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DIREITO INTERNACIONAL 6 DIREITO DOS TRATADOS CONCEITO ● Um Tratado é o conjunto de propostas jurídicas feitas por Estados - resultado de negociações. ● É preciso haver vontade de 2 ou mais sujeitos de DIN. ● O direito dos tratados é regulamentado por um tratado na Convenção de Viena sobre o direito dos tratados; ● CONVENÇÃO DE VIENA DE 1969 - Somente Estados eram sujeitos e podiam ter tratados; ● CONVENÇÃO DE VIENA DE 1986 - As OIs passam a ser sujeitos e podem fazer tratados; ○ É possível ter tratados entre 2 OIs. TERMINOLOGIA ● Os tratados são feitos dentro do direito internacional; ● Convenção, protocolo, declaração, entre outros são formas diferentes de tratados; ○ Tratado é gênero e os outros são espécies; ● CONCORDATA - Nome dado a um tratado onde uma das partes é "santa" - envolve religião / igreja em forma de Estado - ex: Vaticano. CLASSIFICAÇÃO 1. Em função do nº de Estados-parte: a. Bilateral - Celebrado entre 2 partes; b. Plurilateral - Celebrado entre mais de 2 partes; c. Multilateral - Celebrado entre mais de 2 partes e no interior de uma OI. 2. Em função da generalidade das disposições: a. Convenções-quadro / convenção maior - Tem disposições gerais na área de DIN; b. Convenções específicas - Feitas depois para complementar o tratado já existente; c. Convenções em relação às normas jurídicas dos tratados - Há 2 subclassificações em relação a imperatividade da norma: i. Direito positivo - as normas de um tratado podem ser modificadas por um tratado posterior; ii. Direito cogente - as normas são obrigatórias para todos os Estados; são superiores às outras normas e podem "derrubar" normas menores. VALIDADE ● Para o tratado ser válido, os Estados ou OI precisam ter capacidade para regulá-lo; ● O Estado / OI precisa ser reconhecido e tenha agentes - representantes estatais - para assinar os tratados; ● O objetivo do tratado deve ser lícito e possível; ● É preciso ter o consentimento entre os Estados participantes; ○ Há casos em que um acordo entre Estados pode afetar outras nações - nesse casos, são feitas reparações para o Estado lesado. ● ESTADO SIGNATÁRIO - Mostra interesse em participar; ● ESTADO PARTE / RATIFICADO - É obrigado a cumprir as normas do tratado; ● ESTADO MEMBRO - É vinculado juridicamente a um tratado internacional que estabelece uma OI. ● ASSINATURA - Ato político que marca o desejo do cumprimento, porém não gera obrigações para os Estados; ○ EXCEÇÃO - Não é ato político quando o próprio tratado estabelece que a assinatura é definitiva e não precisa de ratificação. ○ Uma assinatura não vincula juridicamente um Estado ao tratado internacional. ● RATIFICAÇÃO - Ato executivo e legislativo que gera obrigações para os Estado. ● Quem redige o tratado define se será assinatura ou ratificação. ● As assinaturas são feitas por grande autoridade política / representantes do Estado. ● Os documentos são cartas com grande poder. ● RESERVAS - O Estado não concorda com um ponto / cláusula específica do tratado na hora de assinar; ○ É feita uma reserva e a cláusula não tem efeito sobre o Estado; ○ É uma "válvula de escape" para o Estado; ○ EXCEÇÕES - No caso de a reserva ser proibida pelo próprio tratado - ex: tratado sobre direitos humanos; ■ - Não se pode fazê-la se for contra a função / finalidade do tratado. REGISTRO E PUBLICAÇÃO ● O art. 102 da Carta da ONU determina que os tratados devem ser registrados, caso contrário, as partes não podem invocá-lo; ○ Tanto os Estados-membros, quanto as OIs podem invocá-los. INTERPRETAÇÃO ● Os tratados são interpretados pelas Convenções de 1969 e 1986; ● Os tratados internacionais não podem ser interpretados de maneira nacional; ● Não pode haver erro de interpretação dos tratados internacionais, pois eles não podem falhar; ● Não é possível interpretar reservas nos tratados; ● Em caso de conflitos de interpretação, a boa fé deve prevalecer ● Norma Posterior revoga a norma anterior - tira o conflito existente na norma / tratado anterior. ● Se há um tratado multilateral e após é feito um bilateral, é feita uma interpretação do mesmo, pois ambos precisam funcionar de forma harmônica; ○ Neste caso, o tratado multilateral já existente não é revogado. DENÚNCIA ● Ato dentro do direito dos tratados onde o Estado decide unilateralmente sair de um tratado - ex: BREXIT. ○ Cada tratado estabelece como é feita a denúncia; ○ O Estado deve continuar cumprindo as obrigações do tratado até o momento da denúncia; ■ A denúncia é observada por um ano - nesse tempo, o Estado ainda deve cumprir com as obrigações do tratado. ○ O tratado ainda terá efeito nos outros Estados. ○ Há 20 artigos na Convenção de Viena para tal ato. ● SUSPENSÃO - As obrigações do tratado são suspensas por um tempo. ● EXTINÇÃO - Morte do tratado; 1. Tudo o que o tratado previa foi executado; 2. Fim do prazo do tratado; 3. O tratado prevê a extinção após alcançar a meta; 4. Os Estados fazem acordos mútuos para a extinção; 5. O benefício é exclusivo para um Estado; a. Ex: É feito um fundo de ajuda para um Estado poder se manter, porém, o Estado beneficiário o recusa, causando sua extinção. 6. Não é possível de ser executado; 7. Uma denúncia por parte de um Estado e é extinto para o próprio; 8. Um Estado não executa as partes propostas no tratado; 9. Guerra entre as partes contratantes - pois não é possível se manter; a. Em caso de tratado multilateral, a extinção é somente para os que estão em guerra. 10. Quando um Estado prescreve que está fora do tratado. ● REBUS SIC STANTIBUS - Condições para deixar de continuar o acordo, evitando mudanças bruscas; ○ Nesse caso, a cláusula é colocada para impedir grande e rápida mudança; ○ É feita com cautela e só aceita em casos excepcionais. ● NULIDADE - O tratado já nasce nulo; ● Quando há um defeito no tratado e ele não pode ser praticado; ● É preciso resolver os problemas causados por ele. ○ CONDIÇÕES PARA NULIDADE: 1. O Estado assinou errado; 2. Dolo - erro intencional para prejudicar o outro; 3. Corrupção - o representante do Estado foi corrompido; 4. Coerção - O Estado assinou o tratado sob pressão / ameaça; 5. Violação do Jus Cogens.
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