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Maressa Duarte A diálise renal consiste em uma terapia substitutiva renal, realiza nos seguintes casos: - TFG < 10 ml/min/1,73m2 - DRC terminal ou estágio 5 - Presença de sintomas urêmicos e de hiperpotassemia refratária a medidas conservadoras - Expansão persistente de volume extracelular apesar da terapia diurética - Acidose refratária à terapia clínica - Pericardite urêmica - Edema agudo de pulmão não responsivo - Intoxicação Exógenas - Encefalopatia urêmica Ambos os tipos de diálise são constituídos por uma solução dialisadora, uma membrana e pelo sangue. Assim, há trocas entre a solução dialisadora e o sangue, através da membrana, visando o equilíbrio das concentrações. Existem 2 tipos: hemodiálise e diálise peritoneal. A hemodiálise é a mais comum e a DP é contínua, mas menos eficiente na depuração de soluto. Essa membrana pode ser artificial, usada na hemodiálise e natural, utilizada na DP, consistindo no próprio peritônio. Hemodiálise Consiste na difusão de solutos através da membrana semipermeável artificial. Essa difusão ocorre a partir de um gradiente de concentração a partir da circulação até o dialisado. Quanto maior a molécula, mais lenta é a velocidade de transferência através da membrana. A ureia é uma molécula pequena e por isso passa por uma maior depuração, enquanto a creatinina é depurada de maneira menos eficiente. As hemácias não são eliminadas ou retidas na máquina de diálise, em virtude do seu tamanho. Existem 2 tipos de hemodiálise: - Intermitente = é a tradicional, em que se faz e se interrompe, realizada em pacientes estáveis. - Contínua = realizada de forma esporádica, principalmente em pacientes hemodinamicamente instáveis, sendo de forma lenta e contínua ao longo do dia. Assim, a máquina de hemodiálise é constituída por: dialisador, o dialisado e sistema de distribuição do sangue. DIALISADOR: também chamado de membrana. Consiste em uma câmara plástica com capacidade de perfusão de componentes do sangue e do dialisado, de forma simultânea. DIALISADO: consiste na substância que realiza as trocas com o sangue. Nesse dialisado, a concentração de potássio pode variar entre 0 a 4 mmol/L dependendo da concentração de potássio do paciente. (VN = 3,5-5,5) A concentração de cálcio normalmente é de 1,25 mmol/L (VN: 2,1.2,5). A concentração de sódio é gradualmente reduzida durante o processo, começando entre 145 a 155 mmol/L até 140 mmol/L. (VN: 135-145). SISTEMA: consiste na máquina de diálise e no acesso. A máquina consiste em uma bomba de sangue, um sistema de distribuição de solução e monitores de segurança. O sistema de distribuição da solução de diálise dilui o dialisado concentrado com água e monitora a temperatura, condutividade e fluxo do dialisado. Tratamento Para a maioria dos pacientes, são necessárias entre 9 e 12 horas de diálise a cada semana, em geral por 3 semanas. Funcionamento PASSO 1: obter um acesso à diálise que pode ser uma fístula arteriovenosa, um enxerto ou um cateter. A fístula arteriovenosa consiste em uma arterialização da veia, ou seja, faz uma conexão entre a veia e a artéria no MS (somente) promovendo um hiperfluxo para a veia, dilatando-a e consequentemente facilitando a punção no momento da diálise. Os cateteres intravenosos de grosso calibre, consiste em um cateter de duplo lúmen (Sorense) realizado para diálise, principalmente nas veias jugulares interna e externa e na femoral. Não se realiza na subclávia, pois caso ocorra uma trombose, impossibilita a realização de uma fístula. PASSO 2: após conectar o acesso à bomba, realiza-se a heparinização para facilitar o bombeamento do sangue e evita a sua coagulação. PASSO 3: após a heparinização, a bomba começa a puxar o sangue venoso através do dialisador a uma taxa de fluxo de 300 a 500 mL/min, enquanto o dialisado flui em direção oposto num fluxo de 500 a 800 mL/min. PASSO 4: durante a passagem do sangue em uma direção e do dialisado em outra, há a troca de componentes pela membrana, promovendo a retirada de substância tóxicas e em excesso do sangue. PASSO 5: o sangue dialisado sai do sistema e passa por um cata- bolhas, que consiste em um dispositivo de segurança que Maressa Duarte detecta e extrai partículas de oxigênio, para evitar que as mesmas caem na circulação. PASSO 6: o sangue retorna através do outro lúmen do cateter. Complicações - Hipotensão é a principal complicação aguda, ocorrendo pela ultrafiltração excessiva com enchimento vascular compensatório inadequado; pela resposta vasoativa ou autônoma deficiente; por trocas osmolares; ou pelo uso excessivo de anti-hipertensivos. - Cãibras musculares - Reações anafiláticas na 1ª realização - Dor no peito e nas costas. Diálise Peritoneal Pode ser realizada de 3 formas: ambulatorial contínua (DPAC), cíclica contínua (DPCC) ou uma combinação de ambas. DPAC: a solução de diálise é infundida manualmente na cavidade peritoneal durante o dia e trocado 3 a 5x por dia. Essa drenagem é realizada manualmente com ajuda da gravidade para remover o líquido para fora do abdome. DPCC: as trocas são realizadas de modo automatizado, em geral à noite, o paciente é conectado a um ciclador automatizado que realizada uma série de ciclos de troca enquanto o paciente dorme. A DP utiliza uma solução com volume entre 1,5 e 3L, composta por eletrólitos, dextrose e lactato como tampão. Os aditivos das soluções são a heparina para evitar obstrução do lúmen do cateter da diálise com fibrina e antibióticos. A insulina pode ser adicionada em pacientes com DM. Tem duração de 2 a 4h. Funcionamento Os materiais tóxicos são removidos por meio de uma depuração conectiva gerada através de ultrafiltração e depuração por difusão em direção ao gradiente de concentração A absorção de solutos e água a partir da cavidade peritoneal ocorre através da membrana peritoneal até a circulação capilar peritoneal e por meio de vasos linfáticos peritoneais até a circulação linfática. O acesso à cavidade é obtido através de um cateter peritoneal. Esse cateter tem 2 cuffs para promover a proliferação, granulação e invasão do fibroblasto do cuff. A cicatrização que ocorre ao redor dos cuffs fixa o cateter e isola-o de bactérias que se deslocam da superfície da pele para a cavidade peritoneal; ele tam bém evita vazamento externo do líquido proveniente da cavidade peritoneal. Os cuffs são colocados no plano pré-peritoneal e a aproxim adam ente 2 cm da superfície da pele. Avaliação Avalia-se a DP a partir do teste de equilíbrio peritoneal é uma avaliação formal das características da membrana peritoneal que mede as taxas de transferência da creatinina e glicose através da membrana peritoneal. Pacientes com equilíbrio rápido: são transportadores altos que tendem a absorver mais glicose e perder eficiência de ultrafiltração com permanência de líquido longa durante o dia. Tendem a perder quantidades maiores de albumina e de outras proteínas. Transportadores lentos: de baixo e baixo-médio, tendem a ficar com menos trocas. Complicações - Peritonite - Infecções associadas ao cateter (sem peritonite) - Ganho de peso - Distúrbios metabólicos como hipoproteinemia e hiperglicemia - Uremia residual Os microrganismos causadores mais comuns são os cocos Gram-positivos, como o Staphylococcus, refletindo a origem a partir da pele.
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