Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 1 INSPEÇÃO e PALPAÇÃO • Realizam-se a inspeção e palpação juntos para que os achados semióticos sejam mais expressivos e significativos • O que eu não posso esquecer de analisar: o Pesquisa de abaulamento – Para facilitar o seu reconhecimento, a pesquisa deve ser feita pelo pesquisador por duas incidências 1- TANGENCIAL -> de pé do lado direito do paciente e 2- FRONTAL – O examinador fica junto aos pés do paciente. ▪ Abaulamento desta região pode indicar a ocorrência de aneurisma da aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria caixa torácica ▪ EM crianças – possui uma caixa torácica mais flexível a dilatação e a hipertrofia cardíacas, principalmente do ventrículo direito, deformam com facilidade, a exemplo de cardiopatias congênitas e lesões valvares reumáticas. Outro fator importante para salientar É que a dilatação do ventrículo direito que determina o abaulamento, pois esta câmara constitui a maior parte da face anterior do coração e se encontra em relação direta com a parede do tórax. ▪ Importante diferenciar o movimento realizado por abaulamento proveniente da caixa torácica e pelo crescimento do ventrículo → esta diferença está na quantidade de impulsão do precórdio dado na ocorrência da hipertrofia do ventrículo o Análise do ictus cordis ou choque da ponta - ▪ Localização – Varia de acordo com o biotipo Mediolineo → Situa-se no cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 5 o espaço intercostal Brevelíneo→ Desloca-se aproximadamente 2 cm para fora e para cima, situando-se no 4 o espaço intercostal Longilineos → costuma estar no 6 o espaço, 1 ou 2 cm para dentro da linha hemiclavicular Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 2 • Condições como pacientes com enfisema pulmonar, grandes mama ou obesidade o ictus pode tornar-se impalpável • O deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ou hipertrofia do ventrículo esquerdo, como ocorre em estenose aórtica, insuficiência aórtica, insuficiência mitral, hipertensão arterial, miocardiosclerose, miocardiopatias e algumas cardiopatias congênitas. o Extensão – procurando-se determinar quantas polpas digitais são necessárias para cobri-lo. Em condições normais, corresponde a 1 ou duas polpas digitais. Nos casos de hipertrofia ventricular, são necessárias três polpas ou mais o Mobilidade - primeiramente, marca-se o local do choque com o paciente em decúbito dorsal. A seguir, o paciente adota os decúbitos laterais (direito e esquerdo), e o examinador marca o local do ictus nessas posições. Em condições normais, o choque da ponta desloca-se 1 a 2 cm com as mudanças de posição; se houver sínfise pericárdica, isto é, se os folhetos do pericárdio estiverem aderidos entre si e com as estruturas vizinhas, o ictus não se desloca. o intensidade e tipo da impulsão - é avaliada mais pela palpação do que pela inspeção. Para fazê-la corretamente, repousa-se a palma da mão sobre a região dos batimentos ▪ É forte? Em que situações? Em pessoas magras ou após exercício, emoções e em todas as situações que provocam o aumento da atividade cardíaca (hipertireoidismo, exercício e eretismo cardíaco) ▪ hipertrofia ventricular esquerda que se constatam os choques de ponta mais vigorosos. Quando a hipertrofia ventricular esquerda é consequência da insuficiência aórtica, encontrase ictus cordis de grande intensidade ▪ EM resumo: hipertrofias ventriculares impulsionam as polpas digitais com maior vigor que as dilatações. Contudo, cumpre lembrar que, na maioria das cardiopatias, a hipertrofia e a dilatação estão combinadas. ▪ fala-se em ictus cordis difuso quando sua área corresponde a três ou mais polpas digitais; e ictus cordis propulsivo, quando a mão que o palpa é levantada a cada contração, a primeira indicando dilatação e a segunda, hipertrofia o Ritmo e o Frequência Análise de batimentos ou movimentos visíveis ou palpáveis – o podem ser encontrados no precórdio e áreas vizinhas outros batimentos visíveis ou palpáveis, ou seja, retração sistólica, levantamento em massa do precórdio, choques valvares, cliques, pulsação epigástrica e pulsação supraesternal. o A retração sistólica apical aparece em casos de hipertrofia direita. Durante a sístole, em vez de um impulso, o que se percebe é uma retração o Frêmito cardiovascular - É a designação aplicada à sensação tátil determinada por vibrações produzidas no coração ou nos vasos. Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 3 o Ao encontrar-se um frêmito, três características precisam ser investigadas: localização, usando-se como referência as áreas de ausculta; situação no ciclo cardíaco, diferenciando-se, então, pela coincidência ou não com o ictus cordis ou o pulso carotídeo, os frêmitos sistólico, diastólico e sistodiastólico; e intensidade, avaliada em cruzes (+ a ++++). Os frêmitos correspondem aos sopros e a sua ocorrência têm grande importância no raciocínio clínico, como será visto mais adiante. • Características semiológicas entre Dilatação das câmeras Ausculta • Focos ou áreas de ausculta – São importantes para detecção de afecções, porém em uma ausculta completa todo precórdio e circunvizinhança tem que ser analisada. Os clássicos focos são referências por se encontrar informações mais pertinentes das suas respectivas valvas, ou seja, esses focos não correspondem a posição anatômicas das valvas • O foco ou área mitral – Situa-se no 5 o espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis ou ponta do coração. Cumpre salientar, todavia, que, nos pacientes com cardiomegalia acentuada, este foco deslocase lateralmente na direção da linha axilar anterior. Por isso, antes de começar a ausculta do coração, é indispensável localizar o ictus cordis, pois, nesta área, melhor serão percebidos os fenômenos estetoacústicos – alterações de bulhas, estalidos, sopros – originados em uma valva mitral estenótica e/ou insuficiente. • O foco ou área pulmonar – Localiza-se no 2 o espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno. É neste foco em que se têm as condições ideais para a análise dos desdobramentos – fisiológico ou patológico – da 2 a bulha pulmonar. Cumpre notar que os fenômenos acústicos originados nas valvas pulmonares, normais ou lesadas, são audíveis apenas nesta área, pouco ou nada se irradiando para os demais focos. ventrículo direito que está dilatado, observa-se abaulamento da região precordial, levantamento em massa dessa região (impulsão sistólica) mais nítido nas proximidades do esterno, retração sistólica no nível da ponta e pulsações epigástricas. A hipertrofia ventricular esquerda provoca deslocamento do ictus cordis quando se associa à dilatação desta câmara, o qual pode situar-se no 6º, 7º ou 8º espaços intercostais, chegando, algumas vezes, a alcançar a linha axilar anterior. Além disso, torna-se vigoroso e com caráter propulsivo, difuso, necessitando-se de três polpas digitais ou mais para recobri-lo. Exemplo típico de hipertrofia associada à dilatação é a insuficiência aórtica. Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 4 • O foco ou área aórtica – Situa-se no 2 o espaço intercostal direito, justaesternal. No entanto, deve-se estar consciente de que, muitas vezes, o melhor local para perceber os fenômenos acústicos de origem aórtica é a área compreendida entre o 3 o e o 4 o espaço intercostal esquerdo, nas proximidades do esterno, à qual se dá a denominação de foco aórtico acessório. • O focoou área tricúspide - Corresponde à base do apêndice xifoide, ligeiramente para a esquerda. Os fenômenos acústicos originados na valva tricúspide – principalmente o sopro sistólico indicativo de insuficiência desta valva – costumam ser mais percebidos nas proximidades da área mitral. Por isso, é indispensável auscultar o coração durante a inspiração profunda, com o que se obtém intensificação do sopro se ele for de origem tricúspide. Posição do paciente e do examinador decúbito dorsal com a cabeça apoiada em um pequeno travesseiro, com o tórax completamente descoberto. O médico fica do lado direito, de pé ou sentado, conforme a altura da cama ou da mesa de exame Ausculta • B2 – Fisiológica o Se dá pelo barulho ouvido do fechamento das válvulas Aorticas e pulmonares, dando um som agudo e seco “tá”. Sendo que o componente aórtico antecede o componente pulmonar. Logo a Bulha B2 é composta pelo componente A (de Aorta) e componente P (de Pulmonar) Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 5 o Como faço p ouvir? 1ª pede p o paciente inspirar profundo e prender um pouco, isso se explica pq essa bulha tem ligação com a inspiração. Me explica melhor pq dessa ligação.... Pra já ... o Inspiração profunda → aumento do retorno venoso para as câmeras direitas ( AD e VD → consequentemente aumenta a quantidade de sangue que vai ser ejetada → A válvula pulmonar só se fecha após a saída total do sangue do VD → Logo, P2 demora levemente p acontecer e é ouvido como um segundo “trá” o É fisiológico quando estamos na frente de um paciente criança ou jovem adulto pq está relacionado com a maior capacidade de complacência do VD, a medida que o tempo passa essa complacência diminui e n se torna comum ouvir quando o paciente é idoso por exemplo, aí se ouvirmos um “tla” vamos pensar em algo patológico Ok? • B2 – patológica Bloqueio de Ramo Direito → A gente tem o ramo direito do feixe de HIS e ramo esquerdo → Se houver um bloqueio no ramo direito o potencial de ação vai ter mais dificuldade de chegar ao VD → Logo, a válvula pulmonar vai ter um atraso p se fechar → P2 vai demorar de acontecer e A2 segue normal. Estenose Pulmonar → Tem uma estenose na válvula pulmonar, haverá um estreitamento → Leva mais tempo p esse sangue sair do VD para artéria pulmonar → se a válvula só se fecha após a saída completa do sangue → Logo essa Valvula demora tb a se fechar e o componente P2 novamente estará “atrasado”. Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 6 • B2 – Desdobramento paradoxal o Ouve-se um “trá” → pede-se para respirar fundo e prender e esse trá se transforma em Tá. o Então pq é um desdobramento paradoxal? Paradoxal é conceituado como uma contradição lógica, e isso se dá pq? Porque ao pedir que o paciente respire fundo e prenda o desdobramento - “trá” ouvido antes se transforma em “tá” – “normal”. o Bloqueio de Ramo Esquerdo o Potencial de ação vai ter dificuldade de atuar no VE que vai ocasionar o retardo do A2 → Nesse caso, vai atrasar tanto que o A2 vai acontecer após P2. o B2 Normal → A2 ------- P2 o B2 BRE → A2 (atrasada) ------- P2 ------- A2 (desdobramento) → usa a manobra de respiração profunda e prender → P2 atrasa pelos mesmos mecanismos de um desdobramento de B2 normal e se junta após o A2 e se ouve o “Tá” normal. o A2 (Atrasada) ----- P2 ----- A2 (trá) → Manobra de respiração (P2 atrasa) → o A2 ----- P2 (tá) Insuficiência MITRAL → O sangue do VE, quando em sístole normalmente vai para a Válvula aórtica e segue para artéria aórtica → Nessa patologia, a Mitral que nesse período deveria estar fechada, não trabalha normalmente e acaba “”””roubando”””” o sangue da Válvula aórtica que dessa forma recebe menos sangue → Recebendo menos sangue ela entende que o sangue do VE acabou e assim se fecha → Só que ela tá se fechando de forma adiantada devido ao roubo da mitral enquanto P2 ta indo no tempo certo para a quantidade de sangue adequada → Essa patologia vai ser dada pelo adiantamento da A2 enquanto P2 estar normal. Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina ______________________________________________________________________ 7 o INSUFICIENCIA DE TRICUSPIDE ▪ Na contração de VD, normalmente o sangue é todo direcionado para válvula pulmonar – artéria pulmonar, porém com a insuficiência da tricúspide uma parte do sangue vai para a aurícula direita e outra para artéria pulmonar que vai receber menos sangue e se fechará primeiro que A2. Teremos uma antecipação do P2 ▪ A2 ----- P2 (normal) → IT – P2 ----- A2 (desdobramento) → Manobra de respiração → P2 se atrasa e volta p depois de A2. (tá). o O desdobramento paradoxal se dá pq o desdobramento existente desaparece após a manobra de respiração – Manobra de Rivero Carvalho para se ter a comprovação. Bulhas acessórias - B3 e B4 o O que é B3? É o resultado do sangue que desce na fase do enchimento rápido na diástole ventricular, Logo, ela é resultado de uma sobrecarga volumétrica. o Dessa forma B3 ocorre no início da diástole, logo, ela estará imediatamente após B2 (fechamento das válvulas aórtica e pulmonar para assim haver o enchimento ventricular) o Como diferenciar B3 de desdobramento de B2 ▪ O timbre do estalido é mais agudo e mais seco que o componente pulmonar da 2 a bulha cardíaca, e o intervalo que o separa da 2a bulha pode apresentar variações com as manobras respiratórias. ▪ melhor audível com a campânula do estetoscópio. Enquanto a 2ª(2x) é melhor audível com o diafragma ▪ A 3 a bulha é de tonalidade baixa, enquanto o estalido é agudo e metálico ▪ A 3 a bulha, mais audível na ponta do coração, não é auscultada com facilidade em outras regiões do precórdio. O estalido é audível na ponta, na borda esternal e na fúrcula esternal ▪ A 3 a bulha está separada da 2a por um intervalo de tempo mais amplo que o existente entre a 2 a bulha e o estalido o O que é B4? É um ruído débil que ocorre no fim da diástole ou pré sístole e pode ser ouvida mais raramente em condições normais nas crianças e nos adultos jovens o A gênese da 4 a bulha não está completamente esclarecida. o Atualmente, admite-se que esta bulha seja originada pela brusca desaceleração do fluxo sanguíneo mobilizado pela contração atrial de encontro à massa sanguínea existente no interior do ventrículo, no final da diástole. Referência Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto - 7ª Edição. 2013. Editora Guanabara Koogan.
Compartilhar