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Células e Tecidos Secretores

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1 | I o n a r a N u n e s ( @ i o n a r a e s t e f a n y ) 
 
CÉLULAS E TECIDOS 
SECRETORES 
 
INTRODUÇÃO 
Para os vegetais, a secreção envolve 
processos de formação, podendo incluir a 
síntese, e de isolamento de substâncias 
específicas em compartimentos do 
protoplasto da célula secretora, e da 
posterior liberação para espaços 
extracelulares no interior dos órgãos ou para 
a superfície externa do vegetal. As células 
secretoras podem estar individualizadas 
constituindo os idioblastos, ou ser 
encontradas compondo estruturas 
multinucleadas, como os tricomas, 
emergências, cavidades ou bolsas, e duetos 
ou canais. De forma geral, todos esses tipos 
morfológicos são designados por estruturas 
secretoras ou glândulas. No caso das 
cavidades e dos duetos, as células 
secretoras liberam o material secretado no 
lume. O material secretado possui 
composição química variável e complexa, 
como por exemplo água, soluções salinas, 
néctar, mucilagem e, ou, goma, proteínas 
(incluindo enzimas proteolíticas), óleos, 
resinas, óleo-resinas, goma-resinas, látices 
etc. Assim, exclui-se as substâncias que são 
armazenadas para posterior utilização como 
fonte de energia no metabolismo primário, 
como o amido. 
HIDATÓDIOS 
Estruturas encontradas nas ornamentações, 
como as crenas, das margens das folhas 
que secretam, pelo processo ativo de 
gutação, um líquido de composição variável 
desde água pura até soluções diluídas de 
solutos orgânicos e inorgânicos na forma de 
íons. A gutação ocorre em condições 
especiais, quando a capacidade de campo é 
máxima e a umidade relativa elevada. A 
fonte do exsudato é proveniente do xilema, 
representado por traqueídes terminais dos 
feixes vasculares. Os hidatódios são 
caracterizados pela presença de: bainha do 
feixe aberta; elementos de condução 
exclusivamente xilemáticos; e poros 
aquíferos semelhantes a estômatos 
modificados com câmaras aquíferas. As 
traqueídes terminais liberam a solução nos 
proeminentes espaços intercelulares do 
epitema. O exsudato é liberado para fora da 
planta através de poros aquíferos. 
NECTÁRIOS 
Estruturas secretoras de néctar são 
encontradas em várias partes do corpo 
vegetativo e reprodutivo das plantas, 
geralmente. Os componentes principais do 
néctar são sacarose, glicose e frutose, entre 
outros, incluindo alguns tipos de enzimas. A 
fonte do material a ser secretado é 
proveniente do floema e do xilema. O néctar 
não é mera liberação da seiva floemática, 
porque esta se transforma em pré-néctar e 
este em néctar por ação enzimática. Em 
alguns casos, o tecido nectarífero não difere 
dos tecidos adjacentes e apenas o néctar é 
detectado, quando anatomicamente 
diferenciados, os nectários são 
caracterizados pela presença de elementos 
de condução floemáticos e xilemáticos, 
tecido nectarífero parenquimático e tecido 
nectarífero epidérmico. O néctar pode ser 
liberado de diversas maneiras: diretamente 
das células nectaríferas para o exterior por 
meio de estômatos modificados, por 
exocitose, por microporos; ou por 
rompimento da cutícula. Estudos 
despontaram que as células nectaríferas 
são capazes de reabsorver o néctar não 
coletado pelos visitantes. Quanto à posição, 
o nectário é classificado em extrafloral 
(NEF) e floral (NF). Os NEFs são 
encontrados no caule, nas folhas pecíolo, 
estipulas e lâmina foliar, nas partes 
vegetativas e reprodutivas das plantas, 
excetuando-se a flor. Enquanto os NFs 
estão restritos à flor. Quanto à função, o 
nectário classifica-se em nupcial (MN) e 
extranupcial (NEN). No caso dos NNs, o 
néctar é um recurso procurado por 
determinados agentes polinizadores e, no 
caso dos NENs, por insetos, especialmente 
2 | I o n a r a N u n e s ( @ i o n a r a e s t e f a n y ) 
 
formigas agressivas que "protegem" a 
planta contra a ação de herbívoros 
predadores. 
HIDROPÓTIOS 
Tricomas encontrados nas superfícies 
submersas das folhas de mono e 
dicotiledôneas aquáticas de água-doce. 
Estão envolvidos no transporte de água e 
sais, sendo capazes de reter mais íons 
minerais que as demais células da 
epiderme. 
GLÂNDULAS DE SAL 
Tricomas presentes em folhas de plantas 
que ocupam ambiente salino. Tais 
estruturas evitam um nível nocivo de 
acúmulo de íons minerais nos tecidos de 
algumas espécies de halófitas. A fonte do 
material a ser secretado é a corrente 
transpiratória. Soluções contendo sais 
minerais na forma de íons e de carbonatos 
podem ser secretadas por dois tipos 
distintos de tricomas: as células secretoras 
morrem em decorrência dos níveis elevados 
de íons em seu vacúolo, ou permanecem 
vivas em decorrência dos íons serem 
liberados do protoplasto da célula secretora 
por microvesículas (processo de exocitose) 
e da cutícula para o exterior via microporos. 
ESTRUTURAS QUE SECRETAM 
MUCILAGEM E, OU, GOMA 
Não se distingue com exatidão mucilagem 
de goma, sendo a mucilagem mais fluida e 
a goma mais viscosa. As estruturas 
envolvidas na secreção de mucilagem e, ou, 
goma são idioblastos, cavidades, duetos, 
superfícies epidérmicas, parênquima, 
tricomas e emergências. Tais estruturas 
estão presentes em diversos órgãos de 
espécies pertencentes às famílias 
Apocynaceae, Asclepiadaceae, 
Bombacaceae, Cactaceae, Clusiaceae, 
Fabaceae, Malvaceae, Rubiaceae, 
Rutaceae, Sterculiaceae e Tiliaceae. Por 
exemplo, o parênquima que produz 
mucilagem ocorre nas plantas suculentas, 
tendo papel relevante no armazenamento 
de água. E Um dos mecanismos de captura 
das plantas carnívoras é caracterizado pela 
presença de tricomas que secretam 
mucilagem na superfície das folhas, 
imobilizando a presa e facilitando a sua 
captura. 
GLÂNDULAS DIGESTIVAS 
Alguns tipos de estruturas secretoras, como 
nectários e tricomas secretores de 
mucilagem, podem ser encontrados nas 
folhas das plantas carnívoras, mas as que 
garantem a caracterização desta síndrome 
são as glândulas digestivas. As enzimas 
digestivas são produzidas por tricomas 
glandulares em Dionaea, Drosophyllum 
Pinguicula e Nepenthes e por emergências 
vascularizadas em Drosera. 
TRICOMAS URTICANTES 
Tricomas presentes em espécies 
pertencentes a Euphorbiaceae, 
Hydrophyllaceae, Loasaceae e Urticaceae, 
que produzem uma secreção que causa 
reação alérgica, a qual varia de irritação 
suave até morte, dependendo das espécies 
envolvidas e das circunstâncias em que se 
deu o contato entre a planta e o animal. 
Constituem, pois, elementos de defesa das 
plantas que os possuem. Além da reação 
alérgica, os extratos da secreção de 
espécies de urtica provocam dor, tendo sido 
neles detectadas histamina, acetilcolina e 5-
hidroxitriptamina. 
ESTRUTURAS QUE SECRETAM 
COMPOSTOS FENÓLICOS 
Os compostos fenólicos formam uma classe 
de compostos do metabolismo secundário 
que possui um grupo hidroxila ligado 
diretamente a um carbono de um anel 
benzênico. Os compostos fenólicos em 
plantas constituem um grupo quimicamente 
heterogêneo, sendo alguns solúveis 
somente em solventes orgânicos e outros, 
em água, como os glicosídios e os ácidos 
carbônicos, além de haver polímeros 
insolúveis. Como exemplo desse tipo de 
3 | I o n a r a N u n e s ( @ i o n a r a e s t e f a n y ) 
 
estrutura, está apresentada abaixo uma 
figura que representa os idioblastos. 
ESTRUTURAS QUE SECRETAM 
MATERIAL LIPOFÍLICO 
As substâncias lipofílicas incluem terpenos, 
ácidos graxos livres, agliconas flavonóidicas 
e ceras. Os óleos essenciais são 
constituídos por terpenos de baixo peso 
molecular e as resinas, por uma mistura de 
terpenos de baixo e alto peso molecular. 
Além de ácidos graxos livres, agliconas 
flavonóidicas e ceras, outras substâncias 
são encontradas como mucilagem e, ou, 
goma, compostos fenólicos, proteínas, 
aminoácidos etc. As estruturas presentes 
em espécies de gimnospermas, 
representadas por duetos secretores nas 
Pinaceae, secretammaterial 
essencialmente resinífero. Considerando as 
angiospermas, o material secretado pode 
ser observado na forma de óleos essenciais 
voláteis, óleo resinas ou secreções 
heterogêneas constituídas por goma-
resinas. As estruturas envolvidas na 
secreção de material lipofílico, incluindo as 
secreções heterogêneas, são os idioblastos, 
cavidades, duetos, superfícies epidérmicas, 
tricomas e emergências. 
LATICÍFEROS 
O látex é uma suspensão ou emulsão de 
pequenas partículas (óleos, resinas, ceras e 
borracha) dispersas num líquido que contém 
mucilagem, carboidratos, ácidos orgânicos, 
íons minerais e enzimas proteolíticas, 
podendo, ainda, ser encontrados açúcares e 
vitaminas. As estruturas envolvidas na 
produção de látex são os laticíferos, duetos 
laticíferos (em espécies de Mammillaria) e 
células parenquimáticas (em espécies de 
Parthenium e Solidago). Em termos 
estruturais, os laticíferos agrupam-se em 
duas categorias: não-articulados e 
articulados. Os laticíferos estão presentes 
em diversos órgãos de espécies 
pertencentes a Anacardiaceae, 
Apocynaceae, Araceae, Asclepiadaceae, 
Asteraceae, Butomaceae, Cactaceae, 
Clusiaceae, Euphorbiaceae, como os 
observados no caule de Euphorbia miln, 
Fabaceae, Liliaceae, Moraceae, Musaceae, 
Papaveraceae e Urticaceae. O látex pode 
bloquear ferimentos, tendo papel relevante 
na defesa contra microrganismos, e na 
redução da herbívoria. 
 
REFERÊNCIA

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