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PRÉ-NATAL - RESUMO

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Arlinda Marques Moitinho Dourado – Medicina 2021 1 
 
PRÉ-NATAL 
O pré-natal deve começar assim que a mulher 
descobre que está grávida. 
 
O pré-natal segue um protocolo para o 
monitoramento da saúde da gestante e do feto. Inclui 
anamnese, exame físico e análise de exames 
laboratoriais e de imagem. No entanto, é muito 
importante que as gestantes aproveitem o momento 
da consulta para colocar suas dúvidas, preocupações, 
experiências a fim de ampliar o diálogo com os 
profissionais de saúde. 
 
O Ministério da Saúde recomenda que sejam 
realizadas no mínimo seis consultas: 
 
1no primeiro trimestre da gravidez; 
2 no segundo trimestre de gravidez; 
3 no terceiro trimestre de gravidez. 
 
Sendo ideal é que a primeira consulta aconteça no 
primeiro trimestre e que, até a 34ª semana, sejam 
realizadas consultas mensais. Entre a 34ª e 38ª 
semanas, o indicado seria uma consulta a cada duas 
semanas e, a partir da 38ª semana, consultas toda 
semana até o parto, que geralmente acontece na 40ª 
semana, mas pode durar até 42 semanas. 
 
Roteiro da Primeira Consulta: 
 
História clínica 
• Identificação: 
− idade; 
− cor; 
− naturalidade; 
− procedência; 
− endereço atual. 
• Dados sócio-econômicos: 
− grau de instrução; 
 − profissão/ocupação; 
 − situação conjugal; 
− número e idade de dependentes (avaliar sobrecarga 
de trabalho doméstico); 
− renda familiar per capita; 
 − pessoas da família que participam da força de 
trabalho; 
− condições de moradia (tipo, nº de cômodos); 
− condições de saneamento (água, esgoto, coleta de 
lixo). 
• Motivos da consulta: 
 − assinalar se foi encaminhada pelo agente 
comunitário ou se procurou diretamente a unidade; 
 − se existe alguma queixa que a fez procurar a 
unidade - descrevê-la. 
• Antecedentes familiares - especial atenção para: 
− hipertensão; 
 − diabetes; 
− doenças congênitas; 
− gemelaridade; 
− câncer de mama; 
− hanseníase; 
− tuberculose e outros contatos domiciliares (anotar a 
doença e o grau de parentesco). 
• Antecedentes pessoais - especial atenção para: 
− hipertensão arterial; 
− cardiopatias; 
− diabetes; 
 − doenças renais crônicas; 
− anemia; 
− transfusões de sangue; 
 − doenças neuropsíquicas; 
− viroses (rubéola e herpes); 
− cirurgia (tipo e data); 
 − alergias; 
− hanseníase; 
− tuberculose. 
• Antecedentes ginecológicos: 
− ciclos menstruais (duração, intervalo e 
regularidade); 
− uso de métodos anticoncepcionais (quais, por 
quanto tempo e motivo do abandono); 
 − infertilidade e esterilidade (tratamento); 
− doenças sexualmente transmissíveis (tratamentos 
realizados, inclusive do parceiro); 
− cirurgias ginecológicas (idade e motivo); 
 − mamas (alteração e tratamento); 
− última colpocitologia oncótica (Papanicolaou ou 
"preventivo", data e resultado). 
• Sexualidade: 
− início da atividade sexual (idade da primeira 
relação); 
− desejo sexual (libido); 
− orgasmo (prazer); 
 − dispareunia (dor ou desconforto durante o ato 
sexual); 
− prática sexual nesta gestação ou em gestações 
anteriores; 
− número de parceiros. 
• Antecedentes obstétricos: 
 − número de gestações (incluindo abortamentos, 
gravidez ectópica, mola hidatiforme); 
 − número de partos (domiciliares, hospitalares, 
vaginais espontâneos, fórceps, cesáreas - indicações); 
Arlinda Marques Moitinho Dourado – Medicina 2021 2 
 
− número de abortamentos (espontâneos, 
provocados, complicados por infecções, curetagem 
pós-abortamento); 
 − número de filhos vivos; 
− idade na primeira gestação; 
− intervalo entre as gestações (em meses); 
− número de recém-nascidos: pré-termo (antes da 37ª 
semana de gestação), pós-termo (igual ou mais de 42 
semanas de gestação); 
− número de recém-nascidos de baixo peso (menos de 
2.500 g) e com mais de 4.000 g; 
 − mortes neonatais precoces - até sete dias de vida 
(número e motivos dos óbitos); 
− mortes neonatais tardias - entre sete e 28 dias de 
vida (número e motivo dos óbitos); 
− natimortos (morte fetal intra-útero e idade 
gestacional em que ocorreu); 
− recém-nascidos com icterícia neonatal, transfusão, 
hipoglicemia neonatal, exsanguinotransfusões; 
− intercorrência ou complicações em gestações 
anteriores (especificar); 
− complicações nos puerpérios (descrever); 
 − histórias de aleitamentos anteriores (duração e 
motivo do desmame); 
 − intervalo entre o final da última gestação e o início 
da atual. 
• Gestação atual: 
− data do primeiro dia/mês/ano da última 
menstruação 
- DUM (anotar certeza ou dúvida); 
 − data provável do parto - DPP; 
− data da percepção dos primeiros movimentos fetais; 
− sinais e sintomas na gestação em curso; 
− medicamentos usados na gestação; 
− a gestação foi ou não desejada; 
− hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e uso 
de drogas ilícitas; 
− ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição 
a agentes químicos e físicos potencialmente nocivos, 
estresse). 
 
Exame Físico 
• Geral: 
− determinação do peso e avaliação do estado 
nutricional da gestante; 
− medida e estatura; 
 − determinagdo da freqüência cardíaca; 
 − medida da temperatura axilar; 
 − medida da pressão arterial; 
− inspeção da pele e das mucosas; 
− palpação da tireóide; 
− ausculta cardiopulmonar; 
− exame do abdome; 
− palpação dos gânglios inguinais; 
− exame dos membros inferiores; 
 − pesquisa de edema (face, tronco, membros). 
• Específico: gineco-obstétrico – 
exame de mamas (orientado, também, para o 
aleitamento materno); 
− medida da altura uterina; 
 − ausculta dos batimentos cardiofetais (entre a 7ª e a 
10ª semana com auxílio do Sonar Doppler, e após a 
24ª semana, com Pinard). 
− identificação da situação e apresentação fetal (3º 
trimestre); 
− inspeção dos genitais externos; 
− exame especular: 
 a)inspeção das paredes vaginais; 
b)inspeção do conteúdo vaginal; 
c) inspeção do colo uterino; 
d)coleta de material para exame colpocitológico 
(preventivo de câncer), 
conforme Manual de Prevenção de Câncer Cérvico-
uterino e de Mama; 
− toque vaginal; 
− outros exames, se necessários; 
− educação individual (respondendo às dúvidas e 
inquietações da gestante). 
 
Na primeira consulta de pré-natal, tem como rotina o 
preenchimento de um cartão de identificação e a 
coleta de amostras de sangue periférico em papel 
filtro. 
A técnica do papel filtro consiste na coleta de sangue 
das pacientes, proveniente da polpa digital ou de 
punção venosa, com deposição no papel filtro em 
área previamente demarcada. Após secagem da 
amostra (entre 3 e 4 horas), o papel filtro deve ser 
enviado ao Laboratório de Imunologia. 
 
 
 
O Programa de Triagem Pré-natal visa a redução de 
agravos obstétricos através da triage de oito 
patologias: 
Arlinda Marques Moitinho Dourado – Medicina 2021 3 
 
 
 Sífilis; 
 Vírus da imunodeficiência humana (HIV) 1 e 
2; 
 Vírus das hepatites B e C ( VHB e VHC 
respectivamente; 
 Infecção pelo vírus t-linfotrópico humano 
(HTLV); 
 Toxoplasmose; 
 Citomegalovirus; 
 Hemoglunopatias. 
 
A triagem pré-natal deve ser realizada no primeiro e 
terceiro trimestre. Sendo realizado no terceiro 
apenas os exames para: Sífilis, HIV e Toxoplasmose. 
 
Exames complementar de rotina são: 
 
1. Hemograma completo – repetir entre 28-30 
semanas. 
2. Grupo sanguíneo e fator Rh. 
3. Sorologia para sífilis (VDRL); repetir entre 28-30 
semanas. 
4. Glicemia em jejum – repetir entre 28-30 semanas; 
em gestantes sem fator de risco para diabetes e se o 
resultado da primeira glicemia for menor que 85 
mg/dL. 
5. Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG – 75g, 2h) 
– para os casos triados com fator de risco para 
diabetes gestacional presente e/ou com glicemia de 
jejum inicial maior ou igual a 85mg/dL. 
6. Exame sumário de urina (Tipo I). 
6. Urocultura com antibiograma para o diagnóstico de 
bacteriúria assintomática – repetir entre 28-30 
semanas. 
8. Sorologia anti-HIV – repetir entre 28-30 semanas. 
9. Sorologia para toxoplasmose, IgG e IgM – repetir 
trimestralmente se for IgG nãoreagente. 
10. Sorologia para hepatite B (HBSAg). 
11. Protoparasitológico de fezes. 
12. Colpocitologia oncótica. 
13. Bacterioscopia da secreção vaginal – avaliação de 
perfil bacteriológico do conteúdo vaginal por critério 
de Nugent, indicada para pacientes com antecedente 
de prematuridade, possibilitando a detecção e o 
tratamento precoce da vaginose bacteriana, 
idealmente antes da 20ª semana. 
14. Cultura específica do estreptococo do grupo B, 
coleta anovaginal entre 35-37 semanas. 
15. Ultrassonografia obstétrica – Caso a gestante 
inicie o pré-natal precocemente o primeiro ultrassom 
pode ser realizado entre 10º à 13º semana e deve se 
repetir entre 20º á 24º semanas. 
 
O parceiro sexual também deve comparecer as 
consulta para a realização de alguns testes. 
Também é recomendado que a gestante compareça a 
unidade de saúde com o sua caderneta de vacinação 
se possível. 
Calendário Vacinal Gestante: 
Hepatite B - 3 doses, de acordo com a situação vacinal 
Dupla Adulto (DT) (previne difteria e tétano) – 3 
doses, de acordo com a situação vacinal 
dTpa (Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) - 
previne difteria, tétano e coqueluche – Uma dose a 
cada gestação a partir da 20ª semana de gestação ou 
no puerpério (até 45 dias após o parto). 
Influenza. 
 
Valores de referência: 
 
Condutas no tratamento/seguimento da anemia: 
 
 11mg/dl – suplementação de ferro a partir da 
20sem – sulfato ferroso 200mg – 01 
drágea/dia (40mg de ferro elementar); 
 
 Entre 8 e 11mg/dl – tratar com 120 a 240mg 
de ferro elementar/dia – 05 drágeas de 
sulfato ferroso/dia; 
 
 Solicitar parasitológico de fezes – tratamento 
no período gestacional recomendado em 
situações especiais; 
 Repetir o exame com 30 – 60 dias, se: 
 
 Níveis estiverem subindo, quando alcançar 
11mg/dl – voltar a dose de suplementação; 
 
 Níveis estacionarem ou diminuírem – PN de 
alto risco. 
 
 < 8mg/dl – anemia grave – PN de alto risco. 
 
 
Arlinda Marques Moitinho Dourado – Medicina 2021 4 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO EDEMA: 
 
 
 
 
 
Classificação - Hipertensão na Gestação: 
 
Pré-eclâmpsia: caracterizada pelo aparecimento de HAS e proteinúria (> 300mg/24h) após a 20ª semana de 
gestação em mulheres previamente normotensas; 
 
Eclâmpsia – corresponde a pré-eclâmpsia complicada por convulsões que não podem ser atribuídas a outras causas; 
 
Pré-eclâmpsia superposta à HAS crônica: definida pela elevação aguda da PA, à qual se agregam proteinúria, 
trombocitopenia ou anormalidades da função hepática, em gestantes portadoras de HAS crônica com IG superior a 
20 semanas; 
 
Hipertensão arterial sistêmica crônica: é definida por hipertensão registrada antes da gestação, no período que 
precede à 20ª semana de gravidez ou além de doze semanas após o parto; 
 
Hipertensão gestacional: caracterizada por HAS detectada após a 20ª semana, sem proteinúria, podendo ser 
definida como “transitória” (quando ocorre normalização após o parto) ou “crônica” (quando persistir a 
hipertensão).de alerta e para agendamento de controles mais próximos. 
 
 Realizar teste rápido de proteinúria – se 1+ ou mais encaminhar para pré-natal de alto risco 
 Solicitar proteinúria de 24H para determinismo de pré-eclâmpsia 
 Controle da PA duas vezes ao dia 
 Orientar sobre sinais iminentes de eclâmpsia – se presentes - deve procurar serviço de emergência 
obstétrica. 
 Orientar repouso e controle dos movimentos fetais (mobilograma). 
 Agendar retorno precoce. 
 AVALIAÇÃO DO GANHO PONDERAL: 
 
Gestantes com edema e ganho de peso súbito – 
acima de 700gr semanais – investigar Pré-
eclâmpsia.

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