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Análise do Documentário Envelhescência

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Atividade Subjetiva – Psicologia do Envelhecimento 
Aluno: Cauê Silva Campos Vasconcelos 
Profª. Msª.: Lis Albuquerque Melo 
RESUMO 
 Tomando como objeto empírico o documentário nacional "Envelhescência", lançado 
em 2015, propõe-se uma análise cinematográfica concomitante aos estudos abordados na 
disciplina de Psicologia do Envelhecimento. Apresenta-se, portanto, um direcionamento 
analítico do documentário, explicitando os elementos expostos no mesmo e construindo 
uma visão significativa com base nos conceitos estudados em sala. O objetivo, neste 
trabalho, é analisar, por meio de uma leitura crítica o documentário. O método de pesquisa 
utilizado foi o método qualitativo/descritivo. 
Palavras-Chaves: Envelhecer; Envelhescência; Velhice; Idoso. 
 
INTRODUÇÃO 
 O que é o envelhecer? Por que envelhecemos? Há diversas teorias que debatem sobre o 
que seria o envelhecimento biológico e porque ele ocorre. Em suma, a maioria delas traz 
a possibilidade de ser algo programado pelo próprio corpo, a senescência seria algo 
preparado pelo próprio organismo (ou limitado, como o limite de Hayflick) após o período 
reprodutivo. A velhice é a última fase do ciclo vital e o produto da diminuição progressiva 
da capacidade de adaptação e de sobrevivência. No campo da Psicologia, Bühler e Carl 
Jung foram pioneiros ao propor (não de forma congênita e colaborativa) teorias de 
estágios que cobriam toda a extensão da vida humana. Já Erikson, psicanalista alemão e 
teórico do desenvolvimento psicossocial, afirmou que o ser humano teria 8 idades, cada 
uma com sua crise específica; a velhice seria uma crise de integridade do ego, carregado 
de desespero, arrependimentos ou realizações; regida por metas de curto prazo. 
 Em síntese, por mais que cada autor venha de uma escola distinta e que traga sua própria 
epistemologia, os elementos: legado, autoconhecimento e autoaceitação se repetem nos 
referenciais teóricos de cada psicólogo estudado. 
 
DESENVOLVIMENTO 
 O documentário Envelhescência mostra diversas histórias de idosos que fogem do 
estereótipo que rondeia a velhice. Eles se mostram extremamente funcionais: atletas, 
esportistas, modernos e autônomos. Estes quebram o paradigma do idoso inválido. 
Obviamente que não são todos os sujeitos com essa idade que são assim, detalhe que vai 
além da força de vontade ou conteúdos psicossociais; as comorbidades físicas e doenças 
crônicas agravam casos de funcionalidade e independência; por mais força de vontade 
que alguém tenha uma hora as limitações soam mais forte. 
 Na antiguidade a palavra “idoso” era aplicada não de acordo pela idade, mas pela perda 
da habilidade para executar tarefas úteis. Claro que com o passar dos anos o termo não 
seria mais utilizado com um propósito pejorativo desta estirpe. Diferente de um 
adolescente ainda em “dívida” pela sua moratória e sem papel específico na sociedade, 
os idosos acumulam um papel social que nem mesmo eles se dão conta, o de transmissão 
de valores e na preservação de tradições (apesar de terem um status baixo na sociedade 
Ocidental). 
 Para além de uma mudança qualitativa do ego, uma qualidade que se sobressai, aos 
indivíduos dessa faixa etária, é a sabedoria acumulada pelo senso de realização ou de 
fracasso (Dühler e Kühlen, 1935/1964) que ditará o nível de satisfação do sujeito e 
também implicará no seu estilo de vida. Percebemos no documentário alguns idosos que 
apesar da idade (como Ono Sensei) não se deixaram permitir que as limitações 
ofuscassem suas outras capacidades e experiências. 
 
CONCLUSÃO 
 O documentário Envelhescência (2015) pôde mostrar os fenômenos e nuances das 
relações sociais e como cada um envelhece à sua maneira, buscando meios alternativos 
de aprender a lidar com o processo que é incômodo para muitas pessoas: o envelhecer. 
Os participantes do documentário mostraram como contornaram os preconceitos, como 
se tornaram mais felizes quando deixaram a opinião de terceiros de lado e buscaram a 
satisfação pessoal. Permitir-se conservar a juventude em seu âmago durante o envelhecer 
é afastar-se dos conceitos cristalizados e preconceituosos que rondam a velhice; além de 
que também é uma medida paliativa que traz conforto ao processo de senescência. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
DANIEL FUENTES, Leandro F. Malloy-Diniz e Ramon M. Cosenza. Neuropsicologia 
do envelhecimento: Uma Abordagem Multidimensional. Artmed: Porto Alegre, 1ª ed. 
2013. 
ENVELHESCÊNCIA. Direção: Gabriel Martinez. São Paulo: Lado B Digital Films, 
2015. 
PAPALIA, Diane E. e FELDMAN. Ruth Duskin. Desenvolvimento humano. Artmed: 
Porto Alegre, 12ª ed. 2013.

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