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Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 1 Anatomia • Os cólons apresentam 110cm e tem 5 partes: • Ceco → situado na fossa ilíaca direita, apoiado no assoalho osteomuscular da região, logo acima do ligamento inguinal, e é inteiramente revestido pelo peritônio. ▪ OBS.: Vólvulo do ceco – mobilidade do ceco propicia o aparecimento com um quadro clinco de urgência, que cursa com rotação do seco em seu próprio eixo com distensão abdominal, obstipação, vômitos e fezes com sangue ▪ Válvula ileocecal – possibilita a livre passagem de material fecal do intestino delgado para o intestino grosso e impede o refluxo deste mesmo material no sentido cecoileal. Esse conhecimento adquire importância quando estamos diante de uma lesão obstrutiva a montante da região cecal (cólon transverso, por exemplo) e instalase uma zona de hiperpressão entre estes dois segmentos • cólon ascendente → O cólon ascendente estende-se desde o ceco até a face inferior do fígado, onde forma, com a extremidade esquerda do cólon transverso, o ângulo hepático do cólon. • cólon transverso → Estende-se entre as extremidades superiores dos cólons ascendente e descendente, com as quais forma os ângulos hepático ou direito e esplênico ou esquerdo. • cólon sigmoide → O cólon sigmoide está situado quase na cavidade pélvica, estendendo-se do término do cólon descendente ao início do reto (3 a vértebra sacra). Seu comprimento é variável (em média de 30 a 40 cm). • Reto e ânus → Em virtude de sua localização e das características anatômicas, estes segmentos do intestino grosso devem ser estudados em conjunto. Estendem-se desde o cólon sigmoide (no nível da 3 a ou 4 a vértebra sacral) até o orifício externo do canal anal, com extensão média de 16 a 18 cm. • Reto - É um órgão elástico, que apresenta grande capacidade reservatória, podendo acomodar, em condições experimentais, 400 a 500 mℓ • Ânus - O canal anal, que corresponde aos últimos 3 a 4 cm do segmento intestinal, tem uma função primordial na continência fecal, apresentando, para desempenhála, um arcabouço muscular que o circunda, denominado estojo esfincteriano, constituído pelos músculos esfincterianos externo e interno, elevador do ânus ou puborretal • Estojo esfincteriano → Esse mecanismo é uma das maravilhas da natureza. Imaginese que está enfeixando em uma das mãos uma mistura de sólidos, gases e líquidos e, de repente, decida deixar escapar por entre os vãos dos dedos, de acordo com a sua vontade, cada um desses elementos separadamente. Não será possível! O estojo Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 2 esfincteriano, formado pelos músculos puborretal, esfíncteres interno e externo, consegue fazer isso, o que é possível observar durante a eliminação apenas de flatos, sem que haja concomitante eliminação de fezes. Isto ocorre inclusive com o indivíduo dormindo, o que demonstra a perfeita interação entre os mecanismos voluntários e involuntários. o Mecanismo da evacuação. Em toda a extensão colônica e no reto, a inervação é feita pelo sistema nervoso simpático e parassimpático, oriunda da região medular, entre T5 e L2 e S2, S3 e S4. A inervação parassimpática (de origem vagal) estimula os movimentos peristálticos, ao passo que a simpática tem função contrária. Nesse sistema, a norepinefrina é o principal neurotransmissor Anamnese • História clinica é fundamental e na maioria das vezes, aventar hipóteses diagnósticas consistentes. • Já na identificação, o grupo etário, o sexo, a profissão e a procedência do paciente podem fornecer informações importantes ao raciocínio diagnóstico • Idade – Ajuda a determinar hipóteses diagnósticas o Crianças - grave obstipação intestinal sugere o diagnóstico de megacólon congênito. Sangramento anal em crianças sugere pólipos o Adultos - primeira possibilidade, em indivíduo de zona endêmica de doença de Chagas ou que nela já viveu, é o megacólon chagásico. Sangramento anal em adultos jovens, a hipótese mais provável é doença hemorroidária e acima de 50 anos de idade sempre é necessário investigar a possibilidade de câncer. • Profissão – o Permanecer sentadas ou de pé durante muito tempo são mais suscetíveis à doença hemorroidária, enquanto nas que têm o vida sedentária e se alimentam com poucas fibras vegetais, a hipótese de doença diverticular do cólon surge com mais frequência. • Genética - câncer do intestino e a polipose familial. Polipose adenomatosa familiar é uma neoplasia hereditária caracterizada pela formação de centenas de pólipos no intestino grosso. Os pólipos surgem das glândulas (ou seja, adenomatosos) e começam benignos, mas após vários anos alguns deles sofrem transformação maligna em adenocarcinoma (câncer de cólon) Sinais e sintomas • Dor, diarreia, obstipação, sangramento anal, prurido anal, distensão abdominal, náuseas e vômitos, anemia e emagrecimento. • A dor dado subjetivo, depende das informações prestadas e é influenciado por condições psicológicas e nível cultural Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 3 • 1º Onde está a dor? Abdominal ou perineal? o Dor Perineal - Maioria das vezes sugere lesões agudas da região (trombose hemorroidária, abscessos e fissuras) e o tenesmo • Dor intensa, espasmódica • Impressão de que a defecação será abundante, mas elimina apenas pequena quantidade de fezes ou de muco • Ocorre nas afecções do reto, nos processos inflamatórios agudos e na síndrome disentérica o Dor abdominal - depende de anamnese cuidadosa, possível ocorrência de dor abdominal reflexa em crianças com pneumonia. o Aguda - e instalação súbita e com pouco tempo de duração o Cronica - persistindo dias, semanas ou meses com períodos acalmia • Raciocínio diagnostico na dor abdominal o Dor difusa e nos 4 quadrantes o Difusa → Quando a dor pode ser informada em um lugar e dps se difunde – a exemplo da peritonite. a localização inicial depende da lesão que originou o comprometimento peritoneal • perfuração do sigmoide, em virtude de uma diverticulite, a dor inicia-se no quadrante inferior esquerdo • casos de peritonite, por exemplo, além da dor, a parede abdominal torna-se, com a evolução do processo, endurecida, daí a clássica denominação abdome em tábua. o Dor no QSD → poucas as causas colônicas de dor nesta região, em virtude da profunda localização da víscera em relação a parede abdominal. deve-se pensar em impactação fecal alta e obstipação intestinal grave – nesta ocasião a dor tem características de cólica ▪ OBS.: Lembrar que a Vesícula biliar se encontra nessa região e afecções nessa região como colicistite devem entrar no diagnostico diferencial. o Dor no QID → Nessa topografia em razão da proximidade do cólon (ceco e início do cólon ascendente) com a parede abdominal, o quadro doloroso é mais facilmente avaliado, e, em geral, definir sua causa por intermédio de manobras semióticas. ▪ Várias afecções do cólon podem causar dor nesta região, destacandose: apendicite, câncer do ceco, processos inflamatórios (doença de Crohn, tuberculose intestinal, invaginação intestinal por lesões benignas ou malignas), além de doenças do ovário e anexos. o Dor no QSE → Região de difícil acesso as manobras semióticas cólon está profundamente alojado e protegido pelos arcos costais, e só raramente há condições de palpá-lo, tal como ocorre na vigência de lesões muito graves (câncer avançado).▪ Causa de dor nessa área: diverticulite, impactação fecal Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 4 alta e obstipação intestinal crônica. o Dor no QIE → Sendo o cólon sigmoide normalmente palpável, é possível, com certa segurança, definir por manobras palpatórias a origem do quadro doloroso. ▪ Afecções: doença diverticular do cólon, que está sujeito a inflamarse, dando o rigem a diverticulite ou abscesso, às vezes com perfuração em peritônio livre e consequente peritonite. ▪ obstipação intestinal, processos inflamatórios ou irritação da mucosa intestinal – seguida de espasmos, como no cólon irritável e neoplasias. Diarreia / disenteria o Diarreia pelo número aumentado de dejeções (mais de três evacuações por dia), diminuição da consistência fecal e, às vezes, presença de restos alimentares nas fezes o Diarreia baixa: Aguda ou crônica – ambas podem ser infecciosa ou não. o Aguda: Causas - retocolite ulcerativa inespecífica, em que, quase sempre, há fezes amolecidas misturadas com sangue, eventualmente com muco e pus; colites e retites actínicas; doença de Crohn do reto e do cólon. E não esquecer do CANCER o Disenteria – Diarreia + cólicas intensas + fezes mucosanguinolentas. o Ao final da evacuação ocorre o tenesmo. Pode ser de origem amebiana ou bacilar (Shigellose) o Obs.: Quando é diarreia alta (intestino delgado) e diarreia baixa (originado no cólon)? É importante uma análise das características semiológicas uma delas é a evolução do quadro diarreico ao longo do dia. Costuma-se dizer, inclusive, que o cólon “dorme” à noite. Isto significa que, se um paciente apresenta uma diarreia contínua, dia e noite, deve-se considerar que sua origem possivelmente não é colônica ou exclusivamente colônica Ritmo intestinal o Alternância entre obstipação e diarreia o médico deve programar uma investigação adequada, pois pode-se estar diante de uma neoplasia do intestino Obstipação intestinal o O ritmo varia de um indivíduo p outro o Normal – 3 evacuações/dia até 1evacuação/2dias, ou seja, intervalos de 8-48hr o Logo, quando há retenção por mais de 48h, denomina-se por obstipação = “prisão de ventre” “intestino preso” o Consistência das fezes? pouco mais duras, ressecadas ou em cíbalos (fezes em pequenas bolas) Causas de obstipação intestinal ■ Mecânicas: lesões que ocluem o lúmen do intestino ou que impedem a contração das paredes intestinais (malformações, impactação fecal, oclusão tumoral, processos inflamatórios). Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 5 ■Neurogênicas: comprometimento dos componentes nervosos (aganglionose ou doença de Hirschsprung - A doença de Hirschsprung envolve a ausência de células nervosas nos músculos de uma parte ou da totalidade do intestino grosso (cólon). É congênita e dificulta a passagem das fezes.O principal sintoma é a incapacidade de um recém-nascido de evacuar dentro de 48 horas após o nascimento. Outros sintomas incluem barriga inchada e vômitos. É necessário realizar uma cirurgia para desviar a parte afetada do cólon ou removê- lo totalmente., megacólon chagásico, paraplegia). ■ Metabólicohormonais: hipotireoidismo – baixa hormonal e todo corpo sentir, diminuição da digestão provocando constipação, uremia, hiperparatireoidismo, porfiria. ■ Psicogênicas: traumas emocionais, muitas vezes ligados à infância. ■ Medicamentosas: antiácidos, anticolinérgicos, opiáceos, psicotrópicos, ansiolíticos. ■ Relacionadas à alimentação inadequada: dieta pobre em fibra. ■ Inibição reiterada do reflexo da evacuação. ■ Senilidade. Sangramento anal Por vezes é provocado por hemorroidas, doença benigna e de fácil solução terapêutica o Hemorroidas: É uma doença de alta prevalência na população em geral, atingindo ambos os sexos, algumas vezes evoluindo com pouco ou nenhum sintoma. Aproximadamente 50% da população acima de 50 anos apresenta algum tipo de hemorroida. Raramente, aparece em crianças. A doença hemorroidária é classificada em três grupos: hemorroidas internas, externas e mistas. As hemorroidas internas são formadas por varizes do plexo hemorroidário interno, subsidiário do sistema porta, e as externas, pelo plexo hemorroidário externo, subsidiário das veias hipogástricas. Já as mistas são uma associação das duas o Eventualmente surgem complicações (trombose e fissuras), que se manifestam por dor e prolapso perineal. o Outra causa é a doença diverticular difusa dos cólons, na qual sempre se deve pensar em indivíduos acima da quarta década de vida que apresentam episódios de sangramento anal o O surgimento dos divertículos aparentemente está ligado ao aumento da pressão intracolônica, fazendo pulsão da mucosa de encontro à parede do cólon, geralmente em pontos considerados mais fracos, ou seja, na região entre as tênias o Divertículo isolado. Geralmente localiza-se no ceco, mas pode aparecer em outros segmentos do cólon. É mais comum em indivíduos jovens e evolui com pouco ou nenhum sintoma, mas, eventualmente, pode causar hemorragia. sendo confundido com apendicite aguda. Na laparotomia descobre-se o Doença diverticular difusa dos cólons. É mais comum em pessoas acima de 65 anos. É denominada também doença diverticular hipotônica, estando relacionada com processos degenerativos dos tecidos. Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 6 o espástica do sigmoide. Também chamada doença diverticular hipertônica (ver Figura 85.2), acomete uma faixa etária mais jovem (em torno dos 50 aos 55 anos de idade) e tem evolução sempre mais grave, com o paciente apresentando frequentes episódios de cólica abdominal e alteração do ritmo intestinal (diarreia alternada com obstipação). Sinais de instabilidade emocional quase sempre presente reforçam a possibilidade de que a síndrome do intestino irritável seja precursora dessa doença. o Pólipos sendo a causa mais comum de hemorragia digestiva na criança- estas lesões se tornarem malignas, dando origem aos adenocarcinomas. o Processos inflamatórios, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, as retites e as colites actínicas, podem sangrar em virtude de lesões na mucosa. o Crohn: originariamente descrita apenas no íleo terminal, pode ocorrer em qualquer porção do sistema digestório, inclusive no duodeno e estômago. Manifestase com quadro clínico de evolução crônica, com exacerbações periódicas dos sintomas, sendo a diarreia e a dor abdominal os mais importantes, com sangue, muco e pus, quase sempre acompanhada de emagrecimento. Há alta incidência de complicações, incluindo fístulas abdominais e anorretais, abscessos de cavidade abdominal e perianais, quadros hemorrágicos graves, além de manifestações extraintestinais (articulares, cutâneas, oculares e hepáticas). O diagnóstico é feito pelo quadro clínico, complementado pela endoscopia com biopsia. o Saliente-se que as lesões são segmentares (segmentos intestinais com lesões intercalados com segmentos sem comprometimento). o Retocolite ulcerativa: Cuja etiologia não é bem definida (parece estar relacionada com o sistema imunológico), caracteriza-se por um processo inflamatório da mucosa colônica, que pode evoluir até a formação de ulcerações. Apresenta evolução crônica, com fases de remissão, durante as quais pode haver desaparecimento completo dos sintomas e ausência de sinais endoscópicos da doença, alternados com períodos de agudização. Geralmente ocorre em indivíduos jovens,com ligeira predominância do sexo feminino. A fase aguda caracterizase por diarreia com sangue e, eventualmente, muco ou pus, além de cólicas abdominais, perda de peso e anemia. Prurido anal. o É uma manifestação clínica que aparece em diferentes condições e pode tornar-se muito incômodo. Suas causas são múltiplas, destacando-se a má higiene anal, a enterobíase (principal causa em crianças), doenças anorretais cutâneas (eczema, dermatite seborreica, dermatite de contato) e doenças sistêmicas, em especial diabetes e hepatopatias crônicas Distensão abdominal. o Caracteriza-se por aumento do volume do ventre e pode traduzir Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 7 várias condições, tais como ascite, meteorismo, fecaloma, neoplasias. o depende da dificuldade do trânsito nos cólons, ou seja, algum obstáculo que esteja impedindo a progressão de gases e fezes e distensão aguda é o vólvulo do sigmoide - complicação grave do megacólon chagásico o clinicamente por obstipação intestinal crônica, geralmente progressiva, provocada por incoordenação motora da musculatura do cólon, reto e ânus, consequente à redução dos neurônios dos plexos nervosos intramurais. As lesões neuronais são causadas pela infecção pelo Trypanosoma cruzi, por mecanismo ainda não bem esclarecido o no início, o paciente consegue exonerar o intestino à custa de laxantes comuns. A retenção de fezes e gases provoca meteorismo, com distensão, plenitude e timpanismo abdominal. o Fecaloma (impactação fecal), que provoca distensão do cólon a montante do obstáculo o Câncer do intestino, que pode ocluir o lúmen do órgão, ocasionando acúmulo de fezes e gases a montante da neoplasia o Estenose do cólon e do reto, bridas póscirurgia abdominal e dilatação tóxica e aguda do cólon (presente algumas vezes no megacólon tóxico, uma das complicações da retocolite ulcerativa) o OBS.: No exame destes pacientes visualiza-se o relevo da alça colônica – geralmente o cólon sigmoide – na parede abdominal, indicando a presença de fortes “contrações” desta alça Náuseas e vômitos. o As náuseas e os vômitos não são frequentes nas afecções do intestino grosso. Contudo, nos pacientes com cólon irritável, náuseas costumam estar presentes durante as crises dolorosas. Anemia e emagrecimento. o As doenças (câncer do cólon, por exemplo) provocam anemia e emagrecimento que podem chegar à caquexia. o lesões blastomatosas do cólon direito as que mais evoluem com anemia; isto porque no cólon direito há reabsorção de ferro. o A doença diverticular difusa dos cólons pode causar grandes hemorragias que levam à anemia aguda, porém o mais comum é a perda crônica de pequenas quantidades de sangue, imperceptíveis a olho nu, que também ocasiona anemia. EXAME FÍSICO Exame do abdome – Inspeção, palpação, percussão e ausculta o Inspeção • Examinador ao lado direito com Pcte decúbito dorsal (sem Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 8 travesseiro para maior flacidez da parede abdominal) + Mãos estendidas ao longo do corpo • OBSERVAR: FORMA, VOLUME e MOVIM. PERISTALTICOS VÍSIVEIS • Abdome escavado – Comum em Pacientes com carcinoma avançado do cólon • abdome distendido – Comum em casos de megacólon chagásico e fecaloma – a custa do cólon sigmoide com abaulamento no flanco esquerdo. • Ascite - Pacientes com carcinomatose peritoneal, secundária a câncer do intestino grosso → Abdm globoso ou tipo abd de batráquio o Palpação o A palpação torna-se mais difícil na presença de processo agudo e doloroso, ou quando há contratura da parede abdominal. Aliás, a constatação deste fato já é um importante dado semiológico. o deve começar pela fossa ilíaca direita, local onde se situa o ceco. Na maioria das vezes consegue-se palpá-lo (consistência ligeiramente elástica e configuração cilíndrica), principalmente nos indivíduos magros. OBS.: Em algumas ocasiões pode-se pedir p que ele faça uma ligeira flexão da perna direita sobre o abdm para que diminua a contratura da parede o Palpou o ceco? Vai atrás do gargarejo “sinal do gargarejo” - consiste na percepção de um ruído típico provocado pela compressão e descompressão brusca do órgão. Sua presença traduz a existência de líquido no interior do ceco, o que costuma ocorrer nos casos de diarreia. Tem pouca importância clínica. o Depois do Ceco- palpa-se Cólon ascendente (difícil pela sua posição anatômica assim como o descendente) – palpa-se colon transverso (deve-se ter em mente o fato de que este segmento anatômico do intestino grosso não tem posição fixa, podendo ocupar vários locais do abdome, em função, principalmente, do biotipo do indivíduo, mas por vezes se encontra no epigástrio com consistência macia e às vezes elástica.) o Os ângulos hepáticos e esplênicos do cólon transverso não são acessíveis à palpação o Nos indivíduos magros e nos pacientes com abdome flácido, consegue palpar o sigmoide em praticamente todos os casos (consistência mais firme do que os outros segmentos do intestino grosso.) o Na doença diverticular, variedade espástica ou hipertônica, complicada com peridiverticulite, o sigmoide pode adquirir o aspecto de uma tumoração ou massa globosa, geralmente móvel às manobras palpatórias o Nos pacientes com megacólon chagásico complicado por fecaloma, é possível palpar uma massa, de consistência firme e muitas vezes móvel, que pode inclusive ser Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 9 deslocada da fossa ilíaca esquerda para a direita o Sinal Gersuny, presente no fecaloma que consiste em: consiste em fazer uma palpação profunda com a mão espalmada sobre a massa tumoral (fecaloma) até que haja contato com a mesma. Em seguida, retirase a mão com suavidade, voltando a comprimila ritmicamente. Podese perceber, então, um crepitar típico, provocado pela passagem de ar entre a parede do cólon e a massa fecal. o Percussão ▪ Inicia-se o exame pela fossa ilíaca direita ▪ O ceco geralmente é percutível, principalmente nos casos em que há distensão gasosa (oclusão intestinal por tumor, alterações na válvula ileocecal, megacólon chagásico). O ruído obtido é timpânico. ▪ Atenção: dolicomegacólon chagásico, quando o sigmoide, em virtude de sua grande mobilidade, estiver deslocado para a fossa ilíaca direita, havendo, então, a possibilidade de estar percutindo-o, em vez de ao ceco, como se poderia pensar ▪ O cólon transverso distendido por gases – no epigástrio pode-se confundir com estomago e assim impossível distinguir o ruído na percussão ▪ Nos casos de fecaloma retal que provocam luta peristáltica, observa, no nível do sigmoide, um ruído timpânico, mas, se existir um fecaloma no interior deste segmento, o ruído é submaciço, traduzindo a mistura de fezes e gases que se interpõe entre aquele e a parede do cólon. ▪ Algumas vezes é possível, pela percussão, definir a extensão do fecaloma, observando a transição entre o som maciço e o timpânico. O som maciço corresponde à impactação fecal; o timpânico, à distensão colônica a montante pelo acúmulo de gases. o Ausculta ▪ Casos de diarreia, em que há aumento dos ruídos hidroaéreos dos cólons e do intestino delgado. ▪ Íleo paralítico, provocado por peritonite ou no período pós- operatório imediato, em que se constata silêncio abdominal. A ausculta é importante no seguimento dos pacientes com íleo paralítico, para identificara recuperação da função intestinal: o silêncio abdominal vai sendo substituído por ruídos hidroaéreos, indicativos do retorno do peristaltismo. Referência Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto - 7ª Edição. 2013. Editora Guanabara Koogan.
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