Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Hormônios vegetais são mensageiros químicos, sintetizados em uma parte e translocados para outra, agindo em baixa concentração e capazes de causar uma resposta fisiológica (promoção ou inibição do crescimento). Se caracterizam por serem produzidos naturalmente pela planta e em baixas concentrações, e não podem ter valor nutricional e nem enzimático. Hormônios vegetais (Fitormônios): ocorrem de forma natural na planta, seu próprio metabolismo é capaz de sintetizar esses hormônios X Reguladores de crescimento: são substâncias sintéticas, feitos de forma análoga aos hormônios vegetais, possuem função similar. Juntamente com brassinosteróides, ácido salicílico, poliaminas, ácido jasmônico e estrigolactonas. Auxinas Qual o processo que leva as plantas a reagir aos estímulos, uma vez que não apresentam sistema nervoso? Went (1926) demonstrou que a substância ativa em promover o crescimento pode se diluir em cubos de gelatina. Ele descobriu ainda, um ensaio de curvatura de coleóptilo para a análise quantitativa de auxina (origem grega, que significa crescer). Auxinas naturais: AIA (ácido indol-3-acético), sendo a primeira auxina a ser identificada e amplamente encontrada na maioria das plantas; AIB (ácido indol-3-butírico): encontrado em milho e leguminosas; 4-Cl-AIA (ácido 4-cloroindol-3-acético): encontrado em sementes e leguminosas; PAA (ácido fenilalacético). Auxinas sintéticas: foram fabricadas, devido a relativa simplicidade da estrutura do AIA, foram sintetizadas várias substâncias com atividade auxínica. ANA (ácido naftalenacético); 2,4-D (ácido 2,4-diclorofenoxiacético); Picloram e dicamba, ambos usados como herbicidas. Fitormônios Ocorrência AIA tem ampla ocorrência no reino vegetal e está presente em órgãos de crescimento ativo, locais de rápida divisão celular, como o ápice caulinar, frutos em desenvolvimento e folhas jovens. Seus efeitos estão relacionados a concentração, órgão vegetal, estágio de desenvolvimento e interação com outros hormônios. A concentração ótima para indução do crescimento caulinar é fortemente inibidora do crescimento da raiz. Biossíntese As auxinas são sintetizadas através do aminoácido triptofano (percursor chave) e de uma rota alternativa, onde o aminoácido precursor é o IGP. E existe mais de uma rota, pois a Auxina é essencial para o crescimento e desenvolvimento de plantas. Homeostase: A Auxina não pode ficar em excesso nos tecidos, por afetar todo o crescimento da planta. Por isso, as mesmas conseguem desenvolver mecanismos para controlar os níveis de auxina nos tecidos, o que é chamado de homeostase. Conjugação com éster de glicose: processo reversível e importante, pois sua síntese envolve alto gasto de energia. Transporte do AIA O ápice caulinar é a principal fonte de auxina, sendo que a auxina se move a longas distâncias no floema a partir do meristema apical caulinar. É o único hormônio transportado de forma polar (célula a célula) e independente da gravidade, devido as proteínas PIN. Modelo Quimiosmótico Responsável pela regulação do fototropismo nas plantas. Transportadores de influxo: AUX1 / LAX; Transportadores de efluxo: PIN e ABCB (transporte lateral). Sinalização A sinalização da auxina é negativa. Quando a proteína AUX/AIA se liga ao receptor, o complexo SCF ubiquitina essa proteína e a degrada, permitindo a sua resposta. Funções Alongamento celular: é possível devido a hipótese do crescimento ácido, no qual para que as células e expandam, deve ocorrer o afrouxamento da parede celular que é induzido pelo processo de acidificação da parede celular. As auxinas sinalizam a produção e entrada de H+, acidificando a parede celular, permitindo que as expansinas afastem as microfibrilas de celulose e permite também a entrada de água. Dominância apical: consiste na inibição do crescimento da gema axilar, pela gema apical. Ou seja, quando a gema apical é retirada, interrompe a emissão de auxinas e juntamente com outros hormônios, possibilita o crescimento da gema lateral durante o processo de poda. Fototropismo: é o crescimento da planta, orientado pela luz. Auxinas migram para a região menos iluminada, causando um alongamento celular e consequentemente uma curvatura em direção à fonte de luz. Geotropismo: uma resposta à gravidade. Auxinas se acumulam na parte inferior do caule onde provocam maior crescimento, ocorrendo a curvatura do caule para cima. Na raiz, ocorre maior acúmulo na parte superior, o que provoca curvatura na direção gravitacional. Abscisão folear: é desencadeada durante a senescência folear, quando a auxina não está mais sendo produzida pela folha. Sendo que a auxina retarda o início da abscisão folear! Partenocarpia: é o balanço hormonal entre auxina e giberelina, aplicados antes da fertilização e que resultam em frutos partenocárpicos (plantas melhoradas). Dispersão de sementes: redução dos níveis de auxinas, marcadas pela separação celular, seguida de lignificação celular. Uso comercial: Citocininas A primeira citocinina (CINETINA) foi isolada em 1955, usando produto de DNA degradado. A Cinetina é essencial para divisão celular. Somente em 1973 que se descobriu a zeatina (principal citocinina livre natural, encontrada nas plantas), em extratos de milho. Citocininas mais abundantes nas plantas: zeatina e a isopentenil adenina. Possui estrutura similar à adenina. Ocorrência Diferentemente das auxinas que são produzidas nos ápices dos caules e promovem o alongamento celular, as citocininas são produzidas principalmente nos ápices das raízes e promove a proliferação celular. Pode ser encontrada também em regiões de divisão ativa: embriões de sementes, folhas e frutos jovens. Citocininas naturais: Zeatina (trans e cis-zeatina); Isopentiniladenina; Hidrozeatina; Citocininas sintéticas: Derivadas das Aminopurinas: amplamente usadas em laboratório, devido ao baixo custo e por serem imunes a citocinina oxidase. Exemplo: Cinetina e Benziladenina. Não derivadas das Aminopurinas: usadas como herbicidas. Exemplo: Difeniluréica, clorofenuron e tidiazuron. Biossíntese A principal enzima envolvida é a Isopentenil- transferase (IPT), que ocorre principalmente nos pastídios, usando o dimetilalil difosfato (DMAPP) como origem da cadeia lateral e molécula de adenina. A enzima Isopentenil-transferase (IPT) também está presente em bactérias que usam como substrato o AMP ao invés do ATP e ADP, usados pelas plantas. Citocininas formam tumores através da proliferação exagerada de células infectadas por bactérias. O Agrobacterium sp. Transfere o gene ‘tmr”, que codifica uma IPT nas plantas e começa a ocorrer síntese de CKs, o que leva a formação de tumor no caule. O Agrobacterium tumefaciens é o agente causal da galha-da-coroa, doença caracterizada pelo crescimento de tumores na junção entre caule e a raiz (coroa). A formação desses tumores é o resultado de um processo natural de transferência de genes de Agrobacterium spp. Para o genoma da planta infectada. Utilização dessa bactéria como vetor natural de transformação genética de plantas. Controle da biossíntese: Conjugação reversiva: qualquer forma de citocinina ativa pode se conjugar com glicose. Degradação (irreversível): a partir da citocinina oxidase (CKX), quando a planta passa por um alto nível de estresse e eleva os níveis de citocininas (síntese exagerada), é necessário a regulação para não ocorrer divisãocelular. Transporte As citocininas podem agir sinalizando tanto à longas distâncias, quanto localmente. As CKs sintetizadas nas raízes, são transportadas pelo xilema (trans-zeatina conjugada), mas ocorre também pelo floema (iP e cis-zeatina conjugada). Percepção e Sinalização 1. CK se liga ao receptor histidina-cinase, pelo domínio CHASE; 2. Ocorre a ativação da histidina-cinase; 3. Há a transferência do fosfato, formando o AHP; 4. AHP é transferida para o núcleo e ocorre a fosforilação dos fatores de transcrição ARR-tipo A e ARR-tipo B; 5. Se fosforilar ARR-tipo A, inibe a ARR-tipo B. Já se fosforilar a ARR-tipo B pode ativar genes resposta a CK. Funções As citocininas regulam a divisão celular, agindo nos controles que governam a passagem da célula pelo ciclo de divisão celular. Controle da divisão celular: é considerada uma das principais funções das CKs, que regulam eventos que levam a mitose. As auxinas e CKs controlam a atividade de quinases dependentes de ciclinas (CDKs). Indução da organogênese: é o processo de formação in vitro de partes aéreas ou raízes, originadas de diferentes explantes. CK e AUX são antagônicos, dependendo dos níveis, promove o crescimento da raiz ou da parte aérea. Razão (AUX / CK): são necessárias para divisão das células in vitro. Modifica dominância apical, juntamente com as Auxinas e promovem o crescimento de gemas laterais: mutantes que superexpressam CKs são densamente ramificados. AUX inibe genes IPT e leva a expressão da oxidase da citocinina. Retardo da senescência: quando se tem o início da senescência, ao invés de ocorrer a transcrição de genes que promovem a senescência, há a transcrição de genes da IPT, com isso aumenta a síntese de citocinina, inibindo a senescência. E o tratamento de folhas com CKs retarda a senescência. As plantas que expressam o gene IPT, permanecem verdes e fotossintetizantes. Já a segunda planta (chamada de planta controle) mostrada na imagem acima, de idade semelhante, se encontra em avançada senescência. Absorção e alocação de nutrientes: a citocinina aumenta a força do drenol. Na plântula A, o cotilédone esquerdo (controle) foi aspergido com água. O cotilédone esquerdo da plântula B e o cotilédone direito da plântula C foram aspergidos cada um com uma solução contendo 50 mM de Cinetina. O pontilhado preto representa a distribuição do aminoácido radiativo, conforme revelado pela autorradiografia. Os resultados mostram que os cotilédones tratados com citocinina, tornaram-se drenos de nutrientes. Contudo, a radioatividade é retida no cotilédone no qual o aminoácido foi aplicado, quando o cotilédone marcado é tratado com citocinina (plântula C). Os níveis elevados de CKs, aumentam a expressão de enzimas da fotossíntese e retardam a senescência. Baixos níveis nutricionais: reduz CKs -> aumenta crescimento da raiz -> permite que a planta adquira forma mais eficiente para absorver nutrientes do solo. Bons níveis nutricionais: aumenta CKs -> favorece o crescimento da parte aérea -> maximiza capacidade fotossintética. Melhorias na agricultura: há o aumento da produtividade das plantas, devido a superprodução de CKs, que faz com que ocorra o retardo na senescência.
Compartilhar