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Semiologia das doenças do colon

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Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
______________________________________________________________________ 
 
1 
 
Anatomia 
• Os cólons apresentam 110cm e tem 5 
partes: 
• Ceco → situado na fossa ilíaca direita, 
apoiado no assoalho osteomuscular da 
região, logo acima do ligamento 
inguinal, e é inteiramente revestido 
pelo peritônio. 
▪ OBS.: Vólvulo do ceco – mobilidade 
do ceco propicia o aparecimento 
com um quadro clinco de urgência, 
que cursa com rotação do seco em 
seu próprio eixo com distensão 
abdominal, obstipação, vômitos e 
fezes com sangue 
▪ Válvula ileocecal – possibilita a livre 
passagem de material fecal do 
intestino delgado para o intestino 
grosso e impede o refluxo deste 
mesmo material no sentido 
cecoileal. Esse conhecimento 
adquire importância quando 
estamos diante de uma lesão 
obstrutiva a montante da região 
cecal (cólon transverso, por 
exemplo) e instalase uma zona de 
hiperpressão entre estes dois 
segmentos 
• cólon ascendente → O cólon 
ascendente estende-se desde o ceco 
até a face inferior do fígado, onde 
forma, com a extremidade esquerda do 
cólon transverso, o ângulo hepático do 
cólon. 
• cólon transverso → Estende-se entre as 
extremidades superiores dos cólons 
ascendente e descendente, com as 
quais forma os ângulos hepático ou 
direito e esplênico ou esquerdo. 
• cólon sigmoide → O cólon sigmoide 
está situado quase na cavidade pélvica, 
estendendo-se do término do cólon 
descendente ao início do reto (3 a 
vértebra sacra). Seu comprimento é 
variável (em média de 30 a 40 cm). 
• Reto e ânus → Em virtude de sua 
localização e das características 
anatômicas, estes segmentos do 
intestino grosso devem ser estudados 
em conjunto. Estendem-se desde o 
cólon sigmoide (no nível da 3 a ou 4 a 
vértebra sacral) até o orifício externo do 
canal anal, com extensão média de 16 a 
18 cm. 
• Reto - É um órgão elástico, que 
apresenta grande capacidade 
reservatória, podendo acomodar, em 
condições experimentais, 400 a 500 mℓ 
• Ânus - O canal anal, que corresponde 
aos últimos 3 a 4 cm do segmento 
intestinal, tem uma função primordial 
na continência fecal, apresentando, 
para desempenhála, um arcabouço 
muscular que o circunda, denominado 
estojo esfincteriano, constituído pelos 
músculos esfincterianos externo e 
interno, elevador do ânus ou puborretal 
• Estojo esfincteriano → Esse 
mecanismo é uma das maravilhas 
da natureza. Imaginese que está 
enfeixando em uma das mãos uma 
mistura de sólidos, gases e líquidos 
e, de repente, decida deixar escapar 
por entre os vãos dos dedos, de 
acordo com a sua vontade, cada um 
desses elementos separadamente. 
Não será possível! O estojo 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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2 
esfincteriano, formado pelos 
músculos puborretal, esfíncteres 
interno e externo, consegue fazer 
isso, o que é possível observar 
durante a eliminação apenas de 
flatos, sem que haja concomitante 
eliminação de fezes. Isto ocorre 
inclusive com o indivíduo 
dormindo, o que demonstra a 
perfeita interação entre os 
mecanismos voluntários e 
involuntários. 
o Mecanismo da evacuação. Em 
toda a extensão colônica e no 
reto, a inervação é feita pelo 
sistema nervoso simpático e 
parassimpático, oriunda da 
região medular, entre T5 e L2 e 
S2, S3 e S4. A inervação 
parassimpática (de origem 
vagal) estimula os movimentos 
peristálticos, ao passo que a 
simpática tem função contrária. 
Nesse sistema, a norepinefrina 
é o principal neurotransmissor 
 
Anamnese 
• História clinica é fundamental e na 
maioria das vezes, aventar hipóteses 
diagnósticas consistentes. 
• Já na identificação, o grupo etário, o 
sexo, a profissão e a procedência do 
paciente podem fornecer informações 
importantes ao raciocínio diagnóstico 
• Idade – Ajuda a determinar hipóteses 
diagnósticas 
o Crianças - grave obstipação 
intestinal sugere o diagnóstico 
de megacólon congênito. 
Sangramento anal em crianças 
sugere pólipos 
o Adultos - primeira possibilidade, 
em indivíduo de zona endêmica de 
doença de Chagas ou que nela já 
viveu, é o megacólon chagásico. 
Sangramento anal em adultos 
jovens, a hipótese mais provável é 
doença hemorroidária e acima de 
50 anos de idade sempre é 
necessário investigar a 
possibilidade de câncer. 
• Profissão – 
o Permanecer sentadas ou de pé 
durante muito tempo são mais 
suscetíveis à doença 
hemorroidária, enquanto nas que 
têm 
o vida sedentária e se alimentam com 
poucas fibras vegetais, a hipótese 
de doença diverticular do cólon 
surge com mais frequência. 
• Genética - câncer do intestino e a 
polipose familial. 
Polipose adenomatosa familiar é uma 
neoplasia hereditária caracterizada pela 
formação de centenas de pólipos no 
intestino grosso. Os pólipos surgem das 
glândulas (ou seja, adenomatosos) e 
começam benignos, mas após vários 
anos alguns deles sofrem 
transformação maligna em 
adenocarcinoma (câncer de cólon) 
 
Sinais e sintomas 
 
• Dor, diarreia, obstipação, sangramento 
anal, prurido anal, distensão 
abdominal, náuseas e vômitos, anemia 
e emagrecimento. 
• A dor dado subjetivo, depende das 
informações prestadas e é influenciado 
por condições psicológicas e nível 
cultural 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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3 
• 1º Onde está a dor? Abdominal ou 
perineal? 
o Dor Perineal - Maioria das 
vezes sugere lesões agudas da 
região (trombose 
hemorroidária, abscessos e 
fissuras) e 
o tenesmo • Dor intensa, 
espasmódica • Impressão de 
que a defecação será 
abundante, mas elimina 
apenas pequena quantidade 
de fezes ou de muco • Ocorre 
nas afecções do reto, nos 
processos inflamatórios 
agudos e na síndrome 
disentérica 
o Dor abdominal - depende de 
anamnese cuidadosa, possível 
ocorrência de dor abdominal 
reflexa em crianças com 
pneumonia. 
o Aguda - e instalação súbita e 
com pouco tempo de duração 
o Cronica - persistindo dias, 
semanas ou meses com 
períodos acalmia 
• Raciocínio diagnostico na dor 
abdominal 
o Dor difusa e nos 4 quadrantes 
o Difusa → Quando a dor pode 
ser informada em um lugar e 
dps se difunde – a exemplo da 
peritonite. a localização inicial 
depende da lesão que originou 
o comprometimento peritoneal 
• perfuração do sigmoide, em 
virtude de uma diverticulite, a dor 
inicia-se no quadrante inferior 
esquerdo 
• casos de peritonite, por exemplo, 
além da dor, a parede abdominal 
torna-se, com a evolução do 
processo, endurecida, daí a clássica 
denominação abdome em tábua. 
o Dor no QSD → poucas as causas 
colônicas de dor nesta região, em 
virtude da profunda localização da 
víscera em relação a parede abdominal. 
deve-se pensar em impactação fecal 
alta e obstipação intestinal grave – 
nesta ocasião a dor tem características 
de cólica 
▪ OBS.: Lembrar que a Vesícula 
biliar se encontra nessa região 
e afecções nessa região como 
colicistite devem entrar no 
diagnostico diferencial. 
 
o Dor no QID → Nessa topografia em 
razão da proximidade do cólon (ceco e 
início do cólon ascendente) com a 
parede abdominal, o quadro doloroso é 
mais facilmente avaliado, e, em geral, 
definir sua causa por intermédio de 
manobras semióticas. 
▪ Várias afecções do cólon 
podem causar dor nesta região, 
destacandose: apendicite, 
câncer do ceco, processos 
inflamatórios (doença de 
Crohn, tuberculose intestinal, 
invaginação intestinal por 
lesões benignas ou malignas), 
além de doenças do ovário e 
anexos. 
o Dor no QSE → Região de difícil acesso as 
manobras semióticas cólon está 
profundamente alojado e protegido 
pelos arcos costais, e só raramente há 
condições de palpá-lo, tal como ocorre na 
vigência de lesões muito graves (câncer 
avançado).▪ Causa de dor nessa área: 
diverticulite, impactação fecal 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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4 
alta e obstipação intestinal 
crônica. 
o Dor no QIE → Sendo o cólon sigmoide 
normalmente palpável, é possível, com 
certa segurança, definir por manobras 
palpatórias a origem do quadro doloroso. 
▪ Afecções: doença diverticular 
do cólon, que está sujeito a 
inflamarse, dando o rigem a 
diverticulite ou abscesso, às 
vezes com perfuração em 
peritônio livre e consequente 
peritonite. 
▪ obstipação intestinal, 
processos inflamatórios ou 
irritação da mucosa intestinal – 
seguida de espasmos, como no 
cólon irritável e neoplasias. 
Diarreia / disenteria 
o Diarreia pelo número aumentado 
de dejeções (mais de três 
evacuações por dia), diminuição da 
consistência fecal e, às vezes, 
presença de restos alimentares nas 
fezes 
o Diarreia baixa: Aguda ou 
crônica – ambas podem ser 
infecciosa ou não. 
o Aguda: Causas - retocolite 
ulcerativa inespecífica, em 
que, quase sempre, há 
fezes amolecidas 
misturadas com sangue, 
eventualmente com muco 
e pus; colites e retites 
actínicas; doença de Crohn 
do reto e do cólon. E não 
esquecer do CANCER 
o Disenteria – Diarreia + cólicas 
intensas + fezes 
mucosanguinolentas. 
o Ao final da evacuação ocorre o 
tenesmo. Pode ser de origem 
amebiana ou bacilar (Shigellose) 
o Obs.: Quando é diarreia alta 
(intestino delgado) e diarreia baixa 
(originado no cólon)? É importante 
uma análise das características 
semiológicas uma delas é a 
evolução do quadro diarreico ao 
longo do dia. Costuma-se dizer, 
inclusive, que o cólon “dorme” à 
noite. Isto significa que, se um 
paciente apresenta uma diarreia 
contínua, dia e noite, deve-se 
considerar que sua origem 
possivelmente não é colônica ou 
exclusivamente colônica 
Ritmo intestinal 
o Alternância entre obstipação e diarreia 
o médico deve programar uma 
investigação adequada, pois pode-se 
estar diante de uma neoplasia do 
intestino 
Obstipação intestinal 
o O ritmo varia de um indivíduo p outro 
o Normal – 3 evacuações/dia até 
1evacuação/2dias, ou seja, intervalos 
de 8-48hr 
o Logo, quando há retenção por mais de 
48h, denomina-se por obstipação = 
“prisão de ventre” “intestino preso” 
o Consistência das fezes? pouco mais 
duras, ressecadas ou em cíbalos (fezes 
em pequenas bolas) 
Causas de obstipação intestinal 
■ Mecânicas: lesões que ocluem o lúmen do 
intestino ou que impedem a contração das 
paredes intestinais (malformações, 
impactação fecal, oclusão tumoral, 
processos inflamatórios). 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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■Neurogênicas: comprometimento dos 
componentes nervosos (aganglionose ou 
doença de Hirschsprung - A doença de 
Hirschsprung envolve a ausência de células 
nervosas nos músculos de uma parte ou da 
totalidade do intestino grosso (cólon). É 
congênita e dificulta a passagem das fezes.O 
principal sintoma é a incapacidade de um 
recém-nascido de evacuar dentro de 48 
horas após o nascimento. Outros sintomas 
incluem barriga inchada e vômitos. É 
necessário realizar uma cirurgia para 
desviar a parte afetada do cólon ou removê-
lo totalmente., megacólon chagásico, 
paraplegia). 
■ Metabólicohormonais: hipotireoidismo – 
baixa hormonal e todo corpo sentir, 
diminuição da digestão provocando 
constipação, uremia, hiperparatireoidismo, 
porfiria. 
■ Psicogênicas: traumas emocionais, 
muitas vezes ligados à infância. 
■ Medicamentosas: antiácidos, 
anticolinérgicos, opiáceos, psicotrópicos, 
ansiolíticos. 
■ Relacionadas à alimentação inadequada: 
dieta pobre em fibra. 
■ Inibição reiterada do reflexo da 
evacuação. ■ Senilidade. 
 
Sangramento anal 
Por vezes é provocado por hemorroidas, 
doença benigna e de fácil solução 
terapêutica 
o Hemorroidas: É uma doença de alta 
prevalência na população em geral, 
atingindo ambos os sexos, algumas 
vezes evoluindo com pouco ou nenhum 
sintoma. Aproximadamente 50% da 
população acima de 50 anos apresenta 
algum tipo de hemorroida. Raramente, 
aparece em crianças. A doença 
hemorroidária é classificada em três 
grupos: hemorroidas internas, externas 
e mistas. As hemorroidas internas são 
formadas por varizes do plexo 
hemorroidário interno, subsidiário do 
sistema porta, e as externas, pelo plexo 
hemorroidário externo, subsidiário das 
veias hipogástricas. Já as mistas são 
uma associação das duas 
o Eventualmente surgem complicações 
(trombose e fissuras), que se 
manifestam por dor e prolapso 
perineal. 
o Outra causa é a doença diverticular 
difusa dos cólons, na qual sempre se 
deve pensar em indivíduos acima da 
quarta década de vida que apresentam 
episódios de sangramento anal 
o O surgimento dos divertículos 
aparentemente está ligado ao aumento 
da pressão intracolônica, fazendo 
pulsão da mucosa de encontro à parede 
do cólon, geralmente em pontos 
considerados mais fracos, ou seja, na 
região entre as tênias 
o Divertículo isolado. Geralmente 
localiza-se no ceco, mas pode aparecer 
em outros segmentos do cólon. É mais 
comum em indivíduos jovens e evolui 
com pouco ou nenhum sintoma, mas, 
eventualmente, pode causar 
hemorragia. sendo confundido com 
apendicite aguda. Na laparotomia 
descobre-se 
o Doença diverticular difusa dos cólons. 
É mais comum em pessoas acima de 65 
anos. É denominada também doença 
diverticular hipotônica, estando 
relacionada com processos 
degenerativos dos tecidos. 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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6 
o espástica do sigmoide. Também 
chamada doença diverticular 
hipertônica (ver Figura 85.2), acomete 
uma faixa etária mais jovem (em torno 
dos 50 aos 55 anos de idade) e tem 
evolução sempre mais grave, com o 
paciente apresentando frequentes 
episódios de cólica abdominal e 
alteração do ritmo intestinal (diarreia 
alternada com obstipação). Sinais de 
instabilidade emocional quase sempre 
presente reforçam a possibilidade de 
que a síndrome do intestino irritável 
seja precursora dessa doença. 
o Pólipos sendo a causa mais comum de 
hemorragia digestiva na criança- estas 
lesões se tornarem malignas, dando 
origem aos adenocarcinomas. 
o Processos inflamatórios, como a 
retocolite ulcerativa e a doença de 
Crohn, as retites e as colites actínicas, 
podem sangrar em virtude de lesões na 
mucosa. 
o Crohn: originariamente descrita apenas 
no íleo terminal, pode ocorrer em 
qualquer porção do sistema digestório, 
inclusive no duodeno e estômago. 
Manifestase com quadro clínico de 
evolução crônica, com exacerbações 
periódicas dos sintomas, sendo a 
diarreia e a dor abdominal os mais 
importantes, com sangue, muco e pus, 
quase sempre acompanhada de 
emagrecimento. Há alta incidência de 
complicações, incluindo fístulas 
abdominais e anorretais, abscessos de 
cavidade abdominal e perianais, 
quadros hemorrágicos graves, além de 
manifestações extraintestinais 
(articulares, cutâneas, oculares e 
hepáticas). O diagnóstico é feito pelo 
quadro clínico, complementado pela 
endoscopia com biopsia. 
o Saliente-se que as lesões são 
segmentares (segmentos intestinais 
com lesões intercalados com 
segmentos sem comprometimento). 
o Retocolite ulcerativa: Cuja etiologia 
não é bem definida (parece estar 
relacionada com o sistema 
imunológico), caracteriza-se por um 
processo inflamatório da mucosa 
colônica, que pode evoluir até a 
formação de ulcerações. Apresenta 
evolução crônica, com fases de 
remissão, durante as quais pode haver 
desaparecimento completo dos 
sintomas e ausência de sinais 
endoscópicos da doença, alternados 
com períodos de agudização. 
Geralmente ocorre em indivíduos 
jovens,com ligeira predominância do 
sexo feminino. A fase aguda 
caracterizase por diarreia com sangue 
e, eventualmente, muco ou pus, além 
de cólicas abdominais, perda de peso e 
anemia. 
Prurido anal. 
o É uma manifestação clínica que 
aparece em diferentes condições e 
pode tornar-se muito incômodo. Suas 
causas são múltiplas, destacando-se a 
má higiene anal, a enterobíase 
(principal causa em crianças), 
doenças anorretais cutâneas 
(eczema, dermatite seborreica, 
dermatite de contato) e doenças 
sistêmicas, em especial diabetes e 
hepatopatias crônicas 
 
Distensão abdominal. 
o Caracteriza-se por aumento do 
volume do ventre e pode traduzir 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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7 
várias condições, tais como ascite, 
meteorismo, fecaloma, neoplasias. 
o depende da dificuldade do trânsito 
nos cólons, ou seja, algum obstáculo 
que esteja impedindo a progressão de 
gases e fezes e distensão aguda é o 
vólvulo do sigmoide - complicação 
grave do megacólon chagásico 
o clinicamente por obstipação 
intestinal crônica, geralmente 
progressiva, provocada por 
incoordenação motora da 
musculatura do cólon, reto e ânus, 
consequente à redução dos neurônios 
dos plexos nervosos intramurais. As 
lesões neuronais são causadas pela 
infecção pelo Trypanosoma cruzi, por 
mecanismo ainda não bem 
esclarecido 
o no início, o paciente consegue 
exonerar o intestino à custa de 
laxantes comuns. A retenção de fezes 
e gases provoca meteorismo, com 
distensão, plenitude e timpanismo 
abdominal. 
o Fecaloma (impactação fecal), que 
provoca distensão do cólon a 
montante do obstáculo 
o Câncer do intestino, que pode ocluir o 
lúmen do órgão, ocasionando 
acúmulo de fezes e gases a montante 
da neoplasia 
o Estenose do cólon e do reto, bridas 
póscirurgia abdominal e dilatação 
tóxica e aguda do cólon (presente 
algumas vezes no megacólon tóxico, 
uma das complicações da retocolite 
ulcerativa) 
o OBS.: No exame destes pacientes 
visualiza-se o relevo da alça colônica 
– geralmente o cólon sigmoide – na 
parede abdominal, indicando a 
presença de fortes “contrações” 
desta alça 
 
Náuseas e vômitos. 
o As náuseas e os vômitos não são 
frequentes nas afecções do intestino 
grosso. Contudo, nos pacientes com 
cólon irritável, náuseas costumam 
estar presentes durante as crises 
dolorosas. 
Anemia e emagrecimento. 
o As doenças (câncer do cólon, por 
exemplo) provocam anemia e 
emagrecimento que podem chegar à 
caquexia. 
o lesões blastomatosas do cólon direito 
as que mais evoluem com anemia; isto 
porque no cólon direito há 
reabsorção de ferro. 
o A doença diverticular difusa dos 
cólons pode causar grandes 
hemorragias que levam à anemia 
aguda, porém o mais comum é a 
perda crônica de pequenas 
quantidades de sangue, 
imperceptíveis a olho nu, que também 
ocasiona anemia. 
 
 
 
 
EXAME FÍSICO 
Exame do abdome – Inspeção, palpação, 
percussão e ausculta 
o Inspeção 
• Examinador ao lado direito com 
Pcte decúbito dorsal (sem 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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8 
travesseiro para maior flacidez da 
parede abdominal) + Mãos 
estendidas ao longo do corpo 
• OBSERVAR: FORMA, VOLUME e 
MOVIM. PERISTALTICOS VÍSIVEIS 
• Abdome escavado – Comum em 
Pacientes com carcinoma avançado 
do cólon 
• abdome distendido – Comum em 
casos de megacólon chagásico e 
fecaloma – a custa do cólon 
sigmoide com abaulamento no 
flanco esquerdo. 
• Ascite - Pacientes com 
carcinomatose peritoneal, 
secundária a câncer do intestino 
grosso → Abdm globoso ou tipo 
abd de batráquio 
 
o Palpação 
o A palpação torna-se mais difícil na 
presença de processo agudo e 
doloroso, ou quando há contratura 
da parede abdominal. Aliás, a 
constatação deste fato já é um 
importante dado semiológico. 
o deve começar pela fossa ilíaca 
direita, local onde se situa o ceco. 
Na maioria das vezes consegue-se 
palpá-lo (consistência ligeiramente 
elástica e configuração cilíndrica), 
principalmente nos indivíduos 
magros. OBS.: Em algumas ocasiões 
pode-se pedir p que ele faça uma 
ligeira flexão da perna direita sobre 
o abdm para que diminua a 
contratura da parede 
o Palpou o ceco? Vai atrás do 
gargarejo “sinal do gargarejo” - 
consiste na percepção de um ruído 
típico provocado pela compressão e 
descompressão brusca do órgão. 
Sua presença traduz a existência de 
líquido no interior do ceco, o que 
costuma ocorrer nos casos de 
diarreia. Tem pouca importância 
clínica. 
o Depois do Ceco- palpa-se Cólon 
ascendente (difícil pela sua posição 
anatômica assim como o 
descendente) – palpa-se colon 
transverso (deve-se ter em mente o 
fato de que este segmento 
anatômico do intestino grosso não 
tem posição fixa, podendo ocupar 
vários locais do abdome, em 
função, principalmente, do biotipo 
do indivíduo, mas por vezes se 
encontra no epigástrio com 
consistência macia e às vezes 
elástica.) 
o Os ângulos hepáticos e esplênicos 
do cólon transverso não são 
acessíveis à palpação 
o Nos indivíduos magros e nos 
pacientes com abdome flácido, 
consegue palpar o sigmoide em 
praticamente todos os casos 
(consistência mais firme do que os 
outros segmentos do intestino 
grosso.) 
o Na doença diverticular, 
variedade espástica ou 
hipertônica, complicada com 
peridiverticulite, o sigmoide 
pode adquirir o aspecto de uma 
tumoração ou massa globosa, 
geralmente móvel às manobras 
palpatórias 
o Nos pacientes com megacólon 
chagásico complicado por 
fecaloma, é possível palpar 
uma massa, de consistência 
firme e muitas vezes móvel, 
que pode inclusive ser 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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9 
deslocada da fossa ilíaca 
esquerda para a direita 
o Sinal Gersuny, presente no 
fecaloma que consiste em: 
consiste em fazer uma palpação 
profunda com a mão 
espalmada sobre a massa 
tumoral (fecaloma) até que haja 
contato com a mesma. Em 
seguida, retirase a mão com 
suavidade, voltando a 
comprimila ritmicamente. 
Podese perceber, então, um 
crepitar típico, provocado pela 
passagem de ar entre a parede 
do cólon e a massa fecal. 
o Percussão 
▪ Inicia-se o exame pela fossa ilíaca 
direita 
▪ O ceco geralmente é percutível, 
principalmente nos casos em que 
há distensão gasosa (oclusão 
intestinal por tumor, alterações na 
válvula ileocecal, megacólon 
chagásico). O ruído obtido é 
timpânico. 
▪ Atenção: dolicomegacólon 
chagásico, quando o sigmoide, em 
virtude de sua grande mobilidade, 
estiver deslocado para a fossa ilíaca 
direita, havendo, então, a 
possibilidade de estar percutindo-o, 
em vez de ao ceco, como se poderia 
pensar 
▪ O cólon transverso distendido por 
gases – no epigástrio pode-se 
confundir com estomago e assim 
impossível distinguir o ruído na 
percussão 
▪ Nos casos de fecaloma retal que 
provocam luta peristáltica, observa, 
no nível do sigmoide, um ruído 
timpânico, mas, se existir um 
fecaloma no interior deste 
segmento, o ruído é submaciço, 
traduzindo a mistura de fezes e 
gases que se interpõe entre aquele 
e a parede do cólon. 
▪ Algumas vezes é possível, pela 
percussão, definir a extensão do 
fecaloma, observando a transição 
entre o som maciço e o timpânico. 
O som maciço corresponde à 
impactação fecal; o timpânico, à 
distensão colônica a montante pelo 
acúmulo de gases. 
o Ausculta 
▪ Casos de diarreia, em que há 
aumento dos ruídos hidroaéreos 
dos cólons e do intestino delgado. 
▪ Íleo paralítico, provocado por 
peritonite ou no período pós-
operatório imediato, em que se 
constata silêncio abdominal. A 
ausculta é importante no 
seguimento dos pacientes com íleo 
paralítico, para identificara 
recuperação da função intestinal: o 
silêncio abdominal vai sendo 
substituído por ruídos hidroaéreos, 
indicativos do retorno do 
peristaltismo. 
Referência 
Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto - 
7ª Edição. 2013. Editora Guanabara 
Koogan.

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