noções de Direito Administrativo
Professor Luís Gustavo
www.acasadoconcurseiro.com.br
Conteúdo
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: Estrutura da Administração Pública. Responsabilidade 
Civil do Estado. Atos Administrativos e Poderes Administrativos
www.acasadoconcurseiro.com.br
Introdução
NOTAS DO AUTOR:
Luís Gustavo Bezerra de Menezes é Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do 
Município do Rio de Janeiro e Ex-Presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos 
Concursos (Anpac). Aprovado em diversos concursos públicos, entre os quais se destacam 
Técnico Judiciário da Justiça Federal do Rio de Janeiro e Fiscal de Tributos do Espírito Santo, já 
atuou em diversos cursos preparatórios, em vários Estados e, atualmente, é professor na Rede 
LFG (telepresencial).
LIVROS PUBLICADOS:
Direito Administrativo – Coleção Provas Comentadas FCC – Editora Ferreira (2ª Edição) – Luís 
Gustavo Bezerra de Menezes 
Direito Administrativo – Coleção Provas Comentadas CESGRANRIO – Editora Ferreira (1ª 
Edição) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes e Henrique Cantarino
Direito Administrativo – Coleção Provas Comentadas FUNRIO – Editora Ferreira (1ª Edição) – 
Luís Gustavo Bezerra de Menezes e Henrique Cantarino
Comentários à Lei 8.112/90 – Teoria mais 500 questões de provas anteriores – Editora Ferreira 
(1ª Edição) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes e Henrique Cantarino
Meu Primeiro Concurso – Editora Juspodium (1ª Edição/2016) – Luís Gustavo Bezerra de 
Menezes e outros
Fanpage: https://www.facebook.com/lgbezerrademenezes
Periscope: @ProfLuisGustavo
www.acasadoconcurseiro.com.br
Sumário
Tópico 1: Estado, Governo e Administração Pública / Direito Administrativo . . . . . . . . . . . . . . 11
Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Tópico 2: Responsabilidade Civil do Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Tópico 3: Atos administrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Tópico 4: Poderes Administrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Questões CESPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Questões FCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
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Direito Administrativo
TÓPICO 1
Estado, Governo e Administração Pública: conceitos, elementos, poderes e 
organização; natureza, fins e princípios. Direito Administrativo: conceito e fontes
1. Estado, Governo e Administração Pública
1.1 Conceito de Estado
Estado é uma instituição organizada política, social e juridicamente, ocupando um território 
definido, normalmente onde a lei máxima é uma Constituição escrita e dirigida por um Governo 
que possui soberania reconhecida tanto interna quanto externamente. O Estado é responsável 
pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max Weber, o monopólio legítimo 
do uso da força (coerção, especialmente a legal).
De acordo com o atual Código Civil, o Estado possui personalidade jurídica de direito público, 
com prerrogativas especiais, para que possa ser atingida a finalidade de interesse público. 
O fim do Estado é assegurar a vida humana em sociedade. O Estado deve garantir a ordem 
interna, assegurar a soberania na ordem internacional, elaborar as regras de conduta e 
distribuir a justiça. Nesse contexto, insere-se o Direito Administrativo, como ramo autônomo 
do Direito Público, tendo como finalidade disciplinar as relações entre as diversas pessoas e 
órgãos do Estado, bem como entre este e os administrados.
São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, que é um Estado Democrático 
de Direito: a) construir uma sociedade livre, justa e solidária; b) garantir o desenvolvimento 
nacional; c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação (art. 3º CF) 
 
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1.1.1 Elementos do Estado
Sucintamente, temos que Estado é uma pessoa jurídica territorial, composta dos elementos 
povo, território e governo soberano. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um 
governo, um povo, um território".
Sendo assim, são elementos do Estado, portanto: povo, território e governo soberano.
O povo é o elemento humano, formado pelo conjunto de pessoas submetidas à ordem jurídica 
estatal. O território é o elemento material, espacial ou físico do Estado, é a sua base geográfica, 
compreendendo a superfície do solo que o Estado ocupa, seu mar territorial e o espaço aéreo.
Governo é a organização necessária ao exercício do poder político.
A soberania é o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a 
universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência. 
1.1.2 Organização do Estado
O Estado pode ser organizado de várias formas, levando-se em consideração a sua extensão 
territorial, a estruturação de seus Poderes e a subdivisão em unidades menores. Estados de 
tamanhos variados podem ter vários níveis de governo: local, regional e nacional. Assim, o 
Estado pode ser:
a) Unitário ou simples: quando só existe uma fonte de Direito, que é no âmbito nacional, 
estendendo-se uniformemente sobre todo o seu território (França, Bélgica, Itália e Portugal 
são unitários).
b) Composto: como o Estado Federado, em que há a reunião de vários Estados Membros que 
formam a Federação. Existem três fontes de Direito: Federal, Estadual e Municipal (Brasil e 
EUA são federados).
No Brasil, a Constituição Federal dispõe, em seu art. 1º, que “A República Federativa do Brasil 
é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se 
em Estado Democrático do Direito...”
Assim, para o Direito Administrativo, a expressão “Estado”, em sentido amplo, abrange a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Destacamos que o Estado, em suas relações internacionais (externas), possui soberania; 
enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, nas suas relações internas, 
possuem, apenas, autonomia.
1.1.3 Poderes do Estado
De acordo com o artigo 2º do Texto Constitucional, são Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Cada um desses Poderes do Estado exerce predominantemente uma função estatal específica, 
porém, não há uma separação absoluta de funções, assegurando o sistema de freios e 
Meu Primeiro Concurso – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luis Gustavo
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contrapesos. Assim, os Poderes irão desempenhar funções típicas (principais) e funções atípicas 
(não principais)
Poder Legislativo é aquele que tem como principal função legislar (fazer leis!), ou seja, inovar 
o ordenamento jurídico, estabelecendo regrasgerais e abstratas, criando comandos a todos os 
cidadãos, visto que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei.
Poder Judiciário é aquele que tem como principal função julgar, solucionar conflitos de 
interesses entre as partes, aplicando as leis aos casos concretos.
Poder Executivo é aquele que tem como principal função executar, administrar a coisa pública, 
dentro dos limites impostos por lei, com a finalidade de atender ao interesse público.
Pelo exposto acima, percebemos que a função administrativa (objeto do Direito Administrativo) 
é exercida tipicamente (principal) pelo Poder Executivo, porém, os demais Poderes também 
irão desempenhá-la, só que de forma atípica (não principal).
RESUMINDO...
PODER LEGISLATIVO – função legislativa
PODER JUDICIÁRIO – função jurisdicional
PODER EXECUTIVO – função administrativa
} FUNÇÕES TÍPICAS (PRINCIPAIS)
1.2 Conceito de Governo
Governar é o poder de regrar uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante 
funciona e exerce autoridade. Governo não implica necessariamente a existência de Estado. 
O governo é usualmente utilizado para designar a instância máxima de administração executiva, 
geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou de uma nação. Representa o 
conjunto de órgãos e Poderes responsáveis pela função política do Estado, abrangendo as 
funções de comando e de estabelecimento de objetivos e diretrizes do Estado, de acordo com 
as suas atribuições constitucionais.
A função política e o governo são mais objeto do estudo do Direito Constitucional, enquanto 
que a Administração Pública é objeto do estudo do Direito Administrativo.
1.3 Conceito de Administração Pública
A expressão “Administração Pública” abarca diversas concepções. Inicialmente, temos que 
Administração Pública em sentido amplo (lato sensu) é o conjunto de órgãos governamentais 
(com função política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos administrativos (com 
função administrativa, executando os planos governamentais).
 
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Num sentido estrito (stricto sensu), podemos definir Administração Pública como o conjunto 
de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a função administrativa do Estado. 
Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é representada, apenas, pelos órgãos 
administrativos.
RESUMINDO...
Administração Pública (sentido amplo) – órgãos governamentais (políticos) + órgãos 
administrativos
Administração Pública (sentido estrito) – exclusivamente órgãos administrativos
Para fins de prova, é mais comum que as bancas examinadoras exijam do candidato o conceito 
de Administração Pública num sentido objetivo e num sentido subjetivo. Assim, teremos:
a) Sentido objetivo ou material ou funcional de Administração Pública
Nesse sentido, a Administração Pública confunde-se com a própria função (atividade) 
administrativa desempenhada pelo Estado. O conceito de Administração Pública está 
relacionado com o objeto da Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a 
Administração, mas sim com o que faz a Administração Pública.
Ressaltamos que a função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Executivo, 
porém, os demais Poderes também a exercem de forma atípica. A doutrina majoritária 
entende que as atividades administrativas englobam: a prestação de serviço público, a polícia 
administrativa, o fomento e a intervenção administrativa.
b) Sentido subjetivo ou formal ou orgânico de Administração Pública:
A expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram a estrutura 
administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa. Assim, num 
sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades 
que desempenham a função administrativa. O conceito subjetivo representa os meios de 
atuação da Administração Pública.
Os meios de atuação da Administração Pública serão analisados posteriormente de forma 
detalhada, mas, de forma sucinta, teremos:
 • Entes ou Entidades ou Pessoas: são as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da 
Administração Direta e Indireta. Dividem-se em:
 • Entes políticos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios (todos com personalidade 
jurídica de Direito Público);
Meu Primeiro Concurso – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luis Gustavo
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 • Entes administrativos – autarquias, fundações públicas, empresas públicas e 
sociedades de economia mista (todos com personalidade jurídica de Direito Público e/
ou Privado).
 • Órgãos públicos: são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura 
de uma pessoa jurídica, incumbidos das atividades da entidade a que pertencem. A Lei 
nº 9.784/99 conceitua tais órgãos como unidades de atuação integrantes da estrutura da 
Administração Direta ou Indireta
 • Agentes públicos: segundo o art. 2º da Lei nº 8.429/92, são todos aqueles que exercem, 
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função 
pública. Isto é, são pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício 
de alguma função estatal.
RESUMINDO...
Sentido objetivo ou material ou funcional = atividade administrativa (o que faz a 
Administração Pública?)
Sentido subjetivo ou formal ou orgânico = órgãos + agentes + entidades (quem faz a 
Administração Pública?)
A natureza da Administração Pública é a de um múnus público para quem a exerce, como 
ensina Hely Lopes Meirelles: “a de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos 
bens, serviços e interesses da coletividade. Como tal, impõe-se ao administrador público a 
obrigação de cumprir fielmente os preceitos do Direito e da moral administrativa que regem 
a sua atuação. Ao ser investido em função ou cargo público, todo agente assume para com 
a coletividade o compromisso de bem servi-la, porque outro não é o desejo do povo, como 
legítimo destinatário dos bens, serviços e interesses administrados pelo Estado”.
Os fins da Administração Pública são sempre o interesse público ou o bem da coletividade, 
sendo que toda e qualquer atividade administrativa deve almejar este objetivo. Por isso, toda 
a atividade do administrador público deve ser orientada para este objetivo. Todo ato por ele 
praticado que se afastar deste fim será considerado ilícito e imoral.
1.4 Direito Administrativo: conceito e fontes
a) Conceito
A seguir, transcrevemos os conceitos dados pelos principais doutrinadores do Direito 
Administrativo.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, é “o ramo do Direito Público que disciplina a função 
administrativa e os órgãos que a exercem”.
 
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Segundo Hely Lopes Meirelles, é “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os 
órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente 
os fins desejados pelo Estado”.
Já Maria Sylvia Di Pietro define como “o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, os 
agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade 
jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, 
de natureza pública”.
b) Fonte
As fontes do Direito Administrativo são a lei (em sentido amplo, abrangendo desde a 
Constituição Federal até os atos normativos), a doutrina, a jurisprudência e os costumes (a 
praxe administrativa). Devemos ressaltar que a lei é a principal fonte do Direito Administrativo.
1.5 Princípios do Direito Administrativo
Os princípios são as ideias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo 
a ele um sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão 
de seu modo de organizar-se. Os princípios determinam o alcance e o sentido das regras de 
determinado ordenamento jurídico e constituemos fundamentos da ação administrativa, ou, 
por outras palavras, os sustentáculos da atividade pública; relegá-los é desvirtuar a gestão dos 
negócios públicos e olvidar o que há de mais elementar para a boa guarda e zelo dos interesses 
sociais. 
Ressaltamos que não há hierarquia entre os princípios (expressos ou não), visto que tais 
diretrizes devem ser aplicadas de forma harmoniosa. Assim, a aplicação de um princípio não 
exclui a aplicação de outro nem um princípio se sobrepõe ao outro.
Encontram-se, de maneira explícita (art. 37, caput) ou não no texto da Constituição Federal. Os 
primeiros são, por unanimidade, os chamados princípios expressos (ou explícitos), os demais 
são os denominados princípios reconhecidos (ou implícitos). Assim, percebemos que o art. 37 
da Constituição Federal não esgota todos os princípios aplicáveis à Administração Pública. Como 
os princípios implícitos variam de acordo com cada autor, optamos por trabalhar somente os 
princípios reconhecidos pela doutrina majoritária.
Por fim, ressaltamos que o art. 37 da Constituição Federal impõe a observância dos princípios 
(LIMPE) à Administração Pública Direta e Indireta, de qualquer dos Poderes (Executivo, 
Legislativo e Judiciário), de todas as esferas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
 • Princípios Expressos: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência 
(LIMPE).
 • Princípios Implícitos ou Reconhecidos: Supremacia do Interesse Público sobre o Particular, 
Indisponibilidade do Interesse Público, Motivação, Continuidade do Serviço Público, 
Probidade Administrativa, Autotutela, Razoabilidade e Proporcionalidade e Segurança 
Jurídica.
Meu Primeiro Concurso – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luis Gustavo
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1) Princípios Expressos
a) Legalidade
Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, “Na Administração Pública não há liberdade nem 
vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer o que a lei não proíbe, na 
Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa 
‘pode fazer assim’: para o administrador significa ‘deve fazer assim’”.
Assim, fica demonstrado que, no Direito Constitucional, prevalece a autonomia de vontades, 
ou seja, é lícito fazer o que a lei não proíbe (CF, art. 5o., II). Já no Direito Administrativo, os atos 
devem estar em conformidade com a lei, visto que só será permitido ao administrador praticar 
aqueles atos autorizados ou determinados por lei.
Segundo o professor Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da legalidade representa a 
consagração da ideia de que a Administração Pública só poderá ser exercida em conformidade 
com a lei, sendo a atividade administrativa, consequentemente, sublegal ou infralegal, devendo 
restringir-se à expedição de comandos que assegurem a fiel execução da lei.
A Administração Pública, além de não poder atuar contra a lei (contra legem) ou além da lei 
(praeter legem), só poderá atuar segundo a lei (secundum legem). Os atos que não respeitem às 
disposições legais deverão ser invalidados pelo Poder Judiciário ou pela própria Administração 
Pública.
b) Impessoalidade
Na sua formulação tradicional, o princípio da impessoalidade confunde-se com o princípio da 
finalidade da atuação administrativa. De acordo com este, há somente um fim a ser perseguido 
pela Administração: o interesse público. Assim, quando o administrador remove um servidor 
com o intuito de punir esse servidor por vingança ou quando o Prefeito desapropria inimigo 
político, há afronta a tal princípio.
A impessoalidade da atuação administrativa impede que um ato seja pra¬ticado visando 
a interesses do agente ou de terceiros. Impede também perseguições, favorecimentos ou 
descriminações. A Constituição Federal, em seu art. 37, § 1°, prevê:
“§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campa¬nhas dos órgãos públicos 
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar 
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores 
públicos”.
Isso quer dizer que, se o prefeito de determinada cidade faz uma obra, ele não pode divulgar 
que a obra foi executada pelo prefeito “X”, mas sim que a obra foi realizada pela Prefeitura do 
Município “Y”.
Por fim, a impessoalidade também tem relação com a aplicação do princípio da isonomia, 
quando, por exemplo, a Administração realiza um concurso público ou realiza uma licitação, 
buscando a impessoalidade na contratação de seus servidores ou de empresas. Assim, a 
prática do nepotismo, no âmbito da Administração Pública, é uma conduta vedada pela 
 
www.acasadoconcurseiro.com.br18
Súmula Vinculante no 13, proibindo-se, como regra, a colocação de parentes, até certo grau de 
parentesco, em cargo em comissão.
c) Moralidade
Tal princípio é mais do que a moralidade ligada a bons costumes. A conduta do administrador 
deve ser toda pautada em bons costumes, em uma conduta justa e ética. Mas tal princípio da 
moralidade tem proporções jurídicas, ou seja, não basta que a conduta do administrador seja 
legal, pois também deverá ser honesta, acima de tudo.
A moralidade administrativa constitui pressuposto de validade de todo ato da Administração 
Pública (CF/88, art.37), sendo que o ato administrativo não terá que obedecer somente à lei 
jurídica, mas também à lei ética da própria instituição, pois nem tudo que é legal é honesto; 
a moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as 
exigências da instituição a que serve e a finalidade de sua ação: o bem comum.
d) Publicidade
Está relacionado com a transparência da Administração Pública. Nesse contexto, ganha relevo 
a recente Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/11), que estabelece normas gerais, em 
caráter nacional, sobre o acesso à informação no âmbito da Administração Pública.
A publici¬dade dos atos da administração é a regra, devendo ser ampla. O sigilo é uma exceção 
para Administração. Em princípio, todo ato administrativo deve ser publicado, só se admitindo 
o sigilo nos casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior da 
administração, em processo previamente declarado sigiloso.
A publicidade não é elemento formativo do ato, mas é requisito de eficácia e moralidade. O 
princípio da publicidade dos atos e dos contratos administrativos, além de assegurar seus 
efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados diretos e pelo 
povo em geral. Os atos internos da Administração Pública não necessitam de publicação no 
Diário Oficial, apenas aqueles que produzem efeitos externos.
Tal princípio abrange toda a atuação estatal, não só sob o aspecto de divulgação oficial de seus 
atos como, também, de apropriação de conhecimento da conduta interna de seus agentes. Os 
atos e os contratos administrativos que omitirem ou desatenderem à publicidade necessária 
não só deixam de produzir seus regulares efeitos como se expõem à invalidação por falta desse 
requisito de eficácia e moralidade. 
Por fim, não há que se confundir a publicidade dos atos administrativos com a respectiva 
publicação. Veremos que, no caso de licitação na modalidade convite, não é necessária a 
publicação da carta-convite no Diário Oficial, porém deve ser dada a respectiva publicidade 
desta, por meio de sua afixação no mural da repartição, por exemplo. Assim, a publicação no 
Diário Oficial é dispensável em alguns atos, porém, a publicidade não.
e) Eficiência
É aquele que impõe a todo agente público a obrigação de realizar suas atribuições com presteza, 
perfeição e rendimento funcional. Administrador eficiente é aquele que sempre procura 
Meu Primeiro Concurso – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luis Gustavo
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praticar os seus atos com economicidade, procurando sempre atingir o melhor custo-benefício 
à Administração.
Segundo a professora Maria Sylvia Di Pietro,o princípio da eficiência deve ser analisado sob 
dois aspectos:
 • relativamente à forma de atuação do agente público: espera-se melhor desempenho 
possível de suas atribuições, a fim de obter os melhores resultados;
 • quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração pública: exige-se que 
este seja o mais racional possível, no intuito de alcançar melhores resultados na prestação 
dos serviços públicos.
A Emenda Constitucional nº 19/98 foi responsável pela introdução de tal princípio no Texto 
Constitucional. Consequentemente, várias passagens da nossa Carta Magna sofreram 
influências de tal princípio.
Uma das principais seria a necessidade de aprovação em Avaliação Especial de Desempenho 
como condição para aquisição da estabilidade. Após a Emenda Constitucional nº 19/98, a 
estabilidade não é mais automática, após o decurso do prazo fixado de três anos (ampliado de 
dois para três anos, após a referida emenda).
2) Princípios Implícitos ou Reconhecidos
a) Supremacia do Interesse Público sobre o Particular
Apesar de não encontrar previsão expressa no Texto Constitucional, tal princípio é decorrência 
do regime democrático e do sistema representativo. Através dele, presume-se que a atuação 
do Estado tenha por finalidade o interesse público. 
Sempre que o Estado estiver presente na relação jurídica, como representante da sociedade, 
seus interesses prevalecerão sobre os interesses particulares, visto que o Estado defende 
o bem-comum, o interesse público primário ou secundário. Tal princípio consagra o Direito 
Administrativo como ramo do Direito Público. Marca uma relação de verticalidade existente 
entre o Estado e os particulares.
Confere à Administração Pública certas prerrogativas especiais (não aplicáveis aos particulares 
administrados), para que atinja o interesse público. Consequentemente, sempre que houver 
conflito entre o direito do indivíduo e o interesse da comunidade, há de prevalecer este, uma 
vez que o objetivo primordial da Administração é o atendimento do interesse público, definido 
em lei, explícita ou implicitamente.
Como exemplo de aplicação de tal princípio podemos citar: as cláusulas exorbitantes dos 
contratos administrativos, a presunção de legitimidade dos atos administrativos, a intervenção 
do Estado na propriedade privada, entre outros.
 
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b) Indisponibilidade do Interesse Público
Os bens e os interesses públicos são indisponíveis, ou seja, não pertencem à Administração ou 
a seus agentes, cabendo somente sua gestão em prol da coletividade. Veda ao administrador 
quaisquer atos que impliquem renúncia de direitos da Administração ou que, injustificadamente, 
onerem a sociedade.
Impõe limitações ao Estado, correspondendo a uma contrapartida às prerrogativas estatais, 
decorrentes da supremacia do interesse público sobre o particular. Assim, o Estado tem o poder 
de desapropriar um imóvel (prerrogativa decorrente da supremacia do interesse público), 
porém, deverá indenizar, como regra o proprietário, respeitando o direito à propriedade 
(limitação imposta ao Estado).
c) Motivação
Motivação é a exposição dos motivos que determinaram a prática do ato; é a exteriorização 
dos motivos que originaram a prática do ato. Formalmente, definimos motivação como sendo 
a exposição da situação de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato 
administrativo.
Na demissão de um servidor, por exemplo, o elemento motivo seria a infração por ele praticada, 
ensejadora dessa modalidade de punição; já a motivação seria a exposição de motivos, a 
exteriorização, por escrito, do motivo que levou a Administração a aplicar tal penalidade.
Todos os atos administrativos válidos possuem um motivo, porém, a motivação não será 
obrigatória quando a lei dispensar ou se a natureza do ato for com ela compatível. Nesses 
casos, o motivo não será expresso pela Administração, ou seja, embora o motivo exista, não 
haverá motivação do ato. 
O exemplo tradicional de ato que prescinde de motivação é a exoneração de cargo em 
comissão, visto que este é de “livre nomeação e livre exoneração”. É bom lembrar que a boa 
prática administrativa recomenda a motivação de todo ato administrativo, a fim de se dar maior 
transparência à atividade administrativa.
A Lei n º 9.784/99 (regulamenta os processos administrativos, em âmbito federal) estabeleceu, 
em seu art. 50, uma lista de atos que devem ser motivados. A maioria da doutrina entende 
que a regra é motivar todos os atos administrativos, sejam discricionários ou vinculados. Sendo 
assim, tal lista é tida pela doutrina majoritária como meramente exemplificativa.
d) Continuidade do Serviço Público
Os serviços públicos, por serem prestados no interesse da coletividade, devem ser adequados 
e seu fornecimento não deve sofrer interrupções. A Lei nº 8.987/95 (estabelece normas gerais 
sobre as concessões e permissões de serviço público) estabelece, em seu art. 6º, que serviço 
público adequado é aquele que atende a alguns requisitos, entre eles, o da continuidade. 
Porém, devemos ressaltar que isso não se aplicará às interrupções por situações de emergência 
ou após aviso prévio – nos casos de segurança, ordem técnica ou inadimplência do usuário.
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Ainda como decorrência da aplicação de tal princípio, a CF, em seu art. 37, VII, impõe que os 
limites ao exercício de greve do servidor público sejam estabelecidos em lei específica.
CUIDADO!
A única situação em que pode haver interrupção na prestação do serviço sem aviso 
prévio ao usuário e que não caracteriza descontinuidade é em caso de emergência.
e) Probidade Administrativa
A conduta do administrador público deve ser honesta, pautada na boa conduta e na boa-
fé. Ganhou status constitucional com a atual Constituição de 1988. O art. 37, §4º traz as 
consequências de um ato de improbidade administrativa e o art. 85, V, dispõe que é crime de 
responsabilidade do Presidente da República a prática de atos que atentem contra a probidade 
administrativa. A improbidade administrativa é regulamentada pela Lei nº 8.428/92, que será 
estudada posteriormente.
f) Autotutela
Decorre do princípio da legalidade. Por esse princípio, a Administração pode controlar seus 
próprios atos, anulando os ilegais (controle de legalidade) e revogando os inconvenientes 
ou inoportunos (controle de mérito). De forma sucinta, é o princípio que autoriza que a 
Administração Pública revise os seus atos e conserte os seus erros. Não deve ser confundido 
com a tutela administrativa que representa a relação existente entre a Administração Direta e 
Indireta.
O princípio da autotutela foi consagrado pela Súmula 473, do STF:
“473 – A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem 
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência e 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação 
judicial”.
g) Razoabilidade e Proporcionalidade
São tidos como princípios gerais de Direito, aplicáveis a praticamente todos os ramos da ciência 
jurídica. No âmbito do Direito Administrativo, encontram aplicação especialmente no que 
concerne à prática de atos administrativos que impliquem restrição ou condicionamento a 
direitos dos administrados ou imposição de sanções administrativas.
Funcionam como os maiores limitadores impostos à liberdade de atuação do administrador 
público, ou seja, limitam a discricionariedade administrativa. Trata-se da aferição da adequação 
da conduta escolhida pelo agente público à finalidade que a lei expressa.
Visa sempre analisar se a conduta do agente público foi razoável e se os fins atingidos foram 
proporcionais a determinado caso em concreto. A Lei nº 9.784/99 impõe à Administração 
 
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Pública a adequação entre os meios e os fins (razoabilidade), vedada a imposiçãode obrigações, 
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do 
fim público (proporcionalidade). 
h) Segurança Jurídica
O ordenamento jurídico vigente garante que a Administração deve interpretar a norma 
administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, 
vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
O princípio da segurança jurídica não veda que a Administração mude a interpretação dada 
anteriormente sobre determinada norma administrativa, porém, veda que a Administração 
aplique retroativamente essa nova interpretação.
Por força de tal princípio, por exemplo, veremos que a Administração Pública terá um 
prazo decadencial de cinco anos para anular atos administrativos que beneficiem os seus 
destinatários, salvo se comprovada a má-fé do administrador público.
3) Regime Jurídico Administrativo
Nas palavras de Maria Sylvia Di Pietro, regime jurídico administrativo é o conjunto das 
prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração e que não são encontradas nas 
relações entre particulares. 
Tal expressão abrange o conjunto de regras que tipificam o Direito Administrativo, colocando a 
Administração Pública numa posição de supremacia em relação aos particulares, demonstrando 
o desequilíbrio na relação jurídica existente, característica dos diversos ramos do Direito 
Público.
Esse desequilíbrio existente na relação jurídica entre a Administração Pública e os particulares é 
traduzido por uma relação de verticalidade (Administração num patamar superior ao particular 
administrado) e não de horizontalidade, como nos diversos ramos do Direito Privado.
Assim, ao longo do estudo do Direito Administrativo perceberemos que a Administração Pública 
possui diversos privilégios e prerrogativas para que possa atingir a consecução do interesse 
público, visto que há uma supremacia deste sobre o interesse particular, ou seja, sempre que 
entrarem em conflito o direito do indivíduo e o interesse da comunidade, há de prevalecer 
este, uma vez que o objetivo primordial da Administração é o bem comum.
Segundo Maria Sylvia Di Pietro, o regime jurídico administrativo pauta-se em dois princípios 
básicos: a legalidade (sujeições) e a supremacia do interesse público sobre o particular 
(prerrogativas).
Segundo a autora, “Para assegurar-se a liberdade, sujeita-se a Administração Pública à 
observância da lei; é a aplicação, ao direito público, do princípio da legalidade. Para assegurar-
se a autoridade da Administração Pública, necessária à consecução de seus fins, são-lhe 
outorgados prerrogativas e privilégios que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse 
público sobre o particular”.
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Já para Celso Antônio Bandeira de Mello, acompanhado da doutrina majoritária, o estudo 
do regime jurídico administrativo se delineia em função da consagração de dois princípios: 
supremacia de interesse público sobre o particular (prerrogativas) e a indisponibilidade, pela 
Administração Pública, dos interesses públicos (sujeições).
O autor afirma que “Em suma, o necessário – parece-nos – é encarecer que na administração 
os bens e os interesses não se acham entregues à livre disposição da vontade do administrador. 
Antes, para este, coloca-se a obrigação, o dever de curá-los nos termos da finalidade a que 
estão adstritos. É a ordem legal que dispõe sobre ela”.
CUIDADO! PRINCÍPIOS EMBASADORES DO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
Maria Sylvia Di Pietro – legalidade e supremacia do interesse público sobre o 
particular
Celso Antônio Bandeira de Mello – supremacia do interesse público sobre o 
particular e indisponibilidade, pela Administração Pública, dos interesses públicos.
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Questões CESPE
(Cespe – Ministério da Integração – 2013) 
Com relação a Estado, governo e adminis-
tração pública, julgue os itens seguintes.
1. Os conceitos de governo e administração 
não se equiparam; o primeiro refere-se a 
uma atividade essencialmente política, ao 
passo que o segundo, a uma atividade emi-
nentemente técnica.
( ) Certo   ( ) Errado
2. Consoante as regras do direito brasileiro, 
as funções administrativas, legislativas e 
judiciais distribuem-se entre os poderes es-
tatais — Executivo, Legislativo e Judiciário, 
respectivamente —, que as exercem de for-
ma exclusiva, segundo o princípio da sepa-
ração dos poderes.
( ) Certo   ( ) Errado
3. Em sentido objetivo, a expressão adminis-
tração pública denota a própria atividade 
administrativa exercida pelo Estado.
( ) Certo   ( ) Errado
4. Consoante o modelo de Estado federativo 
adotado pelo Brasil, os estados-membros 
são dotados de autonomia e soberania, ra-
zão por que elaboram suas próprias consti-
tuições.
( ) Certo   ( ) Errado
No que concerne à administração pública, 
julgue os itens a seguir. 
5. As entidades que integram a administração 
direta e indireta do governo detêm autono-
mia política, administrativa e financeira.
( ) Certo   ( ) Errado
6. A administração pratica atos de governo, pois 
constitui todo aparelhamento do Estado pre-
ordenado à realização de seus serviços, visan-
do à satisfação das necessidades coletivas.
( ) Certo   ( ) Errado
7. Os costumes, a jurisprudência, a doutrina e 
a lei constituem as principais fontes do di-
reito administrativo
( ) Certo   ( ) Errado
8. (Cespe – DPU – 2016) 
A administração pública em sentido formal, 
orgânico ou subjetivo, compreende o con-
junto de entidades, órgãos e agentes públi-
cos no exercício da função administrativa. 
Em sentido objetivo, material ou funcional, 
abrange um conjunto de funções ou ativida-
des que objetivam realizar o interesse públi-
co.
( ) Certo   ( ) Errado
9. (Cespe – DPU – 2016) 
A repartição do poder estatal em funções 
- legislativa, executiva e jurisdicional - não 
descaracteriza a sua unicidade e indivisibi-
lidade.
( ) Certo   ( ) Errado
 
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(Cespe – TRT10 – Analista Judiciário – 2012) 
Julgue os itens a seguir, acerca dos princí-
pios e das fontes do direito administrativo.
10. O princípio da supremacia do interesse pú-
blico é, ao mesmo tempo, base e objetivo 
maior do direito administrativo, não com-
portando, por isso, limites ou relativizações.
( ) Certo   ( ) Errado
11. Em decorrência do princípio da legalidade, 
a lei é a mais importante de todas as fontes 
do direito administrativo.
( ) Certo   ( ) Errado
12. (Cespe – TJ-RR – Analista Processual – 
2012) 
O princípio da supremacia do interesse pú-
blico vincula a administração pública no 
exercício da função administrativa, assim 
como norteia o trabalho do legislador quan-
do este edita normas de direito público.
( ) Certo   ( ) Errado
(Cespe – TJRR – Administrador – 2012)
13. O princípio da impessoalidade nada mais 
é do que o clássico princípio da finalidade, 
que impõe ao administrador público que só 
pratique o ato para o seu fim legal.
( ) Certo   ( ) Errado
14. Do princípio da supremacia do interesse 
público decorre a posição jurídica de pre-
ponderância do interesse da administração 
pública.
( ) Certo   ( ) Errado
(Cespe – TJDF – Procurador – 2012)
15. Por força do princípio da legalidade, a ad-
ministração pública não está autorizada a 
reconhecer direitos contra si demandados 
quando estiverem ausentes seus pressu-
postos.
( ) Certo   ( ) Errado
16. Constitui exteriorização do princípio da au-
totutela a súmula do STF que enuncia que 
“A administração pode anular seus próprios 
atos, quando eivados dos vícios que os tor-
nam ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de con-
veniência e oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos 
os casos, a apreciação judicial”.
( ) Certo   ( ) Errado
17. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 
2015)
O regime jurídico-administrativo brasileiro 
está fundamentado em dois princípios dos 
quais todosos demais decorrem, a saber: o 
princípio da supremacia do interesse públi-
co sobre o privado e o princípio da indispo-
nibilidade do interesse público.
( ) Certo   ( ) Errado
18. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 
2015) 
Por força do princípio da legalidade, o 
administrador público tem sua atuação 
limitada ao que estabelece a lei, aspecto 
que o difere do particular, a quem tudo se 
permite se não houver proibição legal.
( ) Certo   ( ) Errado
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Meu Primeiro Concurso – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luis Gustavo
19. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 
2015) 
Em decorrência do princípio da impessoali-
dade, previsto expressamente na Constitui-
ção Federal, a administração pública deve 
agir sem discriminações, de modo a aten-
der a todos os administrados e não a certos 
membros em detrimento de outros.
( ) Certo   ( ) Errado
20. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 
2015) 
O princípio da eficiência está previsto no 
texto constitucional de forma explícita.
( ) Certo   ( ) Errado
Gabarito: 1. C 2. E 3. C 4. E 5. E 6. E 7. C 8. C 9. C 10. E 11. C 12. C 13. C 14. C 15. C 16. C 17. C  
18. C 19. C 20. C
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Questões FCC
1. (FCC – TRT 16 – Oficial de Justiça – 2014) 
Determinada empresa privada, concessio-
nária de serviços públicos, torna-se inadim-
plente, deixando de prestar o serviço de 
administração de uma estrada do Estado do 
Maranhão, descumprindo o contrato firma-
do e prejudicando os usuários. Neste caso, a 
retomada do serviço público concedido ain-
da no prazo de concessão pelo Governo do 
Estado do Maranhão tem por escopo asse-
gurar o princípio do serviço público da
a) cortesia.
b) continuidade.
c) modicidade.
d) impessoalidade.
e) atualidade.
2. (FCC – TRT 16 – Oficial de Justiça – 2014) 
O Diretor Jurídico de uma autarquia estadu-
al nomeou sua companheira, Cláudia, para 
o exercício de cargo em comissão na mes-
ma entidade. O Presidente da autarquia, ao 
descobrir o episódio, determinou a imedia-
ta demissão de Cláudia, sob pena de carac-
terizar grave violação a um dos princípios 
básicos da Administração pública. Trata-se 
do princípio da
a) presunção de legitimidade.
b) publicidade.
c) motivação.
d) supremacia do interesse privado sobre 
o público.
e) impessoalidade.
3. (FCC – TRT 2 – Oficial de Justiça – 2014) 
O princípio da supremacia do interesse pú-
blico informa a atuação da Administração 
pública
a) subsidiariamente, se não houver lei dis-
ciplinando a matéria em questão, pois 
não se presta a orientar atividade inter-
pretativa das normas jurídicas.
b) alternativamente, tendo em vista que 
somente tem lugar quando não acudi-
rem outros princípios expressos.
c) de forma prevalente, posto que tem 
hierarquia superior aos demais princí-
pios.
d) de forma ampla e abrangente, na medi-
da em que também orienta o legislador 
na elaboração da lei, devendo ser ob-
servado no momento da aplicação dos 
atos normativos.
e) de forma absoluta diante das lacunas 
legislativas, tendo em vista que o inte-
resse público sempre pretere o interes-
se privado, prescindindo da análise de 
outros princípios.
4. (FCC – TRT 19 – Oficial de Justiça – 2014) 
Determinada empresa do ramo farmacêuti-
co, responsável pela importação de impor-
tante fármaco necessário ao tratamento de 
grave doença, formulou pedido de retifica-
ção de sua declaração de importação, não 
obtendo resposta da Administração pública. 
Em razão disso, ingressou com ação na Jus-
tiça, obtendo ganho de causa. Em síntese, 
considerou o Judiciário que a Administra-
ção pública não pode se esquivar de dar um 
pronto retorno ao particular, sob pena in-
clusive de danos irreversíveis à própria po-
pulação. O caso narrado evidencia violação 
ao princípio da
a) publicidade.
b) eficiência.
c) impessoalidade.
d) motivação.
e) proporcionalidade.
 
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5. (FCC – PGE-CE – Técnico Ministerial – 2013)
Determinado administrado formulou re-
querimento administrativo perante a Admi-
nistração Pública pleiteando o fornecimen-
to de remédio. Contudo, passados quase 
cinco meses do requerimento, a autoridade 
competente não tinha analisado o pedido, o 
que ensejou a propositura de ação judicial. 
O caso narrado evidencia a violação ao se-
guinte princípio do Direito Administrativo: 
a) eficiência. 
b) especialidade. 
c) tutela. 
d) autotutela. 
e) publicidade. 
6. (FCC – MPE-MA – Técnico Ministerial – 
2013) 
Na atuação administrativa, não basta a lega-
lidade formal, restrita; é preciso também a 
observância de princípios éticos, de lealda-
de, de boa-fé. A assertiva em questão refe-
re-se ao princípio da 
a) proporcionalidade. 
b) supremacia do interesse público. 
c) motivação. 
d) eficiência. 
e) moralidade. 
7. (FCC – MPE-MA – Analista Ministerial – 
2013)
Determinado servidor público, ao aplicar 
sanção a seu subordinado, assim o fez de 
forma excessiva e sem levar em conta as cir-
cunstâncias da falta disciplinar e o anterior 
comportamento do funcionário, isto é, seus 
antecedentes funcionais. O fato narrado ca-
racteriza violação ao seguinte princípio da 
Administração Pública: 
a) eficiência. 
b) supremacia do interesse público. 
c) presunção de veracidade. 
d) razoabilidade. 
e) publicidade. 
8. (FCC – MPE-MA – Analista Ministerial – 
2013) 
João obteve a primeira colocação na clas-
sificação final de determinado concurso 
público, conforme publicação realizada em 
jornal de grande circulação. No entanto, foi 
nomeado mediante publicação em perió-
dico diverso e de menor circulação, o que 
o impossibilitou de tomar as providências 
necessárias à posse e entrada em exercício 
na função. A convocação de João mediante 
singelo aviso genérico em jornal de peque-
na circulação, diverso daquele em que os 
atos oficiais haviam sido até então publi-
cados, não é apta a alcançar as finalidades 
de transparência e de conferir ciência ao 
nomeado, visto que dificulta o acesso e a 
compreensão da informação veiculada. A 
situação narrada evidencia a violação ao se-
guinte princípio da Administração Pública: 
a) publicidade. 
b) supremacia do interesse público. 
c) presunção de veracidade. 
d) improbidade. 
e) motivação. 
9. (FCC – MPE-AP – Técnico Ministerial – 
2012)
O Prefeito de determinado Município, a fim 
de realizar promoção pessoal, utilizou-se 
de símbolo e de slogan que mencionam o 
seu sobrenome na publicidade institucional 
do Município. A utilização de publicidade 
governamental para promoção pessoal de 
agente público viola o disposto no artigo 37, 
§ 1º, da Constituição Federal, ora transcrito: 
“A publicidade dos atos, programas, obras, 
serviços e campanhas dos órgãos públicos 
deverá ter caráter educativo, informativo 
ou de orientação social, dela não podendo 
constar nomes, símbolos ou imagens que 
caracterizem promoção pessoal de autori-
dades ou servidores públicos”. 
O fato narrado constitui violação ao seguin-
te princípio da Administração Pública, den-
tre outros: 
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Meu Primeiro Concurso – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luis Gustavo
a) Eficiência. 
b) Publicidade. 
c) Razoabilidade. 
d) Impessoalidade. 
e) Supremacia do Interesse Particular so-
bre o Público. 
10. (FCC – TST – Técnico Judiciário – 2012) 
Segundo a literalidade do caput do art. 37 
da Constituição de 1988, a Administração 
pública obedecerá, entre outros, ao princí-
pio da 
a) boa-fé. 
b) proporcionalidade. 
c) razoabilidade. 
d) igualdade. 
e) moralidade. 
11. (FCC – Analista – TJ-RJ – Execução De Man-
dados – 2012) 
O Poder Público contratou, na forma da 
lei, a prestação de serviços de transporte 
urbano à população. A empresa contrata-
da providenciou todos os bens e materiais 
necessários à prestação do serviço, mas em 
determinado momento, interrompeu as ati-
vidades. O Poder Público assumiu a presta-
ção do serviço, utilizando-se, na forma da 
lei, dos bens materiais de titularidade da 
empresa. A atuação do poder público con-substanciou-se em expressão do princípio 
da 
a) continuidade do serviço público. 
b) eficiência. 
c) segurança jurídica. 
d) boa-fé. 
e) indisponibilidade do interesse público.
12. (FCC – Analista Judiciário – TRT-11ª Região 
– 2012) 
A ideia de que a Administração tem que tra-
tar todos os administrados sem discrimina-
ções, traduz o princípio da 
a) legalidade. 
b) indisponibilidade. 
c) impessoalidade.
d) publicidade. 
e) unicidade. 
13. (FCC – Analista MPE-RN – 2012) 
O Administrador Público, ao remover deter-
minado Servidor Público, com o objetivo de 
vingança, viola, dentre outros, o princípio da 
a) proporcionalidade. 
b) impessoalidade. 
c) eficiência. 
d) publicidade. 
e) especialidade.
14. (FCC – Prefeitura de Recife – Procurador – 
2008) 
A definição de regime jurídico administrati-
vo remete ao conjunto de:
a) prerrogativas e sujeições conferidas 
à Administração Pública que lhe per-
mitem escusar-se ao cumprimento do 
princípio da legalidade em prol da su-
premacia do interesse público.
b) prerrogativas conferidas à Administra-
ção Pública, das quais são exemplos o 
poder expropriatório, a autotutela, a 
observância da finalidade pública e o 
princípio da moralidade administrativa.
c) prerrogativas e sujeições conferidas à 
Administração Pública, que lhe permi-
tem figurar, em alguns casos, em posi-
ção de supremacia em relação ao parti-
cular para atender o interesse público, e 
lhe obrigam a submeter-se a restrições 
em suas atividades.
d) sujeições às quais está obrigada a Admi-
nistração Pública, das quais são exem-
plos a obrigatoriedade de lançar mão do 
poder expropriatório, de rescindir con-
tratos administrativos e de impor medi-
das de polícia.
e) prerrogativas conferidas à Administra-
ção Pública para imposição de restrições 
aos administrados, em relação aos quais 
goza de supremacia sempre que preten-
der o sacrifício do interesse privado.
 
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15. (FCC – TRT-MT – Analista Judiciário – 2016) 
Manoela foi irregularmente investida no 
cargo público de Analista do Tribunal Re-
gional do Trabalho da 23ª Região, tendo, 
nessa qualidade, praticado inúmeros atos 
administrativos. O Tribunal, ao constatar o 
ocorrido, reconheceu a validade dos atos 
praticados, sob o fundamento de que os 
atos pertencem ao órgão e não ao agente 
público. Trata-se de aplicação específica do 
princípio da
a) impessoalidade.
b) eficiência.
c) motivação.
d) publicidade.
e) presunção de veracidade.
16. (FCC – TRT-MT – Técnico Judiciário – 2016) 
O Supremo Tribunal Federal, em importan-
te julgamento, considerou legítima a publi-
cação, inclusive em sítio eletrônico mantido 
pela Administração pública, dos nomes dos 
seus servidores e do valor dos correspon-
dentes vencimentos e vantagens pecuniá-
rias, não havendo qualquer ofensa à Cons-
tituição Federal, bem como à privacidade, 
intimidade e segurança dos servidores. Pelo 
contrário, trata-se de observância a um dos 
princípios básicos que regem a atuação ad-
ministrativa, qual seja, o princípio específico 
da
a) proporcionalidade.
b) eficiência.
c) presunção de legitimidade.
d) discricionariedade.
e) publicidade.
17. (FCC – TRE-PB – Técnico Judiciário – 2016)
O princípio da supremacia do interesse pú-
blico: 
a) é hierarquicamente superior aos de-
mais princípios, impondo-se sempre 
que houver conflito entre o interesse 
público e o interesse particular. 
b) foi substituído pelo princípio da indispo-
nibilidade dos bens públicos, posto que 
as decisões que visam ao atendimento 
do interesse público não colidem mais, 
na atualidade, com os interesses priva-
dos. 
c) depende de interpretação do conteú-
do no caso concreto, não se aplicando 
apriorística ou isoladamente, sem con-
siderar os demais princípios e as demais 
normas que se apliquem aos diversos 
interesses contrapostos, públicos e pri-
vados. 
d) é aplicado quando inexiste disposição 
legal para orientar determinada atua-
ção, posto que, em havendo, é típico 
caso de incidência do princípio da legali-
dade. 
e) depende essencialmente do princípio 
da legalidade, uma vez que, para sua in-
tegral aplicação e validade, é necessário 
que exista norma legal expressa nesse 
sentido. 
18. (FCC – TRE-TO – Técnico Judiciário – 2011) 
São princípios da Administração Pública, ex-
pressamente previstos no artigo 37, caput, 
da Constituição Federal, dentre outros,
a) eficiência, razoabilidade e legalidade.
b) motivação, moralidade e proporcionali-
dade.
c) legalidade, moralidade e impessoalida-
de.
d) publicidade, finalidade e legalidade.
e) eficiência, razoabilidade e moralidade.
19. (FCC – TRF-4ª – Analista Administrativo – 
2010) 
O princípio que norteia a gestão pública em 
que, qualquer atividade pública deve ser di-
rigida a todos os cidadãos, sem a determi-
nação de pessoa ou discriminação de qual-
quer natureza, é o princípio da
a) impessoalidade.
b) legalidade.
c) moralidade.
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Meu Primeiro Concurso – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luis Gustavo
d) igualdade.
e) continuidade.
20. (FCC – ALEPE – Consultor Legislativo Direito 
– 2014) 
O Governo de determinado Estado realizou 
campanha publicitária, paga com recursos 
públicos advindos da arrecadação de impos-
tos, para divulgação do programa de saúde 
pública instituído no Estado. A campanha 
publicitária afirmou que o programa de saú-
de pública era uma realização do partido 
político ao qual o Governador do Estado era 
filiado, tendo o Governador sido citado no-
minalmente na campanha, que também uti-
lizou sua imagem. Considerando o disposto 
na Constituição Federal, trata-se de publici-
dade realizada:
a) regularmente, uma vez que o cidadão 
tem direito a ser informado sobre as po-
líticas públicas instituídas pelo Governo, 
devendo ter caráter educativo, informa-
tivo ou de orientação social.
b) irregularmente, uma vez que da pu-
blicidade dos programas dos órgãos 
públicos não poderão constar nomes, 
símbolos ou imagens que caracterizem 
promoção pessoal de autoridades ou 
servidores públicos, devendo ter caráter 
educativo, informativo ou de orientação 
social.
c) irregularmente, uma vez que é vedada a 
realização de campanha publicitária dos 
programas de governo com recursos 
públicos, salvo se provenientes de doa-
ções.
d) irregularmente, uma vez que não pode-
ria ter sido utilizada a imagem do Go-
vernador, ainda que seu nome e o nome 
de seu partido pudessem ser utilizados 
na campanha.
e) regularmente, uma vez que a publici-
dade dos programas de saúde pública 
exige a indicação da autoridade res-
ponsável pelo programa, em razão do 
princípio da transparência, devendo ter 
caráter educativo, informativo ou de 
orientação social.
21. (FCC – MPE-PE – Promotor – 2014) 
Em sua formação, o Direito Administrativo 
brasileiro recebeu a influência da experiên-
cia doutrinária, legislativa e jurisprudencial 
de vários países, destacando-se especial-
mente a França, considerada como berço da 
disciplina. No rol de contribuições do Direito 
Administrativo francês à prática atual do Di-
reito Administrativo no Brasil, NÃO é corre-
to incluir:
a) a adoção de teorias publicísticas em 
matéria de responsabilidade extracon-
tratual das entidades estatais.
b) a adoção do interesse público como 
eixo da atividade administrativa.
c) a ideia de exorbitância em relação ao di-
reito comum, aplicável aos particulares.
d) a teoria do desvio de poder.
e) o sistema de contencioso administrati-
vo.
22. (FCC – TCE-RS – Auditor Público – 2014)
A necessidade de publicação dos atos admi-
nistrativos no Diário Oficial e, em alguns ca-
sos, em jornais de grande circulação é forma 
de observância do princípio da
a) legalidade, ainda que essa obrigação 
não esteja prevista na legislação.
b) impessoalidade, na medida em que os 
atos administrativos são publicados sem 
identificação da autoridade que os emi-
tiu.
c) eficiência, posto que a Administração 
deve fazer tudo o que estiver a seu al-
cance para promover uma boa gestão, 
aindaque não haja lastro na legislação.
d) supremacia do interesse público, pois a 
Administração tem prioridade sobre ou-
tras publicações.
e) publicidade, na medida em que a Ad-
ministração deve dar conhecimento de 
seus atos aos administrados.
 
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23. (FCC – TCE-RS – Auditor Público – 2014) 
Os princípios que regem a Administração 
pública:
a) são aqueles que constam expressamen-
te do texto legal, não se reconhecendo 
princípios implícitos, aplicando-se tanto 
à Administração direta quanto à indire-
ta.
b) podem ser expressos ou implícitos, os 
primeiros aplicando-se prioritariamente 
em relação aos segundos, ambos se diri-
gindo apenas à Administração direta.
c) são prevalentes em relação às leis que 
regem a Administração pública, em ra-
zão de seu conteúdo ser mais relevante.
d) dirigem-se indistintamente à Adminis-
tração direta e às autarquias, aplicando-
-se seja quando forem expressos, seja 
quando implícitos.
e) aplicam-se à Administração direta, indi-
reta e aos contratados em regular licita-
ção, seja quando forem expressos, seja 
quando implícitos.
24. (FCC – TRF-4 – Oficial de Justiça – 2014)
O princípio que traduz a ideia de que a Ad-
ministração tem que tratar a todos os admi-
nistrados sem discriminações, benéficas ou 
peculiares denomina-se princípio da:
a) moralidade.
b) publicidade.
c) supremacia do interesse público.
d) impessoalidade.
e) responsabilidade.
25. (FCC – TCE-GO – Analista de Controle Exter-
no – 2014) 
Um dos princípios básicos da Administração 
pública, além de consagrado explicitamente 
na Constituição Federal, quando trata dos 
princípios que norteiam a atuação admi-
nistrativa, também consta implicitamente 
ao longo do texto constitucional, como por 
exemplo, quando a Carta Magna exige que 
o ingresso em cargo, função ou emprego pú-
blico dependerá de concurso público, exata-
mente para que todos possam disputar-lhes 
o acesso em plena igualdade. Do mesmo 
modo, ao estabelecer que os contratos com 
a Administração direta e indireta depende-
rão de licitação pública que assegure igual-
dade de todos os concorrentes. Trata-se do 
princípio da:
a) proporcionalidade.
b) publicidade.
c) eficiência.
d) motivação.
e) impessoalidade.
26. (FCC – TRT-MG – Técnico Judiciário – 2015) 
O Supremo Tribunal Federal, em importan-
te julgamento, ocorrido no ano de 2001, 
entendeu não caber ao Banco “X” negar, ao 
Ministério Público, informações sobre no-
mes de beneficiários de empréstimos con-
cedidos pela instituição, com recursos subsi-
diados pelo erário federal, sob invocação do 
sigilo bancário, em se tratando de requisição 
de informações e documentos para instruir 
procedimento administrativo instaurado em 
defesa do patrimônio público. Trata-se de 
observância ao princípio da 
a) motivação. 
b) supremacia do interesse privado. 
c) impessoalidade. 
d) proporcionalidade. 
e) publicidade. 
27. (FCC – CNMP – 2015) 
Corresponde a um dos princípios básicos da 
Administração pública a:
a) universalidade.
b) livre iniciativa. 
c) solidariedade.
d) legalidade.
e) precaução.
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Meu Primeiro Concurso – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luis Gustavo
28. (FCC – TRT-6 – Juiz Substituto – 2015) 
Acerca dos princípios informativos da Admi-
nistração pública, considere: 
I – O princípio da publicidade aplica-se tam-
bém às entidades integrantes da Adminis-
tração indireta, exceto àquelas submetidas 
ao regime jurídico de direito privado e que 
atuam em regime de competição no merca-
do. 
II – O princípio da moralidade é considerado 
um princípio prevalente e a ele se subordi-
nam os demais princípios reitores da Admi-
nistração.
III – O princípio da eficiência, que passou a 
ser explicitamente citado pela Carta Mag-
na a partir da Emenda Constitucional no 
19/1998, aplica-se a todas as entidades in-
tegrantes da Administração direta e indire-
ta. Está correto o que consta APENAS em:
a) III. 
b) I e II. 
c) II e III. 
d) I. 
e) II. 
29. (FCC – TRE-RR – Analista Administrativo – 
2015) 
A Administração Pública Federal, enquanto 
não concluído e homologado determinado 
concurso público para Auditor Fiscal da Re-
ceita Federal, alterou as condições do cer-
tame constantes do respectivo edital, para 
adaptá-las à nova legislação aplicável à es-
pécie. E, assim ocorreu, porque antes do 
provimento do cargo, o candidato tem mera 
expectativa de direito à nomeação. Trata-se 
de aplicação do Princípio da 
a) Eficiência. 
b) Publicidade. 
c) Legalidade. 
d) Motivação. 
e) Supremacia do interesse privado.
30. (FCC – TRE-RR – Analista Judiciário – 2015) 
O Supremo Tribunal Federal, em importante 
julgamento ocorrido no ano de 2011, julgou 
inconstitucional lei que vedava a realização 
de processo seletivo para o recrutamento 
de estagiários por órgãos e entidades do 
Poder Público do Distrito Federal. O aludi-
do julgamento consolidou fiel observância, 
dentre outros, ao princípio da 
a) segurança jurídica. 
b) publicidade. 
c) presunção de legitimidade. 
d) motivação. 
e) impessoalidade. 
Gabarito: 1. B 2. E 3. D 4. B 5. A 6. E 7. D 8. A 9. D 10. E 11. A 12. C 13. B 14. C 15. A 16. E  
17. C 18. C 19. A 20. B 21. E 22. E 23. D 24. D 25. E 26. E 27. D 28. A 29. C 30. E
 
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TÓPICO 2
Responsabilidade Civil do Estado
A responsabilidade civil, genericamente considerada, tem sua origem no Direito Civil e, no 
âmbito do Direito Privado, consubstancia-se na obrigação de indenizar um dano patrimonial 
decorrente de um fato lesivo voluntário. No Direito Público, é modalidade de obrigação 
extracontratual e, para que ocorra, são necessários, como se depreende de sua definição, os 
seguintes elementos: 
 • (1) o fato lesivo causado pelo agente em decorrência de culpa em sentido amplo, a qual 
abrange o dolo (intenção) e a culpa em sentido estrito, que engloba a negligência, a 
imprudência ou a imperícia;
 • (2) a ocorrência de um dano patrimonial ou moral; e
 • (3) o nexo de causalidade entre o dano havido e o comportamento do agente, o que 
significa ser necessário que o dano efetivamente haja decorrido, direta ou indiretamente, 
da ação ou omissão indevida do agente.
Na definição de Celso Antônio Bandeira de Melo, responsabilidade civil ou responsabilidade 
patrimonial extracontratual do Estado é a obrigação que lhe incumbe de reparar, 
economicamente, os danos causados a terceiros e que lhe sejam imputáveis em decorrência de 
comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos. 
Assim, a responsabilidade civil não se origina de ajustes realizados pela Administração 
Pública com particulares, a denominada responsabilidade contratual, mas é decorrente de 
comportamentos unilaterais omissivos ou comissivos, legais ou ilegais, materiais ou jurídicos 
imputáveis aos agentes públicos.
Temos que a responsabilidade civil da Administração Pública se evidencia na obrigação que tem 
o Estado de indenizar os danos patrimoniais que seus agentes, atuando em seu nome, ou seja, 
na qualidade de agentes públicos, causem à esfera juridicamente tutelada dos particulares. 
Traduz-se, pois, na obrigação de reparar economicamente danos patrimoniais, e com tal 
reparação se exaure.
2.2 Evolução
A evolução da responsabilidade do Estado passou, basicamente, pelas seguintes fases: 
irresponsabilidade do Estado; responsabilidade com culpa – subjetiva – do Estado (civil e 
administrativa) e responsabilidade sem culpa – objetiva – do Estado (risco administrativo e 
risco integral).
Meu Primeiro Concurso – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luis Gustavo
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2.2.1 Irresponsabilidade do Estado
A teoria da não responsabilização do Estado ante os atos de seus agentes que fossem lesivos 
aos particulares assumiu sua maior notoriedade sob os regimes absolutistas. Baseava-se 
esta teoria na ideia de que não era possível ao Estado, literalmente personificado na figura 
do rei, lesar seus súditos, uma vez que o rei não cometia erros. Os agentespúblicos, como 
representantes do próprio rei não poderiam, portanto, ser responsabilizados por seus atos, 
ou melhor, seus atos, na qualidade de atos do rei, não poderiam ser considerados lesivos aos 
súditos. Essa teoria logo começou a ser combatida, por sua evidente injustiça: se o Estado deve 
tutelar o Direito, não pode deixar de responder quando, por sua ação ou omissão, causar danos 
a terceiros, mesmo porque, sendo pessoa jurídica, é titular de direitos e obrigações.
Naturalmente, esta doutrina somente possui valor histórico, encontrando-se inteiramente 
superada, mesmo na Inglaterra e nos Estados Unidos, últimos países a abandoná-la (em 1946 e 
1947, respectivamente).
2.2.2 Responsabilidade com Culpa Civil Comum do Estado (culpa subjetiva)
Esta doutrina, influenciada pelo individualismo característico do liberalismo, pretendeu 
equiparar o Estado ao indivíduo, sendo, portanto, obrigado a indenizar os danos causados 
aos particulares nas mesmas hipóteses em que existe tal obrigação para os indivíduos. Assim, 
como o Estado atua por meio de seus agentes, somente existia obrigação de indenizar quando 
estes, os agentes, tivessem agido com culpa ou dolo, cabendo, evidentemente, ao particular 
prejudicado o ônus de demonstrar a existência desses elementos subjetivos.
2.2.3 Teoria da Culpa Administrativa (culpa anônima)
A Teoria da Culpa Administrativa representou o primeiro estágio da transição entre a doutrina 
subjetiva da culpa civil e a responsabilidade objetiva atualmente adotada pela maioria dos 
países ocidentais.
Segundo a Teoria da Culpa Administrativa, o dever de o Estado indenizar o dano sofrido pelo 
particular somente existe caso seja comprovada a existência de falta do serviço. Não se trata 
de perquirir da culpa subjetiva do agente, mas da ocorrência de falta na prestação do serviço, 
falta essa objetivamente considerada. A tese subjacente é que somente o dano decorrente de 
irregularidade na execução da atividade administrativa ensejaria indenização ao particular, ou 
seja, exige-se também uma espécie de culpa, mas não culpa subjetiva do agente, e sim uma 
culpa especial da Administração à qual se convencionou chamar culpa administrativa.
A culpa administrativa podia decorrer de uma das três formas possíveis de falta do serviço: 
inexistência do serviço, mau funcionamento do serviço ou atraso na prestação do serviço. 
Caberá sempre ao particular prejudicado pela falta comprovar sua ocorrência para fazer jus 
à indenização. No Direito Brasileiro, sobrevive a teoria da culpa anônima, paralelamente à 
responsabilidade objetiva do Estado.
 
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2.2.4 Teoria do Risco Administrativo
Em todos os tipos de responsabilidade vistos anteriormente ainda se atribuía ao particular todo 
o ônus da prova. Pela Teoria do Risco Administrativo, surge a obrigação econômica de reparar o 
dano sofrido injustamente pelo particular, independentemente da existência de falta do serviço 
e muito menos de culpa do agente público. Basta que exista o dano, sem que, para ele, tenha 
concorrido o particular.
Resumidamente, existindo o fato do serviço e o nexo de causalidade entre o fato e o dano 
ocorrido, presume-se a culpa da Administração. Compete a esta, para eximir-se da obrigação de 
indenizar, comprovar, se for o caso, existência de culpa exclusiva do particular ou, se comprovar 
culpa concorrente, terá atenuada sua obrigação. O que importa, em qualquer caso, é que o 
ônus da prova de culpa do particular, se existente, cabe sempre à Administração. Em regra, é a 
teoria adotada no Brasil, estando disciplinada no art. 37, § 6o da Constituição Federal.
2.2.5 Teoria do Risco Integral
Vimos que, na Teoria do Risco Administrativo, dispensa-se a prova da culpa da Administração, 
mas permite-se que esta venha a comprovar a culpa da vítima para fim de atenuar (se recíproca) 
ou excluir (se integralmente do particular) a indenização. Em outras palavras: não significa essa 
teoria que a Administração, inexoravelmente, tenha a obrigação de indenizar o particular; 
apenas fica dispensada, a vítima, da necessidade de comprovar a culpa da Administração. 
Por exemplo, havendo um acidente entre um veículo conduzido por um agente público e um 
particular, não necessariamente haverá indenização integral, ou mesmo parcial, por parte da 
Administração. Pode ser que a Administração consiga provar que tenha havido culpa recíproca 
dos dois condutores (hipótese em que a indenização será atenuada, “repartida” entre as partes) 
ou mesmo que a culpa tenha sido exclusivamente do motorista particular (hipótese em que 
restaria excluída a obrigação de indenização por parte da Administração, cabendo ao particular 
a obrigação de reparação).
Já a Teoria do Risco Integral representa uma exacerbação da responsabilidade civil da 
Administração. Segundo essa teoria, basta só a existência do evento danoso e do nexo causal 
para que surja a obrigação de indenizar para a Administração, mesmo que o dano decorra de 
culpa exclusiva do particular. Tomando-se esse exemplo, mesmo que ficasse comprovado haver 
culpa exclusiva do condutor particular, a obrigação de indenizar caberia à Administração.
Segundo administrativistas do peso de Hely Lopes Meirelles, a Teoria do Risco Integral jamais 
foi adotada em nosso ordenamento jurídico. Porém, Maria Sylvia Di Pietro afirma a aplicação 
de tal teoria em alguns casos, tais como o dano nuclear.
2.3 Responsabilidade Civil do Estado no Brasil
8.3.1 Responsabilidade Civil da Administração no Direito Brasileiro: O já revogado Código Civil 
de 1916 dispunha, em seu artigo 15, que “as pessoas jurídicas de Direito Público são civilmente 
responsáveis por atos de seus representantes que nessa qualidade causem dano a terceiros, 
procedendo de modo contrário ao direito ou faltando a dever prescrito por lei. salvo o direito 
Meu Primeiro Concurso – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luis Gustavo
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regressivo contra os causadores do dano”. Adotava, pois, a responsabilidade civil (subjetiva) da 
Administração. 
A Constituição Federal de 1946 introduziu no Direito Pátrio a responsabilidade civil objetiva 
dispondo, em seu art. 194, que “As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente 
responsáveis pelos danos que seus funcionários, nessa qualidade, causem a terceiros”. Foram 
eliminados, assim, os elementos subjetivos da culpa presentes no texto anterior.
As Constituições seguintes não promoveram alterações significativas neste aspecto. A atual 
Carta Magna, em seu art. 37, §6º, reza que “As pessoas jurídicas de Direito Público e as de 
Direito Privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, 
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável 
nos casos de dolo e culpa”. É importante ressaltar que não foram aqui incluídas as pessoas 
jurídicas de direito público (EP e SEM) que atuam a título de intervenção no domínio econômico, 
apenas as prestadoras de serviços públicos. Dessa forma, tais entidades responderão com base 
na responsabilidade subjetiva pelos danos que eventualmente causarem a terceiros, consoante 
as regras de direito privado. 
Confirmando esse posicionamento, o novo Código Civil (lei nº 10.406/2002), dispõe que 
“As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos de seus 
agentes que, nessa qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra 
os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo”. Consagra-se, assim, no 
ordenamento jurídico pátrio, a teoria da responsabilidade objetiva do Estado (independente 
de dolo ou culpa) e a teoria da responsabilidade subjetiva do agente (dependente de dolo ou 
culpa), para fins de ação regressiva estatal.
Quanto à ação regressiva, seus efeitos, por tratar-se de uma ação de natureza civil, transmitem-
se aos herdeiros e sucessores do culpado. Portanto, mesmo após a morte do agente, podem 
seus sucessores eherdeiros ficar com a obrigação da reparação do dano (sempre respeitado o 
limite do valor do patrimônio transferido – CF, art. 5º, XLV). Pelo mesmo motivo, pode tal ação 
ser intentada mesmo depois de terminado o vínculo entre o servidor e a Administração. Nada 
impede, pois, que seja o agente responsabilizado ainda que aposentado, em disponibilidade, 
etc.
2.3.2 Ação de Indenização (Particular x Administração)
A reparação do dano causado pela Administração ao particular poderá dar-se amigavelmente ou 
por meio de ação de indenização movida por este contra aquela. O particular que sofreu o dano 
praticado pelo agente deverá, pois, intentar a ação de indenização em face da Administração 
Pública, e não contra o agente causador do dano. Nessa ação, bastará ao particular demonstrar 
a relação de causa e consequência entre o fato lesivo e o dano, bem como o valor patrimonial 
desse dano. Isso porque a responsabilidade da Administração é do tipo objetiva, bastando os 
pressupostos de nexo causal e dano para surgir a obrigação de indenizar. A partir daí, cabe à 
Administração, para eximir-se da obrigação de indenizar, comprovar, se for o caso, que a vítima 
concorreu com dolo ou culpa para o evento danoso, podendo resultar três situações:
 • (1) se não conseguir provar, responderá integralmente pelo dano, devendo indenizar o 
particular;
 • (2) se comprovar que a culpa total foi do particular, ficará eximida da obrigação de reparar;
 
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 • (3) se comprovar que houve culpa recíproca (parcial de ambas as partes), a obrigação será 
atenuada proporcionalmente.
2.3.3 Ação Regressiva (Administração x Agente)
O § 6º do art. 37 da CF autoriza a ação regressiva do Estado contra o agente causador do dano 
no caso de dolo ou culpa deste ao causar o dano ao particular. Segundo posicionamento recente 
do STF, o servidor somente responderá mediante ação regressiva, perante a Fazenda Pública, 
não sendo possível acionar diretamente o servidor ou o Estado e o servidor conjuntamente, 
por meio de litisconsórcio passivo facultativo.
Há, aqui, dois aspectos a serem ressaltados:
 • (1) a entidade pública, para voltar-se contra o agente, deverá comprovar já ter indenizado a 
vítima, pois seu direito de regresso nasce a partir do pagamento;
 • (2) não se deve confundir a responsabilidade da Administração em face do particular com 
a responsabilidade do agente perante a Administração: aquela é informada pela teoria do 
risco administrativo, que, conforme vimos, independe de culpa ou dolo; esta, do agente 
perante a Administração, só ocorre no caso de dolo ou culpa (responsabilidade subjetiva 
do agente). Tais ações de ressarcimento são imprescritíveis.
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Questões CESPE
1. (Cespe – DPU – 2016) 
Situação hipotética: Considere que uma 
pessoa jurídica de direito público tenha 
sido responsabilizada pelo dano causado a 
terceiros por um dos seus servidores públi-
cos. Assertiva: Nessa situação, o direito de 
regresso poderá ser exercido contra esse 
servidor ainda que não seja comprovada a 
ocorrência de dolo ou culpa.
( ) Certo   ( ) Errado
2. (Cespe – DPE-TO – 2012) 
A responsabilidade civil das pessoas jurí-
dicas de direito privado, incluídas as que 
prestam serviços públicos, é subjetiva, isto 
é, depende da ocorrência de culpa ou dolo. 
( ) Certo   ( ) Errado
3. (Cespe – DPE-TO – 2012) 
Nas ações de indenização fundadas na res-
ponsabilidade civil objetiva do Estado, é 
obrigatória a denunciação da lide do agen-
te público suspostamente responsável pelo 
ato lesivo.
( ) Certo   ( ) Errado
4. (Cespe – CGE-PI – Auditor – 2015) 
De acordo com a teoria do risco integral, é 
suficiente a existência de um evento danoso 
e do nexo de causalidade entre a conduta 
administrativa e o dano para que seja obri-
gatória a indenização por parte do Estado, 
afastada a possibilidade de ser invocada al-
guma excludente da responsabilidade.
( ) Certo   ( ) Errado
5. (Cespe – TRE-GO – Analista Judiciário – 
2015)
Rafael, agente público, chocou o veículo 
que dirigia, de propriedade do ente ao qual 
é vinculado, com veículo particular dirigido 
por Paulo, causando-lhe danos materiais.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o 
seguinte item.
A responsabilidade da administração pelos 
danos causados a terceiro é objetiva, ou 
seja, independe da comprovação do dolo 
ou culpa de Rafael.
( ) Certo   ( ) Errado
6. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 
2015)
De acordo com a Constituição Federal, so-
mente as pessoas jurídicas de direito públi-
co responderão pelos danos que seus agen-
tes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
( ) Certo   ( ) Errado
(Cespe – TRT10 – Analista Judiciário – 2012)
Todos os anos, na estação chuvosa, a região 
metropolitana de determinado município 
é acometida por inundações, o que causa 
graves prejuízos a seus moradores. Estudos 
no local demonstraram que os fatores pre-
ponderantes causadores das enchentes são 
o sistema deficiente de captação de águas 
pluviais e o acúmulo de lixo nas vias públi-
cas.
Considerando essa situação hipotética, jul-
gue os itens subsequentes.
 
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7. Caso algum cidadão pretenda ser ressar-
cido de prejuízos sofridos, poderá propor 
ação contra o Estado ou, se preferir, dire-
tamente contra o agente público respon-
sável, visto que a responsabilidade civil na 
situação hipotética em apreço é solidária.
( ) Certo   ( ) Errado
8. De acordo com a jurisprudência e a doutri-
na dominante, na hipótese em pauta, casa 
haja danos a algum cidadão e reste prova-
da conduta omissiva por parte do Estado, a 
responsabilidade deste será subjetiva.
( ) Certo   ( ) Errado
(Cespe – TRT 10 – Analista Judiciário – 
2012)
No tocante à responsabilidade civil da ad-
ministração, julgue os itens subsequentes.
9. A teoria do risco integral obriga o Estado a 
reparar todo e qualquer dano, independen-
temente de a vítima ter concorrido para o 
seu aperfeiçoamento. 
( ) Certo   ( ) Errado
10. Pela teoria da faute du service, ou da cul-
pa do serviço, eventual falha é imputada 
pessoalmente ao funcionário culpado, isen-
tando a administração da responsabilidade 
pelo dano causado.
( ) Certo   ( ) Errado
11. (Cespe – TRT 10 – Analista Judiciário – 
2012)
A reparação do dano à pessoa lesada por ato 
emanado de agente público no exercício de 
suas funções pode ser consumada tanto na 
via administrativa, por acordo entre a pes-
soa jurídica civilmente responsável e o lesa-
do, como por ação judicial de indenização. 
( ) Certo   ( ) Errado
12. (Cespe – TRE-PI – Técnico Judiciário – 2016)
Em razão do princípio da supremacia do 
interesse público, são vedados o reconhe-
cimento da responsabilidade e a reparação 
de dano extrajudicial pela administração.
( ) Certo   ( ) Errado
13. (Cespe – TRE-PI – Técnico Judiciário – 2016)
A responsabilidade objetiva de empresa 
concessionária de serviço público alcança 
usuários e não usuários do serviço público.
( ) Certo   ( ) Errado
14. (Cespe – TRE-MS – Tecnico Judiciário – 
2012)
Para configurar a responsabilidade civil do 
Estado, o agente público causador do dano 
deve ser servidor público estatutário e pos-
suir vínculo direto com a administração. 
( ) Certo   ( ) Errado
15. (Cespe – TRE-MS – Tecnico Judiciário – 
2012) 
Para configurar a responsabilidade civil do 
Estado, o agente público causador do pre-
juízo a terceiros deve ter agido na qualidade 
de agente público, sendo irrelevante o fato 
de ele atuar dentro, fora ou além de sua 
competência legal.
( ) Certo   ( ) Errado
16. (Cespe – TRE-MS – Tecnico Judiciario – 
2012) 
A responsabilidade civil do Estado é objeti-
va, sendo obrigatória configuração da culpa 
para a eclosão do evento danoso.
( ) Certo   ( ) Errado
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Meu Primeiro Concurso – Noções de Direito Administrativo – Prof. Luis Gustavo
(Cespe – TJ-RR – Técnico Judiciario – 2012)
No que tange à responsabilidade civil do Es-
tado, julgue os itens que se seguem.
17.

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