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AINEs e imunossupressores

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Beatriz Maia | TXXIV 
 
 Beatriz Maia | TXXIV 
Fármacos antiinflamatórios e imunossupressores 
AINEs 
 Tem efeitos antiinflamatórios, analgésicos e antipiréticos; 
 Geralmente podem causar irritação gástrica, efeito sobre o fluxo sanguíneo de rins 
comprometidos, prolongamento de sangramento (por inibição da função plaquetária) e 
aumento da probabilidade de eventos trombóticos; 
 Um efeito em comum de todos os AINEs é a inibição da enzima COX de ácidos graxos e 
consequente inibição da produção de prostaglandinas e tromboxanos; 
 Isoformas de COX: 
o COX-1: relacionada a homeostase do organismo. É responsável pela produção de 
prostaglandinas envolvidas na citoproteção gástrica, agregação plaquetária, auto-regulação 
do fluxo sanguíneo renal e início do parto. Presente na maioria dos tecidos. 
o COX-2: é induzida nas células inflamatórias ativadas (são importantes no processo IL1 e TNF-
alfa). Presente no cérebro, coração e aorta. 
Obs.: acredita-se que os efeitos anti-inflamatórios sejam devido à inibição de COX-2 e as reações 
adversas à inibição de COX-1. 
Efeito antipirético 
Na reação inflamatória endotoxinas bacterianas provocam a liberação de IL-1 (pirogênio) pelos 
macrófagos, o que estimula a geração de prostaglandinas tipo E no hipotálamo e elevam o ponto de 
ajuste do termostato. Os antiinflamatórios inibem a produção das prostaglandinas, o que regula o 
termostato e ativa mecanismos reguladores de temperatura, como a dilatação dos vasos superficiais 
e sudorese. 
Efeito analgésico 
Os AINEs são eficazes contra dores leves e moderadas, causadas principalmente por inflamação e 
lesão tecidual. Na ação periférica diminui a produção de prostaglandinas que sensibilizam os 
nociceptores e mediadores inflamatórios (ex.: bradicinina), sendo eficaz em artrite, bursite, dores 
musculares, etc; na ação central age na medula espinhal, também diminuindo a produção de 
prostaglandinas e dificultando a transmissão das fibras de dor aferentes para neurônios de 
retransmissão. 
Efeitos antiinflamatórios 
Reduzem os componentes da resposta inflamatória das prostaglandinas (principalmente derivadas 
de COX-2), como vasodilatação, edema e dor. Entretanto, não influenciam no progresso da doença. 
Obs.: o alívio da cefaleia com AINEs se deve a diminuição da vasodilatação mediada pelas 
prostaglandinas. 
A maioria dos AINEs age reversível e rapidamente na inibição da COX-1 e irreversível e lentamente 
na COX-2, a aspirina, entretanto, é uma exceção e inativa irreversivelmente a COX-1, o que causa os 
efeitos plaquetários a longo prazo. 
Beatriz Maia | TXXIV 
 
 Beatriz Maia | TXXIV 
Usos clínicos dos AINEs: 
 Analgesia – cefaleia, dismenorreia, lombalgia, dor pós-operatória. Curto prazo: paracetamol, 
aspirina ou ibuprofeno; dor crônica: duflunisal, naxopreno, piroxicam; para reduzir 
narcoanalgésicos pós-operatório: cetorolaco; 
 Efeitos antiinflamatórios – AR, gota (não se usa aspirina na gota); 
 Antipirético – paracetamol. 
Aspirina 
 Ácido acetilsalicílico, relativamente insolúvel mas tem sais de sódio e cálcio facilmente 
solúveis; 
 Uso em condições não-inflamatórias: distúrbios cardiovasculares (ação antiplaquetária), 
câncer de colo e retal (pode reduzir), Alzheimer, diarreia induzida por radiação; 
 Farmacocinética: absorção no estômago (pH ácido) e principalmente no íleo 
(microvilosidades), é hidrolisada em 30 min no fígado (75%) e produz salicilato. Inibe a 
atividade das COX irreversivelmente; 
 E.A: dispepsia, IR reversível, broncoespasmo em asmáticos, salicilismo, síndrome de Reye; 
 Se administrada com varfarina aumenta muito o risco de sangramento. 
Paracetamol 
 Inibe as prostaglandinas do SNC (por meio de COX-3); 
 Tem fraca atividade inflamatória e não tem efeitos adversos dos AINEs; 
 Pico em 30-60 min; 
 Hepato e nefrotoxicidade. 
Agentes seletivos para a COX-2 
Coxibes, recomendados após avaliação do risco CV apenas quando o tratamento com AINEs 
convencionais trariam problemas gastrointestinais graves. 
Celexoxibe e etoricoxibe 
 Alívio de osteoartrite e AR; 
 Via oral, pico de 1-3h, 99% metabolizados no fígado; 
 E.A.: cefaleia, tonturas, rashes cutâneos e edema periférico, eventos CV graves, devem ser 
evitados por pacientes com úlceras. 
Parecoxibe 
Tratamento curto de dor pós-operatória. 
 Via parenteral, IV ou IM; 
 Pico em 30-60 min, metabolismo hepático, 70% excretado na urina, metabólito valdecoxibe; 
 E.A.: precipitação de eventos CV, reações cutâneas, cautela quando disfunção renal. 
 
 
Beatriz
Nota
Existem AINES atípicos (não têm ação antiinflamatória, ex: AAS, paracetamol, dipirona), típicos (diclofenaco, ibuprofeno, cetoprofeno, naproxeno, piroxicam, meloxicam, nimesulida) e seletivos de COX-2 (aumentam a coagulação e risco de eventos CV, ex: etoricoxib e celecoxibe)
Beatriz
Nota
Também é usado em gripes por diminuir a vasodilatação e consequentemente o gotejamento
Beatriz
Nota
Eventos cardiovasculares pois inibe COX-2 e consequentemente PGI2 (que inibe a coagulação), resultado: indução da coagulação e aumento da formação de trombos
Beatriz Maia | TXXIV 
 
 Beatriz Maia | TXXIV 
Anti-histamínicos 
 Inibem o broncoespasmo e a permeabilidade vascular induzidos pela histamina, mas tem 
pouco valor no broncoespasmo alérgico; 
 Sedativos: tem efeitos no SNC causando sono (pode ser positivo), tonturas, tinido e cansaço, 
ex: difenidramina, hidroxizina; 
 Não-sedativos: não causam sono mas podem levar a arritmias (ex: terfenadina ao tomar com 
suco de toranja ou inibidores de P450 no fígado), ex: loratadina e mizolastina; 
 Farmacocinética: via oral, pico em 1-2h, metabolizados no fígado e excretados na urina; 
 E.A.: SNC e antimuscarínicos como boca seca, visão embaçada, constipação, retenção 
urinária. 
Fármacos usados na gota 
Na gota há crises de artrite aguda causada pela deposição de cristais de urato de sódio no tecido 
sinovial das articulações. Os medicamentos agem em diferentes partes desse processo. 
Alopurinol 
 Principal fármaco profilático; 
 Reduz a síntese de ácido úrico através de sua conversão em aloxantina; 
 Importante no tratamento a longo prazo, mas não tem efeito na crise aguda (podendo até 
aumentar a inflamação), é usado em associação a um AINE; 
 Farmacocinética: via oral, absorvido no TGI, eliminação renal. 
 E.A.: distúrbios do TGI e alergias (rashes) que desaparecem ao suspender o remédio; 
 Aumenta o efeito da mercaptopurina (quimioterapia), da azatioprina (imunossupressor para 
evitar rejeição em transplantes), da ciclofosfamida (antineoplásico) e da varfarina. 
Agentes uricosúricos 
 Aumentam a excreção de ácido úrico; 
 São usados em conjunto com um AINE e são agentes profiláticos para pacientes com gota 
recorrente grave que tenham muitas reações adversas ao alopurinol; 
 Ex: probenecida e sulfimpirazona. 
Colchicina 
 Usada na profilaxia e nas crises agudas; 
 Farmacocinética: via oral, pico em 1h e eliminação no TGI e na urina; 
 E.A.: náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia intensa, lesão renal. 
Crise aguda: AINEs e colchicina; profilaxia: alopurinol e probenecida. 
Fármacos anti-reumatóides 
Na AR são utilizados principalmente ARMDs (anti-reumatóides modificadores da doença) e AINEs e 
às vezes imunossupressores, glicocorticoides e anticitocinas. 
 
Beatriz
Nota
É da classe dos "inibidores enzimáticos"
Beatriz Maia | TXXIV 
 
 Beatriz Maia | TXXIV 
Fármacos anti-reumatóides modificadores da doença 
 Melhoram os sintomas e podem reduzir a atividade da doença reumatoide (diminuem edema, 
dor, etc); 
 Inicialmente são usados junto a um AINE. 
Sulfassalazina 
 ARMD que produzi remissão da AR ativa e também é usada em doença inflamatória intestinal 
crônica; 
 Remove metabólitos tóxicos do oxigênio produzidos pelos neutrófilos; 
 Sulfonamida + salicilato; 
 Mal absorvida após administração oral, pode causar distúrbios do TGI, mal-estar, cefaleia, 
reações cutâneas, leucopenia, diminuição da absorção de ácido fólicoe da contagem de 
espermatozoides (todos reversíveis). 
Penicilamina 
 Resultado da hidrólise da penicilina; 
 Diminui a geração de IL-1; 
 Cerca de 75% dos pacientes com AR respondem, efeitos observados em semanas; 
 Farmacocinética: via oral, metade da dose é absorvida, pico em 1-2h, excretada na urina, dose 
aumentada gradualmente para diminuir efeitos colaterais; 
 E.A.: cerca de 40% dos pacientes tem efeitos, são exemplos a anorexia, febre, náuseas, 
vômitos, que desaparecem continuando o tratamento. Rashes e estomatites são os mais 
comuns. Se leucopenia, anemia aplástica e condições auto-imunes, deve ser suspenso. Não 
se deve utilizar com compostos de ouro. 
Metotrexato 
 ARMD de primeira escolha; 
 Ação rápida mas pode causar discrasias sanguíneas e cirrose, geralmente é tomado por 5 anos 
ou mais. 
Fármacos imunossupressores 
São usados em doenças autoimunes e para prevenir/tratar rejeição de transplantes, podendo agir na 
fase de indução ou na efetora das respostas imunológicas. 
Ciclosporina 
 Potente atividade imunossupressora sem efeito sobre a inflamação aguda, não é citotóxica; 
 Ações: diminuição da proliferação de linfócitos T por inibição de IL-2, redução da indução e 
proliferação de linfócitos T citotóxicos, redução da função dos linfócitos T efetores 
responsáveis pelas respostas mediadas por células (hipersensibilidade IV) e redução das 
respostas de linfócitos B dependentes de linfócitos T; 
 Farmacocinética: é mal absorvida por via oral, pode também ser administrada por infusão 
intravenosa. Via oral o pico é em 3-4h, o metabolismo é hepático e a eliminação na bile; 
Beatriz Maia | TXXIV 
 
 Beatriz Maia | TXXIV 
 E.A.: nefrotoxicidade, hepatotoxicidade e hipertensão, anorexia, parestesias, tremores, 
distúrbios do TGI. 
Tacrolimos 
Antimicrobiano de mecanismo semelhante ao da ciclosporina porém mais potente. Pimecrolimos 
(eczema atópico) e sirolimos (rejeição de transplantes) são semelhantes a ele. 
 Farmacocinética: via oral, IV ou pomada, 99% metabolizado no fígado e meia-vida de 7h; 
 E.A.: mais intensos que os da ciclosporina. Nefrotoxicidade, neurotoxicidade, distúrbios do 
TGI e hiperglicemia, trombocitopenia e hiperlipidemia. 
Glicocorticóides 
Efeitos na resposta imunológica e antiinflamatória. Restringem a proliferação das células Th pela 
diminuição da transcrição do gene para IL-2 e também de outras citocinas (TNF-alfa, IFN-gama, IL-1). 
Ex.: hidrocortisona, corticosterona, prednisolona, dexametasona. 
Azatioprina 
Interfere na síntese de purinas e é citotóxica, usada no controle de doenças autoimunes, como AR, e 
prevenção de rejeição de transplantes. O metabólito é a mercaptopurina que inibe a síntese de DNA. 
Tem efeitos na medula óssea, náuseas, vômitos, erupções cutâneas e hepatotoxicidade leve. 
Fármacos anticitocinas 
Usados em inflamações crônicas (ex.: AR). Infliximabe, adalimumabe, etanercepto e anaquinra. 
 Farmacocinética: etanercepto é SC 2x/semana, infliximabe e metotrexato IV a cada 6-8 
semanas, adalimumabe é SC em semanas alternadas e anaquinra é SC diariamente; 
 E.A.: infecções oportunistas, discrasias sanguíneas, reações locais.

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